sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Santuário, o Maná e uma Igreja Vegetariana.





A Palavra de Deus enfatiza que toda a história do povo de Israel que foi escrita, foi escrita para nosso ensino (I Coríntios 10:11, Romanos 15:4). Não é diferente com o santuário que sempre esteve e está ligado intimamente com a história do povo de Deus através de todos os tempos.

Pouco tempo depois que os filhos de Israel haviam saído do Egito (Êxodo 16:1), perceberam que suas reservas de alimentos estavam chegando ao fim. Ao contrário de confiarem em Deus, começaram a murmurar e a reclamar de sua presente situação, como se esta fora pior que o tempo em que eram míseros escravos.

Apesar de sua incredulidade e rebelião, Deus condescendeu em atender Seu povo. Pela manhã, Deus deu aos israelitas um alimento nunca antes experimentado. A Palavra de Deus diz:

“E quando o orvalho se levantou, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra. E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Disse-lhes pois Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer.” Êxodo 16:14-15,31-34:

Este alimento possuía todas as propriedades necessárias à vida e constituía o pão que os israelitas deveriam comer durante sua peregrinação do deserto (Êxodo 16:35; Josué 5:12). A Palavra de Deus é clara, mencionando o maná, Moisés disse: “Este é o pão que o Senhor vos deu para comer.”

“E chamou a casa de Israel o seu nome maná; e era como semente de coentro branco, e o seu sabor como bolos de mel. E disse Moisés: Esta é a palavra que o Senhor tem mandado: Encherás um ômer dele e guardá-lo-ás para as vossas gerações, para que vejam o pão que vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito. Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, e põe nele um ômer cheio de maná, e coloca-o diante do Senhor, para guardá-lo para as vossas gerações. Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Arão o pôs diante do Testemunho, para ser guardado.” Êxodo 16:31-34.

O maná fora depois colocado dentro da arca da aliança e representava a alimentação natural do povo de Deus. O Escritor aos Hebreus menciona este fato com as seguintes palavras:

“Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos, que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança.” Hebreus 9:4,3.

Não era plano de Deus que os israelitas voltassem a comer carne depois que chegassem a Canaã. O maná dentro da arca simbolizava, portanto, um regime natural que deveria ser seguido pelo povo de Deus através de gerações. Uma alimentação simples e saudável, porém, nunca foi aceita pelo povo que, no deserto, clamava constantemente por carne (Números 11:4-34; Números 21:5). O salmista escreveu:

“E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo carne para satisfazer o seu apetite”. Salmos 78:18.

Por nunca aceitar de coração o plano de Deus referente a um regime natural e livre de cadáveres, Moisés então disse que, quando os israelitas chegassem em Canaã, eles então comeriam carne segundo o desejo que nutriam:

“Quando o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como te disse, e disseres: Comerei carne; porquanto a tua alma tem desejo de comer carne; conforme a todo o desejo da tua alma, comerás carne.” Deuteronômio 12:20.

A inspiração ainda diz:

“Foi unicamente devido a seu descontentamento e murmuração em torno das panelas de carne do Egito, que lhes foi concedido alimento cárneo, e isto apenas por pouco tempo. Seu uso trouxe doença e morte a milhares. Todavia a restrição a um regime sem carne não foi nunca aceita de coração.  Continuou a ser causa de descontentamento e murmuração, franca ou secreta, e não ficou permanente. Quando se estabeleceram em Canaã, foi permitido aos israelitas o uso de alimento animal, mas com restrições cuidadosas, que tendiam a diminuir os maus resultados. O uso da carne de porco era proibido, bem como de outros animais, aves e peixes cuja carne foi declarada imunda. Das carnes permitidas, era estritamente proibido comer a gordura e o sangue. Só se podiam usar como alimento, animais em boas condições. Nenhum animal despedaçado, que morrera naturalmente, ou do qual o sangue não havia sido cuidadosamente tirado, podia servir de alimento.” Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 374.

A Bíblia enfatiza o fato de que mesmo diante das evidências Divina em procurar levar o povo a um regime saudável e natural, os israelitas continuaram pecando e não deram crédito (Salmo 78:27-32).

Como vimos, o maná dentro da arca era uma representação de sua alimentação natural no deserto (Êxodo 16:32-34). Mas, quando entraram em Canaã, os israelitas se afastaram desse regime e voltaram às panelas de carne do Egito. A palavra de Deus, assim pintou esta triste cena:

“Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes O rejeitaram, e em seu coração se tornaram ao Egito”. Atos 7:39.

O simbolismo do maná na arca da aliança perdera sua força. Não havia propósito para que o maná ali permanecesse se os israelitas não tinham uma alimentação correspondente ao seu significado. Por isso, a Bíblia nos diz que depois da entrada do povo em Canaã, o maná não existia mais dentro da arca da aliança.

Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez a aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.” I Reis 8:9.

Apesar de isso ter ocorrido, a profecia aponta a um tempo em que todas as coisas seriam restauradas. Este tempo, não era o tempo em que Jesus aqui viveu, mas a um tempo posterior, onde o Senhor levaria “Seu povo a uma situação em que não toquem nem provem carne de animais mortos.” Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 411.

A Bíblia menciona este período da restauração de diversas maneiras:


Na carta à igreja de Deus que está no período de Laodicéia. Sabemos que este período iniciou-se em 1844 e se estende até o fim. Neste tempo, a saber, no período de Laodicéia, depois de 1844, Deus deseja levar Seu povo a Seu plano original. Por isso a expressão:

“E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.” Apocalipse 3:14.

Jesus também falou desse tempo de restauração, quando o povo de Deus seria levado ao princípio da criação de Deus, com as seguintes palavras:

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas.” Mateus 17:11.

Elias é quem deve restaurar todas as coisas. Esta restauração não deveria ocorrer nos dias de Jesus, mas em um tempo futuro sob a administração de Elias. Quem é este Elias que deveria restaurar todas as coisas e levar o povo de Deus a seu regime natural como o era no princípio? A inspiração esclarece:

“O profeta Malaquias declara: "Eis que Eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração do filhos a seus pais." Mal. 4:5 e 6. Aqui o profeta descreve o caráter da obra. Os que devem preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo são representados pelo fiel Elias, assim como João veio no espírito de Elias para preparar o caminho para o primeiro advento de Cristo.” Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 71

O povo de Deus começou sua obra de restauração em 1844, restaurando verdades maravilhosas. Assim como Elias preparou o caminho para a primeira vinda de Jesus, o povo de Deus que vive no período de Laodicéia, depois de 1844, representado pelo profeta Elias, deve preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo.

“No tempo do fim, toda instituição divina deve ser restaurada.” Profetas e Reis, pág. 678.

A alimentação natural figura entre estas coisas que se perdera e que deve ser restaurada, ela faz parte de uma das instituições que Deus dera à humanidade no Éden (Gênesis 1:29).

A Palavra inspirada, portanto, aponta um povo vegetariano no período de Laodicéia, onde toda instituição Divina é restaurada, onde, segundo o plano de Deus, Carne alguma será usada por Seu povo(Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 407), onde os que são “só meio convertidos quanto à questão de comer carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar com ele”. Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 382. A igreja de Deus, portanto, é vegetariana, onde os meio convertidos na questão do regime cárneo, nela não permanecem!

Neste tempo de restauração, quando uma pessoa interroga alguém do povo de Deus sobre se pode ou não comer carne, a resposta sempre é: “Não, decididamente não.” Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 382.

Como povo, cremos que o comer carne no hábito alimentar daqueles que já conhecem a verdade, é um pecado que não será perdoado, caso não se arrependam enquanto há tempo (Isaias 22:12-14).

Sabemos que o santuário terrestre - que continha o maná o qual representava a alimentação natural do povo de Deus - era apenas uma sombra do santuário celestial (Hebreus 8:5). E como já vimos, o maná deixou de existir dentro do santuário, dentro da arca da aliança, porque o povo de Israel deixou de seguir uma alimentação natural e vegetariana, a qual era simbolizada pelo maná. Se no tempo do fim, o povo de Deus entende e compreende sua posição no tocante ao regime alimentar, se o povo tem se mantido vegetariano segundo o plano de Deus, esta dieta alimentar deve, portanto, ser simbolizada neste santuário da nova aliança, no santuário celestial. E o que encontramos no santuário celestial, que Deus utiliza para simbolizar a dieta vegetariana de Seu povo nestes últimos dias, neste período de restauração? Mencionando o santuário celestial, Ellen White escreveu:

“No lugar santíssimo vi uma arca, cujo alto e lados eram do mais puro ouro. Em cada extremidade da arca havia um querubim com suas asas estendidas sobre ela. Tinham os rostos voltados um para o outro, e olhavam para baixo. Entre os anjos estava um incensário de ouro. Sobre a arca, onde estavam os anjos, havia o brilho de excelente glória, como se fora a glória do trono da habitação de Deus. Jesus estava junto à arca, e ao subirem a Ele as orações dos santos, a fumaça do incenso subia, e Ele oferecia suas orações ao Pai com o fumo do incenso. Na arca estava a urna de ouro contendo o maná, a vara de Arão que florescera e as tábuas de pedra que se fechavam como um livro.” Primeiros Escritos, pág. 32.

Não é por acaso que o maná está no santuário celestial, dentro do lugar santíssimo aberto e inaugurado por Jesus em 1844 (Primeiros Escritos pág. 42 e 43). Ele representa a alimentação vegetariana do povo de Deus no deserto deste mundo até ultrapassar as fronteiras da Terra prometida, a Canaã celestial, onde entraremos na posse do Éden perdido!


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