sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Jesus é Jeová?


As escrituras do antigo testamento revelam explicitamente, sem deixar dúvidas, mais de uma Pessoa na Divindade. Veremos aqui também que estas Pessoas são iguais, co-eternas, auto-existentes, sem princípio e sem fim, possuindo Ambas o mesmo poder, nome, título, caráter e essência. Estas passagens não oferecem margem para  uma  compreensão  errada.  Pedimos ao leitor que as leia e releia com oração e com um coração desejoso de saber a verdade. Lembremo-nos da promessa:

“Filho Meu, se aceitares as Minhas palavras, e esconderes contigo os Meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, e se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a tua voz, e se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás  o  temor  do  Senhor,  e  acharás  o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria:  da  Sua  boca  vem o conhecimento  e  o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos:  escudo é para os  que  caminham na sinceridade”. Prov. 2:1-7; Tg.1:5.

Apeguemo-nos a esta promessa, e analisemos, portanto, o que o Senhor tem a nos mostrar:

“Então lhe disse o Anjo do Senhor... Disse mais o Anjo do Senhor: Multiplicarei sobremaneira a tua semente... Disse-lhe também o Anjo do Senhor... E ela chamou o nome do Senhor (YHWH), que com ela falava: Tu és DEUS da vista, porque disse: Não olhei eu também para Aquele  que  me vê?” Gên.16:9-13.

Como podemos facilmente perceber o sujeito principal da oração é o Anjo do Senhor.  É o Anjo do Senhor que se revelou a Hagar. Portanto, não Deus Pai, mas Seu Anjo.  No versículo 10, o Anjo atribuiu a Si mesmo o poder de multiplicar a semente de Hagar.  Isto, porém, não seria correto, caso este Anjo fosse um simples anjo. Porém, a inspiração diz que este Anjo era também SENHOR, (Vers. 13) ou, como aparece no hebraico era também YHVH. Estas quatro consoantes eram usadas para escrever o nome próprio do Deus verdadeiro.  Provavelmente, YHVH, se pronunciava IAVÉ. Acredita-se que, YHVH é a forma do verbo ‘ser’ e, nestas circunstâncias significa ‘O ETERNO’ ou ‘O EXISTENTE POR SI’. Não podemos também passar por alto o reconhecimento de Hagar, dirigindo-se ao Anjo do Senhor disse ela: “Tu és DEUS”.

Vemos assim, nos versículos acima citados, dois Seres existentes por Si, incriados,  sendo eternos, sendo Deus. Nosso desejo, é que reconheças este Anjo do Senhor, dizendo como Hagar: “Tu és Deus”.

E disse o Anjo DE Deus em sonhos: Jacó. E eu disse: Eis-me aqui. E disse Ele: Levanta agora os teus olhos, e vê que todos os bodes que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados; porque Tenho visto tudo o que Labão te fez. EU SOU O DEUS DE BETEL, onde tens ungido uma coluna, onde Me tens votado um voto;...” Gên. 31:11-13.

Nesta passagem, podemos notar uma semelhança com a que vimos acima. No versículo 11, aparece novamente o Anjo de Deus falando, e, no versículo 13, este Anjo se intitula mais uma vez Deus. O anjo ainda acrescenta que Ele é o Deus a Quem Jacó votou um voto dizendo: “... e eu em paz tornar a casa de meu pai, O SENHOR (YHVH) SERÁ O MEU DEUS;... Gen. 28:21.

Queremos fazer aqui duas observações: A primeira é que um simples anjo jamais aceitaria qualquer ato de reverencia ou adoração; os anjos jamais se apossaram de atributos pertencentes a Divindade, mas atribuíam toda sua capacidade ao Senhor. A Bíblia deixa esta questão bem clara:

“E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” Apocalipse 19:10.

“E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus. Apocalipse 22:8-9.

Não é assim, porém, com o Anjo que estamos considerando.  Ele aceita votos e atos de adoração feitos a Ele, e se intitula DEUS, O SENHOR, o Ser existente por Si mesmo.

A segunda, que queremos esclarecer, é que não podemos admitir, sob circunstância nenhuma, que este Anjo estava apenas falando como se fosse Deus, ou estava-O representando. Isto, repetimos, não pode ser entendido assim ou desta forma. Mesmo porque, quando isto acontecia, os mensageiros de Deus diziam: “Assim diz o Senhor”. Isaias Por exemplo disse: Eu Sou o Senhor teu Deus...”. Mas esta declaração não pode ser entendida como se o profeta estivesse se intitulando Deus, pois no início do versículo está escrito: Assim diz o Senhor...” Identificando o Senhor como Deus e não  Isaias (Is. 48:17). Não é este, porém, o caso do Anjo do Senhor. Nenhuma palavra Ele jamais utiliza como “Assim diz o Senhor”, ou coisa semelhante.  Mas diz: “EU Sou o Senhor, ou EU sou o Deus...”.

Assim também acontecia com aqueles que estavam representando algum rei ou reino. Veja como exemplo II Crôn. 32: 9-15. Falavam como se fossem o próprio rei, mas antes diziam: Assim diz  o rei...”, ou como está no  versículo citado acima: “ Assim diz Senaqueribe, o rei da Assíria ...”.

O anjo do Senhor, porém, ao qual estamos nos referindo, não utiliza estas expressões, mas refere-se a Si mesmo como Deus.

Após o pecado ter entrado no mundo, o Pai ocultou-se do homem. A promessa de um libertador – Gên. 3:15 - fez de Jesus o mediador entre o homem e o Pai. Daí em diante o Pai não se comunicaria diretamente com homem, nem se mostraria a algum mortal. A Bíblia afirma que Deus não pode ser visto e que nenhum homem jamais o viu:

“Deus nunca foi visto por alguém...” Jo. 1:18.

“... a Quem nenhum dos homens viu nem pode ver...” I Tim. 6:16.

No entanto, a Bíblia afirma categoricamente que várias pessoas viram a Deus. Gên. 32:23-30; Jz 13:15-22;  Is. 6:1, 5;  Num. 12:6-8; etc.

Compreendendo a relação de mediador que Cristo ocupa, não fica difícil entendermos que Deus o Pai realmente nunca foi visto por alguém, mas Cristo, ocupando a posição de mediador entre Deus e o homem era Quem aparecia a estes santos homens e se comunicava com eles, identificando-se também como um Ser igual ao Pai, como sendo também o Deus eterno, o Deus de Abraão de Isaque e Jacó, o Deus todo poderoso. Jacó reconheceu isto ao dizer:

O Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que nasci, até este dia; o Anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes...”. Gên. 48:15-16.

João, o apóstolo amado, exemplificou esta verdade ao afirmar:

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer”. Jo. 1:18.

A Bíblia na linguagem de hoje diz:

“Ninguém nunca viu a Deus. Somente o Filho único, que é o mesmo que Deus e esta perto do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus.”

Na versão internacional, está escrito:

Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido”.

Isto não se refere apenas ao tempo em que Jesus esteve nesta terra como homem, mas também ao período em que Se manifestava aos seus servos no tempo do Antigo Testamento. II Tim. 1:9; At.3:11,12.

Sim, era Cristo que Se manifestava a Seu povo e a Seus servos os profetas como um anjo, identificando-se como o Deus Eterno, o Criador dos céus e da Terra. Sendo Um com o Pai, era como se fosse o próprio Pai. Daí a expressão dita a Felipe:

“Quem Me vê a Mim vê o Pai”. Jo. 14: 9; 12:45.

Cristo tem todas as qualidades Divinas que o Pai, sendo também eterno, possuindo o mesmo poder, sem princípio e sem fim. Jesus mesmo declarou:

Tudo quanto o Pai tem é Meu”. Jo. 16:15.

Foi Jesus que esteve com Moisés na sarça e durante sua jornada à terra prometida. A inspiração nos assegura:

“E apareceu-lhe o Anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça... E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima. E vendo o SENHOR que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse:... EU Sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus. ...  E disse Deus a Moises: Eu  sou  o  que  sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou vós.” Êx. 3: 2-14.

Ninguém pode afirmar, sem contradizer a Bíblia, que foi Deus o Pai quem apareceu na sarça a Moisés. O relato sagrado é bastante claro:

“Apareceu-lhe o Anjo do Senhor...”.

Mas este anjo intitula-se o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, o Grande EU SOU. E perguntamos: Quem era o Deus de Abraão de Isaque e Jacó? Não adoravam eles o Deus único e verdadeiro, o Criador dos céus e da Terra? Ou adoravam um semideus?

Este anjo não estava aqui falando em nome de Deus, pois não aparece nenhuma frase como Assim diz o Senhor” ou outra semelhante.  Ao contrário, a afirmação foi enfática: EU SOU o Deus...”.

Notemos ainda que este anjo é identificado pela inspiração como sendo Senhor, (YHVH) o Ser sem princípio, sem fim.

Para aqueles que persistem em querer afirmar que Deus o Pai é que estava na sarça pediríamos que lessem Atos 7:35. Lá encontramos que naquela ocasião apenas o Anjo do Senhor estava presente. Inquestionavelmente, este Anjo, que não pode ser ninguém mais a não ser Jesus, é também o Deus eterno, o Grande Eu Sou.

Foi Cristo que, do monte Horebe, falou a Moisés, dizendo: “EU SOU O QUE SOU…. Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.” Êxo. 3:14. Foi esse o penhor da libertação de Israel. Assim, quando Ele veio “semelhante aos homens”, declarou ser o EU SOU. O Infante de Belém, o manso e humilde Salvador, é Deus manifestado 'em carne'. I Tim. 3:16.  - Ellen G. White , O Desejado de Todas as Nações, pg. 24.


A experiência de Balaão também nos revela verdade semelhante:

“E disse o Anjo do Senhor a Balaão: Vai-te com estes homens, mas somente a palavra que Eu falar a ti esta falarás. Assim Balaão foi-se com os príncipes de Balaque. Então o SENHOR pôs a palavra na boca de Balaão,... E ele (Balaão) respondeu e disse: Porventura não terei cuidado de falar o que o SENHOR pôs na minha boca?” Num. 22: 35; 23: 5,12.

“E subiu o Anjo do Senhor de Gilgal a boquim, e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe a terra que a vossos pais tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o Meu concerto”. Jz. 2:1; Ex. 3:7,10; Gen. 17:5-8; etc.

Aqui, vale lembrar mais uma vez, não existe nenhuma introdução do Anjo como: “Assim diz o Senhor...”.

Na experiência de Jacó, naquela luta próximo ao vau de Jaboque, podemos identificar verdade semelhante. Jacó empenhou-se numa luta com um Ser. A princípio julgou ser um oponente, mas descobriu que estivera a lutar com Deus. Gên. 32:28.

Sobre esta parte da vida daquele patriarca a Bíblia relata:

“E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, (A face de Deus) porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e minha alma foi salva”.

Jacó reconheceu em seu oponente um Ser Divino, reconheceu que estivera a lutar com Deus. Aqui é importante lembrar que Deus (o Pai) nunca foi visto por alguém. J0. 1:18; I Tim. 6:16. Na verdade, este Ser que Jacó reconheceu como sendo Deus, era o Anjo do Senhor, que está em igualdade com Deus o Pai.

O profeta Oséias, referindo-se a esta experiência, enfatiza que Jacó lutou realmente com o Anjo do Senhor, mas relembra também que este Anjo era também Senhor, o Deus dos Exércitos. Assim escreveu ele:

“Como príncipe lutou com o Anjo, e prevaleceu; chorou e lhe suplicou:... Sim, com o SENHOR, (YHVH) o DEUS dos Exércitos:...” Os. 12: 2- 5.

Manuá e sua esposa, os pais de Sanção, passaram por experiência semelhante. Quando Manuá, perguntou ao Anjo se era realmente o homem que tinha estado com sua esposa a primeira vez, o Anjo disse-lhe: EU SOU. Estas palavras nos fazem relembrar outra ocasião em que este mesmo anjo apareceu a Moisés. Enviando-o aos filhos de Israel com a mensagem: EU SOU me enviou a vós.

Os versículos 15-21 de Juízes 13, mostram claramente tratar-se do Anjo do Senhor novamente. Quando Manuá lhe perguntou pelo nome, o Anjo disse-lhe:Porque perguntas assim pelo meu nome, visto que é Maravilhoso?”.

Sim, caro amigo, Aquele Anjo era Jesus. Isaias diz que o nome de Cristo é Maravilhoso. E não para aí. Diz também que o Senhor Jesus é Deus Forte, o Pai da eternidade. Is. 9:6.

Temos a narração ainda das escrituras que diz:

“... então conheceu Manuá que era o Anjo do Senhor”.

Mas este homem de Deus, Manuá, reconhecia Quem na verdade era o Anjo do Senhor.  Disse:

“Certamente morreremos, porquanto temos visto a DEUS”.

Eles realmente tinham visto a Deus, mas não o Pai.  Estiveram diante de Cristo, o Deus Unigênito.

Passagem bastante interessante encontra-se também em Malaquias 3:1:

“Eis que Eu envio o Meu anjo, que preparará o caminho diante de Mim: e de repente virá ao Seu templo o SENHOR, a quem vós buscais, o Anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem, diz o Senhor dos exércitos”.

Esta vinda do SENHOR (No original está YHVH que pode ser traduzido por Jeová ou  Iavé)  a Seu templo deu-se quando nosso Salvador Jesus esteve presente no templo de Jerusalém. Era Ele o Anjo do concerto, o SENHOR que viria a Seu templo.

No primeiro templo construído por Salomão a glória de Jeová foi visível a todos. II Crôn. 7:1-3. Quando o templo construído por Salomão foi destruído pelos babilônicos, somente depois de 70 anos foi reconstruído. Quando foi concluída a obra de reconstrução, nenhuma manifestação visível da glória de Deus assinalou a presença de Jeová.  O profeta Ageu deu então ao povo a mensagem:

“Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada em vossos olhos, comparada com aquela?”  Ag. 1:3.

Mas a promessa mais bela viria a seguir:

“E farei tremer a todas as nações, e virá o Desejado de Todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o Senhor dos Exércitos. A glória desta última casa será MAIOR do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos...” Ag. 1: 7,9.

Todos sabem e ninguém duvida que essas profecias apontam para a vinda de Jesus. Aquele segundo templo não teve uma manifestação visível da glória de Deus, mas teve a presença corpórea do próprio Filho de Deus. Jo 1:14. Como então aquele segundo templo sobrepujaria em glória ao primeiro se Jesus não fosse igual ao Pai?  Somente um Ser igual ou superior ao Pai poderia sobrepujar Sua glória. Cristo não é superior ao Pai, Ele é igual. Jo. 10:30. Mas pelo fato de poder estar entre os homens como homem não velado pela coluna de nuvem, pode adentrar o segundo templo. Neste aspecto o segundo templo teve mais glória que o primeiro.

Antes de encerrarmos este tópico, queremos ainda, analisar rapidamente mais um episódio bastante interessante. Encontra-se em Gênesis capítulo 18 e 19. Não vamos aqui estudar todos os versículos, pois o relato, para ser descrito aqui  em  pormenores,  ocupará  muito  espaço  e queremos ser breve. Lá encontramos o seguinte:

“Depois apareceu-lhe o SENHOR nos carvalhais de Manre,... e levantou os seus olhos, e olhou, e eis três varões estavam em pé junto a ele.... E disse meu SENHOR, se  agora  tenho achado graça nos Teus olhos, rogo-te que não passes de Teu servo...”.

“E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E disse: Ei-la aí está na tenda. E disse Certamente (Eu) tornarei a ti por este tempo de vida; e eis que Sara tua mulher terá um  filho... E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade. Assim pois riu-se Sara consigo, dizendo: terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?

“E disse o SENHOR a Abraão: por que se  riu  Sara  dizendo: Na verdade  gerarei  eu ainda, havendo já envelhecido? Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR? Ao tempo  determinado (Eu) tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho.... E levantaram-Se aqueles varões dali; e olharam para a banda de Sodoma; e Abraão ia com eles, acompanhando-os”.

Aqui devemos fazer algumas considerações. A inspiração é bem clara quando diz que o SENHOR apareceu a Abraão. Aqui encontramos o tetragrama (YHVH) novamente, revelando que Aquele que foi ter com Abraão não era um anjo comum, mas Alguém cuja a inspiração identifica-O como o Ser incriado, Jeová, ou Iavé como muito preferem chamá-Lo.

No versículo 13, 17 e 20 do capítulo 18, encontramos a confirmação desse fato, quando lemos:

“E disse o SENHOR...”.

Isto também está demonstrado claramente do versículo 19-20:

“E disse o SENHOR: Ocultarei Eu a Abraão o que faço,...?” 

Mas, prestemos bastante atenção no que vem a seguir:

Disse mais o SENHOR:... (EU) Descerei agora, (Para Sodoma) e verei se, com efeito, tem praticado segundo este clamor, que tem vindo até Mim; e se não, sabê-lo-ei”. Vers. 21.

Ninguém que aceite a palavra de Deus como é, negará a clareza desse versículo. Jeová ou o Senhor, ou YHVH desceu até Sodoma. A bíblia diz que não foi Só. Relata que:

“Então viraram aqueles varões o rosto dali, e foram-se para Sodoma; ...”.

Ao chegarem os dois Anjos em Sodoma, Um deles foi identificado realmente como sendo, o SENHOR. Gên. 19:18.

Mas, a linda verdade não termina por aí. As escrituras relatam que o Senhor foi até Sodoma, mas diz também:

“... mas Abraão ficou ainda em pé diante da face do SENHOR”.

Do início do capítulo 18 até aqui podemos identificar três personagens. Não sabemos quem era o terceiro, mas de uma coisa podemos ter certeza: Dois Deles –O que ficou com Abraão e Um dos que foram à Sodoma – eram JEOVÁ, IAVÉ, YHVH, o Ser incriado, o Ser existente por Si mesmo! Com Aquele Senhor que ficara com Abraão, o patriarca intercedeu em favor dos ímpios moradores de Sodoma.

“E foi-se o SENHOR quando acabou de falar a Abraão;...”. Vers. 33.

Aqui, o SENHOR, que ficara com Abraão, não se dirigiu também a Sodoma. A Bíblia é clara e veremos isto, que Este SENHOR que ficou com Abraão foi ao Céu. Tanto é que no capítulo 19, versículo 1, temos a chegada  de apenas dois  Anjos  a  Sodoma. Um deles é identificado como Sendo realmente o SENHOR ou YHVH Gên. 19:18. (Lembremos que estas quatro consoantes eram usadas para referir-se ao Deus verdadeiro, O Criador.) Notemos bem: No capítulo 18:1-21, temos três personagens, Um, identificado como sendo o SENHOR, desce até Sodoma. Com seu companheiro chega lá. Gên. 19:1. O outro, identificado como sendo o SENHOR também, permanece com Abraão, e depois sobe ao Céu.

Depois que os dois Anjos tiraram Ló da cidade, a Bíblia traz este precioso pensamento:

“Então o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra”. Gên. 19:24.

Aqui temos, de acordo com o texto e o contexto, Dois YHVH.  Um que estava na terra com o objetivo de averiguar a iniqüidade prevalecente em Sodoma, Identificado, como vimos até aqui, como sendo também Deus ou o SENHOR, que fez chover enxofre e fogo, do Senhor que permaneceu com Abraão e que naquele momento se achava no Céu. Em outras palavras:

“Então o SENHOR - que estava na Terra - fez chover enxofre e fogo, do SENHOR – que estava no Céu - sobre Sodoma e Gomorra”.

Estes dois capítulos –  Gênesis 18, 19 –  trazem  muita  verdade  sobre  este  assunto,  o  da  Tri –Unidade de Deus. Não abordamos aqui todas as gemas preciosas que podemos tirar dos mesmos, mas, uma leitura detalhadas dos fatos, prestando atenção a cada palavra, a cada frase, revelará a verdade insofismável de que Jesus é também o Deus criador, é o Grande EU SOU; e que o poder glória e majestade do Pai também pertence Àquele que por nós deu sua vida.

Desejamos fazer uma consideração. No Salmo 45: 6,7. Este Salmo revela também duas Pessoas sendo Deus. Observe:

O Teu trono ó Deus, é eterno e perpétuo, o cetro do Teu reino é um cetro de eqüidade. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade”. Vers. 6.

A quem o salmista refere-se aqui como sendo Deus? A resposta mais certa e lógica é que está referindo-se a Jesus, chamando-O de Deus. Sem dúvida que o texto mencionado pelo escritor aos hebreus é o mesmo citado em Salmo 45:6,7. Mas aqui, em Hebreus, mostra-nos claramente tratar-se de uma declaração do Pai sobre o Filho reconhecendo-O e chamando-O de Deus.

“Mas do Filho diz: Ó DEUS o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de eqüidade é o cetro do Teu reino. Amaste a justiça e aborreceste a iniqüidade...”. Heb. 1: 8,9.

Aqui não podemos deixar de fazer uma observação: Deus o Pai reconhece a Jesus como sendo Deus, O salmista também o faz. Por que não O reconhecermos nós também?

No versículo 7 do salmo 45 o salmista então, refere-se ao Pai quando diz:

“... por isso Deus, o Teu Deus te ungiu com óleo de alegria,...”.

Assim, neste Salmo, aparecem duas Pessoas reconhecendo-Se mutuamente como sendo Deus. Seria muito bom se o prezado leitor fizesse uma cuidadosa comparação entre o Salmo 45:5 e 6, e Hebreus 1:8 e 9.

Sim, caro amigo. Jesus é tão verdadeiramente Deus como o é o próprio Pai. Todos que não sabem disto devem sabê-lo. “Para que todos honrem o Filho assim como honram o Pai”. Jo. 5:2

                                                       O CRISTO ETERNO 

Como vimos até aqui, não houve jamais um tempo em que Deus estivesse só. Sua auto-existência sempre foi compartilhada por mais Alguém. Abaixo, aliamos mais algumas provas a este respeito.

Em provérbios 8:22-36, encontramos o relato da sabedoria personificada, aqui usada para referir-se a Cristo, pois Paulo refere-se a Jesus como sendo “sabedoria de Deus." I Cor. 1:24. Queremos aqui chamar a atenção principalmente para o versículo 23, onde encontramos a declaração da sabedoria – que neste caso refere-se a Jesus - dizendo que esteve com o Pai “desde a eternidade”. Ou melhor, nunca houve um tempo sequer no passado em que Cristo  não  esteve com o Pai. A palavra de Deus remonta-se no passado a eras intérminas da  eternidade e afirma que o amoroso Pai sempre esteve em companhia de Seu Filho. A mensagem de Jesus no livro  de provérbios, é que, se pudéssemos percorrer o passado, nunca encontraríamos um tempo em que Cristo não existisse com o eterno Pai. No versículo 30, Jesus mesmo declara que esteve com o Pai durante “todo o tempo”. Isto está também expresso nas próprias palavras de Jesus quando disse:

“E agora glorifica-me Tu, ó Pai, junto  de  Ti  mesmo, com aquela glória que tinha  Contigo antes que o mundo existisse.”  Jo. 17:5.

O profeta Miquéias, profetizando sobre o Messias mencionou-O como não tendo um princípio, mas sendo um com Deus desde a eternidade. Assim escreveu ele:

“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre ilhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da ETERNIDADE”.  Miq.  5:2.

Em Isaías 9:6, o profeta, como que não encontrando uma linguagem mais adequada para expressar esta sublime verdade, inspirado pelo Espírito Santo, chama a Jesus de “Pai da eternidade”.

Cristo antecede a tudo que nossa mente possa alcançar. Ele é antes mesmo da eternidade...  Na eternidade passada a palavra de Deus nos afirma que nunca houve um momento no qual se poderia dizer que Cristo não existia.

Em Hebreus 7:3, encontramos que Jesus – sendo semelhante a Melquisedeque – não teve princípio. Não sabemos exatamente quem era na verdade Melquisedeque, mas por não ter este, na genealogia, um princípio, sendo sem pai sem mãe, o mesmo foi usado para  representar  a  Jesus. Na origem humana Cristo teve genealogia. Mat. 1:1-16; Luc 3:23-38.  Mas na origem Divina a palavra de Deus afirma que O mesmo nunca teve um princípio, mas que sempre existiu pelas eras eternas. Por isto o profeta Isaias lança-nos um desafio. Referindo-se ao Messias ele pergunta:

“Quem contará o tempo de Sua vida?” Is. 53:8.

Podemos ler no livro de Jó 36:26, uma passagem semelhante. Lá encontramos que o número de anos da vida de Deus não se pode calcular. Todos que leem esta passagem não podem deixar de ver a eternidade de Deus ali expressada. Igual peso deve ter a frase registrada em Isaias 53:8. Deixo pra você estimado leitor, refletir sobre esta pergunta. Quem, quem pode contar os anos de vida dAquele que sempre esteve junto de Deus? Os números com certeza, mesmo sendo infinitos, não seriam suficientes!...

Paulo, como que não encontrando palavras – e realmente não há – para demonstrar a eternidade de Cristo disse:

“... e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos”. II Tim. 1:9.

Referindo-se a Jesus como prefigurando a sabedoria, está escrito:

Desde a eternidade fui ungida...”. Prov. 8:23.

“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos...”. Heb.1:8.

Sem dúvida nenhuma esta passagem é também uma alusão ao Salmo 93:3, que diz:

“O Teu trono está firme desde então: Tu és desde a eternidade”. Sl. 93:2.

Assim, a palavra de Deus nos declara que Jesus esteve com o Pai durante TODO o tempo. Prov. 8:30. Esta mesma verdade foi enfatizada pelo apóstolo João quando escreveu:

... e o Verbo estava com Deus. Jo. 1:1.

Em Isaias 41:4; 44:6; 48:12, Deus diz que Ele é o Primeiro e o Último. Cristo, no entanto, aplica esta frase a Ele mesmo em Apocalipse 1:17, 18. Ou como encontramos em Apocalipse 1: 7, 8.

 O Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é e que era, e o que há de vir, o Todo-poderoso”.

“Eis que cedo venho, e o Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro”.  Ap. 22:12, 13.  Veja também: Ap. 11:16-17.

Na verdade, nenhum Ser no universo antecede ou antecedeu ao Filho de Deus. Ele é o Primeiro e também o Último. Como escreveu o salmista:

“Antes que os montes nascessem, ou que Tu formaste a Terra e o mundo, sim, de ETERNIDADE a ETERNIDADE, Tu és Deus”.  Sl. 90:2.

Compare, por favor, com João 1:3, 10; Col. 1:16-17; etc.

Anteriormente verificamos muitas provas de que o Anjo do Senhor possui as mesmas qualidades que Deus o Pai. O ponto destacado também foi que Este anjo é denominado pelo tetragrama, sendo chamado de Senhor ou YHVH, que, relembramos, demonstra um Ser existente por Si mesmo, incriado, eterno. Em várias passagens como vimos, Cristo aplica o tetragrama a Si próprio. Se fosse um ser não eterno, que teve uma origem em um determinado ponto, se fosse um ser criado, teria cometido pecado em aplicar a Si estas quatro consoantes usadas para referir-se apenas ao Deus verdadeiro. Deus não pode dar Sua glória a nenhum ser que não seja igual a Ele mesmo. Is. 42: 8.


“AO SENHOR TEU DEUS ADORARÁS”.


Esta expressão citada acima é bem conhecida na Bíblia e defendida por aqueles que dizem defender a honra de Deus. Todo Cristão, conhecedor da Palavra de Deus, defende a adoração apenas a Deus e nada menos que isso. Homens de Deus jamais a aceitaram. At. 10:25,26. Mesmo anjos que nunca pecaram não aceitam atos de adoração, porque sabem que não possuem qualidades para isso, não são Deus.

“E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus...”. Apoc. 19:10.

“E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”. Apoc.22:9.

Jesus conhecia bem esta verdade, de que apenas alguém com atributos de Deus poderia aceitar ser corretamente adorado. Ele ensinou pela vida e exemplo o que significavam as palavras que Ele mesmo citou registradas em Mateus 4:10. Mas porque Jesus então aceitou a adoração das pessoas com que entrava em contato nunca as reprovando como o anjo fez com João? Antes de respondermos esta pergunta leiamos algumas passagens sobre isto. A primeira está no evangelho segundo Mateus, em uma ocasião que Jesus era ainda um bebê. Vejamos:

“E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra”. Mat. 2:11.

Em outras ocasiões Jesus já adulto nunca reprovou tais atos de adoração:

E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo”. Mat. 8:2.

“Dizendo-lhes ele estas coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá”. Mat. 9:18.

“E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram”. Mat. 28:9.

“E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram”. Mat. 28:17.

“Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus”. Mat. 14:33.

Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou”.  Jo. 9:38.

“E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém”. Luc. 24:52.; etc.

Respondendo de forma lógica a pergunta que fizemos no início deste tópico, se Jesus disse que devemos adorar somente a Deus e Jesus aceita ser adorado, quem é Jesus? Sim é Deus também. Cristo possui esta qualidade não porque Lhe fora dada, mas porque Lhe pertence de forma natural e inseparável dEle.

Jesus era já adorado nas cortes celestiais antes de vir a esta Terra:

Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam”. Sl. 2:12.

Se alguém beijar uma imagem de escultura, conhecendo a proibição para tal ato, com certeza estará cometendo um pecado. Não é assim, porém com Jesus. Este ato de adoração é lícito quando direcionado a Ele, pois Ele também é Deus! E é Deus o Pai que pede que o respeitemos como tal.

 Leia também as referencia sobre o anjo do Senhor – que era Cristo – sendo adorado nas considerações anteriores.

Como vimos também aqui, Jesus fora adorado quando veio a este mundo, mesmo sendo um bebê. Os magos sabiam que ali naquela manjedoura estava o Rei do Universo, o Criador, por isso lhe prestaram aquela adoração. E durante Seu ministério Jesus também aceitava ser adorado. Deus mesmo disse que os próprios anjos deviam continuar a adorar a Cristo quando este viesse à Terra:

“E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus O adorem”. Heb. 1:6.

Deus mesmo diz que devemos adorar a Jesus, pois Jesus também é igual a Deus o Pai.

Depois de Sua morte e ressurreição Ele também foi adorado. E no Céu continua sendo adorado. Apoc. 4:10,11; 5:5:13,14. 1:17,18; etc.

A oração é um ato de adoração. Estevão adorou Jesus quando Este já se achava no Céu, quando dirigiu sua oração ao Salvador:

“E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”. At. 7:59,60.

No fim do milênio, depois dos mil anos, quando o mundo se achar em julgamento final diante de Deus, todos serão levados a adorar a Jesus, reconhecendo Sua soberania:

“Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra”. Fil. 2:10

Sim, Jesus pode ser adorado porque é Deus também. Ele não transgrediu o que Ele mesmo disse quando recebeu adoração e aceitou ser adorado.

A palavra grega usada em Mateus 4:10 é “Proskuneo: Adorar”. Essa adoração, de acordo com o que Jesus disse, devemos prestar unicamente a Deus. Mas em Hebreus 1:6, quando Deus ordena que os anjos adorem a Jesus, a mesma palavra usada (Proskuneo), em Mateus 4:10, é utilizada novamente em Hebreus 1:6, mostrando assim que, a mesma adoração que devemos dar a Deus, devemos dar também a Jesus.

“Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou”. Jo. 5:23.


cristiano_souza7@yahoo.com.br

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O CRISTÃO E A POLÍTICA

Temos visualizado alguns artigos na internet sobre a política e a participação do cristão na mesma. Principalmente no período das eleições este assunto sempre aflora em muitas mentes, e com ele, algumas interrogações:

Qual deve ser a atitude de um adventista diante da política? Podemos defender planos políticos? Podemos nos candidatar?  Podemos votar?

politica.htm e http://prgilsonmedeiros.blogspot.com.br/2008/07/votar-ou-no-votar-eis-questo.html  você verá duas supostas respostas a estas perguntas pelos pastores Alberto R. Tim e Gilson Medeiros. Porém, parece que os pastores mencionados, apesar de desejarem transmitir uma ideia aparentemente equilibrada para muitos adventistas, ao dar palidamente a impressão de mostrar que a inspiração separa o cristão da política, no mesmo instante, eles o colocam nela. Além de terem deixado de citar textos claros sobre este ponto, ainda apoiam não somente o cristão votar, mas até mesmo a se candidatar, ao escreverem:

“Os membros da Igreja adventista do Sétimo Dia devem reconhecer ser seu dever individual escolher conscientemente em quem votar.” Pr. Alberto R. Tim. Ênfase acrescida.

“Os membros da igreja são livres para candidatarem e/ou votarem em candidatos.” Pr. Gilson Medeiros. Ênfase acrescida.

“É certo que os membros da igreja têm o direito, como cidadãos, de se candidatarem e concorrerem a cargos elegíveis.” Pr. Alberto R. Tim. Ênfase acrescida.

“Entre os direitos do cristão adventista o exercício de sua cidadania, está o de ocupar cargos políticos.” Pr. Alberto R. Tim. Ênfase acrescida.

Segundo o pastor Alberto R. Tim este direito pode ser exercido mesmo à custa da transgressão do sábado. Ele escreveu:

“Embora a Igreja Adventista do Sétimo Dia não discipline os membros que, por iniciativa pessoal, votem durante as horas do sábado, a recomendação é que isso seja evitado.” Ênfase acrescida.

A inspiração contradiz frontalmente tal pensamento:

“Fossem os homens livres para se apartar das reivindicações do Senhor e estabelecer uma norma de dever para si mesmos, (O pastor Tim usa a expressão: “por iniciativa pessoal”) e haveria uma variedade de normas para se adaptarem aos vários espíritos, e o governo seria tirado das mãos de Deus”. Ellen G. White, Maior Discurso de Cristo pg. 51.

Bem, Entendemos a posição dos pastores citados sobre a questão da política na igreja, eles devem ter motivos para dizerem tais coisas. Uma delas talvez é que, sempre que a igreja precisar de apoio político ela o encontrará, já que ela tem membros infiltrados em várias áreas do poder político. Outro motivo é que, assim eles se expressando, não reprova os muitos políticos influentes que existem na igreja. Sem dúvida, é um laço “bonito” de amizade criado entre a igreja e a política mundana.

Muitas pessoas de influencia nas igrejas com cargos de responsabilidade, que se sentem incitados a apoiar planos políticos ou certos políticos “cristãos”, fariam bem se atentassem para o seguinte texto:

“Os mestres, na igreja ou na escola, que se distinguem por seu zelo na política, devem ser destituídos sem demora de seu trabalho e suas responsabilidades; pois o Senhor não cooperará com eles. O dízimo não deve ser empregado para pagar ninguém para discursar sobre questões políticas. Todo mestre, pastor ou dirigente em nossas fileiras, que é agitado pelo desejo de ventilar suas opiniões sobre questões políticas, deve-se converter pela crença na verdade, ou renunciar à sua obra. Sua influência deve ser a de um coobreiro de Deus no conquistar almas para Cristo, ou devem ser-lhe cassadas as credenciais. Se ele não muda, há de ser nocivo, apenas nocivo.” Ellen G. White, Obreiros Evangélicos pg. 393.

Por não seguirem estes e outros conselhos semelhantes, vemos, mesmo entre professos crentes no advento, cumprir-se a seguinte profecia:

“O príncipe das potestades do ar, apresentará planos e ideias mundanos e estranhos sentimentos e princípios diretamente opostos à lei de Deus. Aqui devemos reservar toda a nossa influência para levantar bem alto a verdade. Sentimentos trazidos para a frente por políticos, serão repetidos por alguns que se dizem observadores do sábado. Que anjos os assistem no púlpito ao se levantarem para dar ao rebanho veneno em vez de trigo puro, bem joeirado? Eis a atuação de agentes satânicos para trazerem confusão, para fascinar o espírito tanto de adultos como de jovens. Os que têm andado humildemente diante de Deus, não se absorverão em advogar tanto um como o outro lado desta questão.” Ellen White, Testemunhos para Ministros pg. 334.

Este texto é interessante porque menciona não somente políticos trazendo suas ideias e opiniões para a igreja, mas que estes conceitos políticos serão repetidos por alguns que se dizem observadores do sábado.

O pastor Alberto Tim, ao mesmo tempo em que defende a participação de membros da igreja na política, parece querer mostrar que existem certas regras e regulamentos nesta questão, ao dizer:

“Candidatos adventistas que usam eventualmente o púlpito devem pregar o evangelho, sem jamais fa­lar sobre política.

No entanto, o fato simples da igreja saber que o pregador é um candidato político, torna seu sermão, por mais cristocêntrico que possa ser, uma boa palestra política. Como veremos, não pode existir terreno neutro nesta questão.

Mas vamos verificar de forma mais clara sobre o que diz a inspiração sobre este ponto. Tanto o pastor Alberto R. Tim quando Gilson Medeiros, poderiam citar mais textos sobre a questão. Albeto Tim se limitou apenas em dar a fonte de ótimas declarações do Espírito de Profecia. Escreveu:

“No capítulo "Nossa Atitude Quanto à Política” do livro Obreiros Evangélicos, págs. 391-396 (ver também Fundamentos da Educa­ção Cristã, págs. 475-484), podem ser encontradas importantes orientações sobre o não envolvi­mento de obreiros denominacio­nais em questões políticas. Já o pre­sente artigo menciona alguns con­ceitos básicos sobre a posição dos adventistas como cidadãos, candi­datos e eleitores políticos.” 

Sem dúvida ele se esquece que a maioria dos membros adventistas não conhecem, não leem e nem têm os escritos de Ellen White em casa. Alguns nem acreditam nestes escritos como fonte inspirada. Por isso, já que ele se propôs a expor o assunto “Os Adventistas e a Política”, não deveria ter deixado de citar textos tão importantes. Mas, ao contrário disso, o artigo aborda “alguns con­ceitos básicos sobre a posição dos adventistas como cidadãos, candi­datos e eleitores políticos,” dando liberdade a que seus membros votem até mesmo em dia santo, no sábado, e apoiando candidatos adventistas, como fez também o pastor Gilson Medeiros ao escrever:

“Se tiver de escolher entre um não-Adventista e um adventista, escolha o Adventista.” Ênfase do autor.

Apesar do pastor Gilson se equivocar em várias de suas colocações, ele foi mais feliz em seu artigo do que o pastor Tim, pois que o primeiro pelo menos citou alguns textos claros da inspiração sobre a questão. No entanto, existem outros textos mais conclusivos sobre este assunto que não poderiam ter faltado nestes artigos se eles desejassem mesmo transmitir ao povo a vontade clara de Deus nesta questão da política.

Este trabalho tem por finalidade mencionar o que faltou e somar mais informações neste tema. Afinal, um adventista ou um cristão, pode se envolver na política de alguma forma se candidatando ou mesmo que seja apenas votando? Sobre votar em dia de sábado, vou dispensar meu comentários, por que creio que todo adventista sincero que entender que a política não é própria para um cristão, não irá nem questionar votar em dia santo e sagrado! Então vamos lá:

Talvez se pergunte: Não devemos ter ligação alguma com o mundo? A Palavra do Senhor tem de ser nosso guia. Qualquer ligação com os infiéis e incrédulos, que nos viesse identificar com eles, é proibida pela Palavra. Temos de sair do meio deles, e ser separados. Em caso algum devemos unir-nos a eles em seus planos de trabalho.” Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã pg. 482.

Esta passagem deveria ser suficiente para mostrar a verdade. Este texto mostra que é impossível um cristão ser candidato, pois que é obrigatório pertencer a algum partido político, ligando–se assim com os incrédulos, identificando-se com eles.

Seja qual for o período eleitoral pelo qual passamos, se a eleição é para eleger candidatos ao governo do país ou de municípios, através de votos, a população de um país escolhe seus dirigentes e governantes. Isto, no entanto, nunca esteve no plano de Deus para com Seu povo. A Bíblia deixa claro que o plano de Deus para com Seu povo era que este reconhecesse apenas um governo, o Teocrático. Ou seja, o povo de Deus reconhece apenas a Deus como seu Rei e Governador.

Quando o povo de Israel começou a olhar para as nações pagãs as quais possuíam cada uma delas um rei, começou a nutrir este mesmo desejo:

“E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.” I Samuel 8:5.

Percebe-se facilmente que até então o povo de Deus era governado de uma forma diferente de outras nações. O resultado desse pedido se nota no versículo seguinte:

“Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor.” I Samuel 8:6.

Lendo estes textos, não compreendemos como pode um cristão votar por alguém que o dominará, muito menos não compreendemos como uma pessoa com toda a luz que brilhou sobre nós nestes últimos dias, pode ele mesmo se envolver em algo que nunca esteve no coração de Deus.

Hoje as pessoas reclamam da administração de nosso país, por exemplo. Mas nada do que ocorre hoje, já de antemão não havia sido avisado por Deus (I Samuel 8:9-18). No entanto o povo insistiu:

“Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.” I Samuel 8:19-20.

Diante do pedido e insistência do povo, Deus disse:

“E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” I Samuel 8:7.

Olhamos estes textos e muitos parecem não perceber que ao votarem em algum candidato eles repetem o mesmo erro do povo de Israel em pedir um rei! A Bíblia reforça esta ideia ao mencionar novamente:

“Mas vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe tendes falado: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o Senhor, pelas vossas tribos e segundo os vossos milhares.”  I Samuel 10:19.

Quantos cristãos chegam até mesmo a entrar em discussão sobre quem será o melhor candidato para governar o país? Quantos que se dizem cristãos escolhem para eles um rei ou presidente ao votar?
Deus desejava que Seu povo entendesse plenamente esta questão, e por isso lemos:

“E vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, me dissestes: Não, mas reinará sobre nós um rei; sendo, porém, o Senhor vosso Deus, o vosso rei. Não é hoje a sega do trigo? Clamarei, pois, ao Senhor, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que tendes feito perante o Senhor, pedindo para vós um rei. Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor deu trovões e chuva naquele dia; por isso todo o povo temeu sobremaneira ao Senhor e a Samuel. E todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei. Então disse Samuel ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao Senhor, mas servi ao Senhor com todo o vosso coração.” I Samuel 12:12, 17-20.

Devemos estar atentos à inspiração e notar que a mesma é clara em nos dizer que não devemos cometer a mesma maldade ou o mesmo pecado do povo de Israel em escolher para nós nossos governantes.

Não devemos transigir com os princípios, para ceder às opiniões e preconceitos que talvez animássemos antes de nos unir com o povo observador dos mandamentos de Deus. Temo-nos alistado no exército do Senhor, e não nos cabe combater do lado do inimigo, mas do lado de Cristo, onde podemos ser um todo unido, em sentimento, ação, espírito e comunhão. Os que são genuinamente cristãos são ramos da Videira verdadeira, e darão o mesmo fruto que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos, mas os de Cristo.” Ellen G. White, Obreiros Evangélicos pg. 393.

No caso da alimentação, ao permitir Deus que o povo de Israel, ao chegar em Canaã, comesse carne, Deus diminuiu os efeitos deste mal ao dizer quais os animais  que o povo poderia comer e não comer, e as partes que não deviam usar.(Lv 11: 7: 22-27). Estes regulamentos ajudaram a minorar o mal, mas não resolviam totalmente o problema. Semelhantemente, a questão de o povo ter um rei, não era o correto, consistia um grave pecado. Deus, no entanto, procurou diminuir este mal não permitindo que o povo mesmo escolhesse o rei, mas que Deus o indicasse, como o fez no caso de Saul, Davi e Salomão. Este sistema teocrático representativo foi eliminado quando os costumes pagãos em que o filho herdava o trono do pai suplantaram de uma vez por todas o sistema teocrático. O resultado disso foi que reis corruptos subiram ao trono de Israel e Judá, unicamente por serem descendentes ou filho de um rei como mostra claramente os livros de Reis e Crônicas.

Por não representarem a vontade de Deus, estes reis acabaram muitas vezes sendo dirigidos por reis pagãos (Neemias 9:37) como no caso de Zedequias, que reinou debaixo do jugo Babilônico (Jeremias 52:2-3), ou no caso do rei Herodes que reinava sobre os judeus, mas tinha que prestar contas ao poder romano (Mateus 2:1; Lucas 3:1).

Ficou claro através do tempo e da história que os governos humanos não resolviam os problemas da humanidade, ao contrário, mergulhava mais e mais na miséria e desilusão. As profecias, portanto, apontavam apenas a um tempo em que haveria um reino justo e cheio de equidade. Tudo o que fosse diferente desse reino não precisam os cristãos olhar com esperança, pois já havia sido provado que os planos dos seres humanos nunca os levou à felicidade real. Deus sabia dessa triste experiência já de antemão. Por isso a inspiração dizia:

“O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.” Gênesis 49:10. 

“Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é a força da minha cabeça; Judá é o meu legislador.” Salmos 60:7; 108, 8;

Cetro é símbolo de governo e este sempre estaria nas mãos de Cristo. Apesar de que seres humanos é que governam o mundo, os cristãos sabem que em verdade Deus é seu Rei e é Ele que está no comando de tudo.

“... até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.” Daniel 4:25.

“ .... até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele.” Daniel 5:21.

Por isso, não é necessário que nós nos envolvamos na política deste mundo, no qual governam reinos que são simbolizados por animais ferozes e carnívoros que precisam devorar para poderem sobreviver (Dan. 7). É Deus, o governador de todo o Universo, quem decide quem irá governar ou reinar, e não os homens, muito menos o povo de Deus, através de votos! Daniel 4:17,26; Salmo 59:13; 66:7;145:13; Provérbios 8:15; Salmos 22:28; Jeremias 27:5,6; Salmo 103:19; I Crônicas 29:11; Daniel 2:20-22,37-38; Esdras 1:2.
Existem outros fatores importantíssimos envolvidos neste assunto. Recordemo-nos do que Jesus disse:

“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. João 18:36.

Perceba que o reino de Cristo não é deste mundo. Se fosse, os seus servos, os cristãos, pelejariam e batalhariam por um reino terreno melhor. Mas o reino dEle não é daqui.

“Mas Ele disse: "O Meu reino não é deste mundo." João 18:36. Não quis aceitar o trono terrestre. O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os abusos - extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração.” Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações pg. 509.

“Por mais de uma vez Cristo foi solicitado a decidir questões políticas e jurídicas; mas recusava-Se a interferir em assuntos temporais.” Ellen G. White, Obreiros Evangélicos pg. 396.

Muitos aspectos precisam ser considerados nestes textos. Semelhante ao governo em que Jesus viveu, corrupto, vivemos hoje também. Creio que nos dias de Jesus a situação era pior. No entanto, perceba que Aquele que foi nosso Exemplo, conservou-se afastado dos governos terrestres. Não atacou, não apoiou, não se envolveu com os governos deste mundo. Se temos a Jesus como nosso exemplo, se sabemos o que isto significa, tenho certeza que também nos conservaremos afastados da política. Jesus sabia que o remédio para a humanidade não estava ou não está em medidas meramente humanas, não se encontra em promessas políticas nem em planos de governos, Ele sabia que “Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração.” Para realizar esta obra, ele não deixou a política, mas instituiu Sua igreja, uma igreja teocrática com o fim de anunciar seu reino e Seu governo eterno de paz e justiça. Para realizarmos esta obra, não precisamos fazer parte do governo secular nem dele tomarmos parte, pois sabemos que o remédio para a humanidade não está nestas medidas.

Jesus deixou claro que seu reino não é desta Terra. Ele disse diversas vezes tratar-se do reino dos céus. Mateus 13:24, etc.  Paulo confirma isto da seguinte maneira:

“E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.” II Timóteo 4:18.

Nós, os cristãos, que constituímos o povo de Deus, somos súditos do reino celestial, por isso, neste mundo, somos estrangeiros e peregrinos.

“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Hebreus 11:13.

Nossa pátria está no Céu (Hb 11:14-16).

Sendo que somente cidadãos do país podem fazer uso do direito de votar, nós, na qualidade de estrangeiros e peregrinos, não temos o direito de voto, muito menos de participar em planos políticos.

Quanto ao mundo, dirão os cristãos: Não nos intrometeremos na política. Dirão decididamente: Somos peregrinos e estrangeiros; a nossa cidadania é de cima. Não serão vistos escolhendo companhia para o divertimento. Dirão: Deixamos de ser apaixonados por coisas infantis. Somos estrangeiros e peregrinos e olhamos para uma cidade que tem fundamento e cujo construtor e autor é Deus.” Ellen G. White, Testemunhos para Ministros pg. 131.

Segundo os pastores Alberto Tim e Gilson Medeiros, no entanto, os cristãos tem dupla cidadania.

“... temos dupla cidadania: uma celestial e outra terrena.” Gilson Medeiros. Ênfase acrescida

Neste ponto Alberto R. Tim foi mais feliz em sua colocação. Ele parece explicar a funcionalidade de estarmos neste mundo. Apesar de teologicamente também se equivocar em dizer que temos dupla cidadania, pois a Bíblia rejeita esta ideia ao dizer: “Estão no mundo, mas não são do mundo(João 17:16), Tim escreveu:

“Um terceiro princípio funda­mental é que cada cristão adventista possui uma dupla cidadania ele é, acima de tudo, cidadão do reino de Deus e, em segundo plano, cidadão do país em que nasceu ou do qual obteve a cidadania. Conseqüente­mente, deve exercer sua cidadania terrestre com base nos princípios cristãos de respeito ao próximo....”  Alberto R. Tim. Grifo acrescido.

Neste caso, apoiamos esta explicação. Porém, ficou claramente no artigo a ideia para o apoio político a crentes adventistas, como expressada também por Gilson Medeiros.

Entendemos o que querem dizer quando dizem que temos dupla cidadania. No entanto, nossa “cidadania” do país no qual vivemos, serve apenas para uma questão de ordem legal diante do governo neste mundo e não deve, segundo o Espírito de Profecia, ser exercida na questão política:

“Rogo aos meus irmãos designados para educar, que mudem sua maneira de agir. É um engano de vossa parte o ligar vossos interesses com qualquer partido político, dar o vosso voto com eles ou por eles. Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores, de colaboradores de Deus em qualquer sentido, não têm batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se acha nos Céus.” Ellen G. White, Obreiros Evangélicos pg. 393.

No plano de Deus, possuímos uma única cidadania, a celestial. Não podemos ficar divididos nesta questão. Se os fieis possuíssem dupla cidadania, uma do Céu outra neste mundo, como poderiam confessar que eram peregrinos estrangeiros na Terra?

“Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos comigo.” Levítico 25:23.

Nunca consegui imaginar Jesus dizendo: “Eu tenho dupla cidadania, Meu reino é do Céu e deste mundo, vou me envolver na política, e vou votar também durante as horas do sábado.” 
  
Isto pode parecer absurdo? Ser cristão é viver diferente de Jesus?

O Espírito de Profecia esclarece mais esta questão nas seguintes palavras:

“Deus prometeu a Abraão e a sua semente depois dele que teriam posses e terras, mas ainda assim seriam apenas estrangeiros e peregrinos. A herança e as terras destinadas não só a Abraão mas aos seus filhos não lhes serão dadas antes que a Terra seja purificada. Abraão receberá então o direito de posse de sua terra, suas possessões; e os filhos de Abraão receberão o direito de propriedade de suas posses. Cada um de nós deve sempre ter em mente que esta Terra não é nossa habitação, mas que teremos uma herança na Terra renovada. A destruição de Sodoma e Gomorra simboliza para nós como este mundo será destruído pelo fogo. Não é seguro, para nenhum de nós, colocar nossas esperanças nesta vida. Desejamos em primeiro lugar buscar o reino de Deus e Sua justiça.” MM 02: 79.

Isto por si só já deveria ser o suficiente para que todo bom cristão entendesse que não deveria mesclar o puro com o impuro!

“Não devemos, como um povo, envolver-nos em questões políticas. Todos fariam bem em dar ouvidos à Palavra de Deus: Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos em luta política, nem vos vinculeis a eles em suas ligações. Não há terreno seguro em que possam estar e trabalhar juntos. O fiel e o infiel não têm terreno neutro em que possam encontrar-se.” Mensagens Escolhidas, vol.2, pág. 336.

Mas na ideologia de alguns, contradizendo frontalmente a inspiração, existe sim um terreno neutro no qual o cristão pode se envolver na política, como de pode ver claramente nos artigos escritos pelos pastores Alberto R. Tim e Gilson Medeiros. Ficaremos com a inspiração?

O que Deus então requer de seu povo na questão da política? Ellen White foi clara:

“O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloqüência.” OE 391.

A inspiração faz um advertência a qual todo adventista sincero deveria atentar. Aqueles que sabem que em breve serão legisladas leis para controlar a consciência deveriam manter-se afastados da política. Mas ao contrário disso, vemos alguns incentivando votar em políticos cristãos, como se pudesse existir harmonia entre cristianismo e a política desde mundo poluído pelo pecado!

“Que devemos então fazer? - Deixai os assuntos políticos em paz. "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" II Cor. 6:14 e 15. Que pode haver de comum entre esses partidos? Não pode haver sociedade, nem comunhão. A palavra "sociedade" importa em participação, parceria. Deus emprega as mais vigorosas imagens para mostrar que não deve haver união entre partidos mundanos e aqueles que estão buscando a justiça de Cristo. Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas, a verdade e a injustiça? - Nenhuma, absolutamente. A luz representa a justiça; as trevas, a injustiça. Os cristãos saíram das trevas para a luz. Eles se revestiram de Cristo, e usam a divisa da verdade e obediência. São regidos pelos princípios elevados e santos que Cristo exemplificou em Sua vida.” OE393.

Vamos entender resumidamente o que a inspiração quer nos dizer:

A – A política é uma questão exercida por infiéis – O cristão é fiel.
B – Na política existe injustiça – Nós pertencemos à sociedade da justiça e da verdade.
C – A política é trevas – O cristão é luz.
D – A política é de Belial – Nós somos de Cristo.
E – Nada deve haver de comum entre cristãos e política, nem alguma sociedade. E “a palavra ‘sociedade’ importa em participação, parceria.” É impossível se candidatar sem que ocorra sociedade ou parceria com partidos ou planos políticos.

Analise com oração e muito cuidado também o seguinte texto:

“Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político. Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua influência para reprimir a liberdade religiosa, e pôr em execução medidas opressivas para levar ou compelir seus semelhantes a observar o domingo como sábado. O primeiro dia da semana não é um dia para ser reverenciado. É um sábado falso, e os membros da família do Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a lei de Deus, pisando Seu sábado. O povo de Deus não deve votar para colocar tais homens em cargos oficiais; pois assim fazendo, são participantes nos pecados que eles cometem enquanto investidos desses cargos.” OE 392.

Alberto Tim aplica este texto de Ellen White a políticos corruptos não a um político adventista “cristão”. Tim dá a entender que podemos conhecer as pessoas nas quais votamos, se forem pessoas “cristãs”. Ignora, porém, que o Senhor “não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” (I Samuel 16:7) E na política, pastor Tim, o que conta não é a aparência, mas exatamente o que o homem não conhece, o coração. E por isso “Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos.”

Eu não quero ser culpado por tantas corrupções, crimes, e até mesmo no futuro por leis que perseguirão o povo de Deus e que implantarão leis dominicais para controlar a consciência. Através de um voto poderemos estar tocando na menina do olho de Deus. Já paramos para pensar o que isto significa?

Hoje é ventilado no meio adventista assuntos sobre política, e existem, como se pode facilmente perceber pelos artigos mencionados, políticos adventistas. Como já vimos, isto não deveria ser assim e não era no passado. Sobre isto lemos:

“Os homens da intemperança estiveram hoje no escritório, exprimindo de modo lisonjeiro sua aprovação à atitude dos observadores do sábado não votando, e exprimiram esperanças de que eles fiquem firmes nessa atitude e, como os quáqueres, não dêem seu voto.” II ME 337.

Esta era a posição da Igreja no passado e esta é nossa posição hoje como igreja de Deus.

“Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso legislador; o Senhor é o nosso rei, ele nos salvará.” Isaías 33:22.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6.

“Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai.” Lucas 1:32.

“E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” Lucas 1:33.

“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.” Zacarias 9:9.

O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura em todas as gerações.” Salmos 145:13.

Gilson Medeiros parece conhecer pelo menos parcialmente esta verdade, ao dizer:

“Temos dupla cidadania e apenas a celestial vai prevalecer depois que tudo acabar.”

No entanto, Gilson Medeiros deve decidir de qual reino ele é cidadão. Coração dividido é perigoso.

O seu coração está dividido, por isso serão culpados; o Senhor demolirá os seus altares, e destruirá as suas estátuas.” Oséias 10:2.

Nossa relação com os governos

Antes que alguém saia por aí dizendo que o Movimento de Reforma é contra as leis existentes para proporcionar segurança e ordem, queremos dizer que, ao contrário disso, fazemos todo o possível para que leis boas e justas sejam cumpridas e obedecidas. A inspiração é clara:

“Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” Mateus 22:18-20.

“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” Romanos 13:1-7.

“Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda a boa obra; Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens.” Tito 3:1-3.

No entanto, estes textos não nos dizerem que devemos para isto se envolver em política. O Espírito de Profecia esclarece esta questão nas seguintes palavras:

“Os homens mundanos são governados por princípios mundanos e não podem apreciar quaisquer outros. A política mundana e a opinião pública inclui o princípio de ação que os governa e que os leva a praticar uma aparência de retidão. O povo de Deus, porém, não deve ser governado por estes motivos. As palavras e ordens de Deus, escritas na alma, são espírito e vida. Nelas há poder para subjugar e levar à obediência. Os dez preceitos de Jeová são o fundamento de todas as leis justas e boas. Aqueles que amam os mandamentos de Deus submeter-se-ão a toda boa lei na terra.” IT 361.
                    
Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera. Mas, quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que obedecer a Deus de preferência aos homens. A Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a legislação humana. Um "Assim diz o Senhor", não deve ser posto à margem por um "Assim diz a igreja", ou um "Assim diz o Estado". A coroa de Cristo tem de ser erguida acima dos diademas de autoridades terrestres. Não se nos exige que desafiemos as autoridades. Nossas palavras, quer faladas quer escritas, devem ser cuidadosamente consideradas, para que não sejamos tidos na conta de proferir coisas que nos façam parecer contrários à lei e à ordem. Não devemos dizer nem fazer coisa alguma que nos venha desnecessariamente impedir o caminho. Temos de avançar em nome de Cristo, defendendo as verdades que nos foram confiadas. Se somos proibidos pelos homens de fazer essa obra, podemos então dizer como os apóstolos: ‘Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus? Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.’ Atos 4:19 e 20.”  Atos dos Apóstolos 69.

Os que se dizem crentes no breve aparecimento de Cristo nas nuvens dos céus, que foram ensinados a orar “venha o Teu reino” representariam melhor esta crença se se limitassem a dar a esta questão da política a resposta que a inspiração oferece e não aquilo que convém para suas instituições e comodismos!

“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra.” Colossenses 3:2.

Desejamos e precisamos enfatizar também que as citações à outras conclusões por partes de líderes adventistas ou mesmo da igreja Adventista na questão do envolvimento na política, são citadas apenas com o objetivo de fazer com que o leitor venha a avaliar este assunto não de uma forma unilateral. Mas que, ao se deparar com outras conclusões, a visão sobre este assunto seja geral e não focada em apenas uma opinião. Porém, o mais seguro, é que toda opinião formada, deve ter base e fundamento na Palavra inspirada. É nesta que nós, da Igreja Adventista do Sétimo Dia – Movimento de Reforma, temos apoiado nossas doutrinas.

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