Para
compreendermos claramente esta questão precisamos somar as informações
existentes sobre este ponto.
Sabemos
que a existência da grande multidão no cenário dos eventos desta Terra se
limita apenas até a pregação da mensagem a todo o mundo. Para entendermos
melhor, digamos que uma determinada pessoa por nome de José, que irá
representar todos os féis nas igrejas caídas, é uma pessoa sincera e que está vivendo em
alguma igreja que no presente não constitui a igreja de Deus. Vamos supor que José,
seja um católico fiel. Se ele morrer antes de conhecer a verdade, ele será
salvo na grande multidão.
“Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo,
supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas
as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que crêem
sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de
tais pessoas e sua integridade”.[1]
José,
portanto, apesar de ser aceito por Deus e salvo, não passará pela grande
tribulação, pois dormirá durante todo o restante dos eventos finais e ressuscitará
apenas quando Jesus voltar nas nuvens do Céu. Ele ressurgirá já imortal,
transformado e incorruptível (I Coríntios 15:52-54).
Mas
suponhamos que José permaneça vivo até o derramamento da Chuva Serôdia, até a
proclamação do evangelho a todo o mundo. Logicamente José, da mesma forma que
todas as demais pessoas do mundo, ouvirá a verdade. Qual verdade será pregada nesta
ocasião? Bem, sabemos que será a tríplice mensagem angélica que deve ser levada
a todos os “que habitam sobre a terra, e
a toda a nação, e tribo, e língua, e povo.” (Apocalipse 14:6).
O
que ocorrerá com José e com as pessoas se rejeitarem esta mensagem?
“Se a iluminação da verdade
vos foi apresentada, revelando o
sábado do quarto mandamento, e mostrando que não há na
Palavra de Deus
fundamento para
a observância do domingo, e não obstante vos aferrais ao
falso dia de repouso, recusando a santificar o
Sábado a que Deus chama ‘Meu
santo dia’, recebeis o sinal da besta.
Quando ocorre isso? Ao obedecerdes ao
decreto que vos ordena deixar de trabalhar no domingo e
adorar a Deus, conquanto
saibais que não existe na Bíblia uma única palavra que mostre não passar
o domingo de um dia comum de trabalho, consentis em receber o
sinal da besta, e rejeitais o selo de Deus”.[2]
Percebemos
de forma clara que se José rejeitar a verdade, ele agora não mais poderá fazer
parte da grande multidão, porque afinal, agora ele ouviu a mensagem, não será
mais inocente, e se ele a rejeitar, receberá então, segundo a Palavra de Deus,
o sinal da besta!
“Terrível é a crise para a qual caminha o mundo. Os poderes da
Terra, unindo-se para combater os mandamentos de Deus decretarão que todos,
‘pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos’ (Apocalipse 13:16), se
conforme aos costumes
da igreja, pela
observância do falso sábado. Todos
os que recusarem
a conformar-se serão
castigados pelas leis
civis, e declarar-se-á
finalmente serem merecedores de morte. Por
outro lado, a lei de Deus que ordena
o dia de descanso
do Criador, exige
obediência, e ameaça
com a ira
divina todos os
que transgridem os Seus preceitos”. Esclarecido
assim o assunto, quem quer que pise a lei de Deus para obedecer a uma ordenança
humana, recebe o sinal da besta; aceita o sinal de submissão ao poder a que
prefere obedecer em vez de Deus”.[3]
Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei,
e o mundo
for esclarecido relativamente
à obrigação do
verdadeiro Sábado, quem
então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um
preceito que não tem maior autoridade que é de Roma, honrará desta maneira ao
papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e
ao poder que impõe a instituição
que Roma ordenou. Adorará a besta e a
sua imagem. Ao rejeitarem
os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade
e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua
supremacia, aceitarão, de fato o sinal
de fidelidade para com Roma – ‘o sinal da besta’. E somente depois que esta situação esteja
assim plenamente exposta perante o povo,
e este seja levado ao optar
entre os mandamentos
de Deus e
os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a
transgredir hão de receber ‘o sinal da besta.’”[4]
Mas
suponhamos, que José então, ao ouvi a verdade não rejeita a verdade, ele a
aceita. Ele será contato em qual grupo de salvos? Vejamos:
“Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, a misericórdia
não mais pleiteará em favor dos
culpados habitantes da Terra. O povo de Deus terá cumprido
a sua obra. Recebeu a ‘chuva serôdia’, o
‘refrigério pela presença do
Senhor’, e acha-se
preparado para a hora probante que diante dele está. No Céu,
anjos apressam-se de um lado para outro.
Um anjo que volta da Terra
anuncia que a sua obra está feita; o
mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostraram fiéis aos
preceitos divinos receberam ‘o selo do Deus vivo’. Cessa
então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos, e com grande voz diz: ‘Está feito’; e toda a hoste
Angélica depõe suas coroas ao
fazer Ele o
solene aviso: ‘Quem
é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo,
suje-se ainda; e quem é
justo, faça justiça
ainda; e quem é
santo, seja santificado ainda’. Apocalipse 22:11. Todos os casos foram decididos para a vida ou para a morte.
Cristo fez expiação por Seu povo, e apagou os seus pecados. O número de Seus súditos completou-se”.[5]
Veja que o
texto começa dizendo de um tempo quando a última mensagem de graça for
encerrada sob a Chuva Serôdia. Diz que todos os que aceitarem esta mensagem
receberão o selo do Deus vivo e serão contados com o grupo de salvos cujo
número se completará. Bem, sabemos que a grande multidão não tem um número
definido, ela é incontável (Apocalipse 7:9) O único número que pode ser
completado, é o grupo dos 144.000, que tem um número específico e contável!
José,
portanto, ouvindo a verdade e a aceitando, será selado e contato com os 144.000,
segundo o que diz a inspiração! Note bem a expressão profética:
“...TODOS os
que se mostraram fiéis aos preceitos divinos receberam ‘o selo
do Deus vivo’.
Segundo
estas passagens inspiradas, portanto, chegamos às seguintes conclusões claras e
irrefutáveis:
1º Se José
tivesse morrido antes da Chuva serôdia, faria parte da grande multidão e não
passaria pelo tempo de angústia.
2º Como José
permaneceu vivo até que a verdade fosse pregada, ele não poderá mais fazer
parte da grande multidão, pois que se ele rejeitar a verdade, receberá o sinal
da besta, se ele aceitar a verdade, receberá o sinal ou o selo de Deus.
3º Os que
farão parte da grande multidão, portanto, estarão sobre a Terra até que a
mensagem seja pregada, depois desse tempo, todos os que pertencerem à grande
multidão, estarão mortos esperando a segunda vinda de Jesus!
4º Os únicos
santos vivos a entrarem, portanto no tempo de angústia, serão aqueles que
receberem o selo do Deus vivo. José, se aceitar a verdade, fará parte desse
grupo!
Por isso, a
Palavra de Deus diz claramente que depois da pregação da tríplice mensagem
angélica só estará sobre a Terra duas classes de pessoas: Os que tem o selo de
Deus e os que tem o sinal da besta! Não, não existirá outro grupo de salvos!!
“No surgimento da grande controvérsia, revelam-se duas partes, os que ‘adoram a besta e sua imagem’ e
recebem seu sinal, e os que recebem ‘o selo do Deus vivo’ que tem
‘em suas testas escrito o nome do pai’”. [6]
“É-nos mostrado claramente
que haverá dois grupos quando
aparecer o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.[7]
“Só poderá haver duas
classes. Cada participante é assinalado distintamente, ou com o selo do Deus vivo, ou
com o sinal da besta ou de sua
imagem”[8]
Onde estará
a grande multidão por este tempo? Na sepultura!!! Logicamente ela não poderá
passar então pela grande tribulação da angústia de Jacó!
Precisamos compreender
bem o capitulo 7 do Apocalipse. Ninguém precisa ficar confuso sobre este
assunto. Este capítulo precisa ser compreendido sob a luz dos textos citados
acima e da lógica envolvida nesta questão!
Se como
vimos, a grande multidão estará na sepultura durante a grande tribulação da
angústia de Jacó, que grupo é mencionado quando a inspiração diz:
“Estes são os que vieram de grande tribulação”?
Logicamente
os únicos que passarão pela grande tribulação depois do fechamento da porta da
graça, os que forem selados e que fazem parte dos 144.000!
Vamos fazer
uma exegese rápida do capítulo 7 de Apocalipse, neste contexto do assunto aqui
proposto:
1º
Apocalipse 7:1-8 fala de uma obra que ocorre na Terra. A visão do profeta é
direcionada para um evento que precede a segunda vinda de Jesus, focalizada no
capítulo 8. Nestes primeiros oito versículos, os eventos estão a se desenrolar
na Terra, quando a obra da salvação ainda está em andamento.
2º A partir
do versículo 9, a visão do profeta é levada e direcionada ao Céu, quando a obra
da redenção está já concluída. Ali no Céu, ele olha e vê dois grupos de salvos:
Primeiramente ele vê uma grande multidão que não se pode contar de tão
numerosa. Esta grande multidão foi ressuscitada quando Jesus voltou. Ela estava
na sepultura durante a angústia de Jacó e voltou à vida quando Jesus retornou à
Terra.
“Por
entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha
para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada:
"Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!" Por
todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e os que
ouvirem viverão. E a Terra inteira ressoará com o passar do exército extraordinariamente grande de toda nação,
tribo, língua e povo. Do cárcere da morte vêm eles, revestidos de glória
imortal, clamando: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó
inferno, a tua vitória?" I Cor. 15:55.” [9]
Veja como a inspiração confirma
que esta grande multidão extraordinariamente grande é a que será ressuscitada
quando Jesus voltar. Ela não estará viva antes desse tempo e depois da obra de
pregação concluída sob a Chuva Serôdia.
Devemos perceber que logo que o
profeta vê esta grande multidão, ele diz e sabe de onde ela é e veio:
“Depois
destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e
línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes
brancas e com palmas nas suas mãos.”
Depois que ele observa esta
grande multidão, outro grupo lhe chama a atenção. Um grupo que o profeta não
sabe quem é e de onde veio:
“E
um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas,
quem são, e de onde vieram?”
Voltamos a repetir: Este grupo
não pode ser o mesmo do versículo 9 que já foi identificado quem era e de onde
tinha vindo. Este grupo, cuja resposta foi que tinha vindo da grande
tribulação, o profeta não sabia de onde tinha vindo e nem quem era!!
Segundo nosso estudo aqui, estes
que tinham vindo da grande tribulação, não pode ser outro grupo a não ser os
144.000, que serão os únicos santos vivos a passarem pela grande tribulação,
após o fechamento da porta da graça! O versículo 6 nos ajuda a identifica-los
também:
“Nunca
mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre
eles.”
Este período de fome, de sede, um
período quando o sol estará castigando os moradores da terra, sem dúvida é uma
referência às sete pragas, que acabam por interferirem de forma indireta na
vida dos justos naquele tempo de angústia como nunca ouve!
Devemos estar com os olhos
abertos para vermos a beleza desta verdade através de um contexto teológico e escatológico
que a inspiração nos oferece!!
Desta forma, se entende
claramente porque é mencionado que estes que vieram da grande tribulação “estão diante do trono de Deus e o servem de
dia e de noite no Seu templo”, porque este grupo é constituído dos 144.000
e somente os 144.000 entram no templo!
“E quando estávamos para entrar no templo, Jesus levantou Sua bela
voz e disse: ‘Somente os 144.000
entram neste lugar’, e nós exclamamos: ‘Aleluia’!”.[10]
O texto dizendo que os que são
mencionados em Apocalipse 7:15 estão no templo, serve não para provar que a
grande multidão ali também entra, pois como vimos, não está se referindo à
grande multidão, mas serve para mostrar que estes que estão no templo, segundo
a inspiração, são os 144.000!! Mais uma vez apelo, vamos manter em mente todo o
contexto dessa verdade que encontramos na inspiração!
O fato de a grande multidão estar
vestida de vestes brancas e estes que estão no templo também trajarem vestes
brancas não mostra isto que se trata do mesmo grupo, pois todos os salvos, ou
os que vencerem, receberão vestes brancas! (Apocalipse 3:5).
[1] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 450. Casa
Publicadora Brasileira.
[2] White, E. G. Meditações Matinais de 1977, pg. 209.
Casa Publicadora Brasileira.
[3] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 610. Casa
Publicadora Brasileira.
[4] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 450. Casa
Publicadora Brasileira.
[5] White, E. G. O Grande Conflito, pg. 619. Casa
Publicadora Brasileira.
[6] White, E. G. Testemunhos Seletos Vol. III, pg. 285.
Casa Publicadora Brasileira.
[7] White, E. G. Testemunhos para Ministros, pg. 133.
Casa Publicadora Brasileira.
[8] White, E. G. Eventos Finais, pg. 184. Casa
Publicadora Brasileira.
[9]
White, E. G. O Grande Conflito, pg. 649, 650. Casa
Publicadora Brasileira.
[10]
White, E. G. Primeiros Escritos,
pg. 19. Casa Publicadora Brasileira.
2 comentários:
Muito esclarecedor!
Esse assunto é magnífico!
Cada detalhe se encaixa perfeitamente com outro detalhe.
Ao excluir um item, o conjunto da verdade é totalmente comprometido.
Muito esclarecedor!
Esse assunto é magnífico!
Cada detalhe se encaixa perfeitamente com outro detalhe.
Ao excluir um item, o conjunto da verdade é totalmente comprometido.
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