“Faz anos li, em forma de poesia,
numa revista além-mar, uma interessantíssima alegoria objetiva, na qual Cristo
e Sua igreja são exibidos como um par feliz de noivos e o mundo como namorado
que consegue seduzir e furtar a noiva. Como a parábola apresentada é sumamente
empolgante e extremamente útil à igreja da atualidade, passo a reproduzir aqui,
adaptada e resumidamente, a tragédia da história.
“Andavam em tempos idos a igreja e o mundo bem distantes e separados um
do outro. Em certa altura do tempo, o mundo cantava uma canção divertida e
alegre ao passo que a igreja cantava um hino religioso sacrossanto. Não tardou
que o mundo, traiçoeiro e sedutor, se fosse aproximando da imaculada igreja com
lisonja e sorrisos, dizendo:
- “Igrejinha, vem, anda comigo dá-me a tua mão”!
“Entretanto, a santa virgem de Cristo solenemente respondeu:
- “Não! Nunca te darei a mão de comunhão e jamais andarei contigo; tua
estrada é o caminho da perdição e tuas obras são todas falsas e enganadoras”.
- “Deixa teu fanatismo, igrejinha vem e anda comigo, pelo menos um
pouquinho só, disse o mundo, com ar de aparente sinceridade. A estrada na qual
eu ando é espaçosa, larga e divertida. Tua estrada é estreita espinhosa e
solitária. Tua sorte é triste, andas sozinha, e desamparada estás de todos. Eu
vivo alegre, cercado de prazeres e muita gente. Vem, bela igrejinha, anda
comigo, sê camarada e sociável. Em minha estrada há espaço para mim e para ti.
Achega-te e andaremos juntos, passo a passo, ombro a ombro, de mãos dadas”.
“Meio tímida, com remorso, a igreja se aproximou do mundo, cabisbaixa, e
lhe deu, relutante, a mão gélida. O mundo agarrou-lha e caminhavam ambos
juntos.
“Não demorou e o mundo cochichou, baixinho, aos ouvidos da igreja:
- “Teu vestido é simples demais, fora da moda e sem encanto. Quem anda
comigo deve andar como eu ando. Agradar-me-ias muito mais se usasses ouro,
prata, pérolas, um pouco de pintura e vestidos mais justos e mais curtos. Teu
cabelo comprido e desgracioso deves cortar e encrespar, e usar a elegante calça
comprida. Sê alegre teus dias de luto passaram. Ninguém mais te perseguirá. De
mais a mais, teus filhos necessitam de diversões, de festas, de passeios, de
piqueniques e dos encantadores banhos em conjunto, nas praias.”
“Diante desta sugestão a igreja olhava para sua roupa simples e branca e
olhava também para o mundo em seus trajes deslumbrantes, e corou de vergonha ao
notar que os do mundo se riam de sua simplicidade.
- “Pois bem,” disse a igreja:” Trocarei minha roupa branca e comprida
por vestidos de seda, decotados, justos e curtos como o senhor gosta.”
“A roupa branca e simples da igreja começou a desaparecer e o mundo lhe
deu joias e luxuosos vestidos da última moda. Quando um piedoso cristão lhe
chamava atenção ao seu exagero no adorno exterior, respondia com a máxima
displicência:
- “Que é que tem? Todos fazem o mesmo”.
“Cessou então a perseguição que a igreja antes sofrera, e foi convidada
a festas, a políticas. Cessou o choro e o luto da igreja, porque ficara rica,
querida e amada do mundo.
- Tua casa é simples demais, disse o mundo à igreja. Eu te farei uma
vivenda bela como a minha – com cozinha para festas e salões para diversões!
“Assim fez o mundo à igreja uma luxuosa moradia com tapetes, geladeira,
rádio, televisão, revistas e novelas. Seus filhos e filhas, em dias de festas
sociais, música e passeios substituíam, pouco a pouco, a oração e o jejum, e
senhorinhas de rara beleza com seus encantos deslumbrantes como as sereias da
antiguidade, inventaram os mais atrativos divertimentos.
“Nesse tempo o anjo da graça, voando por cima da igreja amante do mundo,
disse:
- “Eu conheço as tuas obras e a tua apostasia”.
“Com esta declaração a igreja ficou triste e, aflita, exclamou:
- “Onde ficaram meus filhos?”
“Anelava agora salvá-los, ao ser informada de que eles haviam abandonado
a religião e se achavam no baile, no cinema, nos clubes e na política. Outros
estavam tão absortos na leitura de novelas, em programas de rádio e TV, que não
mais tinham tempo, ou vontade, de assistirem aos cultos da igreja. Percebendo a
situação aflitiva da igreja para salvar seus filhos, disse-lhe o mundo, em tom
consolador:
- ”Teus filhos não estão em perigo; eles apenas se divertem um pouco em
esportes inocentes”.
“Consolada, a igreja se apoiava sobre o forte braço do mundo e
continuavam na viagem da estrada larga.
- “Vossos pregadores, de cabelos brancos são velhos e antiquados demais,
disse, sorridente, o mundo à igreja. Eles assustam meus filhos com histórias
horríveis. Falam do fim do mundo, do julgamento final, de sete pragas, de arrependimento,
enfim, de assuntos impopulares. Eu mandar-vos-ei oradores modernos, jovens
brilhantes, eloqüentes, divertidos, diplomados nas universidades, doutores e
reverendíssimos, de fama mundial, que pregam que todos se salvam contanto que
tenham fé em Deus. O Pai é misericordioso e bom. Pensas tu que Ele levaria um
filho Seu ao Céu enquanto mandasse outro para o inferno?”
“Diante deste conselho a igreja chamou pregadores de fama mundial,
dotados de capacidade rara, com meia dúzia de diplomas cada, e os velhos
pegadores, encanecidos, que pregam a cruz, o arrependimento, a Lei de Deus, a
oração e o jejum, foram despedidos dos púlpitos. O luxo e mamon entraram e
sustentaram a igreja modernizada.
- “Vós tendes dado demais para as missões e os pobres, continuou o
mundo. Toma teu dinheiro e compra para ti mais alguns vestidos do último
modelo. Meus filhos gostam destas coisas e se quiseres agradar deves andar como
eles andam e vestir-te como eles se vestem”.
“Obediente aos reclamos do mundo a igreja apertou a argola da bolsa e,
abaixando graciosamente a cabeça, disse:
- “È verdade, tenho dado muito para a obra; agora vou cuidar também um
pouco do meu próprio conforto”.
“Assim, fechou-se a porta ao clamor dos pobres a fim de não mais ouvir o
choro dos flagelados e o lamento dos órfãos, e quando as viúvas passavam em
pranto perto da janela, ela as despedia vazias com um:
- “Deus os favoreça”.
“Deste modo os da igreja e os do mundo viajavam, juntos na estrada da
vida e ninguém senão o divino Mestre que lê os corações podia distinguir entre
o povo do mundo e os membros da igreja.
“Nesta altura dos séculos a rica igreja se assentou à vontade e murmurou
de si para si:
- “Rica sou e de nada tenho falta”.
“O mundo astuto, ouvindo-a assim falar, disse de si para si:
- “É caída, é caída a igreja. Abandonou seu primeiro amor e fêz-se
amante do mundo”.
“Nesse tempo o anjo da graça dobrou as asas para partir da igreja e
nunca mais voltar, e uma voz da corte celestial, dAquele que está assentado
sobre o grande trono branco, proferiu estas palavras:
- “Eu conheço as tuas obras e o que tens dito, mas não sabes que és
pobre, cega, nua e miserável. Aconselho-te que te arrependas e voltes ao teu
primeiro amor. Embriagada de orgulho e jactância, a imaculada virgem do
Cordeiro tornou-se companheira do mundo. Sai dela, povo meu”.
“Caros irmãos e irmãs Adventistas do Sétimo Dia: Não é esta espetacular
descrição alegórica da experiência da igreja apostólica, uma tremenda advertência
para nós também? A história se repete. A igreja israelita se corrompeu com os
gentios que deixaria ficar na terra santa. A igreja apostólica uniu-se, em
matrimônio místico, com o mundo. Qual é, ultimamente, a tendência dos nossos
jovens, e em geral, da nossa igreja? Importa ler Isaías 3:16-26 e Joel 2:12-17.”
– Pr. Gustavo Storch, Publicado na Revista Adventista, Janeiro de
1964, págs. 3 e 4.
Seria
bom que todos meditassem nas seguintes passagens:
“E
sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos
povos, para serdes meus.” Levítico. 20:26.
“... não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto
qualquer que quiser ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus”. Tiago 4:4.
“... antes se misturaram com as nações, e aprenderam
as suas obras. Serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço.”
Salmo 106:34-36.
Mencionando o caminho
largo e o estreito, a irmã White escreveu:
“Esses caminhos são distintos, separados, em direções opostas. Um leva à
vida eterna, e o outro à morte eterna. Vi a distinção entre esses caminhos, e
também a diferença entre as
multidões que neles viajavam. Os caminhos são opostos; um é largo e suave, o
outro estreito e escabroso. Semelhantemente as duas multidões que os percorrem
são opostas no caráter, na vida, no
vestuário e na conversa.
“Na estrada larga todos estão preocupados com sua pessoa, suas vestes, seus prazeres, pelo caminho.
Dão-se livremente à hilaridade e ao
divertimento, e não pensam no termo da viagem e na destruição certa no
fim do caminho. Cada dia se aproximam
mais de sua destruição; contudo loucamente se lançam, mais e mais depressa.
Oh, quão terrível isso me parecia!”
Professos
crentes no advento de Cristo são descritos da seguinte forma:
“Vi, percorrendo a estrada
larga, muitos que tinham sobre si escritas estas palavras: "Morto
para o mundo. Próximo está o fim de todas as coisas. Estai vós também
prontos." Pareciam precisamente
iguais a todas aquelas pessoas frívolas que em redor se achavam, com a
diferença única de uma sombra de tristeza que lhes notei no rosto. Sua conversa era perfeitamente igual à
daqueles que, divertidos e inconscientes, se encontravam em redor; mas de quando em quando mostravam com
grande satisfação as letras sobre suas vestes, convidando outros a terem as
mesmas sobre si. Estavam no
caminho largo, e no entanto professavam pertencer ao número dos que viajavam no
caminho estreito. Os que estavam em redor deles diziam: ‘Não há distinção entre nós. Somos iguais; vestimos,
falamos e procedemos semelhantemente.’” – Ellen G. White. Vidas e Ensinos
pgs. 156-158.
Em
que caminho estamos andando, no largo que leva à morte eterna ou no estreito
que leva à vida eterna?
Para
respondermos a esta pergunta, façamos outras: Estou eu separado do mundo, seus
costumes e modas? Como é a minha conversação? De que me deleito em falar? Como
está meu vestuário? É ele semelhante ou igual ao dos incrédulos? Estou mais preocupado
com os prazeres deste mundo do que com minha salvação? Meu caráter representa o
caráter de Jesus?
“‘Vigiai, pois,... para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo.’
Mar. 13:35 e 36. Perigosa é a condição dos que, cansando-se de vigiar, volvem
às atrações do mundo. Enquanto o homem de negócios está absorto em busca de
lucros, enquanto o amante dos prazeres procura satisfazer aos mesmos, enquanto
a escrava da moda está a arranjar os seus adornos - pode ser que naquela hora o
Juiz de toda a Terra pronuncie a sentença: 'Pesado foste na balança, e foste
achado em falta.’ Dan. 5:27.” – Ellen G. White O Grande Conflito pg.
491.
cristiano_souza7@yahoo.com.br
4 comentários:
Que descrição esta feita da Igreja pelo Pr. Stork. Parece que ele vivia entre os reformistas de nossos dias. é como diria alguém com muita sabedoria: Os Reformista copiam os adventistas em tudo e não somente nos artigos mas na prática de vida. A apostasia de lá é a mesma de cá.
Anônimo, parece que vc não percebeu, mas esta experiência ilustra a história da igreja cristã. Sem dúvida ela pode ser utilizada para mostrar a história também da IASD. Estas palavras:
“É caída, é caída a igreja. Abandonou seu primeiro amor e fêz-se amante do mundo”.
É repetida de forma enfática por Ellen White ao escrever sobre a IASD:
“O Senhor viu nossas apostasias e tem controvérsia com Seu povo... Na sua presente condição é-lhes impossível representar o caráter de Cristo... Recusaram receber a mensagem; recusaram vir para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas... Virá o tempo em que dos impenitentes se terá de dizer: ‘Efraim está entregue aos ídolos; deixái-o’. VERÁ A IGREJA ONDE ELA CAIU?”.MDPA 1:8.
“Os princípios celestes que distinguem os que são um com Cristo dos que se unem ao mundo, tornaram-se quase indistintos. Os professos seguidores de Cristo não são mais um povo separado e peculiar. A linha de demarcação é imperceptível. O povo está se subordinando ao mundo, às suas práticas, costumes e egoísmo. A igreja passou para o mundo, transgredindo a lei, quando o mundo devia passar para a igreja na obediência da mesma. Diariamente a igreja se está convertendo ao mundo”. SC 45.
Sobre o Movimento de Reforma, creio que esta experiência serve como advertência. Infelizmente existe joio em meio ao trigo, mas a igreja não traiu a Cristo como fez a IASD em 1914 a 1918.
O mundo tem forçado a entrada no MR como o fez em toda a história da igreja de Deus, mas ainda existe uma grande diferença entre o IASD-MR e a IASD. Enquanto a primeira está ainda sendo assediada pelo mundo, a segunda já se casou com ele a muito tempo. Espero que vc veja esta diferença tão marcante!
Obrigado pela sua participação!
Gostaria de fazer uma pergunta aos amigos Reformistas:
1- Afinal porque vocês se preocupam mais com os Adventistas do sétimo dia do que com os que perecem no mundo?
2- Porque vocês criam leis humanas , Cristo Jesus sempre aconselhou e nunca forçou ninguém a nada, a pessoa deve se apaixonar primeiro por cristo e não com as leis de homens se a pessoa tem cristo no coração automaticamente cumprirá suas leis por amor e não por obrigação como vocês fazem, do que que adianta eu me vestir bem, não comer carne mas meu coração é podre, critica difama, porque é isso que vocês fazem criticam duramente a IASD, Não precisamos de Leis e sim de novos corações e para isto cristo deve ser pregado. Tive alguns contatos com Reformistas e em todos me senti desprezado por eles: Certo dia uma reformista apareceu no meu trabalho, então eu a comprimentei: ola tudo bem? ela: tudo bem. Eu: vocÊ é Cristã? ela: sim, sou Adventista movimento de reforma Eu: Eu sou Adventista do sétimo dia. neste momento percebi que a fisionomia da moça mudou me olhando com frieza ela disse: - nossa igreja é muito diferente porque nós guardamos a lei ja vocês não obedecem a Deus comem carne andam de qualquer jeito. confesso que fiquei desconcertado. Em outra ocasião fui apresentado a uma mulher Reformista por meu tio ela ja veio me atacanto quando disse que minha familia era adventista do sétimo dia ela disse: nossa ja posso imaginar como deve ser sua mãe deve usar calça comprida e vestes curtas. outra ocasião estando eu no ponto de ônibus conheci um senhor Reformista que ao saber que eu era Adventista do sétimo dia ja veio atacando a minha igreja dizendo contando umas histórias que nunca tinha ouvido falar que os Adventistas do sétimo dia no passado perseguiram os reformistas para matar e blá, blá, blá. Queridos reformistas Deus sabe e é testemunha do que relatei é verdade notem o preconceito e o espirito de acusação que seus membros possuem pois é isso que percebi em todos os contatos que tive com Reformistas> OBS:(NÃO POSTAREI MEU NOME MAS SE QUISERM ENTRAR EM CONTATO COMIGO DEIXEM E-MAIL OU ALGUM MEIO DE CONTATO PESSOAL).
Anônimo da pergunta para os reformistas. Sentimos muito por vc ter esta má impressão de nossa igreja, esta impressão em verdade não reflete nossa postura com respeito aos membros da igreja adventista. Nossos artigos, por exemplo, são de esclarecimentos e não de acusação. Porém, a verdade quando contrastada com o erro pode dar esta impressão, mas diante de Deus, não mantemos, como igreja, esta posição. Estamos à sua disposição para qualquer necessidade. Vc pode me contatar através de meu e-mail que pode ser encontrado no final de cada artigo que posto aqui neste blog. No entanto, também o deixarei aqui:
cristiano_souza7@yahoo.com.br
Que Deus te abençoe!
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