RÁPIDO ESTUDO
SOBRE OS 2300 ANOS
Como você pode constatar no artigo anterior, é
indiscutível que as 70 semanas de Daniel 9:24 fazem parte dos 2300 anos. Assim
sendo, o início das 70 semanas é também o início dos 2300 anos. Isto significa
que o ponto de partida tanto para um período como para o outro é o mesmo.
Na explicação do anjo a Daniel, registrada a partir do
versículo 25 de Daniel 9, foi dito:
“Sabe e entende: desde
a saída da ordem para restaurar e reedificar Jerusalém...”.
Desta maneira foi dado o ponto de partida, de onde se
devia começar a contar os 2300 anos, e também destes, 490 anos separados ao
povo de Israel.
“Desde a saída da
ordem para restaurar e edificar
Jerusalém...”.
Esta ordem foi dada pelo rei Artaxerxes, de acordo com o
que está registrado em Esdras capítulo 7. Dos três decretos expedidos, um por
Ciro no ano 536 a.C. (Esdras 1:1-4) o outro por Dario em 519 a.C. (Esdras
6:1-12) e o de Artaxerxes em 457 a.C. (Esdras 7:1-28), somente este último, cumpre
as especificações que a profecia requeria para o início da contagem dos 2300
anos. O primeiro decreto, o de Ciro, dizia respeito apenas à reconstrução
do templo que estava em Jerusalém e não à
Jerusalém como exigia a profecia. Ciro é apresentado na profecia como aquele
que daria início ao retorno dos Judeus do cativeiro babilônico, e neste sentido
ele daria sua parcela de contribuição não apenas ao templo, mas à cidade
também. Não encontramos, porém, nenhuma
passagem nas escrituras que testifique que o mesmo deu algum decreto para que Jerusalém fosse restaurada.
O decreto de Ciro era referente ao
templo e nada mais. Vejamos:
“No primeiro ano de
Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de
Jeremias) despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez
passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz
Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra; e Ele
me encarregou de Lhe edificar uma casa em Jerusalém,
que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o Seu povo, seja seu Deus com ele, e
suba a Jerusalém, que é Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de
Israel; Ele é o Deus que habita em Jerusalém. E todo aquele que ficar em alguns
lugares em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata,
e com ouro, e com fazendas e com gados, afora as dádivas voluntárias para
a casa do Senhor que está em Jerusalém”.
“No primeiro ano do
rei Ciro, o rei Ciro deu esta ordem: com respeito á casa de Deus em
Jerusalém, esta casa se edificará para lugar em que se ofereçam
sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados,
e a sua largura de sessenta côvados...”. Esdras 6:3-5.
O segundo decreto, o de Dario, muito semelhante, foi
apenas para confirmar o primeiro de Ciro. Nada continha também sobre a
reconstrução de Jerusalém como especificava a profecia. Lemos:
“Então o rei Dario
deu ordem e buscaram na chancelaria, onde se metiam os tesouros em babilônia...
Também por mim (Dario) se decreta o que haveis de fazer com os anciãos dos
judeus, para que edifiquem esta casa de Deus,... O Deus, pois,
que fez habitar ali o Seu nome derribe a todos os reis e povos que estenderem a
sua mão para o mudarem e para destruírem esta casa de Deus, que está
em Jerusalém. Eu, Dario dei o decreto; apressuradamente se execute”.
A profecia, no entanto, exigia um decreto do estabelecimento
da cidade de Jerusalém. E, nas palavras do anjo a Daniel, esta reconstrução ou
restauração da cidade, envolvia também o
restabelecimento de seu sistema de governo civil, político e religioso. Isto se pode
notar claramente lendo Esdras 7:11-13; 24-26:
“Esta é, pois, a
cópia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das
palavras dos mandamentos do Senhor, e dos Seus estatutos sobre Israel.
Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do Céu,
paz perfeita, etc. Por mim se decreta
que no meu reino todo aquele que do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e
levitas, que quiser ir contigo à Jerusalém, vá. Também vos fazemos saber acerca
de todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, netineus, e ministros
desta casa de Deus, que se lhes não
possa impor, nem direito, nem antigo
tributo, nem renda. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que
está na tua mão, põe regedores e juízes,
que julguem a todo o povo que está delem do rio, a todos os que sabem as leis
de Deus, e ao que as não sabem farei saber. E todo aquele que não observar a
lei do teu Deus e a lei do rei, logo se faça justiça dele; quer seja morte,
quer degredo, quer multa sobre os seus bens, quer prisão”.
Muitos historiadores datam a subida de Artaxerxes ao trono
no ano 464 a.C. http://www.encyclopedia.com/topic/Artaxerxes_I.aspx
A Bíblia relata que quando esta ordem foi dada e expedido o decreto para
reconstrução de Jerusalém, faziam 7 anos que Artaxerxes estava reinando (Esdras
7:8). Assim sendo, 464 menos 7, temos 457 a.C. Deste ano, portanto, de acordo
com o anjo, deve-se começar a contar os 2300 anos.
N explicação, Gabriel então dividiu os 2300 anos em duas
partes. A primeira sendo destinada ao povo de Israel, um este período de 70
semanas que, multiplicadas por 7 dias de cada semana somam 490 dias ou anos.
Dividiu ainda este primeiro período ou estas 70 semanas agora em três partes.
Sendo: 7 semanas, 62 semanas, 1 semana. (Ver Daniel 9:25,27).
Desta forma temos:
7 semanas
62 semanas
1 semana
|
=
=
=
|
49 anos
434 anos
7 anos
|
70 semanas
|
=
|
490 anos
|
O anjo frisou que até o Messias passariam 7 semanas e mais
62 semanas, que somadas dão o total de 69 semanas ou 483 anos. A contar do ano
457 a.C, este período findou no ano 27 de nossa era. Neste tempo, no ano 27,
veio Jesus pregando o reino de Deus, dizendo:
“O tempo está
cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no
evangelho”.
Ao afirmar Jesus em
Marcos 1:14, 15, dizendo: “O tempo esta cumprido”, referia-se Ele às 69
semanas ou os 483 anos, que, como o anjo dissera, deveriam realmente estender
até o Messias, o Príncipe. Ao terminar este período, Jesus, cumprindo a profecia,
começou Seu ministério revelando-Se ao mundo.
Na explicação da profecia o anjo disse ainda:
“E Ele (Cristo) firmará
um concerto com muitos por uma semana:
e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”.
Após findarem as 69 semanas ou os 483 anos, faltava apenas
uma semana ou 7 anos para terminar o tempo de graça para a nação de Israel.
Cristo exerceu seu ministério por três anos e meio, e depois foi crucificado.
Fez cessar assim as ofertas de manjares e o sistema de sacrifícios (Colossenses
2:14-16). Como o anjo havia predito, isto devia acontecer na metade da última
semana, ou 3 anos e meio após o batismo do Messias. Mas a profecia dizia que o
concerto seria firmado com muitos por 1 semana. Compreende-se assim, que após a
morte do salvador, faltariam apenas mais 3 anos e meio para findar a última
semana e automaticamente também as 70 semanas ou 490 anos separados para o povo
de Israel. Desta forma, 3 anos e meio foram cumpridos pela pregação do próprio
Cristo, e o restante, a saber, mais 3 anos e meio, foram cumpridos pela
pregação dos discípulos, perfazendo assim
a última semana de graça à nação israelita (Atos 13:46). Neste tempo, o
povo de Israel selou sua rejeição por parte de Deus apedrejando a Estevão,
exatamente no ano 34, 3 anos e meio após a morte de Jesus.
Desta maneira, contando do ano 457 a.C ao ano
34 de nossa era, temos o cumprimento das 70 semanas ou os 490 anos destinados
ao povo de Israel, como um tempo de graça para uma reforma religiosa.
Como já vimos, esses 490 anos foram separados dos 2300
anos. Para sabermos quando ocorreria a purificação do santuário celestial,
basta subtrairmos dos 2300 anos os 490 anos que, no ano 34 de nossa era, já
tinham sido cumpridos. Fazendo assim, saberemos quantos anos a contar do ano 34
faltavam para se completar os 2300 anos.
Temos assim:
2300
– 490
|
1810
|
Pela contagem bíblica, faltavam ainda 1810 anos, a contar
do ano 34, para se cumprir assim os 2300 anos.
Se, como já vimos, no ano 34 de nossa era faltavam 1810
anos, basta somarmos 34 + 1810 para vermos em que ano terminaram os 2300 anos.
Vejamos:
34 d.
C.
+ 1810 anos
|
1844
|
Segundo a contagem profética, portanto, as duas mil e
trezentas tardes e manhãs findaram-se em 1844. Neste ano, Jesus passou do lugar
santo do santuário celestial – onde havia ministrado após Sua ascensão – para o
santíssimo, para realizar a purificação do santuário.
Para melhor compreensão desta maravilhosa e incontestável verdade, estude o gráfico a seguir:
Continua...
cristiano_souza7@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário