COMO OCORRE A
PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO CELESTIAL E O QUE SIGNIFICA?
No livro de Levítico
4:2-3; 27-35, encontramos:
“Quando uma alma pecar por erro contra os mandamentos
do Senhor, acerca do que se não deve fazer, e obrar contra alguns deles: se o
sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado, que pecou, um novilho sem mancha, ao Senhor,
por expiação do pecado”.
Todo aquele que transgredisse qualquer mandamento da lei
de Deus, devia oferecer, para que seu pecado fosse perdoado, um sacrifício com
sangue, um animal devidamente escolhido para holocausto.
Geralmente, a pessoa que cometesse qualquer ato pecaminoso
devia levar o inocente animal ao pátio do santuário, e com as próprias mãos
sobre a cabeça do animal, confessava sua falta ou pecado. Após este ato, o
transgressor imolava a inocente vítima, e o sacerdote com uma bacia, recolhia o
sangue e o levava para dentro do santuário e diante da cortina espargia o
sangue que também era colocado sobre as pontas do altar. Assim era garantido o
perdão ao transgressor. Esta cerimônia é relatada em Levítico 4:2-7, onde se
pode ler o seguinte:
“Fala aos filhos de
Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos
mandamentos do Senhor, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum
deles; Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao Senhor,
pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado. E
trará o novilho à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e
degolará o novilho perante o Senhor. Então o sacerdote ungido tomará do
sangue do novilho, e o trará à tenda
da congregação; E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele
sangue espargirá sete vezes perante o
Senhor diante do véu do santuário. Também o sacerdote porá daquele
sangue sobre as pontas do altar do
incenso aromático, perante o Senhor que está na tenda da congregação; e
todo o restante do sangue do novilho derramará à base do altar do holocausto,
que está à porta da tenda da congregação.”
Quando o pecador confessava as próprias faltas sobre a
cabeça do animal, de forma simbólica, transferia sua culpa para a inocente
vítima que morria ou pagava a transgressão em seu lugar. Com o sangue do animal
sendo espargido sobre o véu e passado sobre as pontas do altar, o pecado
cometido pelo ofensor, era, desta forma, transferido para dentro do santuário.
O pecador estava assim perdoado, mas seu pecado, o sinal de sua transgressão, ficava
registrado através do sangue que permanecia no santuário. Havia, portanto, a
necessidade de que este sangue fosse eliminado do santuário. Para tanto, o
santuário devia passar por uma purificação. Isto ocorria exatamente no dia 10
do 7° mês. A Bíblia diz o seguinte em Levítico 16:30:
“Porque naquele dia se fará expiação,
por vós, para purificar-vos, e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor”.
Como já dissemos, após levar a inocente vítima ao
santuário e confessar sobre a cabeça do animal seu próprio pecado e matar a
vítima no pátio, o pecador ficava perdoado (Levítico 6:1-7). Porém, em um
determinado dia, se fazia ainda expiação pelo transgressor para purifica-lo de
todos os seus pecados.
Através deste cerimonial da expiação ou purificação do
santuário – detalhado em Levítico 16 – era o pecado removido do santuário e o
povo purificado dos mesmos. Aquele sangue contaminava o santuário, e era
necessário que se realizasse uma purificação, simbolizando o apagamento de todo
vestígio da transgressão ou pecados cometidos. A Bíblia diz:
“Assim expiará o
santo santuário”. Levítico 16:33.
Este processo era realizado uma vez em cada ano, como já
dissemos no dia 10 do 7º mês, chamado o mês Tishrei do calendário judaico,
correspondente ao mês de Outubro do nosso calendário. Para Israel era o
dia mais importante, pois este ato significava completa aceitação por parte de
Deus e apagamento de todos os seus pecados, que haviam ficado registrados no
santuário. A princípio, o pecado era perdoado, mas permanecia seu registro
através do sangue aspergido dentro do santuário. Agora, no dia da expiação, os
vestígios dos pecados eram completamente eliminados. O sangue era extinto do
santuário, e o mesmo era desta forma purificado. Este era o tipo, ou seja, o
simbolismo.
Mas qual é a realidade de tudo isto e o que este
cerimonial significava?
A inspiração nos assegura que toda lei cerimonial
era uma sombra, ou melhor, uma cópia da realidade. Col. 2:13-17; Heb. 10:1;
9:10.
Aquele cordeiro que era sacrificado em lugar do pecador,
simbolizava o verdadeiro cordeiro de Deus que por nós deu Sua vida. Jo. 1:29;
Is. 53:7; etc.
Durante o ano todo, o sumo sacerdote ministrava no lugar
santo do santuário, e só entrava no lugar santíssimo no dia da expiação, para
apagamento dos pecados. Assim Cristo, após Sua ascensão, para cumprir o
simbolismo, até 1844 ministrou no lugar santo do santuário celestial. Durante
este período Ele recebia as orações e confissões de Seus filhos. Seus pecados
desta forma eram perdoados, mas permaneciam registrados nos livros. Diz a
Palavra de Deus:
“Por isso, ainda que
te laves com salitre, e amontoes sabão, a
tua iniqüidade está gravada diante de mim, diz o Senhor Deus.”
Jeremias 2:22.
“E vi os mortos,
grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e
abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos
livros, segundo as suas obras.” Apocalipse 20:12.
“Um rio de fogo
manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de
milhões assistiam diante dele; assentou-se
o juízo, e abriram-se os livros.” Daniel 7:10.
O escritor aos Hebreus informa que, por estarem estes
registros de pecados no santuário celestial, era necessário que este santuário
do novo concerto passasse também por uma purificação, simbolizada pelo dia da
expiação do mês de Tishrei. Notemos bem o
que está registrado em Hebreus 9:23:
“De sorte que era
bem necessário que as figuras das coisas que estão no Céu assim se
purificassem; mas as próprias
coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes”.
“... as figuras das
coisas que estão no Céu...”. Aqui sem dúvida é uma menção ao santuário
terrestre, pois este era sim uma figura das coisas que se acham no Céu. Mas o
escritor conclui dizendo que estas coisas que estão no Céu também deviam passar
por uma purificação, porém com sacrifícios melhores, ou seja, com o sacrifício
de Jesus. A Daniel o anjo disse exatamente quando esta purificação do santuário
celestial devia ter início: No fim dos 2300 anos, ou melhor, a purificação do
santuário celestial começaria em 1844, como já ficou demonstrado. Até então
Cristo perdoava os pecados de Seu povo, a partir desta data, Ele passou a
apagar os pecados já confessados e perdoados registrados ainda nos livros.
Assim como eram eliminados os pecados do povo de Israel através da limpeza dos
vestígios de sangue, Cristo a partir de 1844, “com sacrifícios melhores”, isto é com Seu próprio sangue – não com
o de animais – purifica o santuário celestial dos pecados de Seu povo. A purificação do santuário celestial,
portanto, não é a purificação de algo físico, mas purificação do pecado. Veja
por exemplo: At. 3:19; Mal. 3:3.
A obra de confissão dos pecados sobre a cabeça do animal,
no tipo, era de suma importância, pois assegurava ao pecador que seu pecado
fora perdoado. Sem esta primeira parte, seria impossível obter o perdão ou a
aceitação de Deus. Mas, o dia da expiação, era o dia decisivo, onde todo pecado
era apagado. Apagamento dos pecados significava completa aceitação por parte de
Deus. Os israelitas ficavam livres de toda culpa e limpo diante de Deus como se
nunca houvera transgredido. Pois, realizando todo aquele cerimonial para
expiação da culpa, estavam assim demonstrando fé no sangue precioso de Cristo
que por eles seria derramado. Eles eram aceitos no Amado de Deus.
Da mesma forma, o que Jesus fizera no calvário foi
importantíssimo, pois Seu sacrifício assegurou a todo pecador o perdão de seus
pecados, se abandonados e confessados. Mas, e se esta obra parasse aí? O que se
fariam dos pecados registrados nos livros do Céu? Claro, devem ser também expiados
pelo sangue de Cristo! E para que isto seja possível é necessária uma obra de
investigação, para ver quem está apto a participar dos benefícios adquiridos na
cruz. Ou seja, é necessário que fique provado quem aceitou este sacrifício em
favor de si mesmo e através de arrependimento e fé esteja vivendo uma vida de
obediência. Aos que forem fiéis, a estes, é assegurado o apagamento de suas
transgressões pelos méritos de Cristo.
Assim, Jesus está hoje no lugar santíssimo do santuário
celestial para apagar os pecados registrados de Seu povo, ainda que já
confessados e perdoados. Portanto, a obra da cruz sem dúvida foi de máxima
importância, mas como no tipo, o é também a obra da expiação realizada hoje por
Cristo no santuário celestial.
Hoje, através da obra de Jesus no lugar santíssimo, todos
podem receber os benefícios de Sua redenção na cruz. Um pensamento inspirado
diz:
“A ruptura do véu do
templo mostrou que os sacrifícios e ordenanças judaicas não mais seriam recebidos.
O grande sacrifício havia sido oferecido e aceito, e o Espírito Santo, que
desceu no dia de pentecostes, levou a mente dos discípulos do santuário
terrestre para o celestial, onde Jesus havia entrado com Seu próprio sangue, a
fim de derramar sobre os discípulos os benefícios de Sua expiação”. Primeiros Escritos págs. 259, 260.
Esclarecendo dúvidas
Antes de encerrarmos este tópico, desejamos aqui
esclarecer mais um ponto importante. É muito comum hoje ouvirmos pessoas
pregando e ensinando que Jesus não esperou até o ano de 1844 para entrar no
santíssimo e então realizar o apagamento de nossos pecados, mas que Ele o fez
logo após Sua ascensão. Interpretam de forma errônea o texto da carta aos
Hebreus 6:19, 20, que diz:
“A qual temos uma
âncora da alma segura e firme, e que penetra até o interior do véu. Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós,
feito eternamente sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”.
Em si mesmo, a passagem como lemos acima, nada tem que contradiga
o que até aqui temos visto. Muitos, erradamente, acreditam que quando a Palavra
de Deus menciona “interior do véu”,
está referindo-se ao véu que separava o lugar santo do santíssimo e supõem que
ali Jesus entrou logo após ter ido ao Céu. Porém, se no santuário existisse
apenas um véu, aquele que separa o primeiro compartimento do segundo, não
tiraríamos a razão destas pessoas que assim creem, mas infelizmente algumas
pessoas estão ignorantes de um fato: o de que no santuário terrestre ou no
celestial – pois que o terrestre é uma sombra do celestial – não existia ou
existe apenas uma cortina, mas duas. A que separava o lugar santo do pátio, na
entrada do santuário, e o segundo véu, que separava o lugar santo do santíssimo.
Sobre isto lemos em Êxodo 36: 35:
“Depois fez o véu
de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido: de obra
esmerada o fez com querubins”.
Segundo Êxodo 26:37; 26:35, a passagem acima citada
refere-se ao segundo véu, aquele que separava o lugar santo do santíssimo.
Mas notemos o que se segue em Êxodo 36:37; 26:36:
“Farás também
para a porta da tenda uma coberta de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido obra de
bordador”.
“Fez também para a porta
da tenda o véu de azul,
e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, da obra do bordador”.
Notemos: “Farás
também”. Ou seja, além de outras coisas, e estas se inclui o segundo véu,
deveria ser feito outro véu para “a porta da tenda”.
Aos Hebreus está escrito que o véu que separava o local
santo do lugar santíssimo era o “segundo
véu”. Lemos:
“Mas depois do segundo
véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos”. Heb.
9:3.
Se existe segundo, logicamente existe o primeiro. Assim
fica fácil entendermos qual véu Jesus penetrou após Sua ascensão. Como vimos
até aqui, o santuário celestial teve seu ofício iniciado depois que Cristo
derramou Seu sangue. Sendo assim, Ele não poderia entrar diretamente dentro do
segundo véu, sem primeiro cumprir seu trabalho no primeiro compartimento. Para
dentro do primeiro véu Ele entrou logo após Sua ascensão, como os sacerdotes
que ministravam como sombra também no primeiro compartimento. Devemos lembrar
que toda lei de cerimônias apontava um trabalho similar para o futuro. Se Jesus
tivesse entrado logo para dentro do segundo véu, não teria necessidade nenhuma de
que os sacerdotes ministrassem por um tempo no primeiro compartimento antes que
o sumo sacerdote entrasse no santíssimo. A Palavra de Deus é bem clara:
“Ora se estivesse na
Terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais,...”.
Repetimos: Se os sacerdotes deviam oficiar no primeiro
compartimento por certo tempo, como isto pode ser colocado como sombra das
coisas celestiais se Jesus tivesse entrado diretamente para dentro do segundo
compartimento sem ter primeiro oficiado também no primeiro compartimento do
santuário celestial? O trabalho dos sacerdotes no primeiro compartimento seria
então sombra das coisas celestiais em que sentido?!
Alguns pensam que Jesus entrou diretamente para dentro do
segundo véu, no santíssimo, porque o primeiro compartimento do santuário
representava a Terra e que Ele ministrou neste compartimento enquanto esteve
neste mundo. E que, após morrer e ressuscitar, Ele adentrou então o lugar
santíssimo. No entanto, este pensamento se torna inócuo pelo fato de que o
santuário era composto do lugar santo, santíssimo e o pátio. O cordeiro que
representava a Cristo, não era morto no lugar santo, mas no pátio. Se as
inocentes vítimas fossem mortas no lugar santo, no primeiro compartimento,
então talvez este representasse a Terra onde Jesus foi crucificado. Mas não é o
caso. Os animais eram mortos no pátio e este representava então a Terra onde
Jesus foi sacrificado.
Depois de realizado o sacrifício, o sacerdote, que também
representava Jesus, entrava no santuário, no lugar santo, com o sangue, e o
espargia diante do véu. Semelhantemente, Jesus, depois de ser cruelmente morto
nesta Terra – no sistema simbólico, no pátio – entrou no santuário celestial por
Seu próprio sangue para ministrar primeiramente no lugar santo até o ano de
1844, e, neste ano, Ele passou para o lugar santíssimo para realizar a
purificação do santuário.
De fato, a Bíblia atesta a entrada de Jesus no santuário,
somente depois de Sua morte e ressurreição:
“Nem por sangue de
bodes e bezerros, mas por seu próprio
sangue, entrou uma vez no santuário, havendo
efetuado uma eterna redenção.” Hebreus 9:12.
No entanto, se a
Terra era representada pelo primeiro compartimento, Jesus teria entrado nele,
ou no santuário, antes de ter efetuado a redenção.
A teoria falsa de que Jesus, ao ir ao Céu, entrou
diretamente no lugar santíssimo do santuário celestial, infelizmente afetou
algumas versões mais recentes da Bíblia. Das versões que tenho em mãos, apenas
uma, – a linguagem de hoje – cita a passagem de Hebreus 6:19, 20, de forma
errônea (Desconheço outras). Com certeza, o tradutor da linguagem de hoje fez,
nesta passagem, uma interpretação segundo sua opinião, sem, contudo, estudar
esta questão. Infelizmente isto pode ocorrer. Acreditamos, no entanto, que o
erro cometido não foi proposital. Em outras versões como na corrigida, na
atualizada, na revisada, na Matos Soares, na internacional, também na Versão
Ave Maria e outras, a passagem foi colocada de forma correta. Basta ao sincero
pesquisador compreender a exatidão das palavras ali contidas. No grego a
passagem reza assim:
“... kai eisercomenen eis
to eswteron tou katapetasmatos”.
“... kai eiserchomenen eis to esoteron toy katapetasmatos”.
Como encontramos em uma edição da Bíblia de 1881, literalmente
a tradução é:
“... que penetra até
o interior da cortina”.
Nada existe no texto falando de segundo véu, ou
santíssimo. Tentar afirmar isto é ir além do que está escrito. Isto seria
incorrer em outro grave erro e passar por cima de mais uma passagem da Palavra
de Deus que diz:
“E eu irmãos,
apliquei estas cosias, por semelhança, a mim e a Apólos, por amor de vós; para
que em nós aprendais a não ir além do que está escrito,...”.
I Coríntios 4:6.
Outra passagem que carece de uma análise
é a que podemos ler em Hebreus 9:12. Neste texto, algumas versões trazem que
Cristo, já no primeiro século, havia entrado no santo dos santos. Lemos na
versão linguagem de hoje:
“Quando Cristo veio e entrou, uma vez por todas, no Santíssimo lugar, ...”
No grego, o texto diz assim:
“... dia de tou idiuou aimatos eishlqen efapax eis ta agia, aiwnian lutrwsin euramenos”.
Transliterado fica assim:
“... dia de toy idiyoy aimatos eise lthen efiapas eis ta agia, aionian lytrosin
eyramenos”.
O detalhe para o qual desejamos
chamar a atenção é a palavra que destacamos: (agia) Agia. Esta palavra
significa: Santo.
Em Hebreus 9:3 encontramos:
“Mas depois do segundo véu
estava o tabernáculo que se chama o santo
dos santos”.
No grego está:
“meta de to deuteron katapetasma akhnh h legomenh agia agion”.
Transliterado fica:
“Meta de to deyteron katapetasma akene e legomene agia agion”.
Note que em Hebreus 9:3 aparece
realmente duas vezes a palavra (agia) Agia. Ou seja: Santo dos santos. Mas em Hebreus 9:12 aparece a palavra (agia) Agia
apenas uma vez, o que mostra o que o
escritor aos Hebreus tencionava dizer. Ele escreveu que Cristo havia entrado no
lugar santo (Agia) e não no santo dos santos, (Agia agion) como equivocadamente trazem
algumas versões. Para que o texto de
Hebreus 9:12 pudesse ser traduzido de
forma que dissesse que Cristo, naqueles dias, já tivesse entrado no santo dos
santos, a mesma expressão grega (agia) Agia deveria aparecer em Hebreus
9:12 duas vezes, assim como aparece em Hebreus 9:3.
O fato é que, não são em todas as
versões da Bíblia que encontramos o mesmo lapso cometido em traduzir o texto de
hebreus 9:12, dizendo que Cristo entrou, logo após Sua ascensão, no santo dos
santos ou no santíssimo. Na Revista e Corrigida, por exemplo, uma das mais
utilizadas, diz simplesmente:
“... entrou uma vez no
santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”.
Na versão Ave Maria:
“... entrou de uma vez por todas no
santuário adquirindo-nos uma redenção eterna”.
Na Revisada, a passagem ficou
mais fiel ao texto original:
“... entrou uma vez por todas no
santo lugar, havendo obtido uma
eterna redenção”.
Na Bíblia Católica:
“... entrou de uma vez por todas no
santuário, adquirindo-nos uma redenção eterna”.
Não vemos, portanto, nenhuma
dificuldade tanto em hebreus 6:19,20, como em Hebreus 9:12, onde lemos que
Cristo, após subir ao Céu entrou apenas no lugar santo, ou seja, no primeiro
compartimento do santuário celestial.
Os que se arriscam a “contestar” a verdade de que Cristo
entrou no santo dos santos apenas em 1844 citam, equivocadamente, os textos de Hebreus
6:19,20 e 9:12 para com isto procurar dar apoio às sua teorias. Mas alguns
destes que dizem que Jesus entrou diretamente no lugar santíssimo, parecem sequer
acreditar em um santuário no Céu, contendo, dois compartimentos, o santo e o
santo dos santos, ou o santíssimo. Como então tentam provar a entrada de Cristo
em um compartimento ou lugar no qual não acreditam?!
Continua...
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