A CONSTRUÇÃO DO SANTUÁRIO TERRESTRE
Deus deu a
Moisés a seguinte ordem: “Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta
alçada”. Êx. 25:2. E com ela “Me farão um santuário, e habitarei no meio
deles”. Êx. 25:8.
Este santuário
era dividido, por uma linda e custosa cortina, em dois compartimentos: o lugar
santo e o santíssimo, ou o santo dos santos.
“Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e
porás a arca do testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar
santíssimo.” Êx. 26:33.
No primeiro
compartimento achava-se: o castiçal, a mesa e o altar de incenso. Êx.
25:23-40; 30:1-10; Heb. 9:2.
No santíssimo,
além do segundo véu, encontrava-se: a arca do concerto, o maná, as tábuas de
pedra e a vara de Araão. Êx. 26:34; Heb. 9:3-4.
No tocante aos
arredores do tabernáculo achava-se logo em seguida o pátio, cercado por bases
de cobre, colunas de prata e linho fino torcido (Êx. 38:16-17), que continha
apenas dois objetos, sendo estes, o altar de holocausto e a pia, Êx. 40:29,30.
Concluída a obra
em todos os seus pormenores, “a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a
glória do Senhor encheu o tabernáculo”. Êx. 40:34, 35.
Apesar de passar
ao longo da história por algumas modificações, o santuário sempre preservou suas
características principais conforme as orientações transmitidas à Moisés.
Quando o Senhor deu a Moisés a
ordem de construir um santuário, não deixou de lhe mostrar claramente como
deveria fazer. Disse:
“Me farão um santuário,... conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do santuário, e para modelo
de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis”. Êx. 25:8, 9.
De fato, o santuário
terrestre possuía um modelo, e, exatamente igual ao modelo mostrado a Moisés,
deveria ser construído o tabernáculo o qual viria a ser a morada de Deus entre
Seu povo. Deus, portanto, mostrou a Moisés um santuário perfeito, já acabado em
todos os seus pormenores. Moisés deveria construir um semelhante àquele que
tinha visto no monte.
“Então levantarás o tabernáculo conforme ao modelo que te foi mostrado no monte.” Êx. 26:30.
“Estava entre nossos pais no deserto o
tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que
tinha visto.” Atos 7:44.
Mas que santuário deveria servir
a Moisés como modelo? Para esclarecer este fato a inspiração diz que este
tabernáculo, o modelo para o santuário terrestre, é mais perfeito e “não
feito por mãos” humanas, mas construído pelo próprio Deus.
“Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.”
Heb. 8:2.
Em Carta aos
Hebreus capítulo 8:1-5, encontramos a declaração de que Cristo entrou em um santuário
não feito por homens, e afirma também que o santuário terrestre e seus serviços eram apenas uma sombra das
coisas celestiais. No dicionário, o sinônimo correspondente para o
substantivo “sombra” é: “Parte escura de algum corpo real”. Ou,
como diz o apóstolo, um exemplo da realidade. O escritor aos hebreus
acrescenta ainda que o próprio ofício dos sacerdotes era uma sombra do
sacerdócio de Cristo no santuário celestial. Em Hebreus 8:5 encontramos:
“Os quais (oficio sacerdotal) servem de exemplar e sombra das coisas celestiais...”.
E continua o
escritor:
“... como
Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo;
porque foi dito: Olha, faze tudo
conforme o modelo que no monte se te mostrou”.
De fato, o
santuário terrestre não era uma estrutura original, mas foi construído de
acordo com um modelo mostrado a Moisés. O santuário original, portanto, devia
existir em outro lugar. O santuário terrestre era uma figura exata de outro
santuário construído pelo próprio Senhor.
Quando o
santuário do Céu foi mostrado a Moisés, não foi visto ninguém ministrando entre
os seus vasos. Por que? A inspiração esclarece e responde a esta pergunta
dizendo que o santuário celestial deveria exercer seu ofício somente através do
sangue de Cristo.
“Dando nisto a entender o Espírito Santo que
ainda o caminho do santuário não
estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo...
Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por
seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Heb. 9:8,12.
Antes da morte
de Cristo “o caminho do santuário (celestial) não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro
tabernáculo”. Heb. 9:8. Ou seja, enquanto a morte de
Cristo não abolisse o sistema do santuário terrestre, não poderia começar o
ofício no santuário celestial.
Menciona-se,
portanto, que este santuário – o do novo concerto – não é oficiado através do
sangue de animais, como o era o santuário do velho concerto, “mas por Seu próprio sangue (o de Cristo) entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna
redenção”. Heb. 9:12.
As visões concedidas ao apóstolo
João, já sob o novo concerto, não nos mostram mais um santuário vazio, mas já
sendo ministrado por nosso Salvador Jesus. Vejamos:
1º – Em
Apocalipse 4:1, lemos uma citação de uma porta aberta no Céu. Na continuação da
leitura podemos notar claramente que esta porta aberta dá acesso ao primeiro
compartimento do santuário celestial, pois no versículo 5 temos uma referência
clara sobre sete lâmpadas de fogo
ardendo diante do trono de Deus. Em outras palavras, os mesmos sete castiçais
mostrados a Moisés no monte.
2º – No
santuário terrestre encontrava-se também o altar de incenso e o incensário.
Êx 27:35; Lev. 16:12. Semelhantemente,
em Apocalipse 8:3, lemos:
“E veio outro anjo, e pô-se junto ao altar
tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito
incenso, para o por com as orações de todos os santos sobre o altar de
ouro, que está diante do trono de Deus”.
Este altar de incenso não pode
ser de forma alguma o mesmo altar construído por Moisés, mas sim uma peça
daquele outro tabernáculo “não feito por mãos, isto, é não desta criação”,
feito e construído pelo próprio Deus, pois este altar de ouro se encontra
diante do trono do Onipotente.
Desta forma
podemos notar que todos os utensílios existentes no santuário terrestre existem
também no santuário celestial. Na verdade, o santuário terrestre com todos os
seus vasos nos mostra o que em realidade existe no Céu. A inspiração nos assegura
que são “figuras das coisas que estão no Céu”.
Heb. 9:23. Esta verdade, diante dos fatos, é inegável. Até então toda a mobília
relacionada com o primeiro compartimento do santuário celestial fora mostrada a
João em pleno uso, o que não viu Moisés quando contemplou as mesmas peças
muitos séculos antes.
3º – Outro exemplo podemos notar
também com referência à arca do concerto mencionada em Êxodo 25:10-16. O
apóstolo narra o seguinte:
“E abriu-se no Céu o templo de
Deus, e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo”.
Apoc. 11:19.
Esta visão do
profeta foi direcionada ao lugar santíssimo do santuário celestial, pois ele
viu a arca do concerto que fica depositada nos santos dos santos, ou no segundo
compartimento. Não podemos deixar de notar que esta visão não é relacionada com
o santuário terrestre, pois João contemplou esta visão relacionada a eventos
que se passavam no Céu. “Abriu-se no Céu o templo de Deus”.
Em Apocalipse
15:5-8, encontramos também uma passagem similar a que vimos atrás:
“E depois disto olhei, e eis que o templo do tabernáculo
do testemunho se abriu no
Céu. E o templo encheu-se com fumo da glória de Deus e do
Seu poder; e ninguém podia entrar no templo”.
Que templo é
aqui mencionado? Claro, aquele que Moisés viu para modelo no monte! Pois ao contrário,
seria difícil dar outra explicação à luz da Bíblia. Mas, notemos que a passagem
diz: “templo do tabernáculo do
testemunho”. Temos assim, o templo e o tabernáculo do testemunho, ou
melhor, a inspiração refere-se a duas coisas. A palavra grega no original está:
(naos) “Naós”,
que pode ser traduzida corretamente por “templo
ou santuário”. Mas o apóstolo usou logo após outra palavra que no grego
está (skhnes) “Skenes”. O léxico do novo testamento grego de
F.Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker, dá a seguinte explicação sobre esta
palavra:
“Skenes: Tenda ou tabernáculo,
a tenda do testemunho, etc”.
Assim, quando João disse “Naós” (Templo), estava referindo-se ao
santuário celestial como um todo ou apenas ao primeiro compartimento desse
santuário. Quanto à palavra grega traduzida por “tabernáculo”, entendemos claramente que, de acordo com a
declaração aos Hebreus 9:3, refere-se inquestionavelmente ao lugar santíssimo
deste santuário ao qual João faz referência. Aos Hebreus 9:3, encontramos:
“Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se
chama o santo dos santos”.
Note-se também
que o escritor do Apocalipse diz: “Tabernáculo
do testemunho”, pois dentro do tabernáculo, ou do lugar santíssimo
estava a arca que abrigava a lei de Deus, os dez mandamentos, que também eram
chamados de “testemunhos”. Êx.
25:16; 31:18. Assim quando João disse: “Eis que o templo do tabernáculo do
testemunho se abriu no Céu”, queria ele dizer que, o lugar santíssimo do
santuário celestial se abriu no Céu. Como veremos adiante isto ocorreu em 1844.
Para quem
realmente respeita a autoridade da Bíblia, jamais negará que no Céu existe um
santuário edificado pelo próprio Deus, o qual foi usado como um modelo perfeito
para que Moisés construísse outro santuário para representar o verdadeiro em
todos os seus pormenores. Este templo original, de acordo com o testemunho
bíblico, se encontra no Céu. Este santuário celestial, assim como o terrestre,
se divide também em dois compartimentos, a saber, o lugar santo e o lugar
santíssimo; sendo este último o portador das arca, contendo esta a lei de Deus.
Continua...
cristiano_souza7@yahoo.com.br
3 comentários:
Quero estudar todas as séries! Muito edificante. Gostei legal mesmo. 🙏👍
Gostei.....
Vou estudar todo resto.
Ok! Todas as questões relacionadas ao santuario é importante!
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