domingo, 10 de julho de 2016

Quem são os que passam pela Grande Tribulação, apenas os 144.000 ou também a Grande Multidão?


Para compreendermos claramente esta questão precisamos somar as informações existentes sobre este ponto.

Sabemos que a existência da grande multidão no cenário dos eventos desta Terra se limita apenas até a pregação da mensagem a todo o mundo. Para entendermos melhor, digamos que uma determinada pessoa por nome de José, que irá representar todos os féis nas igrejas caídas,  é uma pessoa sincera e que está vivendo em alguma igreja que no presente não constitui a igreja de Deus. Vamos supor que José, seja um católico fiel. Se ele morrer antes de conhecer a verdade, ele será salvo na grande multidão.

“Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que crêem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade”.[1]
José, portanto, apesar de ser aceito por Deus e salvo, não passará pela grande tribulação, pois dormirá durante todo o restante dos eventos finais e ressuscitará apenas quando Jesus voltar nas nuvens do Céu. Ele ressurgirá já imortal, transformado e incorruptível (I Coríntios 15:52-54).

Mas suponhamos que José permaneça vivo até o derramamento da Chuva Serôdia, até a proclamação do evangelho a todo o mundo. Logicamente José, da mesma forma que todas as demais pessoas do mundo, ouvirá a verdade. Qual verdade será pregada nesta ocasião? Bem, sabemos que será a tríplice mensagem angélica que deve ser levada a todos os “que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo.” (Apocalipse 14:6).

O que ocorrerá com José e com as pessoas se rejeitarem esta mensagem?

“Se a iluminação da verdade vos foi apresentada,  revelando  o  sábado  do  quarto mandamento, e mostrando que não há na Palavra  de  Deus  fundamento  para  a  observância  do domingo, e não obstante vos aferrais ao falso dia de repouso, recusando a  santificar  o  Sábado  a que Deus chama ‘Meu santo dia’, recebeis o sinal da besta. Quando ocorre isso? Ao  obedecerdes ao decreto que vos ordena deixar de trabalhar no domingo  e  adorar  a  Deus,  conquanto  saibais que não existe na Bíblia uma única palavra que mostre não passar o domingo de um  dia  comum de trabalho, consentis em receber o sinal da besta, e rejeitais o selo de Deus”.[2]
Percebemos de forma clara que se José rejeitar a verdade, ele agora não mais poderá fazer parte da grande multidão, porque afinal, agora ele ouviu a mensagem, não será mais inocente, e se ele a rejeitar, receberá então, segundo a Palavra de Deus, o sinal da besta!

“Terrível é a crise para a qual caminha o mundo. Os poderes da Terra, unindo-se para combater os mandamentos de Deus decretarão que todos, ‘pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos’ (Apocalipse 13:16), se conforme  aos  costumes  da  igreja,  pela  observância  do falso  sábado.  Todos  os  que  recusarem  a  conformar-se  serão  castigados  pelas  leis   civis,   e declarar-se-á finalmente serem merecedores de morte. Por outro lado, a lei de Deus que ordena  o dia  de  descanso  do  Criador,  exige  obediência,  e  ameaça  com   a  ira  divina   todos   os   que transgridem os Seus preceitos”. Esclarecido assim o assunto, quem quer que pise a lei de Deus para obedecer a uma ordenança humana, recebe o sinal da besta; aceita o sinal de submissão ao poder a que prefere obedecer em vez de Deus”.[3]
Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei,  e  o  mundo  for esclarecido  relativamente  à  obrigação   do   verdadeiro   Sábado,   quem   então   transgredir   o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que é de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma,  e  ao  poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a  sua  imagem.  Ao  rejeitarem  os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade e honrarem em seu  lugar  a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato  o  sinal  de  fidelidade  para com Roma – ‘o sinal da besta’.  E somente depois que esta situação esteja assim  plenamente exposta perante o povo, e este seja levado  ao  optar  entre  os  mandamentos  de  Deus  e  os  dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber ‘o sinal da besta.’”[4]
Mas suponhamos, que José então, ao ouvi a verdade não rejeita a verdade, ele a aceita. Ele será contato em qual grupo de salvos? Vejamos:

“Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a  misericórdia  não  mais pleiteará em favor dos culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá  cumprido  a  sua  obra. Recebeu a ‘chuva serôdia’, o ‘refrigério pela presença do  Senhor’,  e  acha-se  preparado  para  a hora probante que diante dele está. No Céu, anjos apressam-se de um lado  para  outro.  Um  anjo que volta da Terra anuncia que a sua obra está feita; o mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam ‘o  selo  do  Deus  vivo’.  Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos, e com grande voz diz: ‘Está feito’; e toda a hoste Angélica depõe suas  coroas  ao  fazer  Ele  o  solene  aviso:  ‘Quem  é  injusto,  faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e  quem  é  justo,  faça  justiça  ainda;  e  quem  é santo, seja santificado ainda’. Apocalipse 22:11. Todos os casos foram decididos para a vida ou para a morte. Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados.  O número de Seus súditos completou-se”.[5]
Veja que o texto começa dizendo de um tempo quando a última mensagem de graça for encerrada sob a Chuva Serôdia. Diz que todos os que aceitarem esta mensagem receberão o selo do Deus vivo e serão contados com o grupo de salvos cujo número se completará. Bem, sabemos que a grande multidão não tem um número definido, ela é incontável (Apocalipse 7:9) O único número que pode ser completado, é o grupo dos 144.000, que tem um número específico e contável!

José, portanto, ouvindo a verdade e a aceitando, será selado e contato com os 144.000, segundo o que diz a inspiração! Note bem a expressão profética:

“...TODOS os que se mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam ‘o  selo  do  Deus  vivo’.
Segundo estas passagens inspiradas, portanto, chegamos às seguintes conclusões claras e irrefutáveis:

1º Se José tivesse morrido antes da Chuva serôdia, faria parte da grande multidão e não passaria pelo tempo de angústia.

2º Como José permaneceu vivo até que a verdade fosse pregada, ele não poderá mais fazer parte da grande multidão, pois que se ele rejeitar a verdade, receberá o sinal da besta, se ele aceitar a verdade, receberá o sinal ou o selo de Deus.

3º Os que farão parte da grande multidão, portanto, estarão sobre a Terra até que a mensagem seja pregada, depois desse tempo, todos os que pertencerem à grande multidão, estarão mortos esperando a segunda vinda de Jesus!

4º Os únicos santos vivos a entrarem, portanto no tempo de angústia, serão aqueles que receberem o selo do Deus vivo. José, se aceitar a verdade, fará parte desse grupo!
Por isso, a Palavra de Deus diz claramente que depois da pregação da tríplice mensagem angélica só estará sobre a Terra duas classes de pessoas: Os que tem o selo de Deus e os que tem o sinal da besta! Não, não existirá outro grupo de salvos!!

“No surgimento da grande controvérsia, revelam-se duas partes, os que ‘adoram a besta e sua imagem’ e recebem seu sinal, e os que recebem ‘o selo do Deus vivo’ que tem ‘em suas testas escrito o nome do pai’”. [6]
“É-nos mostrado claramente que haverá dois grupos quando aparecer o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.[7]
Só poderá haver duas classes. Cada participante é assinalado distintamente, ou com o selo do Deus vivo, ou com o sinal da besta ou de sua imagem[8]
Onde estará a grande multidão por este tempo? Na sepultura!!! Logicamente ela não poderá passar então pela grande tribulação da angústia de Jacó!

Precisamos compreender bem o capitulo 7 do Apocalipse. Ninguém precisa ficar confuso sobre este assunto. Este capítulo precisa ser compreendido sob a luz dos textos citados acima e da lógica envolvida nesta questão!

Se como vimos, a grande multidão estará na sepultura durante a grande tribulação da angústia de Jacó, que grupo é mencionado quando a inspiração diz:

“Estes são os que vieram de grande tribulação”?

Logicamente os únicos que passarão pela grande tribulação depois do fechamento da porta da graça, os que forem selados e que fazem parte dos 144.000!

Vamos fazer uma exegese rápida do capítulo 7 de Apocalipse, neste contexto do assunto aqui proposto:

1º Apocalipse 7:1-8 fala de uma obra que ocorre na Terra. A visão do profeta é direcionada para um evento que precede a segunda vinda de Jesus, focalizada no capítulo 8. Nestes primeiros oito versículos, os eventos estão a se desenrolar na Terra, quando a obra da salvação ainda está em andamento.

2º A partir do versículo 9, a visão do profeta é levada e direcionada ao Céu, quando a obra da redenção está já concluída. Ali no Céu, ele olha e vê dois grupos de salvos: Primeiramente ele vê uma grande multidão que não se pode contar de tão numerosa. Esta grande multidão foi ressuscitada quando Jesus voltou. Ela estava na sepultura durante a angústia de Jacó e voltou à vida quando Jesus retornou à Terra.

“Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: "Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!" Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e os que ouvirem viverão. E a Terra inteira ressoará com o passar do exército extraordinariamente grande de toda nação, tribo, língua e povo. Do cárcere da morte vêm eles, revestidos de glória imortal, clamando: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?" I Cor. 15:55.” [9]

Veja como a inspiração confirma que esta grande multidão extraordinariamente grande é a que será ressuscitada quando Jesus voltar. Ela não estará viva antes desse tempo e depois da obra de pregação concluída sob a Chuva Serôdia.

Devemos perceber que logo que o profeta vê esta grande multidão, ele diz e sabe de onde ela é e veio:

“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos.”

Depois que ele observa esta grande multidão, outro grupo lhe chama a atenção. Um grupo que o profeta não sabe quem é e de onde veio:

“E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram?”

Voltamos a repetir: Este grupo não pode ser o mesmo do versículo 9 que já foi identificado quem era e de onde tinha vindo. Este grupo, cuja resposta foi que tinha vindo da grande tribulação, o profeta não sabia de onde tinha vindo e nem quem era!!

Segundo nosso estudo aqui, estes que tinham vindo da grande tribulação, não pode ser outro grupo a não ser os 144.000, que serão os únicos santos vivos a passarem pela grande tribulação, após o fechamento da porta da graça! O versículo 6 nos ajuda a identifica-los também:

“Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles.”

Este período de fome, de sede, um período quando o sol estará castigando os moradores da terra, sem dúvida é uma referência às sete pragas, que acabam por interferirem de forma indireta na vida dos justos naquele tempo de angústia como nunca ouve!

Devemos estar com os olhos abertos para vermos a beleza desta verdade através de um contexto teológico e escatológico que a inspiração nos oferece!!

Desta forma, se entende claramente porque é mencionado que estes que vieram da grande tribulação “estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no Seu templo”, porque este grupo é constituído dos 144.000 e somente os 144.000 entram no templo!

“E quando estávamos para entrar no templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: ‘Somente os 144.000 entram neste lugar’, e nós exclamamos: ‘Aleluia’!”.[10]
O texto dizendo que os que são mencionados em Apocalipse 7:15 estão no templo, serve não para provar que a grande multidão ali também entra, pois como vimos, não está se referindo à grande multidão, mas serve para mostrar que estes que estão no templo, segundo a inspiração, são os 144.000!! Mais uma vez apelo, vamos manter em mente todo o contexto dessa verdade que encontramos na inspiração!

O fato de a grande multidão estar vestida de vestes brancas e estes que estão no templo também trajarem vestes brancas não mostra isto que se trata do mesmo grupo, pois todos os salvos, ou os que vencerem, receberão vestes brancas! (Apocalipse 3:5).





[1] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 450. Casa Publicadora Brasileira.
[2] White, E. G. Meditações Matinais de 1977, pg. 209. Casa Publicadora Brasileira.
[3] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 610. Casa Publicadora Brasileira.
[4] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 450. Casa Publicadora Brasileira.
[5] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 619. Casa Publicadora Brasileira.
[6] White, E. G. Testemunhos Seletos Vol. III, pg. 285. Casa Publicadora Brasileira.
[7] White, E. G. Testemunhos para Ministros, pg. 133. Casa Publicadora Brasileira.
[8] White, E. G. Eventos Finais, pg. 184. Casa Publicadora Brasileira.
[9] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 649, 650. Casa Publicadora Brasileira. 
[10] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 19. Casa Publicadora Brasileira.