quinta-feira, 17 de julho de 2014

Deve a Igreja Fazer do Vestuário uma Prova de Comunhão?


Iremos avaliar os principais textos desta questão e comparar as diversas afirmações da inspiração sobre este ponto. Um dos textos muito citado, diz o seguinte:

“As provas de Deus devem agora distinguir-se de modo claro e inconfundível. Há tormentas diante de nós, conflitos que poucos imaginam. Não há necessidade agora de qualquer alteração especial em nosso vestuário. O simples estilo de vestuário agora usado, feito da maneira mais saudável, não requer arcos, nem longas caudas, e é apresentável em qualquer lugar, e essas coisas não devem desviar-nos a mente da grande prova que irá decidir o destino eterno de um mundo - os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Nossas irmãs podem estar certas de que o Senhor não as inspirou a fazer uma prova do que uma vez foi dado como uma bênção, mas que por muitos foi odiado e desprezado como uma maldição. - Mensagens Escolhidas, vol 3, pg. 252,253.

Com esta, passagem intenciona-se dizer que o vestuário não deve ser na igreja prova de comunhão. Mas vamos analisar bem este texto:

Quando Ellen White diz: “Não há necessidade agora de qualquer alteração especial em nosso vestuário”, será que ela tinha em mente este vestuário depravado de nossa geração, o qual não precisa ser alterado? Não, jamais. Vejamos:

“O simples estilo de vestuário agora usado, feito da maneira mais saudável, não requer arcos, nem longas caudas, e é apresentável em qualquer lugar, e essas coisas não devem desviar-nos a mente da grande prova que irá decidir o destino eterno de um mundo - os mandamentos de Deus e a fé de Jesus...”

Se o vestuário de nossas irmãs no presente tempo é simples e saudável, como aquele que Ellen White se referiu, não se precisa realmente de nenhuma mudança colocando arcos, caldas, etc. O vestuário utilizado durante o século 19, na igreja, cobria o corpo, não tinha nada a ver com um vestuário curto e imoral como o que se vê por toda parte e infelizmente em muitas igrejas. Por isso, não era necessário que o vestuário fosse colocado como prova, pois ele, em muitos aspectos, se assemelhava ao vestuário correto, com insignificantes diferenças.

Outro detalhe muito importante que salta à nossa vista no texto, é a questão das irmãs, e não a igreja, estarem fazendo do vestuário uma prova. Isto pode significar simplesmente, e esta é a impressão mais próxima do texto, que as irmãs da igreja estavam vendo o vestuário como uma prova, ou seja, uma dificuldade para elas mesmas, “do que uma vez foi dado como uma benção.”

Mas, suponhamos que o texto de Mensagens Escolhidas, volume 3, página 252,253, esteja mesmo dizendo que a questão do vestuário não deve ser prova de comunhão. Devemos assim avaliar este texto, em conexão com outros que Ellen White escreveu. Por exemplo: Os que defendem erroneamente que a igreja não deve ter o vestuário como prova de comunhão, são muitas vezes as mesmas pessoas que acreditam que alguém que se alimenta de carne de porco e outras carnes imundas, não deve ser membro da igreja, e os que já são membros, devem ser excluídos se comerem tais carnes. Mas Ellen White também escreveu que a questão da carne de porco não deveria ser colocada como prova pela igreja.

“Ao passo que diríamos aos que estão dispostos a importunar os que cultivam lúpulo e fumo e criam porcos entre nosso povo que eles não têm o direito de fazer destas coisas, em qualquer sentido, uma prova de comunhão cristã.” - Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 338.

“Vi que suas ideias sobre a carne de porco não seriam prejudiciais se vocês as retivessem para si mesmos, mas, em seu julgamento e opinião, os irmãos têm feito dessa questão uma prova, e seus atos têm demonstrado o que vocês crêem sobre isto. Se Deus achar por bem que Seu povo se abstenha da carne de porco, Ele os convencerá a respeito... Se for dever da igreja abster-se da carne de porco, Deus o revelará a mais do que duas ou três pessoas. Ele ensinará a Sua igreja o dever dela.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 206,207.

Este texto deixa claro também que não cabia à Ellen White fazer do vestuário ou da carne de porco uma prova, como ela mesma escreveu:

“Não estabelecemos regra alguma para ser seguida no regime alimentar.” - Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 95.

Nem por isso, mesmo a igreja Adventista, permite a seus membros comerem ou beberem de tudo, sem nenhuma restrição. E, não foi diferente na questão do vestuário:

"Não fiz do vestido uma pedra de toque." - Testemunhos para a Igreja, vol. 4, pág. 637.

O estabelecer regras e regulamentos, é um dever que Deus delegou à igreja como ministério, quando deixada a ser guiada pelo Espírito de Deus, como ocorreu em Atos capítulo 15!

Ellen White reprovou aqueles que estavam querendo fazer do uso da carne de porco uma prova de comunhão. Essa reprovação, no entanto, não deve pautar nossa vida no presente, pois que devemos, portanto, compreender que no início do adventismo e mesmo durante seu desenvolvimento, algumas concessões que foram feitas, deveriam ser corrigidas, inclusive na questão da alimentação, casamento e vestuário.

O texto de Mensagens Escolhidas, volume 3, páginas 252,253, e outros compreendidos erroneamente, não podem estar em contradição com outros textos que mostram claramente que a questão do vestuário e a utilização de modas contrários à palavra de Deus são motivos suficientes para disciplina ou exclusão do rol de membros da igreja. Por isso, devemos aceitar que a melhor maneira de entendermos o texto citado é a forma como foi explicado acima, ou devemos então pensar que os livros de Ellen White são um amontado de contradições. Isto sabemos, no entanto, ser impossível!!

Outra passagem, também muito mal interpretada pelos adeptos da moda contrária à inspiração, é:

“Buscavam controlar a consciência de outros por sua própria. Se o adotavam, outros deveriam adotá-lo. Esqueceram-se de que ninguém era obrigado a usar o vestido da reforma.” Testemunhos para a Igreja, vol. 4 pág. 636.

Perguntamos: Podemos obrigar uma pessoa a guardar o sábado ou realizar qualquer outra norma ou ensinamento cristão? A verdade da justiça pela fé é maravilhosa, incontestada na Bíblia e no Espírito de Profecia, mas podemos obrigar alguém a aceita-la?

Outro detalhe, que não é muitas vezes citado no texto, e isto feito para que o texto dê a impressão errônea de que o vestuário não deve ser colocado como prova, é o seguinte contexto:

“E muitos que professavam aceitar a reforma não fizeram mudança em seus hábitos errôneos de vestuário, exceto em encurtar as saias e cobrir os membros. Isto não foi tudo. Algumas que adotaram a reforma não estavam contentes em mostrar pelo exemplo as vantagens do vestuário, dando, quando indagadas, as razões por adotá-lo, e deixando que a questão aí parasse. Buscavam controlar a consciência de outros por sua própria. Se o adotavam, outros deveriam adotá-lo. Esqueceram-se de que ninguém era obrigado a usar o vestido da reforma.” Testemunhos para a Igreja, vol. 4 pág. 636.

Alguns aspectos devem ser mencionados aqui:

1º As mudanças não foram realizadas de forma completa como deveria ter ocorrido.

2º Algumas irmãs queriam controlar a consciência de outras pelas suas próprias. Isto jamais deve ser admitido.

3º O vestuário que poderia ser utilizado no lugar do vestuário reformado, cobria perfeitamente o corpo. Nada tinha a ver com o estilo imoral, imodesto e corrupto que a atual moda proporciona.

4º As pessoas que utilizam esta passagem para defenderem que não se precisa fazer mudanças no vestuário, deveriam se vestir tais quais as irmãs do século 19, já que o texto foi escrito com base no costume da época e não no atual vestuário imoral de nosso tempo!

5º No mesmo livro encontramos: “Todas as manifestações de orgulho no vestuário, proibidas na Palavra de Deus, devem ser motivo suficiente para disciplina na igreja.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 4 pág. 647.

6º Segundo o texto de Testemunhos para a Igreja, vol. 4 pág. 647, se percebe facilmente que este era dever da igreja disciplinar, e não da profetiza. Mais uma vez a igreja Adventista falhou em realizar a obra que Deus a incumbira.

“’Se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano’. V. 17. Se ele não escutar a igreja, se recusar os esforços envidados para reconquistá-lo é a igreja que deve tomar a si a responsabilidade de excluí-lo da sua comunhão. Seu nome deverá então ser riscado do livro. O bem estar e a pureza da igreja devem ser salvaguardados para que possa estar sem mancha diante de Deus, revestida da justiça de Cristo. À igreja foi conferido o poder de agir em lugar de Cristo. Ela é a instrumentalidade de Deus para a conservação da ordem e da disciplina entre o Seu povo. Nela o Senhor delegou poderes para diremir todas as questões concernentes à sua prosperidade, pureza e ordem. Sobre ela impôs a responsabilidade de excluir de sua comunhão aos que são indignos dela, que pela sua conduta anticristã acarretam desonra à causa da verdade. Tudo quanto a igreja fizer de acordo com as direções dadas na palavra de Deus será sancionado no Céu”. - Obreiros Evangélicos, pág. 495, 496. 

O fato da igreja Adventista não tomar nenhuma posição neste sentido, foi uma das razões que conduziu gradativamente à sua apostasia denominacional. Escreveu Ellen White:

“Foi-me mostrado que a principal causa de vossa apostasia é o amor que têm ao vestuário.” -Testemunhos para a Igreja, vol. 4 pág. 647.

“Quem num caso vira as costas à luz endurece o coração para desconsiderar a luz em outros casos. Quem viola obrigações morais em questões de alimentação e vestuário, prepara o caminho para a violação das exigências de Deus com respeito a interesses eternos.” – Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 72.

A profecia apontava:

“Há sobre nós, como um povo, um terrível pecado - termos permitido que os membros de nossa igreja se vistam de maneira incoerente com sua fé. Cumpre erguer-nos imediatamente, e fechar a porta contra as seduções da moda. A menos que isso façamos, nossas igrejas se tornarão desmoralizadas.” Testemunhos para a Igreja, vol. 4 pág. 648.

Bem, todo adventista sincero poderá nos dizer se isto ocorreu ou não com a igreja da qual são membros!

Desejamos também mencionar algo sobre o seguinte texto:

“Devem ser usados vestidos simples. Experimentai vosso talento, minhas irmãs, nesta reforma essencial. O povo de Deus terá toda prova que poderão suportar. A questão do sábado é uma prova que sobrevirá ao mundo inteiro. Não precisamos que seja introduzida agora alguma coisa que constitua uma prova para o povo de Deus e torne mais severa a prova que eles já têm. O inimigo se alegraria em levantar agora questões que desviassem a mente das pessoas para que entrassem em controvérsia sobre o assunto do vestuário. Que nossas irmãs se vistam com simplicidade, como muitas fazem, usando vestidos de bom material, duráveis, modestos, apropriados para esta época, e não permitam que a questão do vestuário encha a mente.” - Mensagens Escolhidas, vol. 3, pág. 254.

Também neste texto alguns pontos precisam ser destacados. É muito comum lermos um texto e interpretá-lo de forma muito superficial. Inconscientemente, entendemos certos textos de forma a dar apoio a nossas tendências pecaminosas. Humanamente, gostamos quando nos deparamos com algo que nos coloca em um berço de tranquilidade sem que precisemos renunciar a nós mesmos. Então vejamos:

“Devem ser usados vestidos simples.” Se uma parte do texto deve ser salientada e obedecida, por que esta não seria?

“Experimentai vosso talento, minhas irmãs, nesta reforma essencial.” Sabemos o que significa algo que seja essencial, não sabemos? Aquilo que é fundamental, que é primordial, que não se pode dispensar. Se esta questão do vestuário é essencial, ela faz parte das coisas de extrema importância. Como encontramos em outra passagem:

“Nossas palavras, ações, vestidos, são pregadores vivos e diários, juntando com Cristo, ou espalhando. Isto não é coisa insignificante, para ser passada por alto com um gracejo. A questão do vestuário exige séria reflexão e muito orar.” - Testemunhos Seletos, vol.1, pág. 600.

3º “A questão do sábado é uma prova que sobrevirá ao mundo inteiro. Não precisamos que seja introduzida agora alguma coisa que constitua uma prova para o povo de Deus e torne mais severa a prova que eles já têm.” Esta parte é a que as pessoas fazem questão de frisar. Acham que não se deve exigir nada mais das pessoas que adentram para a igreja a não ser o fato de guardarem o sábado. Queremos dizer que, se os que citam esta passagem fossem fiéis guardadores pelo menos desse mandamento, seria muito bom. Isto com certeza ajudaria tais pessoas a viverem a verdade em sua totalidade, incluindo um vestuário segundo a inspiração. Mas geralmente, as que apresentam dificuldades no vestuário, também apresentam dificuldades até mesmo na santificação do sábado como encontrado nas Escrituras. É como o texto que já foi citado: “Quem num caso vira as costas à luz endurece o coração para desconsiderar a luz em outros casos. Quem viola obrigações morais em questões de alimentação e vestuário, prepara o caminho para a violação das exigências de Deus com respeito a interesses eternos.” – Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 72. E isto inclui a santificação do sábado.

A santificação do sábado sempre estará ligada a um vestuário segundo a vontade de Deus:

“A mente que é deixada a vaguear aqui e ali está tão apta a compreender a verdade, aprova escriturística da observância do sábado e o verdadeiro fundamento da esperança cristã, como a estudar a aparência, as maneiras, o vestuário, etc.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 1 pág. 125.

“Creio que os guardadores do sábado devem vestir-se modestamente e com economia.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 1 pág. 252.

Cremos que o problema com a questão do vestuário é apenas a ponta do iceberg. O pouco que se vê, reflete apenas problemas infinitamente maiores guardados no interior. Quando o exterior não reflete a vontade de Deus, quando o mesmo é vestido com modas mundanas, “isso mostra claramente que o amor por todas essas coisas está no coração.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 136.

Mas, vamos tomar esta parte do texto em sua literalidade, pois que muitos a utilizam apenas para aquilo que acham muito cômodo. Mesmo igrejas, para defenderem a apostasia dominante na questão do vestuário, tem utilizado este texto de forma errônea. Perguntamos: Se a única prova que deve-se colocar às pessoas é que santifiquem o sábado, por que não se batizam pessoas que não devolvem o dízimo, que comem carnes imundas, que bebem cachaça ou outras bebidas alcoólicas, ou que fumam? Vemos assim uma grande incoerência na aplicação da passagem em destaque.

“O inimigo se alegraria em levantar agora questões que desviassem a mente das pessoas para que entrassem em controvérsia sobre o assunto do vestuário.” É importante mais uma vez mencionar que o vestuário do qual não se fazia bem em entrar em controvérsia não era imoral ou indecente. Não se tratava de uma mulher, por exemplo, usar uma calça ou uma saia que expusesse suas pernas levando Ellen White a escrever então que não se devia entrar em controvérsia sobre este assunto. Ela mesma escreveu que o uso de calças por uma mulher ou um vestuário que fosse ao menos semelhante ao do homem, já é abominável a Deus (Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 457; 460). Escreveu ainda, depois te ter sido dada a ela visão sobre o assunto, que uma mulher não deve usar uma saia que não chegue aos joelhos ou que apenas cubra os joelhos (Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 464; Crede sem Seus Profetas, pág. 225). Estaria ela contradizendo seus próprios escritos?

“Que nossas irmãs se vistam com simplicidade, como muitas fazem, usando vestidos de bom material, duráveis, modestos, apropriados para esta época, e não permitam que a questão do vestuário encha a mente.” Alguns fazem questão de fixar a mente apenas na parte: “apropriados para esta época.” Mas se esquecem de que este estilo de vestuário apropriado para a época tem que ao mesmo tempo ser: “Modesto.” Ellen White simplifica esta questão nas seguintes palavras:

“Não espero satisfazer cada gosto com respeito ao vestuário, mas acredito que é meu dever usar roupa durável, vestir-me de maneira decente e ordenada, e seguir meu próprio gosto desde que ele não discorde da Palavra de Deus.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 1 pág. 252.

Outro texto muito mal aplicado é o que diz:

"Muitos há cuja religião consiste em criticar os hábitos de vestuário e as maneiras. Querem levar todos à sua própria medida. Desejam alongar os que parecem demasiado curtos para sua norma, e cortar outros que parecem por demais compridos. Eles perderam o amor de Deus do coração; porém, julgam possuir espírito de discernimento. Acham que é prerrogativa sua criticar, julgar, devem, porém, arrepender-se de seu erro, e desviar-se de seus pecados.... Amemo-nos uns aos outros. Tenhamos união em nossas fileiras. Tenhamos santificado o coração para com Deus. Olhemos a luz que para nós reside em Jesus. Lembremo-nos de quão paciente e sofredor Ele foi para com os errantes filhos dos homens. Estaríamos em um estado miserável se o Deus do Céu fosse como um de nós, e nos tratasse como somos inclinados a tratar-nos uns aos outros". - R&H, 27/8/1889, citado em "Ellen White - Mensageira da Igreja Remanescente", pág. 201.

Realmente, jamais devemos levar o vestuário à nossa maneira, fazer para nós mesmos uma regra ou norma e achar que os outros devem viver como nós vivemos. Achar que alguém deve encurtar ou alongar um vestido ou saia porque achamos que deve ser assim, demonstra mesmo falta de amor no coração. Mas, e as normas que não foram homens, mas sim Deus quem estabeleceu, como vimos em textos anteriores, viraremos as costas a estas evidências? Em base de um texto muito mal compreendido e muito mal aplicado se esquece de muitos outros porque nossa vontade perversa assim o deseja? 

Como mencionamos, muitos argumentos podem ser apresentados para se rejeitar a verdade sobre esta questão. Satanás está pelo mundo a inspirar homens e mulheres que não desejam carregar a cruz de Cristo. Mas, existe apenas uma desculpa para se proceder contrário à verdade da Palavra Inspirada:

“É uma vergonha para nossas irmãs, esquecerem tanto seu santo caráter e o dever que têm para com Deus, que imitem as modas do mundo. Não há desculpas para nós, senão na perversidade de nosso coração.”- Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 595.

Como mencionamos, na Palavra inspirada não deve existir contradição. Um texto não deve tirar a força de outro. É comum mencionarmos as passagens que parecem dar razão àquilo que acreditamos. No entanto, devemos sempre seguir a orientação de um grande sábio que escreveu:

“Vedes aqui, isto achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a razão delas”. Eclesiastes 7:27.

Por isso, além de termos visto o real significado de cada texto muitas vezes citado de forma equivocada, precisamos ver outras passagens que atestam que estas explicações, nas passagens citadas, estão corretas, isto porque outros textos confirmam o que temos afirmado!

Vários textos mostram que a questão do vestuário deve ser sim uma prova de comunhão na igreja. Mesmo para aqueles que desejam ingressar na qualidade de membros, a questão do vestuário deve ser explicada, e cada candidato ao batismo, avaliado nos seguintes aspectos, antes de receberem a aprovação da igreja, para tornarem-se membros:

“Um ponto sobre que cumpre instruir os que abraçam a fé é o vestuário - assunto que deve ser cuidadosamente considerado da parte dos recém-conversos. Revelam vaidade no tocante à roupa? Acariciam o orgulho de coração? A idolatria praticada em matéria de vestuário é enfermidade moral; não deve ser introduzida na nova vida. Na maioria dos casos a submissão às reivindicações do evangelho requer uma mudança decisiva em matéria de vestuário.” – Evangelismo, pág. 268.

Segundo este texto, se a pessoa que deseja ser membro do corpo de Cristo revelar vaidade no tocante à roupa, se acariciar o orgulho no coração, não deve ser batizada antes que realize uma mudança decisiva em matéria de vestuário. Isto mostra claramente que esta questão é uma prova para aqueles que desejam ingressar como membros da igreja.

Outro texto, agora mencionando os membros da igreja, diz:

“Todas as manifestações de orgulho no vestuário, proibidas na Palavra de Deus, devem ser motivo suficiente para disciplina na igreja.”

Estaria Ellen White em contradição com ela mesma? Se o vestuário não pode ser uma prova, por que ela diz que os que não estão de acordo com a Palavra de Deus nesta questão devem ser então disciplinados? Não existe contradição se entendermos este assunto como explicado aqui.

Outra passagem diz:

“Há sobre nós, como um povo, um terrível pecado - termos permitido que os membros de nossa igreja se vistam de maneira incoerente com sua fé. Cumpre erguer-nos imediatamente, e fechar a porta contra as seduções da moda. A menos que isso façamos, nossas igrejas se tornarão desmoralizadas.” - Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 600.

De que forma a igreja não pode permitir este terrível pecado? A única forma é utilizando a disciplina mencionada no texto inspirado.

A prova de comunhão na questão do vestuário, portanto, é aplicada aos que já são membros, bem assim para aqueles que desejam ingressar na igreja. Lemos:

“A prova do discipulado não é exercida tão intimamente como devia ser sobre os que se apresentam para o batismo. Deve-se compreender se os que professam ser convertidos estão simplesmente tomando o nome de adventistas do sétimo dia, ou se estão assumindo sua posição ao lado do Senhor, para sair do mundo e serem separados e não tocarem em coisa imunda. Ao darem evidência de que compreendem plenamente sua posição, devem ser aceitos. Mas quando mostram que estão seguindo os costumes, modas e sentimentos do mundo, deve-se lidar fielmente com eles. Se não sentem a responsabilidade de mudar seu procedimento, não devem ser conservados como membros da igreja. O Senhor deseja que os que compõem a Sua igreja sejam mordomos fiéis e verdadeiros da graça de Cristo.” - Testemunhos para Ministros, pág. 124.

Ou seja, um vestuário contrário à inspiração deve sim ser colocado como prova na igreja, ou a igreja se torna desmoralizada e culpada diante de Deus!

“... O pecado destes últimos dias recai sobre o professo povo de Deus. Pelo egoísmo, amor aos prazeres e o amor ao vestuárionegam o Cristo que sua filiação à igreja diz que estão seguindo.” - Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 595.

Alguém que tem constantemente negado a Cristo pela sua maneira de vestir, ou pelas suas obras, pode ser conservado como membro da igreja?

Ellen White também escreveu:

“Vi que o machado precisa ser posto à raiz da árvore. Esse tipo de orgulho não deveria ser tolerado na igreja. São essas coisas que separam Deus de Seu povo e interceptam-lhes o acesso à arca. Israel tem estado inconsciente ao orgulho, à moda e à conformidade com o mundo que existe em meio ao arraial.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 136.

De que forma as modas mundanas, contrárias à inspiração, não podem ser toleradas na igreja se a igreja não tiver o vestuário como prova de comunhão?

Ainda lemos:

“Se alguém sentir o desejo de imitar as modas do mundo e não subjuga-lo de imediato, Deus prontamente deixará de reconhecê-lo como filho. Esse é filho do mundo e das trevas.” - Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 136.

Se uma igreja aceita que uma pessoa que é filha ou filho das trevas seja membro da igreja, o que se pode esperar de tal igreja?

Sejam os filhos do engano e falso testemunho agasalhados por uma igreja que tem tido grande luz, grande evidência, e essa igreja desfar-se-á da mensagem que o Senhor lhe enviou e acolherá as mais desarrazoadas afirmações, e falsas suposições, e falsas teorias. Satanás ri-se de sua loucura; pois ele sabe o que é a verdade.” - Testemunhos para Ministros, pág. 409.

A igreja tem, através da Palavra inspirada, meios suficientes para dirimir todas as questões que ameaçam sua prosperidade espiritual. Todas as organizações que viraram as costas a estas evidências estão hoje colhendo os frutos do mundanismo e de uma situação de imoralidade sem volta. Dificilmente uma igreja, ou organização, que dá um passo em direção ao mundo, encontra meios para retornar. As coisas que hoje aparentemente são permissivas, no passado, já foram consideradas pecado. As que consideramos pecado hoje, no futuro, serão consideradas permissivas, e assim gradativamente e de forma imperceptível a igreja planta suas sementes de apostasia, onde, no futuro, acaba colhendo os frutos amargos da separação de Deus.

“Cumpre erguer-nos imediatamente, e fechar a porta contra as seduções da moda. A menos que isso façamos, nossas igrejas se tornarão desmoralizadas.” - Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 600.

“Haverá algumas quedas terríveis por parte dos que cuidam estar firmes pelo fato de possuírem a verdade; não a têm, porém, tal como é em Jesus. Um momento de descuido pode imergir uma alma em irreparável ruína. Um pecado leva ao segundo, e o segundo prepara o caminho para o terceiro, e assim por diante. Cumpre-nos, como fiéis mensageiros de Deus, rogar-Lhe constantemente que nos guarde por Seu poder. Se nos desviamos um centímetro que seja do dever, estamos em risco de seguir avante na senda do pecado que terminará em perdição. Há esperança para cada um de nós, mas unicamente de um modo, e este é ligar-nos a Cristo, e exercer toda energia para atingir à perfeição de Seu caráter.” - Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 212.


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