O
Seguinte artigo tem por finalidade esclarecer algumas afirmações equivocadas da
apostila “A Igreja da Profecia e o Movimento de 1914”, de autoria de Benildo
Gabriel dos Santos.
Para
facilitar a compreensão, utilizamos a fonte em azul para que o leitor venha a
identificar mais facilmente nossa resposta.
“Erguem-se continuamente grupos
pequenos que creem que Deus está unicamente com os poucos, os dispersos, e sua
influência é derribar e espalhar o que os servos de Deus constroem. Espíritos
desassossegados, que desejam ver e crer constantemente alguma coisa nova surgem
de continuo, uns aqui, outros ali, fazendo todos uma obra especial para o
inimigo e, todavia, pretendendo possuir a verdade. Eles ficam separados do povo
a quem Deus está conduzindo e fazendo prosperar, e por meio de quem há de realizar
Sua grande obra” (Testemunhos Seletos, Vol. 1, p. 166).
Antes
que prossigamos, na explicação desse assunto proposto na citada apostila, é
importante dizer que não refutamos ou não nos colocamos contra os textos do
Espírito de Profecia ou contra qualquer texto da inspiração. Porém, não podemos
aceitar as aplicações equivocadas como as que encontramos nesta obra do senhor
Benildo, ignorando este, o contexto teológico e histórico de diversos textos.
O
que deve definir se um grupo pequeno tem como objetivo espalhar, derribar, ou
construir e ajudar, é sua história, a forma como surgiu, e a fé que professa.
Ellen White, nesta passagem, não pode estar condenando todo e qualquer grupo
que surja, se o mesmo estiver defendendo a verdade. Caso contrário, ela estaria
condenando a história da igreja em diversos momentos e a forma como a própria igreja Adventista teve início. Leiamos:
“Quando a verdade que agora
acalentamos foi inicialmente vista como verdade bíblica, quão estranha nos
pareceu, e quão forte foi a oposição que tivemos de enfrentar ao apresentá-la
ao povo pela primeira vez. Mas quão fervorosos e sinceros eram os amantes da
verdade, aqueles que obedeciam à verdade! Éramos realmente um povo peculiar. Éramos poucos em número, sem riquezas,
sem sabedoria e honras mundanas, mas ainda assim críamos em Deus e éramos
fortes e bem-sucedidos - um terror para os praticantes do mal.”
Meditações Matinais 2002, pág. 344. Casa Publicadora Brasileira.
O
que Ellen White está censurando, são grupos que se separam da igreja de Deus, da igreja que guarda os mandamentos, e que começam a demolir a verdade que o povo de Deus
defende. Perceba que ela fala de espíritos desassossegados que desejam crer ou
ver constantemente alguma coisa nova que sempre tem surgido nestes últimos
dias. O Movimento de Reforma não crê em nada novo. Nossa fé é a posição
original da igreja Adventista. O mesmo não
podemos dizer dessa igreja que tem mudado seus princípios e doutrinas ao longo
dos anos. Exemplos: A igreja mesmo diz que no passado, a posição antiga que defendia sobre a obra do selamento, era diferente da posição que a igreja tem
agora (Revista Adventista Novembro de 1973, pág. 31) Também sobre o ósculo
santo, está escrito que no passado “era costume entre os adventistas
guardadores do sábado trocar o ósculo santo no sacramento de humildade.” (Primeiros
Escritos, pág. 301). Hoje, no entanto, a igreja nem mais faz menção desse princípio
que figura como parte do evangelho de Jesus Cristo (Primeiros Escritos, pág.
117). A questão da santificação do sábado e do sexto mandamento, tão levada a
sério durante a guerra civil americana, onde a igreja fez sua primeira semana
de oração porque um adventista não podia, segundo sua consciência, pegar em
armas (O Grande Movimento Adventista, pág. 151. Casa Publicadora Brasileira), foram abandonados e transgredidos pela igreja durante a primeira guerra
mundial e nas subsequentes guerras (Kramer, Hermut H. Os Adventistas da
Reforma, pág. 26. Casa Publicadora Brasileira). E os princípios do vestuário,
então... Dispensa comentários. Esta lista poderia se estender. Nas palavras de
Moysés Nigri, a “igreja mudou”. Hoje,
existe não a mesma igreja adventista do passado, mas “uma outra igreja.” (Nigri, Moisés. Meditações Matinais, Andando com
Deus Todos os Dias pág. 271. Casa Publicadora Brasileira.) Este texto, portanto,
dizendo que existem grupos que são “desassossegados,
que desejam ver e crer constantemente alguma coisa nova”, pode melhor ser
aplicado à igreja Adventista, e não ao Movimento de Reforma!
Talvez,
a ênfase também de quem citou o texto, seja porque Ellen White está se
referindo a um pequeno grupo. Como já dissemos, ela não pode estar negando a
própria forma como a igreja surgiu: 11 pessoas, ou a história da igreja de Deus em diversos períodos. Com certeza, os antediluvianos mofaram de Noé por apenas ele é mais sete pessoas acreditarem em um dilúvio por vir (I Pedro 3:20) Talvez as demais nações também ridicularizaram o povo de Israel por ser a menor nação do mundo (Deuteronômio 7:7). Os judeus faziam o mesmo com Jesus e seu pequeno rebanho (Lucas 12:32).
"Como é", perguntavam,
"que nossos príncipes e doutos escribas não crêem em Jesus? Não O
receberiam estes homens pios se Ele fosse o Cristo?" Foi a influência
desses ensinadores que levou a nação judaica a rejeitar seu Redentor." O Grande
Conflito, pág. 596. Casa Publicadora Brasileira.
A igreja cristã apostada, também deve ter criticado os fiéis por nela ter ficado a maioria, e a minoria ter saído da igreja (O Grande Conflito, pág. 43. Casa Publicadora Brasileira).
O mesmo ocorreu quando muitos adventistas tiveram que abandonar suas igrejas no verão de 1844 (História
da Redenção, pág. 364. Casa Publicadora Brasileira).
E, segundo as profecias, nestes últimos dias, a
igreja de Deus nunca será um povo muito grande contando aí com seus milhões de
membros. Textos inspirados sempre mostram a igreja sendo constituída de milhares
de pessoas, nunca de milhões. Mesmo na conclusão da obra, daqueles que pregarão
a verdade, lemos:
“Por milhares
de vozes em toda a extensão da Terra, será dada a advertência.” O Grande
Conflito, pág. 612.
E
dos que serão convertidos à igreja, durante a Chuva Serôdia:
“Milhares se converterão à verdade num dia, os quais na hora
undécima verão e reconhecerão a verdade e as atuações do Espírito de Deus.”
Eventos Finais, pág. 212. Casa Publicadora Brasileira.
Esta
verdade está em perfeita harmonia com o selamento de 144.000 pessoas sob a
pregação da última mensagem, e não de milhões de assinalados ou de salvos com a
aceitação das três mensagens a ser pregada pela igreja verdadeira e a ser
aceita durante a última obra em favor desde mundo!
O texto do livro O Grande Conflito página 596, ao mencionar que o povo Judeu foi levado a rejeitar a Jesus devido a não tem em seu grupo pessoas de influência, ainda mostra as características do povo de Deus nos últimos dias, características,
aliás, que não se enquadram com a igreja Adventista:
“O espírito que atuava naqueles
sacerdotes e príncipes, é ainda manifesto por muitos que fazem alta profissão
de piedade. Recusam-se a examinar o testemunho das Escrituras concernente às
verdades especiais para este tempo. Apontam para o seu número, riqueza e
popularidade, e olham com desdém os defensores da verdade, sendo estes poucos, pobres e impopulares, tendo uma fé
que os separa do mundo.” O Grande Conflito, pág. 596. Casa
Publicadora Brasileira.”
Este
texto cai como uma luva tanto para a igreja Adventista, que tem, apontado para
seu número, riqueza e popularidade, tanto para os Reformistas, quem têm sido
olhados com desdém pela igreja Adventista, por serem poucos, pobres,
impopulares, mas tendo uma fé que os separa do mundo.
Mas,
alguém pode pensar: Não, este povo é o povo Adventista. Então responda
sinceramente: A igreja Adventista é composta de poucos? Não, ela tem milhões de
seguidores. Ela é impopular? Não, ela é uma igreja que grande parte das pessoas
conhece e não fazem a ela oposição. Ela tem uma fé que a separa do mundo? Muito
menos!
É
importante lembrar que:
“Nunca se achou a verdade entre a
maioria. Foi sempre encontrada entre a minoria.”
Meditações Matinais de 2002, pág. 77. Casa Publicadora Brasileira.
A
igreja Adventista tem nos acusado de sermos um povo que não cresce. Dizem que
Deus está fazendo a igreja prosperar, e isto é sinal de que Deus está com ela.
Não
somos contra o crescimento da igreja, desde que esta cresça dentro dos
princípios do evangelho e da verdade, e de forma espiritual saudável. O problema
da citada igreja é que, para crescer, ela abriu suas portas ao mundo. Repetiu o
mesmo erro da igreja cristã, quando “A maioria dos cristãos
finalmente consentiu em baixar a norma,
formando-se uma união entre o
cristianismo e o paganismo”. (O
Grande Conflito, pág. 41. Casa Publicadora Brasileira). A igreja Adventista,
assim como a igreja cristã, levou “idólatras a receber parte da fé
cristã, enquanto rejeitavam outras verdades essenciais”. O
Grande Conflito, pág. 40. Casa Publicadora Brasileira.
Moysés Nigri, ex-vice presidente da Associação
geral da igreja Adventista, confirma que a igreja não estava realmente preparada
para este crescimento. Ele escreveu:
“O
crescimento rápido do movimento
adventista de apenas 4.000 membros em 1865 para mais de seis milhões em 1990 é
um evidencia de que a igreja não pode
ser a mesma de ontem... O pior porem, é que a igreja não se
preparou para esta explosão (aumento de membros). Eu sei por experiência
que a igreja mudou porque eu
mudei, meus filhos mudaram bastante e os meus netos mais ainda... Deles é um
outro mundo, uma outra igreja”. Nigri, Moisés. Andando com Deus Todos os Dias pág. 271. Casa Publicadora Brasileira.
A
igreja, que havia começado em 1844, vivendo e pregando a verdade, levou 21 anos
para somar em seu meio quatro mil membros. Hoje, em sua atual situação de
apostasia e união com o mundo, ela chega a batizar mais da metade desse número
em apenas um dia. Não ignoramos que a igreja tem utilizado vários métodos para propagar
a mensagem que ela pensa ser a verdade, mas esse crescimento se deve ao
rebaixamento das normas e princípios da igreja. Mesmo entre os membros
adventistas, quantos abandonariam a igreja, fosse a verdade aplicada na prática
como deve ser? Mas a igreja parece estar mais preocupada com seus 2,3 bilhões
de dólares que são arrecadados por ano (Revista Adventista, Janeiro de 2015) do
que com a prática da verdade.
A
igreja tem repetido de forma organizacional, o mesmo erro cometido pelas escolas
adventistas no passado:
“Abaixar as normas a fim de
conseguir popularidade e aumento de número e fazer depois desse acréscimo
motivo de regozijo, mostra grande cegueira.”
E
nos adverte a inspiração:
“Fossem algarismos prova de êxito,
e Satanás poderia reclamar a preeminência; pois neste mundo seus seguidores são
grandemente mais numerosos.” Testemunhos Seletos, vol. 1, pág.
421. Casa Publicadora Brasileira.
Jesus aconselhou:
“Entrai
pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram
por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida,
e poucos há que a encontrem.” Mateus 7:13-14.
A igreja Adventista diz ser a igreja que, comparada
ao mundo, são os poucos que estão andando no caminho estreito. Mas as
características daqueles que estão andando no caminho estreito, que são os
poucos, não estão de acordo com o procedimento e os frutos que a igreja Adventista
mostra. Falando sobre a profissão de fé dessa igreja e de seus membros, Ellen
White escreveu:
“Vi,
percorrendo a estrada larga, muitos que tinham sobre si escritas estas
palavras: "Morto para o mundo. Próximo está o fim de todas as coisas.
Estai vós também preparados." Pareciam precisamente iguais a todas aquelas pessoas frívolas que em redor
se achavam, com a diferença única de uma sombra de tristeza que lhes notei no
rosto. Sua conversa era perfeitamente igual à daqueles que, divertidos e
inconscientes, se encontravam em redor; mas de quando em quando mostravam com grande satisfação as
letras sobre suas vestes, convidando outros a tê-las sobre si. Estavam no caminho largo, e no entanto
professavam pertencer ao número dos que viajavam no caminho estreito. Os
que em redor deles estavam, diziam: "Não
há distinção entre nós. Somos iguais; vestimos, falamos e procedemos
semelhantemente." Vida e Ensinos, pág. 157. Casa Publicadora Brasileira.
Vívida descrição de uma igreja que se diz morta
para o mundo, que diz que o fim está próximo, que diz pregar o evangelho e
convidar outras pessoas para se prepararem para a breve volta de Jesus, que
professa estar no caminho estreito quando na verdade está no caminho largo, pois
não tem nenhuma diferença para com o mundo. São iguais aos que estão com ela no
caminho largo. Ela se veste igual aos mundanos, fala e come semelhante aos
mundanos!
“Vi
a distinção entre esses caminhos, e também a diferença entre as multidões que neles viajavam. Os caminhos são
opostos; um é largo e suave, o outro estreito e escabroso. Semelhantemente as
duas multidões que os percorrem são
opostas no caráter, na vida, no vestuário e na conversa.” Idem , pág. 156.
Ellen White viu a distinção entre o verdadeiro povo
de Deus e o falso povo de Deus. Que Deus dê a você também esta visão e este
discernimento!
O
autor de “A Igreja da Profecia e o Movimento de 1914”, também menciona de forma
especial a última parte do texto, onde Ellen White parece dizer que Deus iria
operar ou realizar Sua obra por meio da igreja.
Mas
adiante iremos esclarecer melhor este e outros textos semelhantes. Por agora, é
necessário dizer que toda promessa de Deus está baseada em condições de
obediência. E estas promessas ou profecias que não dependem somente de Deus,
podem sofrer mudanças ou alterações, se o povo a quem estas promessas foram
feitas, não cumprirem as condições. Vamos dar alguns exemplos e basear nossa
afirmação com textos da Bíblia e do Espírito de Profecia. Vamos aos exemplos:
1º
Deus, através do profeta Jonas, disse que Nínive seria destruída dentro de 40
dias (Jonas 3:4-10). Quando o povo se converteu, Deus mudou e se arrependeu da ameaça
que fizera. E a profecia do profeta Jonas, não se cumpriu.
2º
Deus também havia dito de Eli:
“Portanto, diz o Senhor Deus de
Israel: Na verdade tinha falado eu que a
tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém agora
diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei,
porém os que me desprezam serão desprezados.” I Samuel 2:30.
Percebeu
que uma promessa ou profecia pode ser alterada segundo o procedimento daquele
que a profecia se destinava?
“Todas as Suas promessas são
feitas sob condição de fé e obediência, e
uma falta de conformação com as Suas ordens elimina de nós a plena
utilização dos abundantes recursos providos nas Escrituras.”
Patriarcas e Profetas, pág. 621. Casa Publicadora Brasileira.
Sem
dúvida que Deus tinha muitas promessas e muitos planos para com a igreja
Adventista, mas a questão é se a igreja sempre iria se colocar em uma posição
que pudesse ser usada por Deus.
Deus
também possuía muitos planos e tinha também muitas promessas para com a igreja
judaica. Nenhuma dessas promessas puderam ser cumpridas porque o povo se
colocou em uma situação que, como organização, Deus não poderia cumprir neles
Seus planos e profecias.
A
Bíblia fala e profetiza, por exemplo, sobre a restauração do povo de Israel como
nação independente de suas obras (Ezequiel 36: 24-28, 32-36). O Senhor também
prometeu que, enquanto as ordenanças estabelecidas por Deus durarem, como o
brilhar da lua e das estrelas, ou no bramir das ondas do mar, estes seriam
sinais de que Deus jamais os abandonou como nação e organização (Jeremias
31:35-36).
Se
a igreja Adventista crê que irá concluir a obra com base apenas em promessas,
os judeus têm motivos bem maiores para crerem que eles são os que constituem a
verdadeira igreja de Deus, e que Deus ainda está com eles como nação.
“Assim virão muitos povos e
poderosas nações, a buscar em Jerusalém ao Senhor dos Exércitos, e a suplicar o
favor do Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia sucederá que
pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das
vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está
convosco.” Zacarias 8:23.
Mas
as profecias e promessas de Deus, acabam se cumprindo com os fiéis. Pois “quando o povo judeu rejeitou a Cristo, o Príncipe
da Vida, Ele tirou-lhes o reino de Deus e entregou-o aos gentios. Deus
continuará lidando com cada ramo de Sua obra de acordo com esse princípio.
“Quando uma igreja demonstra ser
infiel à Palavra do Senhor, seja qual for sua posição e por mais elevada e
sagrada que seja sua vocação, o Senhor não pode mais cooperar com eles. Outras pessoas são então escolhidas para
assumir importantes responsabilidades.” Eventos Finais, pág.
53. Casa Publicadora Brasileira.
Deus
irá operar sim, por meio de Seu povo e concluirá a obra por meio de seu fiel
remanescente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia – Movimento de Reforma, a
verdadeira e original igreja Adventista do Sétimo Dia!
Para mais informações,
entre em contato:
Continua...
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