quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Parte dos 144.000 passa ou não, pela morte?




Segundo o que está escrito, todos os que morreram fiéis à tríplice mensagem serão selados para fazerem parte deste grupo de 144.000. 

Relembraremos algumas passagens que atestam de forma irrefutável esta verdade. Vejamos:

“E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.” Apocalipse 6:11.

Sendo que, segundo a inspiração, o único número de salvos que se completa é o dos 144.000, a Bíblia diz que alguns desse número iriam ser mortos. É bom lembrar que, depois que se completar este grupo, a porta da graça se fechará, e começará o derramamento das sete últimas pragas, as quais serão derramadas sobre aqueles que são cumplices ou participantes da morte dos fiéis durante a história da igreja. Neste tempo, o sangue dos fieis será vingado, segundo Apocalipse 6:10-11.

Outro texto também diz:


“E quando estávamos para entrar no templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: ‘Somente os 144.000 entram neste lugar’, e nós exclamamos: ‘Aleluia’!”.
“Esse templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transparente, engastadas de pérolas belíssimas. As maravilhosas coisas que ali vi, não as posso descrever.  Oh!  Se  me  fosse  dado falar a língua de Canaã, poderia então  contar  um  pouco  das  glórias  do  mundo  melhor.  Vi lá mesas de pedra, em que estavam gravados com letras de ouro os nomes dos 144.000. Depois  de contemplar a beleza do templo, saímos, e Jesus nos deixou e foi à cidade”.[1]

Perceba que quando Jesus disse que somente 144.000 é que podiam entrar no templo, Ellen White entrou! Logo, ela faz parte também dos 144.000. Veja que ela diz ter saído de dentro do templo e que apenas 144.000 entrariam ali. Sendo assim, sem dúvida que ela faz parte desse número de selados.

“Talvez eu viva até a vinda do Senhor; se assim não for, porém, confio  que  seja dito a meu respeito: ‘Bem aventurado os mortos que dede agora  morrem  no  Senhor.  Sim, diz o espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas  obras  os  sigam’ . Apoc. 14:13”.[2]

Veja que a esperança de Ellen White é que fosse dito a respeito dela:  ‘Bem aventurado os mortos que dede agora  morrem  no  Senhor.  Sim, diz o espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas  obras  os  sigam’. O que significa isso?

“Mas enquanto olhava com grande interesse, notou a assembléia dos que guardam  os mandamentos de Deus. Tinham na testa o selo do Deus vivo,  e  disse:  ‘Aqui  está  a  paciência dos santos: Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. E ouvi uma voz do Céu, que me  dizia:  Escreve:  Bem-aventurado  os  mortos  que  desde  agora  morrem  no Senhor. Sim, diz o espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam’”.[3]

Note que àqueles a quem estas palavras: ‘Bem aventurado os mortos que dede agora morrem no Senhor. Sim, diz o espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam’, são dirigidas, têm na testa o selo do Deus vivo, fazem assim parte do número dos selados. O texto seguinte confirma também este fato:

“Em  nossa  Terra  vivem  homens  que  passaram  dos  noventa   anos   de   idade.  Os resultados naturais da velhice se fazem notar em sua debilidade. Mas eles crêem  em   Deus,  e  o Senhor os ama. O selo de Deus  está  neles,  e  se  encontrarão  entre  aqueles  a  cujo  respeito  o Senhor disse: ‘ Bem-aventurado os mortos que desde agora morrem no Senhor’”.[4]

Dois fatos importantes: 1°: O texto de Eventos Finais mostra mais uma vez que estas palavras: ‘Bem aventurado os mortos que dede agora  morrem  no  Senhor.  Sim, diz o espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam’, são contados fazendo parte dos 144.000, já que eles têm o selo de Deus. 2°: Estas pessoas, que nos dias de Ellen White já tinham mais de noventa anos já morreram, e, no entanto, são contados com o número de selados. A Revista Adventista citada a seguir, nos dá exatamente esta explicação:

Por que são bem aventurados? – Porque, além de escaparem a todas as pragas, ressuscitam na atrás dita ‘ressurreição especial’ e vão usufruir das  bem-aventuranças  dos 144.000”.
“Assim, escapando aos perigos através dos quais os restantes 144.000  passam,  ressuscitam  e partilham com estes no seu final triunfo na Terra, e com eles ocupam  seu  proeminente  lugar  no reino”. [5]

Acredito não haver mais dúvida de que os pioneiros e todos os que morreram na mensagem do terceiro anjo são contados com os 144.000 e que fazem parte desse grupo. Mas vejamos mais algumas explicações:

“W. C. White acerca de E. G. White:
     “Vamos à pergunta: Ensinava a irmã White que aqueles que morreram na mensagem desde 1844 e de quem é dito: ‘Bem aventurado os mortos que  desde  agora  morrem  no  Senhor’, serão membro dos 144.000?
     “Posso assegura-te, irmão, que essa era a crença e o ensino de E. G. White. Muitas vezes eu a ouvi fazer declarações com esse efeito e tenho em meu poder uma carta ao irmão Hastings, que é mencionado à página de Life Sketches, na qual ela  diz  claramente  que  a  esposa  dele,  que havia falecido recentemente, seria membro dos 144.000.   [6]

Leia com muita atenção o próximo texto:

“Quase não sei o que lhe dizer. A notícia do falecimento de sua esposa foi para mim avassalante. Quase não o pude acreditar, e ainda agora dificilmente acredito. Deus, na noite do Sábado passado, deu-me uma visão que escreverei...
Vi que ela estava selada, e a voz de Deus ressurgiria e se ergueria sobre a terra, e estaria com os 144.000. Vi que não precisamos chorar sobre ela; ela repousaria durante o tempo de angústia, e tudo que pudéssemos lamentar seria nossa perda de ficar privados de sua companhia. Vi que seu falecimento redundaria em bem”.[7]

Percebamos bem que, uma irmã que havia falecido, morrera selada, e ressuscitará à voz de Deus. Isto é muito importante, porque a ressurreição de todos os que fazem parte dos 144.000 é feita pela voz de Deus e não pela voz de Jesus, em sua segunda vinda. Adiante veremos isto com mais detalhes. Para fortalecer a ideia de que esta irmã é realmente contada como o número dos 144.000 selados, diz a mensageira do Senhor que ela estaria com os 144.000, o que significa claramente que ela fará parte desse grupo. Três fatos provam isto de forma incontestável:

1°: Ela estava selada. Sabemos que apenas 144.000 são selados.
2°: Ressurgirá apenas na voz de Deus. Sabemos que, dos salvos, apenas os que fazem parte dos 144.000 é que ressuscitarão à voz de Deus.
3°: Claramente é dito que ela estará com os 144.000 o que significa que ela faz parte deste grupo.

Ou seja, todo o texto e contexto mostram claramente a verdade sobre o assunto de que os que já morreram, ou que os pioneiros do movimento adventista que permaneceram leias a verdade, fazem parte dos 144.000!

Agora, reflita sobre o próximo texto:

“Se há ainda alguma dúvida quanto a serem os ‘guardadores do Sábado ressuscitados’ numerados com os 144.000, considere-se o seguinte, das palavras da irmã White em 1909. Na conferência geral de 1909, o Ancião  Irwin  foi  acompanhado  por  um  estenógrafo numa  visita  a  irmã  White.  Ele  desejava  fazer-lhe  e  ter  uma  cópia  exata  das  palavras   das respostas. Entre outras perguntas, havia esta: ‘estarão entre os  144.000  os  que  morreram  na mensagem?’ Em resposta, a irmã White disse: Oh, sim, os que morreram na fé estarão  entre os 144.000. É-me claro este assunto. Estas foram  as  exatas  palavras  de  pergunta  e  resposta conforme o irmão Irwin me  permitiu  copiar  do  seu  relatório  taquigráfico.”[8] 

Em determinada ocasião Ellen White foi bem enfática:

“Outra ‘supressão’ reza assim: Bem, louvado seja o Senhor, irmãos e irmãs, esta é uma reunião extraordinária para os que tem o selo do Deus vivo”.
“Não há nada que não sustentemos  ainda.  Referências   a   nossas   obras   publicadas mostrarão nossa crença de que os vivos justos receberão o selo de Deus antes do  fim da  graça; também que eles fruirão honras especiais no reino de Deus”.[9]

Esta passagem mostra claramente que a obra do selamento de apocalipse 7 era, nos dias de Ellen White, um realidade em ação. Nesta reunião, mencionada no texto citado atrás, ela menciona que alguns já haviam recebido o selo de Deus naqueles dias. Devemos ter sempre em mente que sempre que a irmã White menciona “o selo do Deus vivo” ela o faz pensando na obra de apocalipse 7.

“Pedi ao meu anjo assistente que me deixasse ficar ali. Não podia suportar o pensamento de voltar a este mundo tenebroso. Disse então o anjo:
“- Deves voltar e, se fores fiel, juntamente com os 144.000 terás o privilégio de visitar todos os mundos e ver a obra das mãos de Deus”.[10]

Este texto enfatiza que todos aqueles, incluindo Ellen White, se fossem fiéis à mensagem, seriam contados com os 144.000!

Os dois próximos textos, retirados de uma revista adventista mostram claramente, contrariando pensamentos humanos, que alguns membros dos 144.000 passarão sim pela morte: 

“Muitos dos incluídos nos 144.000 já morreram ou morrerão...”[11]

“O Espírito de Profecia diz-nos: ‘Muitos – dos 144.000 – irão para descanso antes  que venham as terríveis provas do tempo  de  angústia  sobre  o  mundo’”. – Counsels on Heath, pág. 375.”[12]

Desejamos agora fazer uma comparação interessante. Desejamos comparar dois textos que mostram claramente que parte dos 144.000 passam pela morte. O primeiro diz:

“Tudo parecia desviado de seu curso natural. Os rios deixavam de correr. Nuvens negras e pesadas subiam e batiam uma nas outras. Havia,  porém,  um  lugar  claro  de  uma  glória  fixa, donde veio a voz de Deus, semelhante a muitas águas, abalando  os  céus  e  a  Terra.  Houve  um grande terremoto. As sepulturas se abriram e os que haviam morrido na fé da mensagem  do terceiro anjo, guardando o Sábado, saíram de seus leitos de pó,  glorificados,  para  ouvir  o concerto de paz que Deus deveria fazer com os que tinham guardado a Sua lei.
“O céu abria-se e fechava-se, e estava em comoção.... E,  falando  Deus  o  dia  e  a  hora  da vinda de Jesus e declarando o concerto eterno com seu povo, proferia  uma  sentença  e  então silenciava, enquanto as palavras estavam a repercutir pela Terra”.[13]

Desejamos chamar a atenção para o fato de que o concerto de paz será feito apenas depois da ressurreição especial. Os salvos que morreram fiéis à mensagem ressuscitarão para ouvir o concerto de paz e o dia e hora da vinda de Jesus. Mas, perceba no texto seguinte do mesmo livro que, quando Deus faz o concerto de paz, anunciando o dia da vinda de Jesus, depois da ressurreição especial já feita, o número total de santos vivos, para esperar Jesus voltar, é apenas de 144.000:

“logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e  a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz...”.[14]

Para entendermos melhor, façamos uma comparação: Suponhamos que 144.000 não passam pela morte. Neste caso, quando ocorrer a ressurreição especial, quanto seria o número de salvos ou santos a viver um pouco antes da segunda vinda de Jesus? Logicamente, um número maior que 144.000, pois que 144.000 já estavam vivos, e mais os que ressuscitaram na ressurreição especial, somariam um número superior a 144.000, sem dúvida. Mas, vejamos que depois da ressurreição especial o número total de santos vivos são 144.000. Ou seja, na verdade apenas parte do número dos 144.000 é que estarão vivos antes da ressurreição especial e outra parte estará na sepultura. Quando ocorrer a ressurreição parcial então é que o número ficará completo. Digamos que existam 44.000 salvos que fazem parte dos 144.000 mas que estão mortos, e que 100.000 serão os que estarão vivos a contar do fechamento da porta da graça até a ressurreição especial. Quando ocorrer a ressurreição especial estes 44.000 ressuscitarão, somados com os 100.000 vivos, teremos o total de 144.000 santos vivos a esperar Jesus voltar. Exatamente isto é o que estes dois textos citados acima querem nos mostrar. Esta quantidade de 44.000 mortos, relembrando, é apenas ilustrativa para facilitar a compreensão, de sorte que não sabemos quantos já morreram e nem quantos estarão mortos e que ressuscitarão na ressurreição especial para completar o grupo de 144.000. Acreditamos que os textos citados e estudados são mais que suficientes para entendermos que os pioneiros adventistas fiéis à mensagem serão contados com os 144.000, fazendo parte desse seleto grupo e que estarão vivos quando Jesus voltar!


Para maiores informações, entre em contato: cristiano_souza7@yahoo.com.br





[1] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 19. Casa Publicadora Brasileira. 
[2] White, E. G. Mensagens Escolhidas Volume I, pgs 55, 56. Casa Publicadora Brasileira.
[3] White, E. G. Testemunhos Seletos Vol. II, pg. 370. Casa Publicadora Brasileira.
[4] White, E. G. Eventos Finais, pg. 191. Casa Publicadora Brasileira.  
[5] Revista Adventista - Agosto de 1971Smith, Urias. As Profecias do Apocalipse, pg. 302.
[6] White, W.C. Carta datada de 18 de Abril de 1929.
[7] White, E. G. Testemunhos Seletos Vol. II, pg. 263. Casa Publicadora Brasileira.
[8] Questions on the Sealing Message, 17. Mensagens de Deus ao Povo do Advento, folheto 9 pgs. 6,7.
[9] White, E. G. Mensagens Escolhidas Volume I, pg. 66. Casa Publicadora Brasileira.
[10] White, E. G. Vida e Ensinos, pg. 99. Casa Publicadora Brasileira.
[11] Revista Adventista Agosto de 1971.
[12] Revista Adventista Agosto de 1971.
[13] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 285. Casa Publicadora Brasileira.
[14] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 15. Casa Publicadora Brasileira.








sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Willie White Não se Desviará."




                               Por: M. Farias. Adaptado por Cristiano A. de Souza.


"Foi-me mostrado também que meu filho, W. C. White, seria meu ajudante e conselheiro, e que o Senhor poria sobre ele o espírito de sabedoria e são discernimento. Foi-me mostrado que o guiaria, e que ele não seria desviado, porque reconheceria as direções e orientação do Espírito Santo.” 
“Porei Meu Espírito sobre teu filho, e fortalecê-lo-ei para fazer sua obra. Ele possui a graça da humildade. O Senhor o escolheu para desempenhar parte importante em Sua obra. Para isso nasceu ele.” [1]

  8 - mãos, procurai com diligeados no texto citado acima que, Algumas pessoas apresentam, baseados no texto citado acima que, se o Movimento de Reforma iniciou-se de 1914/1918, e Willie White, filho da irmã White, faleceu em 1936, e ele não aderiu a este movimento, o mesmo não pode ser verdadeiro, pois sua mãe disse que ele não se desviaria.

Este pensamento nos remete a três conceitos:

1.     Infalibilidade Católica.
2.     Predestinação
3.     Eleição

Passaremos a analisar estes três conceitos:

1.     Infalibilidade Católica

A pena inspirada nos adverte quanto a isso, e diz:

“Com relação à infalibilidade, nunca a pretendi, unicamente Deus é infalível. Sua palavra é a verdade, e não há nela mudança ou sombra de variação.”[2]

“Outros, sustentam também que ‘eleitos’ não podem cair da graça, nem privar-se do favor divino.”[3]

2.     Predestinação.

Outro ponto a considerar, é que o destino de cada alma não é pré-fixado, isto se evidencia claramente em II Pedro 1:10:

 “Por isso, caros irmãos, procurai com diligência cada vez maior tornar firmes vossa eleição e vocação”.

Se o destino eterno de uma pessoa fosse fixado irrevogavelmente, como poderia ser exortada a tornar firme seu destino?”[4]

“A idéia de que designou (Deus) arbitrariamente a alguns homens para a salvação e outros para a perdição, é uma ficção de invenção humana.” [5]

“Deus predestina caráter e não pessoas.”[6]

“O destino não teceu tão firmemente suas malhas ao redor de qualquer homem.[7]

“Podemos por muito tempo ter seguido no caminho estreito, mas não é seguro tomar isso como prova de que o seguiremos até o fim.”[8]

O Espírito de profecia ainda enfatiza:

“Um boato semelhante que circulou por cerca de dois anos, originou-se deste modo. (...) Esse relato dizia que um pastor vivo foi visto por mim em visão como estando salvo no Reino de Deus, representando assim que sua salvação final estava assegurada. Não há qualquer verdade nessa declaração.”[9]


Um Lembrete!

Todo o que defende a idéia, calvinista de que Willie – ou quem quer que seja, morreu salvo e não saiu da igreja Adventista, deve saber que:

Essa ideia foi abolida na “assembléia de Mineápolis, no dia 20 de outubro de 1888. e a Sra. White diz em o GC:279 que a doutrina da predestinação no sentido calvinista, levou muitos a rejeição da Lei de Deus.”[10]

3.     Eleição: Salvo, eternamente salvo.

Está ai uma posição cômoda, muito cômoda para um morno laodiceano (Apocalipse 3:15-17). Em base disto há absolvição para todos em qualquer circunstância.

Para ilustrar o que se diz aqui, contarei uma experiência de um pastor adventista publicado em um livro de ampla divulgação nas Américas.

“Ao trabalhar de porta em porta, frequentemente me deparava com a pergunta feita por alguns daqueles queridos batista do sul: “Você está salvo?” Para eles esta era uma pergunta importante. Contudo, eu não podia dar uma resposta clara e honesta. Minha resposta íntima era: Espero estar; ou: “Se eu for fiel, estarei”, ou “Estou trabalhando neste sentido.” Dentro do coração eu sabia que tal resposta não seria aceitável para essas pessoas sinceras, nem eram tais respostas aceitáveis para mim mesmo.
“Este dilema me levou às escrituras e ao Espírito de Profecia em busca de respostas. Ao estudar começou raiar em minha mente obscurecida que, enquanto eu não aceitasse a opinião batista de “uma vez salvo, salvo para sempre” não poderia e não deveria ter hoje a certeza da salvação como filho de Deus”.[11]

Parece inacreditável esta posição advogada por um líder adventista, e o pior, apoiada pelos que a divulgaram ou a publicaram. Mas no fundo, é essa a mesma opinião sobre Willie White, ou seja, de que ele estava predestinado a ser salvo na igreja Adventista, virando assim as costas para a Reforma e denominando-a, assim, de falso movimento. Porém, esta não era a posição da mãe de Willie. Vejamos:

“Jamais devemos repousar num estado de satisfação, e deixar de fazer progresso, dizendo: ‘Estou salvo’. Se é entretida essa idéia, deixam de existir os motivos para a vigilância, a oração, o esforço sincero em seguir para a frente, rumo de consecuções mais elevadas. Nenhuma língua santificada será encontrada pronunciando essas palavras antes que venha Cristo, e entremos pelas portas da cidade de Deus (...). Enquanto o homem estiver carregado de fraquezas – pois por si mesmo não pode salvar a alma – não deve nunca atrever-se a dizer ‘Estou salvo’”[12]

“Animai toda vossa alma a ter esperança e fé, mas nunca (...) digais de algum homem: ‘Ele está salvo.’” [13]

Os que alimentam essas ideias,  sestão dando um mau exemplo e levando outros para a perdição eterna.

Os que ensinam a verdade devem ser homens de espírito firme, que não levarão seus ouvintes a um campo de cardos, por assim dizer, deixando-os aí.” [14]
Não olhe para os homens nem ponha sua esperança neles, achando que são infalíveis, mas contemple a Jesus constantemente.”[15]


Só Sob Condições de Fidelidade


A Bíblia, referindo-se aos fiéis, sintetiza suas esperanças sob condições: “Sê fiel até a morte”, Deus disse.

De Tiago White diz: “Se fosse fiel, uma preciosa recompensa no reino de Deus teria.”[16]

Da irmã White Disse o anjo. “Se fores fiel (...)” Vida e Ensinos pág. 99 – Casa Publicadora Brasileira.

De Willie, relata-se aqui a seguinte experiência, da profetiza e sua nova empregada:

“Uma nova governanta e pagem viera à casa da irmã White.
“Era uma moça de seus vinte anos, e enquanto cruzava o continente para ser admitida ao emprego da serva do Senhor, ela meditava: ‘Vou ao lar de uma profetiza. Como será? ’.
“Na noite do primeiro dia, a Sra. White e a governanta estavam juntas, torcendo fios por algum tempo, e após um momento de silêncio, a serva do Senhor disse, fazendo pausa entre cada frase:
“‘Irmã Nelson, você veio para o meu lar. Você deve ser um membro da minha família.
“‘Pode ver em mim coisas que não aprova. Pode ver também em meu filho Willie coisas que não aprova.
“‘Posso errar e também o meu filho. Posso perder-me afinal, e também meu filho.
“‘O amado Senhor, porém, tem um povo remanescente que será salvo e penetrará no reino e isto fica a critério de cada um de nós como pessoas, quer sejamos quer não daquele número.’”[17]


O Tropeço dos Judeus


De onde se originou o pensamento de que uma igreja é verdadeira porque um cidadão de bem morreu defendendo-a?! Não sabemos. Porém, como a Bíblia nos diz que nada há de novo debaixo do céu (Eclesiastes 1:9), vemos na história na igreja judaica esse mesmo engano. Esse mesmo empecilho aconteceu com os judeus. Esbarraram na linhagem abraamica dos patriarcas e dos pais (o que nós hoje chamamos sucessão apostólica).

No evangelho de João 8:33-47, há um diálogo de Jesus com os judeus, referente a esse assunto. Leia por favor, e vejamos aqui apenas os detalhes.

Em Lucas 11:47, 48, Jesus reprovou-os por acharem que o fato dos profetas terem morrido em seu meio, garantia a eles algum favor divino especial.

A alegação dos judeus, era essa: “Nossos antepassados morreram e os seus túmulos estão entre nós; não abrimos mão de nossos direitos, somos a igreja verdadeira: venha o que vier; somos filhos de Abraão.”

E disseram a Jesus: “Tu és filho de prostituta, nós não.” João 8:41 Veja os detalhes disso no livro “O Desejado de Todas as Nações”, capítulo “Luz da Vida”.

      “Não somos salvos como uma seita, nenhum nome denominacional tem qualquer virtude que nos coloque em condição favorável diante de Deus. [18]

Se a premissa é essa, que diremos:

      -de Guilherme Miller, o Arauto do Adventismo, que morreu na Igreja Batista?
      -de Lutero, que hoje existe uma Igreja com seu nome (Luterana) e de outros campeões do evangelho, homens bons e sinceros que fundaram movimentos e morreram neles?

Iremos mudar de bandeira por isso? Ou a premissa só é válida contra o Movimento de Reforma?

“Patinando na Lama”


Hombridade, lisura; faz parte da missão do servo de Deus. Todo leitor tem o direito de entender o que lê, e é dever do escritor esclarecer sem rodeio ou segunda intenção, para não confundir o leitor nem mutilar o texto. Porém no auge do sectarismo, “Homens há que se esforçam por ser originais, cuja sabedoria está acima daquilo que está escrito, portanto sua sabedoria é loucura.

Eles descobrem com antecipação coisas maravilhosas, idéias que revelam estarem eles muito atrasados na compreensão da vontade e desígnios de Deus.

“Ao buscarem esclarecer, ou desvendar mistérios ocultos por séculos aos homens mortais, são como um homem patinando na lama, incapaz de livrar-se a si mesmo, e, todavia dizendo aos outros como sair do lodoso mar em que eles próprios estão” (atolados). Testemunho de Jesus p. 14.


Do que Willie Não Havia de se Desviar?


Novamente se faz necessário aqui, a análise textual adventista: quando, porque e para quem.

O título do capítulo 4 de I ME:49 trata-se de “composição e envio dos testemunhos para a Igreja”.

O assunto aqui ventilado era a preocupação da profetisa referente ao futuro dos seus escritos.

“Cerca de um ano depois da morte de meu marido. Enquanto meu marido viveu, desempenhou o papel de ajudador e conselheiro no envio das mensagens que me eram dadas... As instruções recebidas em visão eram fielmente escritas por mim, segundo eu tinha tempo e força para a obra.
“Posteriormente examinávamos juntos o assunto, meu marido corrigia os erros gramaticais e eliminava as repetições desnecessárias. Então elas eram cuidadosamente copiadas para a pessoa a quem se dirigiam ou para o prelo.
“À medida que a obra aumentou, outros me auxiliaram no preparo da matéria para publicação.
“Depois da morte de meu marido... desde minha volta à América tenho recebido várias vezes instruções que o Senhor me deu Willie White (meu filho) para ajudador, e que nesta obra o Senhor lhe dará de seu Espírito...
“Enquanto nos achávamos na Austrália, o Senhor instruiu-me quanto a dever G. C. White[19] ser aliviado de muitos encargos que seus irmãos punham sobre ele, a fim de estar mais livre para assistir-me na obra que o Senhor pôs sobre mim.
“Foi feito a promessa: ‘Porei sobre ele o meu Espírito, e lhe darei sabedoria’ I ME:50, 54. Foi-me mostrado também que meu filho G. C. White, seria o meu ajudante e conselheiro, e que o Senhor poria sobre ele o Espírito de sabedoria e são discernimento.
Foi-me mostrado que o guiaria, e que ele não seria desviado, porque reconheceria as direções e orientação do Espírito Santo.
“Foi-me dada à certeza, ‘Não estás só na obra para que o Senhor te escolhestes’... porei meu espírito sobre teu filho, e fortalecê-lo-ei para fazer a obra.
“Ele possui a graça da humildade.
O Senhor o escolheu para desempenhar parte importante em sua obra. Para isso nasceu ele... dei-te meu servo G. C. White, e dar-lhe-ei discernimento para ser teu auxiliar. ‘Dar-lhe-ei habilidade e entendimento para dirigir sabiamente’ O Senhor tem-me dado outros ajudantes fiéis em minha obra... a obra está avançando continuamente.
“Fazemos esforços constantes para por meus escritos diante do povo. Esperamos que vários livros novos vão dentro em pouco para o prelo. Caso eu esteja incapacitada para o trabalho, meus fiéis obreiros se acham preparados para levar a obra avante.”[20]

A profetisa se preocupava muito em deixar a condução dos seus escritos nas mãos dos homens que as rodeava, por isso, ao aproximar-se ela do fim da vida, tomou providências para o futuro manuseio de seus escritos após sua morte.

Encontramos isto em um documento datado de 09 de fevereiro de 1912.[21]  


Resenha


  1. Que seu esposo era o braço direito da profetisa na missão de publicação, correção, seleção, etc. 
  1. Que, aumentando os trabalhos, houve necessidade de mais auxiliares. 
  1. Que, depois da morte do esposo, abriu-se uma lacuna na obra de publicação. 
  1. Ela pediu a direção de Deus para que enviasse outro auxiliar a altura do seu esposo que conduzisse a obra sem desviar. 
  1. Deus prometeu como seu auxiliar Willie, filho da profetisa, e disse que “prepararia-o e colocaria o seu espírito sobre ele, e que ele não se desviaria dessa obra (publicação)”. 
  1. Que mesmo depois da morte, ou incapacidade da profetiza, ele e os fiéis obreiros não se desviariam. 
  1. E, essa foi a providência tomada pela profetiza antes da sua morte. 


Depoimento do Pastor Artur G. Daniells


“Várias vezes nos últimos anos de sua existência, a Sra. White me exprimiu, bem como a outros, preocupação quanto ao futuro de seus escritos.
“Ela estava ansiosa de que seus livros já publicados continuassem a ter ampla circulação, e também de que se fizesse o devido emprego dos manuscritos não publicados que ela deixaria... E ela temia que ninguém, com possível exceção do Pastor W C White, compreendesse pelo devido modo a necessidade de publicar a seu tempo esses manuscritos ainda inéditos que continham certos avisos e advertências que o Senhor lhe dera, os quais seriam necessários nos anos finais de nossa obra.
“Assim, por vários anos isto lhe pesou no coração...
“Afinal ela foi levada a designar determinadas pessoas como depositarias suas no darem cumprimento a esses desejos e responsabilidades.  Em sua ultima vontade e testamento, ela corporizou seus desejos quanto aos ramos de trabalhos a serem levados avante, e indicou os cinco homens seguinte:
“W C White, F M Villox, C H Jones, C C Crisler, e o signatário para servirem como depositários para o cumprimento dessas instruções.”[22]


O Testamento


O testamento da Sra. E G White que diz:

“Por este instrumento, faço doação e legado a Wiliam C White, Clarence C Crisler, Charles H. Jones, Artur G. Daniells, e Frank M. Willox”...

Temos assim diante de nós o plano geral elaborado pela Sra. White, instituindo uma comissão de depositários para cuidar de seus escritos, e as instruções definidas dadas a estes cinco homens...

Em relação com esses encargos aos depositários, referimo-nos também às instruções escritas em 1907 com referências à publicação dos livros de Ellen G White, em línguas estrangeiras.

Falando de seu filho, o pastor W C White, que por muitos anos antes de sua morte (dela) a ajudava no trabalho dos livros, diz ela:

“Instrui-o a trabalhar infatigavelmente para assegurar a publicação de meus escritos, primeiramente em inglês, e depois conseguir sua tradução e publicação em muitas outras línguas.” [23]

Alterações nos Testemunhos


Havia motivo para a profetiza ter todos esses cuidados? Vejamos:

A magnitude da mudança de posição entre os adventistas aconteceu nos anos 1880 e 1890.

“Vi que preciosas almas que deveriam ter abraçado a verdade tem-se afastado dela porque, na maneira como tem sido conduzido Jesus não esta nela. É isso que eu tenho argumentado por todo tempo, nós queremos Jesus... meu objetivo é que a luz seja levantada exaltando o salvador.”

Com esse objetivo em mente a profetiza trouxe a primeira contribuição, veio em 1892, com o livro Caminho a Cristo, um volume, que ela recusou que fosse impresso pelas casas publicadoras denominacionais.

Queria estar segura de que sua mensagem evangélica fosse apresentada ao povo de forma inalterada.

Caminho a Cristo foi publicado por Flemini H Revel, cunhado de Moody, em seguida surgiram o Maior Discurso de Cristo, em 1896 (também publicado por Revel), Desejado de Todas as Nações (1898), Parábolas de Jesus (1900) e os capítulos iniciais de A Ciência do Bom Viver (1905)” Revista o Ministério Adventista Nov-Dez de 1994, página 9.

Esse foi o motivo pelo qual a profetiza não confiava em deixar seus escritos nas mãos dos dirigentes adventistas.

E pediu, e Deus o enviou seu filho Willie que garantiu segurança pelo menos enquanto ela viveu.

E segundo a promessa, ele não se desviaria dessa missão.




Autor: M. Farias.[28] 

                
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[1] Mensagens Escolhidas vol. 1, págs. 54 e 55. - Casa Publicadora Brasileira.
[2] Mensagens Escolhidas vol. 1, pág. 37. - Casa Publicadora Brasileira.
[3] O Grande Conflito pág. 258. - Casa Publicadora Brasileira. 
[4] Consultoria Doutrinária, págs. 66-67. – Casa Publicadora Brasileira.
[5] Comentário Bíblico Adventista, vol. 8 pág. 941 (dicionário).
[6] Consultório Doutrinário pág. 65. – Casa Publicadora Brasileira.
[7] Mensagens aos Jovens pág. 100. – Casa Publicadora Brasileira.
[8] Testemunhos para Ministros pág. 511. – Casa Publicadora Brasileira.
[9] Testemunhos para a Igreja vol. 5, pág. 692. – Casa Publicadora Brasileira.
[10]Consultoria Doutrinária, pág. 68. – Casa Publicadora Brasileira. 
[11]Pastor Helmut H. Kramer, em Os Adventistas da Reforma, págs. 71-72. -  Casa Publicadora Brasileira.
[12] Mensagens Escolhidas vol. 1, pág. 314. – Casa Publicadora Brasileira.
[13] Meditações Matinais de 1980, pág. 258 (Este Dia com Deus).
[14] Obreiros Evangélicos pág. 315. – Casa Publicadora Brasileira. 
[15] Testemunhos para a Igreja, vol. 5, pág. 649. – Casa Publicadora Brasileira.
[16] Vida e Ensinos pág. 128. - 8ª Edição 1988 – Casa publicadora Brasileira.
[17] Ellen G White Mensageira da Igreja Remanescente, 284- Casa Publicadora Brasileira. 
[18] The Review and Herald, 10/02/1891. 
[19] G. C. White quer dizer: Guilherme Clarence White, que em inglês e Alemão quer dizer: Willie Clarence White.
[20] Mensagens Escolhidas vol. 1, pág. 54, 55. – Casa publicadora Brasileira.
[21] Mensageira da Igreja remanescente, pág. 61.
[22] Mensageira da Igreja remanescente, pág. 150, 151.
[23] Mensageira da Igreja remanescente, págs. 161, 162, 170. 
[24] Ellen White, carta 14, 1889, pág. 04. Carta 85, 1889, pág. 3. Ministério Jul-Ago 1888/30. Pr. R. D. Hottel.
[25] Hazgo Sunnyside Goranbone 1896 – Mineapolis 41. E G White 9 1 1983 – Mineapolis 49, Willie C. White delegado da assembléia de 1888 em Mineapolis. TM 441; História do Adventismo 260. 
[26]  Primeiros Escritos, pág. 258.
[27] João de Deus Pinho.
[28] Membro da Igreja Adventista do 7º Dia – Movimento de Reforma.