Resposta a Leandro Quadros: “SOMENTE 144.000 SERÃO SALVOS?”

Por: Cristiano A. de Souza

Neste artigo queremos esclarecer as expressões equivocadas do Prof. Leandro Quadros, que é o orador do programa “Na Mira da Verdade.” No entanto, a mira de Leandro Quadros parece, pelo menos nesta questão dos 144.000, estar bem desregulada ou torta, pois que ele acertou bem longe do alvo. Bem pudera, a arma que ele estava usando não era a pura verdade. Desejamos ajustar esta mira e colocar a verdade ao alcance dele e de todas as pessoas que desejam a verdade sobre esta questão.

No link abaixo você poderá assistir ao vídeo do programa:

http://setimodia.wordpress.com/2010/01/06/somente-os-144-mil-serao-salvos/

Já postamos neste blog um artigo sobre os 144.000 que, por si só, já esclarece vários equívocos mencionados no vídeo que você pode assistir através do link postado.  Porém, desejamos fazer uma análise apologética das expressões exatas que o Prof. Leandro Quadros utilizou em sua pálida explicação sobre a questão dos 144.000.

A pergunta proposta era: “Serão salvos apenas 144. 000?” A resposta de Leandro Quadros, a princípio, estava correta ao mencionar que não, pois que em Apocalipse 7:9 menciona-se também uma grande multidão que não poderá ser contada de tão numerosa, que também será salva.

Pronto, era tudo o que ele precisava dizer e não teria se embaraçado na questão se os 144.000 é um número literal ou simbólico. Por ter se envolvido neste aspecto, sem estar bem preparado e totalmente equivocado, teremos que corrigir as expressões e conclusões errôneas do Prof. Leandro Quadros. No entanto, não o culpamos, pois provavelmente ele as cometeu por ignorar a verdade. 

E afirma Leandro Quadros:

“O número 144.000, ele é simbólico aqui no Apocalipse. Por que?”

Ele responde:

“Existe uma regra de interpretação que nos explica que se um assunto está em um livro simbólico e ele dá a entender, apenas que dê entender que é literal. Se este assunto está num trecho simbólico da Bíblia e a compreensão literal não é possível de acordo com o próprio contexto bíblico, como vimos no verso 9, então o número é literal, (ele se equivocou na fala e corrigiu) é simbólico diríamos assim.”

Perceba que ele chega a dizer de início que, se o texto está em um livro simbólico, o texto também o é. Mas parece que ele se apercebeu do grande erro que estava cometendo e, simplesmente de forma um pouco confusa, desfez o argumento, dizendo que não será simbólico apenas que dê a entender que é literal. Ele argumenta que o motivo para que o número dos 144.000 não seja literal é o verso 9 de Apocalipse 7. Mas, o que existe no verso 9 para provar que os 144.000 é um número simbólico? Nada! O verso 9 está mencionando um grupo distinto de salvos, diferente dos que serão selados, mencionados no verso 4. São dois grupos distintos, um contado - 144.000 - e a grande multidão do verso 9, que não pode ser contada. Utilizar o verso 9 para dizer que o número dos 144.000 não é literal é pecar contra regras básicas de hermenêutica. Até um iniciante no estudo da Bíblia veria que uma coisa não tem nada a ver com outra. 

Bem, vamos avaliar o motivo colocado por Leandro Quadros para que o número dos 144.000 seja simbólico. Em resumo, ele diz que, se o contexto de um texto é simbólico, o texto também deve ser. Ele diz ser isto uma regra, como se a mesma não tivesse exceção. Vamos mostrar pela inspiração porque ele está totalmente equivocado.

Vamos por ora, seguir a linha de raciocínio do Prof. Leandro para vermos o absurdo contido nesta afirmação.

Os 4 animais de Daniel 7 eram simbólicos, certo? E o Número deles também???

Se seguirmos a mesma regra do raciocínio de Leandro Quadros, deveremos entender que, se os animais são simbólicos, e todo o contexto de Daniel 7 também o é, o número de animais igualmente é simbólico?? Então, talvez em Daniel 7, Leandro Quadros talvez consiga encontrar quantos impérios universais relacionados com o povo de Deus? Uma grande multidão de bestas ou reinos?

Vamos ver mais alguns exemplos:

Os 7 selos de Apocalipse tem linguagem simbólica? Logicamente que sim! E a quantidade de selos, também é simbólica? Não, não é. Todos creem que se trata apenas de 7 selos, um número literal!

As 7 igrejas do Apocalipse, a maior parte delas são descritas em uma linguagem e contexto totalmente simbólicos! Então talvez Leandro Quadros consiga deduzir que não são 7 igrejas mas talvez uma multidão incontável de igrejas ou períodos!

E as 7 trombetas? São simbólicas em um contexto também simbólico!! Então o número delas também??

Apocalipse 13, por exemplo, mostra duas bestas simbólicas, uma que sobe de água simbólica, com cabeças simbólicas, chifres simbólicos, etc, e outra da terra com chifre simbólico, terra simbólica, etc. Talvez o orador do programa “Na Mira da Verdade” consiga acreditar ou encontrar em Apocalipse 13 muitas bestas e animais, porque afinal de contas, algumas pessoas acreditam que se o contexto é simbólico, o texto e os números também os são!

Nem todo texto, portanto, que contém alguma linguagem simbólica deve ser entendido totalmente de forma simbólica. Daniel 7, por exemplo, ou Daniel 8!  Lá são citados animais simbólicos, mas o número de animais continua sendo literal. As características das bestas de Apocalipse 13 são simbólicas, mas continuam sendo apenas duas bestas! As trombetas encerram acontecimentos simbólicos, mas continuam sendo apenas 7! Assim acontece com as 7 igrejas, os 7 selos, e logicamente com os 144.000, que, apesar de estar colocado em um contexto simbólico, o seu número continua literal!

Não devemos nos esquecer de que os números podem se ligar a coisas ou eventos simbólicos, mas os números continuam literais!

Então, o fato de que algumas coisas relacionadas aos 144.000 estão em linguagem figurada, isto não significa que o número é figurado ou simbólico, viu Prof. Leandro Quadros?!

Esta questão, de dizer que os 144.000 é um número simbólico é uma triste invenção para ofuscar a verdade.

Em outra colocação, Leandro Quadros se aventura em dizer:

“Os 144.000 são das 12 tribos de israel. Na bíblia o número 12 significa universalidade. Então os 144.000 é um número simbólico que representa a totalidade, a universalidade de pessoas justas que estarão vivas por ocasião da volta de cristo. Então 144.000 vem de todas as nações.”

Que os 144.000 são das 12 tribos isto está patente, porém, que o número 12 significa universalidade na Bíblia, isto é estarrecedor. Perguntamos: De onde na Bíblia, Leandro Quadros tirou esta informação??  Gostaríamos muito de saber, pois que todas as vezes que a Bíblia menciona o número 12 ela o faz no sentido literal, ou será que Jacó ao ter 12 filhos a Bíblia queria dizer que ele teve muito mais filhos que aqueles? Jesus talvez pudesse ter uma multidão incontável de discípulos e não somente 12! A Nova Jerusalém talvez, baseados na argumentação do Prof. Leandro, não tenha 12 portas, mas quem sabe milhões delas! Apoc 21:21.

Por isto, a impressão que tive ao assistir a explicação de Leandro Quadros foi que, ele teve que se esforçar muito para arrumar argumentos para tentar provar com os mesmos que os 144.000 são um número simbólico.  Mas, mesmo com muita dedicação, não se pode encontrar verdade onde ela não existe! Para compensar a falta de provas bíblicas, o Prof. Leandro então parece querer convencer seus ouvintes e internautas pelo poder da repetição, repete várias vezes que os 144.000 constituem um número simbólico. Mas perguntamos: Se os argumentos apresentados por ele não são verídicos, onde ele está baseado para chegar a esta conclusão? Onde não existem provas, a imaginação não serve de substituto! Mas, em seu esforço sobre humano por buscar argumentação, ele menciona:

“E este número é simbólico por outros detalhes. Em Apocalipse 7 duas tribos não são mencionadas, Dã e Efraim. Por que? O mais “provável” é que João não mencionou estas duas tribos para dar realmente a  entender que o número seria simbólico.”

É de estranhar como alguém que parece conhecer a Bíblia pode chegar a tal conclusão. Se duas tribos, a de Dã e a de Efraim, não são mencionadas, por que então continuamos a ter 12 tribos em Apocalipse 7? Quantos são, Leandro Quadros, 12 menos 2? Precisamos estar atentos ao seguinte:

Dã não é mencionado, mas, Manasses entrou em seu lugar. Mas Manasses não era filho de José? Sim, era. Mas vejamos o que diz a Bíblia. Jacó foi claro:

“Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manasses serão meus, como Rúben e Simeão.” Gênesis 48:5.  

Percebeu? Manasses e Efraim foram incorporados aos filhos de Jacó, por isso Manasses é contado no lugar de Dã, que foi rejeitado devido a seu caráter difamador e incorrigível (Gên. 49:17). Mas é interessante que Leandro Quadros, não sei se instintivamente, parece saber disso ao dizer que duas tribos não foram mencionadas em Apocalipse 7: Dã e Efraim. Oras, Efraim era, como Manasses, filho de José, por que ele diz que ele pertencia às tribos de Israel? 

Neste caso, podemos usar as próprias palavras dele para explicar sua própria colocação mostrando que ela não tem lógica e nem base inspirada, já que se Efraim, segundo o Prof. Leandro, pode ser contado como tribo de Israel, Manasses igualmente, e segundo Apocalipse 7:5-7, continuamos a ter 12 tribos de Israel! Mas ele parece saber disso ao dizer não com muita segurança: “O mais provável é que João não mencionou estas duas tribos para dar realmente a entender que o número seria simbólico.” Estas expressões: “O mais provável” ou “seria” não transmitem segurança. Será que naquele momento o Espírito Santo estava contendendo com o Prof. Leandro Quadros mostrando a ele que sua argumentação era duvidosa e que não refletia a verdade? Cremos que sim!

E por fim, como que para procurar convencer seus ouvintes, porque a impressão que ficou é que ele mesmo tinha se apercebido que seus argumentos não tinham atingido este objetivo, ele diz:

“Outro detalhe é que se fossem 144.000 das tribos de Israel ninguém faria parte dos 144.000 quando Cristo voltasse por que? Por que hoje não existe nenhuma puro sangue descendente das tribos de israel. Nós somos o Israel espiritual . Então 144.000 vem de todas as nações.”

Concordamos com o Prof. Leandro Quadros. Os 144.000 não são das tribos do Isael carnal. Estas tribos foram extintas.

“Portanto o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão somente a tribo de Judá.” II Reis 17:18.

No lugar desses israelitas, para habitarem o reino do norte e a capital, Samaria, o rei da Assíria, que havia então subjugado Israel, “trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades.” II Reis 17:24.

Aqui temos a origem dos samaritanos existentes nos dias de Jesus. Estes assírios, foram depois instruídos sobre o Deus Criador dos Céus e da Terra e se tornaram também adoradores do verdadeiro Deus (II Reis 17:25-34). Por sua origem pagã, os Samaritanos eram por este motivo considerados imundos pelos judeus, ao ponto de um judeu não pedir água para um samaritano (João 4:9).

Portanto, segundo a Bíblia, a única tribo remanescente de Israel a partir de 722 a. C. foi a tribo de Judá e parte da tribo de Benjamim, que habitavam no reino do sul. A linhagem de dez tribos e meia se perdeu no tempo, em meio ao reino assírio para onde foram transportadas.

Um selamento, portanto, de 144.000 pessoas das doze tribos do Israel literal,  seria possível apenas antes de Israel se dissolver em meio ao império Assírio. No entanto, segundo provas encontradas nas Escrituras Inspiradas, a obra do selamento deve ocorrer entre a abertura do 6º e do 7º selo, período que aponta a obra do assinalamento somente a partir do século 19, quando guerras atômicas, capazes de destruir “a terra,... o mar”, e as “árvores” (Ap 7:2), poderiam então impedir a obra do selamento.

Guerras tais, com estas características descritas no Apocalipse, capazes de destruir a natureza ou a Terra não fizeram parte do cenário mundial mencionado em Apocalipse 7:2, não antes do  século 20.

Mas, a pergunta que nos cabe agora é: Como então é possível selar 144.000 das 12 tribos sendo que estas tribos não existem mais?

Bem, se Deus prometeu e disse, ou profetizou, Ele pode facilmente cumprir o que Ele vaticinou. Vamos ler alguns textos:

“E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mateus 3:9.

Achar, portanto, pessoas para que sejam filhos de Abraão descendentes de Israel, não constitui um problema para Deus. Vejamos o que Paulo explicou sobre isto:

“Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.”  Romanos 2:28,29.

Quem é o verdadeiro judeu ou israelita? Não é aquele que descendeu literalmente de Jacó, mas aquele que é de coração, e não na carne. Em outra passagem, Paulo foi mais enfático e claro:

“Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.”  Rom. 9:6-8.

Perceba como inicia-se a afirmação do apóstolo: “Não que a palavra de Deus haja faltado”, disse ele. Ou seja, todas as promessas de Deus serão cumpridas. Se Deus disse que serão selados 144.000 das tribos de Israel, isto com certeza se cumprirá! Mas, de que forma, já que as tribos literais não existem mais? Paulo argumenta que as promessas de Deus não se cumprirão com a descendência literal de Abraão, não com israelitas literais, mas com os filhos da promessa. Estes sim são os verdadeiros israelitas e não os descendentes segundo a carne! Para Deus, não se conta se é ou não um israelita literal, o que Deus considera é se a pessoa é uma nova criatura em Cristo Jesus, isto faz do ser humano o verdadeiro israelita e herdeiro de todas as promessas divinas, incluindo ser selado entre os 144.000!

“A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.” I Corintios 7:19.

“Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura.” Gálatas 6:15.

É isto que Deus conta como critério para ser assinalado neste tempo.

Ao escrever aos Gálatas, Paulo fez a seguinte declaração:

“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo.” Gálatas 3:16.

Cristo é a legítima descendência de Abraão, e a esta descendência foram feitas todas as promessas pertencentes a Israel. E “nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” Gálatas 3:28.

E conclui de forma maravilhosa o grande apóstolo:

“E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” Gálatas 3:29.  

Depois de um exaustivo estudo sobre quem é na verdade o Israel de Deus, mostrando que ele se trata de todo o crente em Cristo, Gerhard F. Hasel, escreveu:

“Resumindo, o Antigo e Novo Testamento concordam que o verdadeiro Israel de Deus são os crentes, não se levando em consideração a origem étnica ou identidade nacional.” Parausia – Revista do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia – Ano 6-Nº 1/1º Semestre de 2007, pg 18.

                                                   

Os que serão selados, portanto, são os que aceitaram a Cristo como salvador e que têm direito a todas as promessas referentes a Israel, pois são assim incorporados à igreja dos santos que guardam os mandamentos.  Estes são os israelitas que receberão na testa o selo do Deus vivo.

Leandro Quadros também parece se equivocar completamente ao dizer:

“Além desses 144.000 por ocasião da volta de Cristo o verso 9 de apocalipse 7 menciona que haverá uma grande multidão que ninguém pode contar.”

Digo, parece se equivocar, porque não posso crer que ele realmente desejou dizer o que disse! Ellen White esclarece que os únicos santos vivos por ocasião da segunda vinda de Cristo serão os 144.000. Não haverá nenhuma grande multidão de salvos que estarão vivos por esta ocasião. Vejamos:

“Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto. Ao declarar Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com o esplendor da glória de Deus, como aconteceu com Moisés, na descida do monte Sinai... Logo nossos olhares foram dirigidos ao oriente, pois aparecera uma nuvenzinha aproximadamente do tamanho da metade da mão de homem, a qual todos nós soubemos ser o sinal do Filho do homem.” Primeiros Escritos pg 15.

A inspiração é clara, o número de salvos a viverem por ocasião da segunda vinda de Jesus será de 144.000, os restantes serão ímpios. Não existirá nenhuma grande multidão de salvos vivos por aquele tempo, Prof. Leandro Quadros!

Quando é que a Grande multidão de Apocalipse entrará em cena? Devemos lembrar que Apocalipse 7:4,9, mostra apenas duas classes de salvos, uma selada e contada, 144.000, e uma grande multidão que não pode ser contada! Já vimos que os 144.000 serão os únicos santos vivos que irão recepcionar Jesus em sua segunda vinda. E a grande multidão onde estará ela? A grande multidão, ainda no início da segunda vinda de Jesus, quando aparecer a pequena nuvem, ainda estará na sepultura. Somente durante a segunda vinda de Jesus é que ela será ressuscitada. A inspiração é clara:

“Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: "Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!" Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e os que ouvirem viverão. E a Terra inteira ressoará com o passar do exército extraordinariamente grande de toda nação, tribo, língua e povo. Do cárcere da morte vêm eles, revestidos de glória imortal, clamando: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?" I Cor. 15:55. E os vivos justos (144.000) e os santos ressuscitados (Grande multidão) unem as vozes em prolongada e jubilosa aclamação de vitória.” - White, E. G. O Grande Conflito, pg. 649, 650.

Por isso Leandro Quadros, lamentamos muito sua falta de conhecimento do assunto e lamentamos mais ainda o fato de você destilar suas muitas conclusões equivocadas no coração de tantas pessoas não esclarecidas.

Já vimos, portanto, que as colocações do Prof. Leandro, procurando provar que o número dos 144.000 é simbólico não procedem. Isto por si só deve mostrar a literalidade deste número. No entanto, vamos somar mais algumas provas.

É importante, porém, ainda lembrar que no meio adventista não reina unidade doutrinária em muitas questões. No assunto do selamento muito menos. Existem muitas ideias sobre o assunto. Não sabem, como igreja, explicar esta questão de forma clara e conclusiva. No que diz respeito ao número dos selados alguns pensam ser literal, porém que 144.000 se compõem daqueles que nunca passarão pela morte. Outros já pensam que é um número simbólico, no caso de Leandro Quadros, que os 144.000 representam um número maior de salvos. Outros não sabem dizer o que pensam. Outros acham ainda que este assunto não está revelado, etc. Mas o que diz a inspiração? Esta deve ser nossa pergunta. Em face de um “assim diz o Senhor” se anula o que pensam ou dizem os humanos.

Tanto a Bíblia quanto o Espírito de Profecia atestam a literalidade do número dos 144.000. Em nenhuma passagem a inspiração sequer sugestiona que este número não seja literal.

Vejamos o que está escrito sobre isto!

“E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel”. Apocalipse 7:4.

Lendo o texto acima, nada nos indica que este número de 144.000 não seja literal, mesmo porque os números no Apocalipse sempre são literais: 7 selos, 7 trombetas, 12 portas 24 anciãos, 7 igrejas, etc. Sempre representam uma cifra exata, e neste caso não pode ser diferente com os 144.000. Mais duas observações, contudo, nos levará ainda mais a uma conclusão lógica e racional, que o número é literal sim.  Suponhamos seja um número simbólico, que representa na verdade uma quantidade maior de salvos; em uma visão deste grupo ou número, quantas pessoas seriam então vistas? Vejamos bem, se ao ouvir o número de 144.000 este número representasse, por exemplo, dois bilhões de salvos, quantas pessoas veríamos se nos fosse dado o privilégio de ver estes salvos? Veríamos apenas 144.000 ou veríamos dois bilhões? Claro, veríamos o número total de salvos, os dois bilhões! Mas quando foi dado a João ver o número de selados, ele disse:

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai”. Apocalipse 14:1.

Veja que, em visão, o número de salvos não é dois bilhões, mas apenas de 144.000. O que mostra que o número não é simbólico, mas literal, que expressa exatamente uma cifra definida e real. Se o número fosse simbólico e expressasse um número maior de salvos, então João teria contemplado esta totalidade de salvos quando os visse, contudo, ele viu apenas 144.000, o que mostra que o número é exatamente como disse o Senhor que é!

Existe outro detalhe que deve ser considerado em Apocalipse 7, comprovando que este número é literal. No versículo 4 temos uma multidão contada em contraste com a multidão do versículo 9, que não pode ser contada. Duas multidões em contraste em termos de número: Uma pode ser contada e numerada, a outra não pode ser contada nem numerada.  Isto mostra que a primeira multidão de 144.000, a contada, é literal. Caso fosse simbólica e também não poderia ser contada. Seria mais simples dizer: “Uma multidão de selados que ninguém podia contar”. Assim como foi dito da grande multidão. Todavia, temos um número definido e específico, 144.000 selados!

O Espírito de profecia confirma o número literal nas seguintes palavras:

“Os santos vivos em número de 144.000, reconheceram e  entenderam  a  voz  ao  passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto”. White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 45.

“Cessa então  Jesus  de  interceder  no  santuário  celestial  com  grande  voz  diz:  ‘Está feito;’... Todos os casos foram decididos para a vida ou para a morte. Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados. O número de Seus súditos completou-se;...”.  White, E. G. O Grande Conflito, pg. 619.

Digamos que você tem um bonito pomar em sua casa, com muitos pés de laranja. Você pede então a seu filho que lhe traga 10 laranjas. Ele vai ao pomar, e, ao começar apanhar as laranjas começa a contar: 1, 2, 3 ... Quando chegar em 10, ele vai pensar: “Completou o número!” Mas se você não especifica a quantidade, se você não lhe diz exatamente o número de laranjas que ele deve apanhar, ele poderá dizer que o número de laranjas completou-se?

“Vi anjos indo aceleradamente de um lugar para outro no Céu. Um anjo com um tinteiro de escrivão ao lado voltou da Terra, e referiu a Jesus que sua obra estava feita, e os santos estavam numerados e selados”. White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 279.

Numerar é colocar número em determinada objeto ou indivíduo. É dizer: Este é o primeiro, este é o segundo, este é o terceiro, etc. Isto não seria possível se o número dos 144.000 for simbólico e não literal!

“Naquele tempo terrível, depois de finalizada a mediação de Jesus, os santos  estavam a viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Cada caso estava decidido, cada jóia  contada”. White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 280.

Contar é dizer: 1, 2, 3, 4... 144.000! Lembre-se que a grande multidão (Apoc. 7:9)em contraste com os 144.000 não pode ser contada porque não tem um número específico!!

Todas estas passagens inspiradas atestam enfaticamente que os 144.000 é constituído de um número literal!!

Nosso desejo é que tanto o apresentador bem como o orador do programa “Na Mira da Verdade”, analisem com oração as provas incontestáveis postadas aqui, e, quem sabe em um programa posterior eles corrijam seus erros.

Não ignoramos que o programa “Na Mira da Verdade” tem suas qualidades e pontos positivos, no entanto, quando o erro é misturado com a verdade, o erro se torna mais letal, pois se acha camuflado sob a aparência de retidão. Quantas pessoas levarão a sério as colocações equivocadas de Leandro Quadros na questão dos 144.000 por que ele defende o sábado e outras doutrinas Bíblicas?

Rogamos a Deus que Ele esclareça as almas sinceras e trabalhe de uma forma especial no coração do Prof. Leandro Quadros para que ele conheça a verdade completa como ela é em Jesus. Amém!

Se desejar maiores esclarecimentos, entre em contato:

cristiano_souza7@yahoo.com.br