quarta-feira, 26 de junho de 2013

A RESSURREIÇÃO ESPECIAL ou PARCIAL



Neste artigo faremos algumas considerações sobre a ressurreição especial ou parcial. Em algumas igrejas que dizem esperar a segunda vinda de Jesus, a verdade dessa ressurreição é algo quase esquecida ou até mesmo desconhecida. Acreditamos que, em alguns casos, esta questão da ressurreição especial não é mais mencionada porque a mesma tem uma relação muito íntima com os 144.000 e as verdades que temos apresentado aqui.

Na Bíblia, encontramos quatro textos que falam diretamente sobre a ressurreição especial ou parcial:

“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. Daniel 12: 1, 2.

Nesta passagem, podemos ver que esta ressurreição ocorre durante o tempo de angústia, e que nesta ressurreição ressuscitam alguns para vida e outros para a morte. Note que esta ressurreição não é a ressurreição geral que ocorre na segunda vinda de Jesus, pois que na ressurreição geral somente os salvos é que ressuscitarão:

Os que morreram em Cristo”, diz Paulo, “ressuscitarão primeiro”. I Tes. 4:16. 

Isto Paulo menciona sem dúvida referindo-se a ressurreição geral da segunda vinda de Jesus.  João, no Apocalipse escreveu que sobre os que participam da ressurreição geral, na segunda vinda de Jesus, não tem poder sobre estes a “segunda morte, mas serão sacerdotes de Cristo, e com Ele reinarão mil anos”. Apoc. 20:6. Portanto, esta ressurreição especial não pode ser a mesma da ressurreição geral que ocorre quando Jesus volta, pois que na ressurreição especial ressuscitarão muitos que estarão pedidos. Esta ressurreição especial deve, assim, acontecer antes da vinda de Jesus, exatamente durante o derramamento das sete pragas.

Jesus também mencionou esta ressurreição especial. Quando interrogado por Caifás, disse:

“Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu”. Mateus 26: 64.

Notemos bem e relembremos que, na segunda vinda de Jesus, apenas os salvos ressuscitarão, mas como então Caifás verá Jesus voltar? Neste caso, ele terá que ressuscitar um pouco antes da segunda vinda de Jesus.

Outra passagem também diz:

“Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.” Zacarias 12:10.

Esta passagem de Zacarias é muito similar à que encontramos em Apocalipse 1:7:

“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho O verá, até os mesmos que O traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém”.

Estas passagens são muito importantes, porque mostram que aqueles que mataram o Filho de Deus, que O traspassaram – os quais fazem parte dos perdidos da ressurreição especial ou parcial – deverão estar vivos quando Jesus aparecer nas nuvens dos céus. Diz o Espírito de Profecia: “Os mesmos que o transpassaram’ (Apocalipse 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes”.

Leiamos esta passagem em seu contexto geral:

“É a meia-noite que Deus manifesta Seu poder par o  livramento  de  Seu  povo. ... Em meio dos céus agitados, acha-se um espaço claro de glória indescritível, donde vem a voz  de Deus como o som de muitas águas, dizendo: ‘está feito’. Apocalipse 16:17.”
“Essa voz abala os céus e a Terra. Há um grande terremoto ‘como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra: tal foi este tão grande terremoto’... Grandes pedras de saraiva, cada uma do ‘peso de um talento’, estão a fazer sua obra de destruição....”
“Abre-se as sepulturas, e ‘muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno’. Daniel 12:2. Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados, para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram Sua lei. ‘Os mesmos que o transpassaram’ (Apocalipse 1:7), os que zombaram e escarneceram da  agonia  de  Cristo,  e  os  mais  acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em  Sua  glória,  e  ver  a  honra conferida aos fiéis e obedientes”.[1]

Este texto do livro Grande conflito, nos mostra exatamente quando se dará esta ressurreição especial e por Quem ela é feita. Veja que ela é realizada pela “voz de Deus,” diferente da ressurreição geral que acontece na segunda vinda de Jesus, a qual é feita pela voz do Filho de Deus. A inspiração nos mostra que esta ressurreição ocorre quando Grandes  pedras de  saraiva, cada uma do ‘peso de um talento’, estão a fazer sua obra de destruição....” Que ocasião é está? Sem dúvida que esta é uma referencia clara ao derramamento da sétima praga. Sobre a sétima praga lemos:

“E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva; porque a sua praga era mui grande”. Apocalipse 16:21.

 Ou seja, a ressurreição especial se dá logo no início da sétima praga.

Agora, reflitamos na seguinte parte do texto:

“Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados,..”.

Aqui temos outra classe de pessoas que ressuscitarão na ressurreição parcial. Fora os perdidos, ou aqueles que mataram a Jesus e se colocaram de forma muito direta contra seu povo, também ressuscitarão todos os que morreram fiéis na mensagem do terceiro anjo. A mensagem do terceiro anjo começou a ser pregada em 1844, onde começou, o selamento do povo de Deus, o selamento dos 144.000. O Espírito de Profecia é bem claro ao dizer que, quando Jesus voltar à Terra, 144.000 pessoas salvas estarão vivas para recepcioná-Lo. Logo, sendo que alguns hoje já estão na sepultura, deverão ressuscitar antes de Jesus voltar, para que, somados aos vivos selados, possam completar 144.000 santos vivos, que recepcionarão Jesus em Sua segunda Vinda.  Será nesta ocasião que a senhora Hasting ressurgirá do pó, como a irmã White havia profetizado:

 “Vi que ela estava selada, e a voz de Deus ressurgiria e se ergueria sobre a terra, e estaria com os 144.000. [2]  
 
Verificaremos agora um texto similar e paralelo a este do livro O Grande Conflito:

Tudo parecia desviado de seu curso natural. Os rios deixavam de correr. Nuvens negras e pesadas subiam e batiam uma nas outras. Havia, porém, um lugar claro de uma glória fixa, donde veio a voz de Deus, semelhante a muitas águas, abalando os céus e a Terra.Houve um grande terremoto. As sepulturas se abriram e  os  que  haviam  morrido  na fé  da mensagem  do terceiro  anjo,  guardando  o  Sábado,  saíram  de  seus  leitos  de  pó,  glorificados, para  ouvir  o concerto de paz que Deus deveria fazer com os que tinham guardado a Sua lei”.[3]

Podemos perceber claramente que os salvos desta ressurreição saem do túmulo glorificados, “para ouvir o concerto de paz”.  Isto é muito importante, por dois motivos básicos:

1°: O concerto de paz é feito antes da segunda vinda, pois nele é declarado quando se dará a segunda vinda de Jesus, o que mostra mais uma vez de maneira a não deixar dúvidas que esta ressurreição acontece antes da vinda de Cristo.

2°: Parte dos 144.000, como vimos, passa pela morte, pois que quando o concerto de paz é estabelecido apenas 144.000 santos estarão vivos.

“Os santos vivos, em número de 144.000 entenderam a voz, ao passo que os ímpios, julgaram fosse um trovão ou terremoto”.[4]

Lembre-se da explicação que fizemos anteriormente em outros artigos: Digamos que, como alguns acreditam, os 144.000 não passam pela morte, que eles vivem todo o tempo das pragas em um número completo, desde o início do tempo de angústia até o final dele, ou desde a primeira praga até a última, sem que nenhum deles passe pela morte. Quando, porém, se der a ressurreição parcial, quando os que morreram na mensagem do terceiro anjo voltarem à vida, qual seria a soma dos salvos a viver neste tempo depois da ressurreição especial? Claro, deveria ultrapassar o número de 144.000, pois que este número já estava vivo, e, somado agora com os que ressuscitaram na ressurreição especial, é mais que lógico que isto somaria mais que 144.000 salvos depois da ressurreição especial. Todavia, o texto mostra que, depois dessa ressurreição especial, o número total de salvos será de 144.000! O que podemos entender disso? Façamos outra comparação: Digamos que durante o tempo de angústia, dos selados, estejam vivos 100.000. Na ressurreição especial ressuscitará 44.000, o que somados temos 144.000 vivos para ouvir o concerto de paz, o que está de acordo com o que está escrito, que parte dos 144.000 passam pela morte e que na ressurreição especial ressuscitam para completar o numero, ouvir o concerto de paz e esperar a segunda volta de Jesus.

Outro detalhe importante é que os que ressuscitam nesta ressurreição e que fazem parte dos 144.000 não ressuscitam imortais. A imortalidade ser-lhes-á concedida apenas quando Jesus voltar. Os textos do livro O Grande Conflito e Primeiros Escritos mostram que eles ressuscitam glorificados, mas não imortais. Ainda não estão livres da perseguição ou de angustias, mesmo não trazendo da sepultura nenhum defeito físico.

“Quando a voz de Deus despertar os mortos, virão eles da sepultura com os mesmos apetites e paixões, com os mesmo gostos e caprichos que nutriam quando vivos”.[5]

Estas características, no entanto, não farão parte dos salvos após receberem o toque da imortalidade. A imortalidade só lhes será concedida, como dissemos, quando Jesus voltar. Sobre isto lemos:

“À voz de Deus foram eles glorificados, agora, tornam-se imortais”.[6] 

O “agora,” lendo o texto no livro acima citado, se vê claramente que está referindo-se à ocasião do segundo advento de Jesus, quando então Ele concederá a imortalidade a Seus filhos.

Na Meditação Matinal de 1959 estas ressurreições são mencionadas destacadamente. Na página 182, encontramos: “Uma ressurreição especial” Esta leitura é a do dia 25 de Julho, Quinta-feira. Citaremos o texto como se encontra na meditação:

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”.Dan. 12:2.E
“É à meia-noite que Deus manifesta o Seu poder para o livramento de Seu povo. O Sol aparece resplandecendo em sua força. Sinais e maravilhas se seguem em rápida sucessão. Os ímpios contemplam a cena com terror e espanto, enquanto os justos vêem com solene alegria os sinais de seu livramento. Tudo na natureza parece desviado de seu curso. As correntes de água deixam de fluir. Nuvens negras e pesadas sobem e chocam-se umas nas outras. Em meio dos céus agitados, acha-se um espaço claro de glória indescritível, donde vem a voz de Deus como o som de muitas águas, dizendo: "Está feito." Apoc. 16:17.
“Essa voz abala os céus e a Terra. Há um grande terremoto ‘como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terremoto’. Apoc. 16:18. ... A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu próprio fundamento parece ceder. ...
“Os que morreram na fé da terceira mensagem angélica, guardando o sábado, saem de seu leito de pó. – EW, pág. 285.
“’Os mesmos que O traspassaram’ (Apoc. 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes.
“Abrem-se sepulturas, e ‘muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno’. Dan. 12:2. Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. "Os mesmos que O traspassaram" (Apoc. 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes.
“A voz de Deus é ouvida no Céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e estabelecendo concerto eterno com Seu povo. Semelhantes a estrondos do mais forte trovão, Suas palavras ecoam pela Terra inteira. O Israel de Deus fica a ouvir, com o olhar fixo no alto. Têm o semblante iluminado com a Sua glória, brilhante como o rosto de Moisés quando desceu do Sinai. Os ímpios não podem olhar para eles. E, quando se pronuncia a bênção sobre os que honraram a Deus, santificando o Seu sábado, há uma grande aclamação de vitória”.[7]

Na página 183 lemos sobre a ressurreição Geral, leitura esta do dia 26 de Julho, Sexta-feira. O titulo é: “A Ressurreição para a Imortalidade”. Esta ressurreição será aquela que participarão apenas os salvos desde Abel, o primeiro a morrer, até o ultimo salvo que morreu antes da pregação da verdade na Chuva Serôdia.

Na página 184, lemos sobre “A Ressurreição Para Condenação”. Leitura do dia 27 de julho, sábado. Nesta ressurreição, como bem sabemos, ressuscitarão apenas os ímpios, para que recebam segundo suas obras e sejam destruídos pelo fogo.

Desta forma fica bem claro que a ressurreição especial é uma ressurreição destacada das demais e com propósito diferente das outras.

No livro Consultoria Doutrinária, o qual tem o propósito de esclarecer assuntos controvertidos e aparentemente complicados, é citada a questão da ressurreição parcial. Apesar do livro não relacionar esta ressurreição diretamente com a obra dos 144.000, destaca corretamente a verdade sobre a ressurreição especial como até aqui temos ensinado e estudado nestas páginas. Reflitamos nas páginas 76 e 77 do livro citado. Sob o título, Ressurreição Parcial, lemos:

“Quando se dará esta ressurreição? Antes da segunda vinda de Cristo ou durante este evento? Onde passarão o milênio os ímpios que ressuscitarem nesta ocasião? Morrerão eles três vezes?
“A Bíblia menciona duas grandes ressurreições . Um ocorrerá durante a volta de Jesus (I Tessalonicensses 4:16). É chamada a “primeira ressurreição” (Apocalipse 20:5), e dela participarão  os justos mortos  de todas as épocas. A outra, conhecida por “segunda ressurreição”, dar-se-á mil anos mais tarde, quando reviverem  “os restantes dos mortos”isto é, os ímpios. (Ver Apocalipse 20, principalmente o verso 5.)
Além dessas duas ressurreições maiores, haverá outra bem menor, descrita em Daniel 12. Falando dessa ressurreição parcial diz a senhora Ellen G. White: “Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. "Os mesmos que O traspassaram" (Apoc. 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes”. – O Conflito dos séculos, p. 689.” (ou 643).
A ressurreição parcial ocorre um pouco antes da vinda de Cristo e a ressurreição geral de todos os justos. Os ímpios que ressuscitarem nela tornarão a morrer quando Cristo vier nas nuvens do céu. Permanecerão mortos durante o milênio e ressuscitarão outra vez no fim desse período, para serem então completamente exterminados com todos os rebeldes e malfeitores impenitentes. Eles realmente morrerão três vezes: a morte natural, a morte na vinda de Cristo e a morte eterna no fim do milênio. Notemos, porém, que isto não sucede com todos os ímpios, mas apenas com os que ressurgirem um pouco antes do segundo advento, para contemplarem o Filho de Deus vindo sobre as nuvens do céu (S. Mateus 26:64)”.[8]



Perceba no gráfico, que desde o fechamento da porta da graça até o início da sétima praga, apenas parte do grupo dos 144.000 é que estarão vivos, já que alguns já morreram. Mas quando a sétima praga começar a ser derramada, então ocorrerá a ressurreição especial onde ressuscitarão os que mataram a Jesus, os piores inimigos de Deus e de Seu povo e aqueles que fazem parte dos 144.000, para completar este número. Assim, logo após o início da sétima praga ou após a ressurreição especial, todo o grupo dos 144.000 estará vivo para esperar Jesus voltar. Eis o motivo pelo qual o Espírito de profecia fala dos 144.000 como sendo transladados dentre os vivos, porque, a contar do inicio da sétima praga, até a segunda vinda de Jesus, o número de 144.000 vivos estará completo! Por este motivo os 144.000 são chamados de primícias para Deus e o Cordeiro” (Apocalipse 14:4), pois serão os primeiros e os únicos santos vivos a presenciarem a segunda vinda de Jesus desde o momento em que aparecer a pequena nuvem negra.[9]

Um pouco antes da segunda vinda, porém lemos:

“A voz de Deus é ouvida no Céu, declarando o dia e a hora da vinda de Jesus e estabelecendo concerto eterno com Seu povo”.[10]

Neste tempo, quando Deus declarar o dia e a hora da segunda vinda de Jesus, o mundo estará, como dissemos, divididos em dois grupos, os 144.000 santos vivos e os ímpios.

“Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000, reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fosse um trovão ou terremoto. Ao declarar Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo, e nosso rosto brilhou com o esplendor da glória de Deus, como aconteceu com Moisés, na descida do monte Sinai”.[11]

Após estes acontecimentos terem lugar, então ocorrerá o acontecimento mais esperado e almejado pelos filhos de Deus, a segunda vinda de Jesus. Sobre isto lemos:

“Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e encimada pelo arco-íris do concerto. Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor. Agora, não como "Homem de dores", para sorver o amargo cálice da ignomínia e miséria, vem Ele vitorioso no Céu e na Terra para julgar os vivos e os mortos. ‘Fiel e verdadeiro’, Ele ‘julga e peleja em justiça.’ E ‘seguiram-nO os exércitos no Céu’. Apoc. 19:11 e 14.”[12]

Na segunda vinda de Jesus aqueles que ressuscitaram na ressurreição especial tornam-se então imortais. Quando ressuscitaram no início da sétima praga, deixaram na sepultura todos seus defeitos físicos, contudo, não ressuscitaram imortais. A imortalidade só lhes será concedida na segunda vinda de Jesus:

“Os justos vivos são transformados "num momento, num abrir e fechar de olhos". À voz de Deus foram eles glorificados; agora tornam-se imortais, e com os santos ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares. Os anjos "ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”.[13]

“À voz de Deus foram eles glorificados.” Quando isto ocorreu? Sem dúvida que foi na ressurreição especial.

“... agora tornam-se imortais”. Quando? Na segunda vinda de Cristo. Eis uma referência clara do que ocorrerá na segunda vinda de Jesus. Será neste momento em que os santos vivos em número de 144.000 são transformados e imortalizados. Será neste momento também que ocorrerá então a ressurreição de todos aqueles que dormiram em Cristo. Desta ressurreição geral participarão todos os salvos desde Abel até 1844 e de todos aqueles que morreram depois desse período, sem conhecer a verdade, mas fiéis à luz que tiveram até a proclamação da verdade no alto clamor. Sobre esta ressurreição está escrito:

 “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro”. I Tessalonicenses 4:16.

“Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: "Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!" Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e os que ouvirem viverão. E a Terra inteira ressoará com o passar do exército extraordinariamente grande de toda nação, tribo, língua e povo. Do cárcere da morte vêm eles, revestidos de glória imortal, clamando: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?" I Cor. 15:55. E os vivos justos e os santos ressuscitados unem as vozes em prolongada e jubilosa aclamação de vitória. Todos saem do túmulo com a mesma estatura que tinham quando ali entraram. Adão, que está em pé entre a multidão dos ressuscitados, é de grande altura e formas majestosas, de estatura pouco menor que o Filho de Deus. Apresenta assinalado contraste com o povo das gerações posteriores; sob este único ponto de vista se revela a grande degeneração da raça. Todos, porém, surgem com a vivacidade e o vigor de eterna juventude”.[14]

Devemos notar que esta ressurreição é efetuada pela voz de Jesus, diferente da ressurreição especial que é efetuada pela voz de Deus. Os santos vivos mencionados de acordo com vários textos que já analisamos, são os 144.000 que agora se juntam com os que ressuscitam, ou com os que fazem parte da grande multidão, e são arrebatados juntos para encontrar o Senhor nos ares. I Tes. 4:17.

20 - ACONTECIMENTOS DEPOIS DA RESSURREIÇÃO ESPECIAL (Antes da vinda de Cristo)

Não sabemos exatamente quanto tempo decorrerá desde a ressurreição especial até à segunda vinda de Jesus. O que sabemos é que o período das pragas será de um ano. Apoc. 18:8. Em Isaias 34:8, vemos que este dia é realmente um dia profético significando um período de um ano. Isaias chama este tempo de Dia de vingança do Senhor, ano de retribuições”.

Se dividirmos 7 pragas para serem derramadas em um período de um ano, teremos um intervalo de aproximadamente um mês e sete dias. A contar, portanto, do início da sétima praga até a vinda de Jesus, poderíamos supor aí um período de um mês ou mais.

Por isso, depois da ressurreição especial, existem ainda muitos acontecimentos que ocorrerão até se dar a volta de Jesus. Aliaremos alguns desses acontecimentos a começar da ressurreição especial até se dar a segunda vinda de Jesus. Recomendamos que estes eventos sejam lidos no livro O Grande Conflito para melhores detalhes, contudo, aqui, copilares a ordem dos acontecimentos como se encontra no livro “Preparação para a Crise Final” de autoria de Fernando Chaij. Vejamos:

“4. Ressurreição parcial, de que participam:
. Todos os que morreram na fé do advento do terceiro anjo.
. Os que zombam de Cristo.
. Herodes.
. Os que O Golpearam e Lhe cuspiram.
. Os que O pregaram na cruz.
. Muitos sacerdotes e escribas.
5. Uma estrela despede raios por um claro de nuvens.
. Esperança e júbilo para os fiéis que cantam: “Deus é o nosso refúgio....”
. Dureza para os transgressores.
6. Aparece uma mão no céu que sustem as tábuas de pedra.
. Todos podem lê-las.
. Horror e desespero dos que pisaram Seus preceitos.
. Todos reconhecem, demasiado tarde, a santidade do sábado.
7. Os ímpios e apóstatas se destroem uns aos outros.
. Estão cheios de pesar, mas não de arrependimento.
. Nenhuma língua pode descrever seu desespero.
. Acusam-se uns ao outros.
. Increpam sobretudo os falsos pastores do rebanho os enganaram.
. Proferem contra esses pastores as mais terríveis maldiçoeis.
. Levantam-se para aniquilá-los. As espadas que deveriam servir para destruir o povo de Deus   são usadas para matar os inimigos dos santos. Por toda parte há luta e derramamento de sangue.
. O anjo da morte de Ezequiel 9:1-6 faz sua obra.
8. A voz de Deus proclama o dia e a hora da vinda de Jesus.
9. Aparece uma pequena nuvem negra: envolve o Salvador.
. Vai-se tornado mais luminosa á medida que se aproxima da Terra.
. É o príncipe da vida, cujo rosto brilha mais que a luz deslumbradora do sol ao meio dia.
. Cristo desce, envolto em chamas de fogo.
10. O céu se recolhe como um livro que se enrola, a terra treme, movem-se os montes e as ilhas.
. Escondem-se os capitães, os fortes, todo servo e todo livre... e pedem ás rochas que caiam sobre eles.
. Das bocas dos ímpios sai o grito: “Vindo é o grande dia da Sua ira, e quem poderá susbsitir?”
11. Ressurreição dos justos.
. Em meio ás comoções que a Terra sofre, Cristo chama á vida os justos que dormem: “despertai!”
. Toda Terra estremece sob as pisadas de uma multidão que avança revestida de glória imortal. Unem suas vozes com as vozes dos santos vivos em prolongada aclamação de vitória.
12. Os justos vivos são transformados e glorificados.
13. Ambos os grupos são arrebatados ao encontro do salvador.
14. Os ímpios ainda vivos são destruídos pelo resplendor de Sua glória.
15. Os redimidos ascendem ao Céu num místico carro triunfal.”[15]

21 – JUNTOS NO REINO

Durante o arrebatamento, cumprir-se-á o que lemos no próximo texto:

“Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro, aonde Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça. Deu-nos harpas de ouro e palmas de vitória. Ali, sobre o mar de vidro, os 144.000 ficaram em quadrado perfeito”.[16]

Que dia maravilhoso e feliz será este, em que os remidos juntos na pátria celestial cantarão ao Cordeiro!! Nada pode ofuscar esta glória, nada pode ser comparada a ela!

“Procuremos, com todo o poder que Deus nos tem dado, estar entre os cento e quarenta e quatro mil. ...”.[17]

Amém!


Obs: Este estudo é parte de um estudo mais amplo, qualquer citação a alguma questão que não for clara neste artigo, a mesma poderá ser esclarecida posteriormente.

Indicamos também os seguintes artigos:




cristiano_souza7@yahoo.com.br




[1] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 642, 643. Casa Publicadora Brasileira.
[2] White, E. G. Mensagens Escolhidas Vol. II, pg. 263. Casa Publicadora Brasileira.
[3] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 285. Casa Publicadora Brasileira.
[4] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 15. Casa Publicadora Brasileira.
[5] White, E. G. Parábolas de Jesus, pg. 270. Casa Publicadora Brasileira.
[6] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 650. Casa Publicadora Brasileira.
[7] White, E. G. Meditações Matinais de 1959, pg. 182. Casa Publicadora Brasileira.
[8] Consultoria Doutrinária, pg. 76, 77. Casa Publicadora Brasileira. 
[9] “Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem.” White, E.G. O Grande Conflito, pg. 640. Casa Publicadora Brasileira.
[10] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 646. Casa Publicadora Brasileira.
[11] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 15. Casa Publicadora Brasileira.
[12] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 646. Casa Publicadora Brasileira.
[13] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 650. Casa Publicadora Brasileira.
[14] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 649, 650. Casa Publicadora Brasileira.
[15] Chaij, Fernando. Preparação para a Crise Final, pg. 134-136. Casa Publicadora Brasileira.
White, E. G. O Grande Conflito, pg. 643-650. Casa Publicadora Brasileira.
[16] White, E. G. Primeiros Escritos, pg. 16. Casa Publicadora Brasileira.
[17] White, E. G. Meditações Matinais de 1977, pg. 239. Casa Publicadora Brasileira.