quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O Pôr-do-sol, a Santificação do Sábado, e o Confinamento para Provas e Concursos.


Já postamos neste blog um artigo esclarecendo a maneira correta de santificarmos o sábado segundo a Palavra de Deus. Porém, sentimos a necessidade de esclarecer melhor a seguinte questão: Pode alguém santificar o sábado chegando atrasado para o pôr-do-sol mesmo que já tenha feito toda preparação no local onde trabalha ou estuda ou no local onde esteve envolvido em atividades seculares?

Assim como temos feito em outros artigos abordando outros assuntos, vamos avaliar também esta questão de acordo com a inspiração, ela é e sempre será nossa guia infalível. As opiniões das pessoas podem divergir, as pessoas podem estar equivocadas mesmo que julguem possuir total certeza da verdade. Por isso, nossa certeza deve imergir da Palavra inspirada, aceita-la em sua simplicidade, crer em suas declarações sem ideias preconcebidas, com a confiança e a simplicidade de uma criança.

Ao avaliarmos esta questão, queremos mencionar outra que está ligada também com a questão da santificação do Sábado e o pôr-do-sol: A questão do confinamento em provas principalmente do Enem. Então, vamos lá!

O Sábado foi e sempre será uma prova ou um sinal de nossa fidelidade a Deus. A inspiração diz:

“E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica.” Ezequiel 20:12.

O sábado será a pedra de toque da lealdade; pois é o ponto da verdade especialmente controvertido.” - O Grande Conflito, pág. 605.

Muitos aspectos estão envolvidos na verdadeira santificação do sábado, alguns tão minuciosos e à nossa vista pequenos, que julgamos muitas vezes serem insignificantes. Devemos lembrar, porém, que “quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.” Lucas 16:10. Se acharmos insignificantes alguns aspectos da santificação do sábado, por pensarmos talvez serem pequenos detalhes, podemos estar nos preparando para considerarmos posteriormente assuntos relacionados a esta questão como sendo sem importância, mesmo que sejam assuntos ou aspectos de muita gravidade.

“O homem que comete fraudes em coisas pequenas, também as cometerá em coisas grandes se lhe sobrevier tentação.” - Meditações Matinais 1995, pág. 341.

Ou seja, transgredir apenas poucos minutos do sábado pode nos levar a transgressões maiores, utilizando mais tempo sagrado para nosso benefício pessoal.

Na Bíblia, encontramos uma das experiências mais significantes no tocante à santificação do sábado em relação com a atitudes que julgamos muitas vezes serem de nenhuma importância.

O Povo de Israel foi advertido que o Maná não seria enviado nas horas sagradas do sábado, por isso na sexta-feira, deveriam colhê-lo em dobro. A ordem divina através de Moisés foi clara:

“Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do Senhor; hoje não o achareis no campo.” Êxodo 16:25.

A inspiração, porém, relata:

“E aconteceu ao sétimo dia, que alguns do povo saíram para colher, mas não o acharam.” Êxodo 16:27.

Talvez, à primeira vista, estes detalhes passam despercebidos, mas é importante atentarmos para o fato de que o maná não foi apanhado no sábado, mesmo porque dele não havia no campo. Mas o fato do povo apenas sair para colher o maná, caminhar com este objetivo, constituiu tal ação uma transgressão do sábado. Precisou ouvir a solene advertência e reprovação do Senhor:

“Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis? Vede, porquanto o Senhor vos deu o sábado, portanto ele no sexto dia vos dá pão para dois dias; cada um fique no seu lugar, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.” Êxodo 16:28-29.

A transgressão do sábado não se dá apenas no ato ou ação de uma determinada intenção, mas no princípio que a motiva, mesmo que este ato não seja concretizado. Apesar do povo não ter colhido o maná, para Deus foi como se tivessem colhido, pois saíram com este objetivo. A caminhada empreendida com aquela intenção constituiu a transgressão.

Alguém que sai do trabalho depois do pôr-do-sol e empreende uma caminhada ou uma jornada até a casa onde mora, está realizando tal percurso durante as horas sagradas do sábado por quê? Para curar um doente? Para ir à igreja? Para visitar um órfão ou uma viúva? Não, ele estará realizando este percurso unicamente por causa de seu trabalho!

Qualquer pessoa pode se locomover dezenas de quilômetros para auxiliar alguém durante as horas do sábado, porém, se se locomover um único metro com fins materiais, lucrativo, estará em transgressão, por que o princípio que o motiva é o trabalho secular, mesmo que ele não esteja literalmente envolvido naquele exato momento em tal ação.

O mesmo critério se aplica à questão do confinamento para o Enem ou qualquer outra prova. O percurso que alguém faz até o local da prova durante as horas do sábado tem um único objetivo: Realizar a prova, nada mais. Este percurso é pecaminoso, pois o princípio que o motiva é uma questão puramente material e secular!

Alguns são criteriosos com a questão do Enem, mas não veem que a mesma questão se acha envolvida no assunto do trabalho, quando alguém faz sua preparação no local de trabalho e se dirige à  casa onde reside, depois do pôr-do-sol. Tanto um caso como o outro, muito similares, constitui transgressão do dia santo reservado somente ao Senhor. Um faz a preparação na sexta-feira e vai para determinada escola ou local durante as horas sagradas do sábado e, depois de passado o sábado, se envolve em atividades seculares, ou presta um concurso ou faz uma prova. O outro trabalha durante a semana e se envolve também com assuntos não relacionados com a santificação do dia de Deus, assim como o primeiro também faz a preparação, mas vai para casa nas horas sagradas do santo sábado. Não há nenhuma razão para crermos que são situações diferentes.

Se na questão está envolvido apenas um assunto secular, se o trajeto está sendo efetuado unicamente por ter assuntos materiais envolvidos, a ordem divina é:

“... cada um fique no seu lugar, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.”

A inspiração também enfatiza:

“Devemos observar cuidadosamente os limites do sábado. Lembrai-vos de que cada minuto é tempo sagrado.” - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 22.

O que entendemos por ter que observar cuidadosamente os limites do sábado? Seria alguém estar realizando um determinado percurso durante as horas do sábado porque o trabalho não o permitiu estar em casa antes das horas santas? Respeitar os limites do sábado seria alguém estar se dirigindo a uma escola para fazer um concurso ou uma prova em um tempo que não lhe pertence?

Em nossa mente deve estar bem claro o pensamento que cada minuto do sábado é tempo sagrado que deve ser utilizado apenas segundo a vontade de Deus. Onde encontramos na inspiração que por causa do trabalho ou de um concurso ou do Enem, alguém pode usar alguns minutos ou talvez dezenas ou centenas de minutos para seguir seus próprios caminhos ou fazer sua própria vontade (Isaías 58:13) durante um tempo que não lhe pertence?

Afinal, o que significa Jesus ser o Senhor também do Sábado (Marcos 2:27)? Não significa porventura que Ele é o dono desse dia, que Ele separou estas 24 horas exclusivamente para Ele? Sendo Ele o Senhor desse dia, não deveríamos realizar neste dia apenas o que Ele permite que façamos, (Mateus 12:12)? E perguntamos: Onde encontramos alguma passagem que nos permite usar algum tempo do sábado ou algumas horas, ou talvez um minuto, para correr atrás de nossos interesses particulares e materiais? Se esta permissividade não pode ser advogada com base na inspiração, precisamos, a despeito das mais claras considerações humanas, ficarmos com a inspiração. Esta é nossa única segurança!

“Obediência, eis o objetivo a alcançar; obediência implícita e cega,” (à palavra de Deus) “sem deter-se para indagar a razão ou a ciência do assunto.” - Meditações matinais 2002, pág. 126.

Portanto, se alguém chegar, depois do pôr-do-sol da sexta-feira, em casa, por causa do trabalho, este ato constituirá transgressão das horas sagradas do sábado. Deus deixou esta questão clara para que ninguém se confunda. No livro de Neemias 13:15-18, encontramos este assunto bem esclarecido. Lá lemos:

“Naqueles dias vi em Judá os que pisavam lagares ao sábado e traziam feixes que carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e figos, e toda a espécie de cargas, que traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles no dia em que vendiam mantimentos. Também habitavam em Jerusalém tírios que traziam peixe e toda a mercadoria, que vendiam no sábado aos filhos de Judá, e em Jerusalém. E contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado? Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe o nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda mais acrescentais o ardor de sua ira sobre Israel, profanando o sábado. Sucedeu, pois, que, dando já sombra nas portas de Jerusalém antes do sábado, ordenei que as portas fossem fechadas; e mandei que não as abrissem até passado o sábado; e pus às portas alguns de meus servos, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado.”

Em Judá estava o mandamento do Sábado sendo transgredido de várias formas. Pessoas pisando o lagar (local onde as uvas eram pisadas para se extrair seu suco) durante o sábado, animais trabalhando quando o mandamento diz: Nem seu animal (Êxodo 20:10). Havia também comércio livre, compra e venda, etc. O início do sábado, ao pôr-do-sol, também não era respeitado, pois havia livre acesso durante todo o tempo para os negociantes. Tudo isto constituía transgressão da ordem expressa de Deus sobre o quarto mandamento.

O que fez Neemias? Ele ordenou que antes do Sábado, quando o mesmo ainda não havia ainda chegado, as portas foram fechadas e somente foram abertas depois que o sábado terminou.

A Bíblia usa a expressão: “dando já sombra nas portas de Jerusalém antes do sábado”. Que sombras eram estas que se projetavam nas portas de Jerusalém? Eram as sobras das montanhas que estão em volta de Jerusalém.

“Assim como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o Senhor está em volta do seu povo desde agora e para sempre.” Salmos 125:2.

Quando o sol começava a declinar por detrás daquelas montanhas, a sombra desses montes era então projetada nas portas de Jerusalém, mostrando assim que o sábado estava quase chegando. Neste momento, em Jerusalém, cessava toda a atividade secular. Isto deve nos mostrar que nossas atividades devem cessar um pouco antes do sábado e não propriamente no momento em que nós o iniciamos.


Oque ocorreria se alguém chegasse a Jerusalém depois de suas portas estarem já fechadas? Não poderia entrar, ele deveria passar a noite fora de Jerusalém. E se esta pessoa chegasse depois do pôr-do-sol por causa de um negócio que não conseguiu concluir para que pudesse estar ali na hora certa?

“Então os negociantes e os vendedores de toda a mercadoria passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes.” Neemias 13:20.

Mas a atitude desses negociantes ainda não estava correta. Ficar ali para logo depois do pôr-do-sol do sábado realizar seus negócios e afazeres, também não estava certo. Por isso Neemias relatou:

“Protestei, pois, contra eles, e lhes disse: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão de vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado.” Neemias 13:21.

Nos versículos encontrados no capítulo 13 do livro de Neemias mencionando a questão da santificação do sábado, temos duas lições claras e profundas para nos ajudar e ensinar nos dois assuntos aqui propostos:

1ª Se os que acham que podem chegar depois do pôr-do-sol em casa por estarem envolvidos em assuntos trabalhistas, vivessem nos dias de Neemias, e chegassem em Jerusalém depois que já havia começado o dia santo, passariam o sábado fora de Jerusalém.

2ª Aqueles que ficaram fora de Jerusalém esperando para que depois do sábado pudessem realizar suas atividades, também não estavam procedendo corretamente. Isto lança luz sobre a questão do sistema de confinamento para se prestar provas e concursos. Ficar confinado em um local, com o objetivo de, ao terminar o sábado, correr atrás de suas atividades seculares, é reprovável pela Palavra de Deus, é transgressão do mandamento, e jamais deve tal ato ser sancionado por uma igreja ou por qualquer pessoa que conheça a verdade!

A questão do confinamento não serve para um fiel observador do santo Sábado. Sua mente durante as horas do sábado deve estar voltada apenas para as coisas espirituais. Sem contar a questão do trajeto durante as horas sagradas do sábado realizado exclusivamente por causa da prova, existe a questão espiritual, onde a mente deveria estar voltada apenas para os assuntos por Deus propostos para este dia sagrado. Seria possível manter a mente ligada apenas e somente em coisas espirituais estando confinado em um local para a realização de uma prova importante esperada e aguardada com ansiedade?

“Deus requer, não somente que nos abstenhamos do trabalho físico no sábado, mas que a mente seja disciplinada de modo a pensar em temas santos.” – Orientação da Criança, pág. 529.

“Antes de começar o sábado, tanto a mente como o físico devem desembaraçar-se de todos os negócios seculares. Deus colocou o sábado ao final dos seis dias de trabalho, para que o homem aí se detenha e considere o que lucrou, durante a semana finda, em preparativos para aquele reino de pureza a que nenhum transgressor será admitido. Devemos cada sábado fazer um balanço para verificar se a semana finda nos trouxe lucro ou prejuízo espiritual.” - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 22.

Este é um texto que fica difícil de ser obedecido tanto para aqueles que não podem fazer o pôr-do-sol em casa, pois não sobra tempo para nenhuma reflexão antes do sábado, quanto para aqueles que acham que podem realizar alguma prova pelo sistema de confinamento. Na mente não passará nenhuma preocupação com uma prova ou com o Enem durante as horas santas do sábado, se tão somente nós sabermos que neste sistema de confinamento, não o podemos realizar.

Mencionando ainda a questão de estar em casa antes do pôr-do-sol, a inspiração ainda diz:

Antes do pôr-do-sol, todos os membros da família devem reunir-se para estudar a Palavra de Deus, cantar e orar. A este respeito estamos necessitados de uma reforma, porque muitos há que se estão tornando remissos. Temos que confessar as faltas a Deus e uns aos outros. Devemos tomar disposições especiais para que cada membro da família possa estar preparado para honrar o dia que Deus abençoou e santificou.” - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 23.

Quando todos os membros da família devem estar reunidos? Antes, e não depois do pôr-do-sol. Chegar em casa apenas depois do sábado já começado é ir contra a inspiração e a Palavra de Deus!

Algumas pessoas questionam o fato de que, para alguém que mora em cidades grandes, estes princípios são difíceis de serem seguidos. Parece que o fato de morarem em grandes cidades é usado como desculpa para a transgressão da lei de Deus e muitos se justificam com este pensamento. Pensam que Deus os desculpará por isso. Porém, se o local onde eu moro, o serviço onde trabalho, ou seja lá o que for, está me atrapalhando de cumprir com a vontade de Deus, devemos pensar se compensa mesmo ganhar o mundo inteiro e perder a alma (Mateus 16:26).

Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna. Diz Deus: ‘Aos que Me honram, honrarei.’ I Sam. 2:30.” - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 23.

Nunca esteve nos planos de Deus que Seu povo vivesse em grandes cidades. Os males de se viver em tais localidades são inúmeros. Mas se morar nas cidades ainda nos leva à transgressão da santa lei de Deus, então devemos tomar medidas para que não coloquemos nossa salvação e a salvação de nossa família em perigo.

Quando Deus, através da inspiração, nos aconselhou para que deixemos as grandes cidades, estava querendo evitar exatamente este e outros problemas.

O fato de virarmos as costas às orientações de Deus, morando em cidades grandes, acarretando assim a transgressão à Sua lei, ao contrário de servir de desculpa por moramos em tais cidades, servirá de condenação. Nossa desobediência às orientações Divinas acaba por acarretar outras transgressões. Por muitos ainda estarem vivendo em grande cidades, à despeito de saberem que ali não deveriam mais estar, prepara-os para a transgressão dos mandamentos de Deus no que diz respeito, por exemplo, a estarem em casa antes do pôr-do-sol.

“Um momento de descuido pode imergir uma alma em irreparável ruína. Um pecado leva ao segundo, e o segundo prepara o caminho para o terceiro, e assim por diante. Cumpre-nos, como fiéis mensageiros de Deus, rogar-Lhe constantemente que nos guarde por Seu poder. Se nos desviamos um centímetro que seja do dever, estamos em risco de seguir avante na senda do pecado que terminará em perdição. Há esperança para cada um de nós, mas unicamente de um modo, e este é ligar-nos a Cristo, e exercer toda energia para atingir à perfeição de Seu caráter.” – testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 212.

A Palavra de Deus nos aconselha:

“Saí das cidades o mais depressa possível.” - Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 356.

“Para fora das cidades, é minha mensagem neste tempo.” - Eventos Finais, pág. 95.

Não esqueçamos que a primeira cidade foi fundada por um homem completamente alienado de Deus (Gên. 4:17).

Outro ponto que precisamos esclarecer é o argumento de que, se errarmos, é melhor que erremos pelo lado da misericórdia.

Antes de qualquer coisa, preciso dizer que compreendo as diversas circunstâncias envolvidas nesta verdade e creio que este princípio deve ser seguido (Mateus 12:7). Devemos, porém, lembrar que este grau de misericórdia deve ser colocado por Deus e não segundo os pensamentos humanos (Isaias 55:8-9; Romanos 9:20; etc.). O ser humano está sempre sujeito em trocar valores e chamar o mal bem e ao bem mal (Isaias 5:20). A verdadeira misericórdia jamais dá ao pecador autorização para a transgressão da lei de Deus. Ao contrário disto, a misericórdia leva o pecador a um senso de necessária mudança instigada pelo amor e pela misericórdia a ele demonstrada na cruz.

Já conversei com dezenas de pessoas que me afirmaram acreditarem de coração que o fato de trabalharem durante o sábado não acarretará sobre elas os juízos de Deus, pois Deus é misericordioso, Deus quer que sustentem suas famílias e que não as deixem passar necessidades. Por isso, muitas vezes nosso senso de misericórdia pode estar ofuscado e totalmente desvirtuado se o compararmos com as Escrituras.

Em 1914, quando a igreja Adventista se postou contra a lei de Deus na transgressão inclusive do 4º mandamento, um dos argumentos usados, para defender os transgressores posteriormente, foi:

“Nossos irmãos mantiveram o espírito da liberdade, o espírito do amor, da tolerância e da misericórdia.” A. G. Daniells, presidente adventista - Protocolo, pág. 63.

Portanto, devemos cuidar para que a licença para o pecado não tome ares ou aparência de misericórdia. E como devemos saber quando é misericórdia ou quando é transgressão disfarçada de misericórdia? Como disse, nossa segurança é a palavra de Deus. Ela é nossa guia infalível.

“Lembra-te de que tens um Céu a ganhar, e um caminho aberto para a perdição, a evitar. Quando Deus diz uma coisa, quer dizer isso mesmo. Quando proibiu aos nossos primeiros pais comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, sua desobediência abriu a todo o mundo as comportas da desgraça. Se andarmos contrariamente a Deus, Ele andará contrariamente a nós. Nosso único procedimento seguro é prestar obediência a todas as Suas ordens, sejam quais forem as custas. Todas as Suas exigências se fundam em infinito amor e sabedoria.” - Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 119-122.

Quando Deus diz que os limites do sábado devem ser respeitados, que ninguém deve sair de seu lugar por motivos não compatíveis com a santificação do quarto mandamento, é exatamente isto que Ele quer dizer. Ninguém precisa tentar fazer emendas na lei de Deus!

Desejamos findar este artigo dizendo que o sábado somente será uma benção se ele for obedecido em conexão com Jesus Cristo. A Bíblia diz que o sábado é um sinal entre Deus e os filhos de Israel. O sábado nunca foi sinal entre Deus e um povo que não o Seu povo. Precisamos ser israelitas se queremos ter os benefícios desse dia sagrado. E o que precisamos fazer para sermos israelitas? Eis a resposta:

“E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” Gálatas 3:29.

Os descendentes de Abraão são israelitas, e se somos de Cristo, somos também israelitas, e a nós pertencem todas as bênçãos do concerto Abraâmico, incluindo as bênçãos do sagrado e santo Sábado como um sinal entre Deus e os descendentes de Abraão. Mas isto só será possível se pertencermos a Cristo, se formos integralmente e totalmente dEle.

“E o Senhor diz: "Se desviares o teu pé de profanar o sábado, e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, ... então te deleitarás no Senhor." Isa. 58:13 e 14. A todos quantos recebem o sábado como sinal do poder criador e redentor de Cristo, ele será um deleite. Vendo nele Cristo, nEle se deleitam. O sábado lhes aponta as obras da criação, como testemunho de Seu grande poder em redimir. Ao passo que evoca a perdida paz edênica, fala da paz restaurada por meio do Salvador. E tudo na natureza Lhe repete o convite: ‘Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.’ Mat. 11:28.” - O Desejado de Todas as Nações, pág. 289.

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