terça-feira, 14 de agosto de 2012

A ESCOLHA DE ELLEN!


Ellen era uma jovem alegre e feliz. Por crescer em um lar cristão, nunca deixava de participar das reuniões da igreja. Com seus 14 anos, fizera a mais maravilhosa decisão de sua existência: Resolvera ser batizada e entregar sua vida de uma forma total a Jesus. Que dia feliz foi quando ela, juntamente com outros jovens, em uma manhã ensolarada, foi então mergulhada em uma água cristalina para, simbolicamente, ressuscitar em Jesus. Seus pais estavam ali, felizes e maravilhados, agradecendo a Deus pela decisão de sua amada filha. Agora, Ellen poderia ajudar mais na igreja, não apenas participar de algumas reuniões, mas ajudar a dirigi-las. 

Tudo estava correndo muito bem, até que dois anos depois, já com 16 anos, Ellen conheceu Júlio. Apesar de parecer ser um bom rapaz, Júlio não possuía a mesma fé que Ellen. Não fora criado ateu, mas não conhecia a Bíblia, a lei de Deus, o sábado, a salvação pela graça e todas as doutrinas nas quais Ellen havia sido criada. Ela sentiu seu coração disparar quando viu aquele rapaz. Ele era poucos anos mais velho que ela. Havia completado 20 anos na última primavera. 

A princípio, se tornaram bons amigos, mas todos podiam perceber que a forma como se olhavam, a maneira como se portavam, quando estavam juntos, refletia mais que amizade. Finalmente, sem que seus pais soubessem, Ellen começou a namorar com o jovem Júlio. Ellen não deseja contar a seus pais por que sabia muito bem a opinião deles. Outra que, de início, parecia um namoro não muito sério. Por vezes, seus pais a interrogaram sobre Júlio, pedindo também que ela tivesse cuidado, que não se deixasse envolver tanto com aquele rapaz. 

Aquela jovem achava que Júlio era um bom rapaz, e na igreja existiam poucos jovens ou talvez nenhum para que Ellen pudesse namorar. Júlio começou a frequentar mais a casa daquela jovem, por vezes chegou a ir à igreja com ela, até que finalmente falou com seus pais que gostava de Ellen e desejava, com o consentimento deles, namorá-la.  Foi uma situação muito constrangedora. Os pais de Ellen disseram a Júlio que iriam conversar com ela e que depois então dariam a ele um parecer sobre a questão.

Depois de orarem muito a respeito, disseram então a Ellen que desejavam falar com ela. O pai e a mãe daquela jovem conversaram sobre o que estava ocorrendo, tentando mostrar a sua filha que aquele não era o caminho indicado por Deus. Com a Bíblia na mão leram diversas passagens. Uma delas foi um texto do livro de Gênesis, que diz:

“Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.” Gênesis 26:34-35.

Os pais de Ellen perguntaram se ela desejava repetir a mesma história de Esaú trazendo tristeza ao coração daqueles que a amavam e a Deus seu Criador e Salvador. Leram também:

“Vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque seu pai, Foi Esaú a Ismael, e tomou para si por mulher, além das suas mulheres, a Maalate filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nebaiote.” Gênesis 28:8-9.

Explicaram a Ellen que ela estava repetindo o mesmo erro de Esaú, e que Deus havia deixado estas experiências para advertir a todos que seguissem pelo mesmo caminho. “Por que Isaque não gostava das filhas de Canaã?” perguntaram a Ellen. “Sim era porque não possuíam a mesma fé que ele”, diziam seus pais. Mas, por mais que tentassem dissuadir aquela jovem, ela parecia enfeitiçada por aquele namorado. Seus pais avisaram o pastor da igreja local sobre o que estava ocorrendo. Ele a visitou diversas vezes, advertindo Ellen de seu perigo.

Ellen agora começou a faltar nas reuniões da igreja. Não se sentia mais feliz. A única coisa que tinha em sua mente era Júlio. Ele era atencioso, romântico, não fazia cobranças, e até parecia interessado na igreja. “Por que”, se perguntava Ellen, “eu não posso namorar com ele?” Ela parecia não estar disposta a renunciar seus sentimentos. Parecia viver um romance maravilhoso com Júlio. Ela havia se esquecido que em uma determinada reunião com os jovens, bem antes de começar a namorar com Júlio, o líder de jovens havia tratado desse assunto e que havia lido o seguinte texto:

“O crente faz então por Cristo um sacrifício que sua consciência aprovará, e que mostra que ele estima a vida eterna demasiado alto para correr o risco de perdê-la. Sente que melhor lhe é permanecer solteiro do que ligar seus interesses por toda a vida com uma pessoa que prefere o mundo a Jesus, e que o buscaria levar para longe da cruz de Cristo. O perigo de dedicar o afeto aos incrédulos, porém, não é avaliado. Na mente juvenil, o casamento se acha revestido de um romance, e difícil é despojá-lo desse aspecto com que a imaginação o envolve, e impressionar o espírito com o senso das pesadas responsabilidades compreendidas nos votos matrimoniais. Esses votos ligam os destinos de duas pessoas com laços que coisa alguma senão a mão da morte deve desatar.” I Testemunhos Seletos pg. 576.

Depois de visitar Ellen diversas vezes, o pastor disse a ela que estava muito preocupado. O pastor havia explicado a Ellen que o tipo de namoro que rapazes ou moças do mundo querem ter, também não condiz com o namoro indicado pela inspiração. Como ela poderia namorar com um jovem do mundo e manter seu padrão de namoro cristão?  Isto era impossível. O pastor leu pra ela o seguinte texto: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Amós 3:3. Depois, leu também:

“Fazer jugo com os que não são consagrados e ainda ser leal à verdade, é simplesmente impossível. Não podemos unir-nos com os que se estão servindo a si mesmos, que estão trabalhando conforme planos mundanos sem perdermos nossa ligação com o Conselheiro celestial”. Comentário Bíblico pg. 1086.

O pastor queria, pela graça de Deus, ajudar a salvar aquela jovem do grande perigo que correia. Leu também:

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?" II Cor. 6:14 e 15. Isto significa em sentido especial, o casamento com os incrédulos;...”. Testemunhos para Ministros pg. 271.

Ellen era, como seus pais, membros de uma igreja com ótimos princípios. Por isso, o pastor explicou a ela que era necessário que a igreja fosse então comunicada sobre seu procedimento contrário à vontade de Deus segundo ele havia lido na Bíblia. Depois de diversas visitas e reuniões, Ellen recebeu da igreja um período de afastamento das suas atividades religiosas. Ela já poucas vezes se fazia presente nas reuniões, e sua atitude contrária à Palavra de Deus, exigia da parte da igreja uma reprovação formal (Mateus 18:15-17; Obreiros Evangélicos pg. 501). 

Antes era ela alegre, feliz, irradiava graça e beleza, parecia estar vivendo na atmosfera do Céu, agora se tornara ausente na igreja, evitava conversar com os irmãos, sentia como se todos a tivessem perseguindo, como se ninguém se importasse com ela. Por mais que Ellen estivesse enganada nesta questão, não conseguia ver isto.

Os pais de Ellen, embora conhecedores das Escrituras, nunca haviam passado por tal situação. O namoro de Ellen se tornara sério e até se ouvia falar de noivado e casamento. Começaram então a buscar na inspiração mais fundamento para mostrar à sua filha o erro que ela estava cometendo. Encontraram uma passagem assustadora e muito clara. Então leram para ela o seguinte:

“Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. E seus filhos falavam meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de cada povo. E contendi com eles, e os amaldiçoei e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos, e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos. Porventura não pecou nisto Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo ele amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E contudo as mulheres estrangeiras o fizeram pecar. E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras?” Neemias 13:25-27.

Os pais de Ellen tiverem que falar pra ela que, caso ela viesse mesmo a se casar com Júlio, a parte ruim daquele texto poderia se cumprir na vida dela. “Naquele tempo” disseram eles, “os filhos daqueles israelitas haviam se casado com mulheres estrangeiras, ou seja, que não pertenciam à fé dos judeus, não podiam falar bem nem a língua dos judeus e nem a língua daqueles povos pagãos. E como isto vai ocorrer novamente, caso você se case com Júlio que não possui a mesma fé que você? Simplesmente seus filhos, Ellen, ficarão divididos sem saberem que seguirão você ou seu esposo, caso ele tenha uma fé diferente da sua. Você Ellen, é vegetariana desde que nasceu, nunca comeu carne, como você irá educar seus filhos da mesma maneira se seu esposo não for vegetariano? Como você vai convencer seus filhos que a alimentação cárnea é pecado e faz mau à saúde, se eles verão o próprio pai comer carne? A fé de seus filhos estará dividida Ellen, eles não falarão nem a sua língua nem a língua de seu esposo. Enquanto você estiver talvez indo à igreja, seus filhos ficarão em casa com o pai assistindo TV ou quem sabe fazendo coisas piores. É esta a vida que você deseja pra você, Ellen?”

Ellen começou a chorar. Não por que ela já não havia feito isto antes, pois sua vida se tornara muito triste. Ela chorava naquele momento porque sabia que seus pais tinham razão, e de acordo com a Bíblia, ela realmente estava errada, porém, não tinha forças para romper com Júlio. Além do mais, Júlio havia dito que iria para a igreja com ela e o estava fazendo, porém, nenhuma mudança visível se podia notar nele. Percebia-se facilmente que seu interesse era apenas naquela jovem que havia conquistado seu coração. Os pais daquela jovem ainda fizeram menção ao seguinte detalhe do texto de Neemias:

“Porventura não pecou nisto Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo ele amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E contudo as mulheres estrangeiras o fizeram pecar. E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras?

Perguntaram a Ellen se ela acreditava que, assim como Salomão, ela estava pecando contra Deus. Indagaram também se ela tinha consciência de que um casamento com incrédulos afasta o coração de Deus levando ao pecado, segundo o texto que eles haviam acabado de ler. Ela sabia de tudo aquilo, não conhecia aqueles textos daquela forma tão profunda, mas tinha consciência da doutrina que aprendera nos seus anos de paz e comunhão com Deus e Sua igreja.

O pastor da igreja disse a Ellen que, nestas alturas, ele não saberia dizer se Júlio estava realmente indo à igreja por causa de Jesus e a verdade ou apenas por causa dela, e que a única forma de saber, era se ela terminasse com ele não dando a ele nenhuma esperança. Se ele não continuasse a frequentar a igreja, então ela saberia que não havia nenhum interesse da parte dele na verdade. Mas Ellen gostava demais de Júlio e não quis arriscar perde-lo.

Certa vez, em uma manhã de sábado, Ellen estava sozinha em casa. Lembrou-se de um dos livros que sempre lia quando precisava da orientação de Deus. Ellen agora orava pouco, ia poucas vezes à igreja, não dirigia mais nenhuma reunião, ficava muitas vezes em casa magoada com os pais porque achava que eles a não compreendiam. Ela não estava percebendo que havia perdido a comunhão com Deus, que estava orando e lendo pouco a Bíblia. No entanto, o Espírito Santo, no silêncio daquela manhã, levou a mente de Ellen a lembra-se do livro Mensagens aos Jovens. Começou a folhear suas páginas, talvez em busca de uma palavra de conforto, ou quem sabe procurando algo que dissesse a ela que seu relacionamento com Júlio não era assim tão ruim como se diziam. Ao contrário disso, acabou achando um texto que dizia:

Desejo advertir-te de teu perigo, antes que seja tarde demais. Dás ouvidos a palavras suaves, agradáveis, e és levada a acreditar que tudo irá bem; mas não lês os motivos que produzem essas palavras agradáveis. Não vês as profundezas da maldade oculta no coração. Não podes olhar atrás das cortinas, e discernir as ciladas que Satanás está pondo para tua alma. Ele quer levar-te a proceder de modo que possa alcançar acesso fácil em dirigir contra ti suas setas de tentação. Não lhe dês a menor vantagem. Enquanto Deus influi no espírito de Seus servos, Satanás opera pelos filhos da desobediência. Não há concórdia entre Cristo e Belial. Estes dois não podem harmonizar-se. Unires-te a um incrédulo é colocares-te no terreno de Satanás. Ofendes o Espírito de Deus e perdes Sua proteção. Podes sujeitar-te a tão terríveis desvantagens na peleja da batalha pela vida eterna?” Mensagens aos Jovens pg. 441.

Ellen ficou chocada e estarrecida. Mal podia acreditar no que acabara de ler. Era como se o próprio Deus tivesse descido literalmente do Céu para adverti-la do perigo que corria. Em lágrimas, se prostrou de joelhos rogando a Deus que lhe desse forças para fazer o que era correto. Uma coisa, porém, a preocupava. Júlio a havia pedido em casamento e ela havia aceitado. O que fazer? Com os olhos ainda repleto de lágrimas, mal podia continuar lendo. Depois de secar os olhos, voltou ao livro em busca da orientação Divina. Para maior espanto seu, leu ainda:

“Poderás dizer: "Mas eu dei minha palavra, e deverei agora voltar atrás?" Respondo: Se fizeste uma promessa contrária às Escrituras, por todos os meios retrata-a sem demora, e em humildade diante de Deus arrepende-te da vaidade que te levou a dar a palavra tão precipitadamente. Muito melhor é retirares tal promessa, no temor de Deus, do que cumpri-la e desonrar por esse meio teu Criador.” Mensagens aos Jovens 441.

O Espírito Santo estava trabalhando no coração de Ellen intensamente. Parecia que o próprio céu estava a poucos metros acima de sua cabeça. Ela sentia a voz de Deus no coração como nunca antes. Ela tinha a certeza de que Jesus não abandonara e que estivera durante todo este tempo lutando pela sua salvação. Todos os apelos dos irmãos, de seus pais, eram na verdade a voz de Deus a ela. Mas se deixara levar tanto pela emoção e não pela razão, que mal podia ver Deus pleiteando sua causa, lutando por sua alma e pela sua salvação. Ellen continuou lendo:

“Lembra-te de que tens um Céu a ganhar, e um caminho aberto para a perdição, a evitar. Quando Deus diz uma coisa, quer dizer isso mesmo. Quando proibiu aos nossos primeiros pais comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, sua desobediência abriu a todo o mundo as comportas da desgraça. Se andarmos contrariamente a Deus, Ele andará contrariamente a nós. Nosso único procedimento seguro é prestar obediência a todas as Suas ordens, sejam quais forem as custas. Todas as Suas exigências se fundam em infinito amor e sabedoria.” Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 119-122.

Ellen sabia agora que não podia brincar com Deus e sua Palavra. Sabia que se Ele havia dito que uma relação com não crentes era perigosa, era exatamente assim, e que não podia contar com a benção para um casamento que Deus de antemão não havia abençoado (Neemias 13:25). Se ela andasse contrária a Deus e Sua Palavra, o Senhor andaria contrário a ela e não abençoaria seu matrimônio.

Um amigo de Ellen, membro da igreja, enviou a ela também um e-mail com os seguintes textos:

“O Senhor não mudou... É fiel, misericordioso, compassivo, leal no cumprimento de Sua Palavra, tanto em promessas como em advertências. Um dos maiores perigos que rodeia o povo de Deus hoje é o da associação com os ímpios; especialmente em se unirem em casamento com incrédulos. Para muitos, o amor para com o humano eclipsa o amor para com o divino. Dão o primeiro passo para a apostasia com ousarem desconsiderar o mandamento expresso do Senhor; e a apostasia completa é muitas vezes o resultado. Tem-se demonstrado coisa perigosa para os homens, o fazerem a própria vontade em oposição às reivindicações de Deus. É todavia dura lição para os homens aprenderem que Deus quer dizer aquilo que diz. Em regra, os que escolhem para amigos e companheiros pessoas que rejeitam a Cristo e pisam a lei de Deus, vêm afinal a pensar da mesma maneira e a ter o mesmo espírito.” Signs of the Times, 19 de maio de 1881. MM 56:165.

“Os filhos de Deus não devem nunca aventurar-se a pisar terreno proibido. O casamento entre crentes e incrédulos é proibido por Deus. Mas muitas vezes o coração não convertido segue seus próprios desejos, e formam-se casamentos não sancionados por Deus. Por causa disso muitos homens e mulheres estão sem esperança e sem Deus no mundo. Suas nobres aspirações se acham mortas; por uma cadeia de circunstâncias eles estão detidos na rede de Satanás. Os que são governados pela paixão e pelo impulso terão amarga colheita a ceifar nesta vida, e sua conduta poderá resultar na perda de sua alma.” Fundamentos da Educação Cristã pg 501.

Deus estava de todas as formas tentando abrir os olhos de Ellen para seu grande perigo, e o Céu estava atento para saber que decisão ela iria tomar. Escutaria ela a voz de Deus?

Satanás por outro lado estava fazendo todo o possível para manter aquela jovem em suas redes. Ele desejava a infelicidade de Ellen e sabia ele que, se ela se casasse com Júlio, seu plano seria bem sucedido.

Ellen já tinha ouvido falar de muitas irmãs da igreja que tinham esposo não crente. Por diversas vezes ouvira estas irmãs com lágrimas relatarem em reuniões de oração seus problemas matrimoniais. Muitas vezes ela via estas irmãs sendo aconselhadas pelo pastor para que tivessem paciência. Em uma quarta-feira ela presenciou uma irmã pedindo que a igreja  orasse por ela, pois seu esposo havia ficado chateado, pois queria que ela preparasse uma feijoada pra ele com carne de porco e ela, segundo a palavra de Deus, não podia nem mesmo tocar em carnes imundas (Levítico 11:7-8). Por mais que ela procurou explicar isto para o esposo, ele não a entendeu.

Ellen começou a pesar todas estas questões e finalmente, tomou a decisão de romper com Júlio. Ele ficou muito chateado e usou palavras duras contra Deus e a igreja. Ellen o amava, mas ela aprendera a amar mais a Jesus. Ela não queria cometer o mesmo erro de Adão que amou mais a criatura do que o Criador.

Apesar de sofrer bastante, ela se apegou a Jesus e fez dEle sua força e seu auxílio. Ela sabia que unicamente Deus a podia ajudar e torna-la vitoriosa. Ellen passou a orar mais (Mateus 26:41; I Pedro 4:7; Colossenses 4:2; Romanos 12:12; Lucas 6:12; Mateus 21:12; Daniel 6:10; Efésios 6:18), a ler a Bíblia regularmente (João 15:3; Apocalipse 1:3), a frequentar novamente todas as reuniões da igreja (Hebreus 9:25; Salmo 84:1-4; Salmo 122:1), pois somente assim ela sabia que obteria força e graça para vencer. Gostava também de falar aos outros sobre esta graça que dava a ela forças para vencer o mundo e suas concupiscências (Mateus 28:20; Atos 1:8; Marcos 16:15; I Coríntios 9:16; I João 2:15-17).  Alguns versos passaram a ter significado especial para ela. Gostava de ler:

“Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Corintios 12:10.

“Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Filipenses 4:13.

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15:1-5.

Depois de muita luta Ellen conseguiu esquecer Júlio. Ele nunca mais foi à igreja. Ela poderia se sentir muito triste por não ter se casado com ele, mas ao contrário disto, sentia uma paz tão maravilhosa em Jesus que nada ela trocaria por aquele sentimento. Sua vida voltara a ser feliz. Voltara à comunhão da igreja e se envolvia em todas as atividades da mesma. Sua alegria era fazer a vontade de Deus e nela se deleitava (Sl 40:8).

Dois anos depois, em uma determinada conferência da igreja, Ellen conheceu Rafael, um jovem membro da igreja. Depois de vários contatos começaram a namorar, um namoro cristão, dentro dos padrões divinos. Casaram-se depois de um ano e meio de namoro. Hoje eles vivem felizes. Ele é o dirigente do trabalho missionário e ela a secretária da igreja. Seus filhos frequentam a escolinha e sabem dizer salmos e cantar hinos maravilhosos. Hoje, depois de tudo o que Ellen passou, ela sabe que fez a decisão certa e Deus honrou sua fidelidade fazendo com que conhecesse, amasse e se casasse com um rapaz cristão, que possuísse a mesma fé na qual ela fora criada.

Tempos atrás Ellen recebeu notícias de um de seus amigos da igreja, Ficou sabendo, para tristeza dela, que este amigo havia abandonado a igreja por causa de um namoro com uma jovem não cristã. Ficou ciente que ele não é feliz e que a esposa não quer seguir a Cristo. A princípio, aquela moça parecia interessada na igreja, mas logo que se casaram, ela se afastou e ele também. Ellen o visitou certa vez, mas parecia desanimado e infeliz. Procurou anima-lo, mas saiu de lá triste sem saber como ajudar seu amigo e antigo irmão na fé.

Ellen é muita grata a Deus, a seus pais e aos irmãos da igreja que tanto a ajudaram. Hoje ela é feliz e continua irradiando alegria e paz por onde anda. Ela sabe que Satanás procurou destruir sua felicidade e seu futuro, mas Deus a salvou e mostrou a ela um caminho bem melhor do que aquele que ela havia planejado a princípio. Ela alcançou a felicidade porque não duvidou da palavra de Deus e deu ouvidos à Sua vontade. Ellen é mãe de dois lindos filhos e juntamente com seu amado esposo servem a Deus e estão se preparando cada dia mais para a breve volta de Jesus.

“Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque bem-aventurados serão os que guardarem os meus caminhos. Ouvi a instrução, e sede sábios, não a rejeiteis. Bem-aventurado o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada dia, esperando às ombreiras da minha entrada. Porque o que me achar, achará a vida, e alcançará o favor do Senhor.” Provérbios 8:32-35.






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