domingo, 30 de setembro de 2012

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 7



AS FASES DO JUÍZO

No artigo anterior, você compreendeu que a purificação do santuário celestial consiste na eliminação dos registros dos pecados dos livros celestiais mediante o sangue de Jesus. Para que estes pecados sejam apagados, é necessário que se faça uma obra de investigação na vida daqueles que professam crer no sacrifício de Jesus como único meio de se obter a eliminação de qualquer vestígio de transgressão.

Esta obra de investigação é necessária para que fique provado diante de todo o universo, diante de seres santos ou pecadores, que é possível, mesmo ao homem caído, pelo poder e graça de Deus, guardar Sua lei que é santa justa e boa (Romanos 7:12).

Com a obra do juízo, provando que é possível guardar a lei de Deus, Cristo desmascarará Satanás mais uma vez. Apontará seu povo, especialmente os que viveram na hora de maior apostasia e iniquidade, e dirá: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus” (Apocalipse 14:12). Desta forma, não apenas Satanás será condenado, mas também todos seus seguidores, por terem escolhido se rebelar sem motivo contra Deus e Sua santa lei. E, assim como Noé, ao preparar a arca, condenou o mundo ímpio antes do dilúvio (Hebreus 11:7), o povo de Deus, ao ser no juízo declarado justo, automaticamente condenará todos aqueles que desprezaram a lei de Deus e sua autoridade.

O juízo se processa primeiramente no Céu, e depois terá então outras fases. Estudaremos todas estas fases do juízo e como elas acontecem.

O Juízo Investigativo

O profeta Daniel relata que após o surgimento do reino da Babilônia, Medos e Persas, Grécia, Roma e aquela potência simbolizada pela ponta pequena, se estabeleceria o juízo. Para chegarmos a esta irrefutável conclusão basta lermos Daniel 7:1-10. Ora, a ponta pequena de Daniel 7:8, teve seu cumprimento mais específico a contar do ano 538 d.C. até o ano de 1798, e no final deste período, da supremacia da ponta pequena, segundo o livro de Daniel, o juízo se assentaria. Assim foi relatado:

“Assentou-se o juízo e abriram-se os livros”.

No final do juízo Daniel viu que os reinos do mundo seriam entregues ao Filho de Deus. Dan. 7:10,13-14. Desta forma, pode-se compreender claramente que o juízo, ao qual se referiu Daniel, aconteceria depois da supremacia da ponta pequena e antes da destruição dos reinos terrestres. Ou seja, não antes de 1798. Se, como podemos bem notar, Jesus não tem ainda o domínio total sobre a Terra, e os reinos desta ainda não Lhe foram entregues, é óbvio que estamos vivendo ainda nos dias do juízo. Este é o juízo investigativo. É o juízo que tem lugar antes que Cristo volte nas nuvens do céu, para então destruir os reinos mundanos e implantar Seu reino de justiça.

No juízo investigativo somente tomam parte aqueles que conhecem e professam a verdade. Analisaremos alguns textos sobre isto:

“Já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus”. I Pedro 4:17.

Perceba que o julgamento começaria pelos que conhecem, os da casa de Deus.

Eclesiastes 3:17: “Deus julgará o Justo e o ímpio”.

Repare que o sábio mencionou o julgamento do justo como precedendo ao do ímpio. Algumas pessoas acreditam que os justos não serão julgados, mas não é isto que a Palavra de Deus diz. Muitos se apoiam na seguinte passagem:

“... quem ouve Minha palavra não entra em juízo...”.

Devemos, porém entender que este juízo não se refere ao juízo investigativo, mas especificamente ao juízo executivo, ou o juízo de condenação. Tanto que na versão Revista e Corrigida e em outras versões, esta passagem de João 5:24 reza:

“... não entrará em condenação...”.

No grego, a palavra correspondente, a qual foi traduzida na versão Revista e Atualizada por juízo é (krisin) krisin”, que pode ser corretamente traduzida, como foi na versão Revista e Corrigida por: “condenação, punição.” Ou seja:

“... não entrará em punição...”.

Como veremos neste artigo, a palavra juízo pode também, ter em muitos casos o sentido de punição ou condenação. Veja ainda estes exemplos:

“... e os que tiveram praticado o mal, para a ressurreição do juízo (Krisin, condenação punição)”. João 5:29.

“Mas uma certa expectação horrível de juízo (krisin, condenação, punição) e ardor de fogo que, há de devorar os adversários”. Hebreus 10:27.

“... Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade, pois numa hora veio o seu juízo (Krisin, condenação, punição)”. Apocalipse 18:10.

Por este tipo de juízo, é mais do que certo que os justos não hão de passar.

Mas sobre passarem pelo juízo de investigação a Palavra de Deus é clara. Como vimos em Eclesiastes 3:17, “Deus julgará o justo”. Leiamos mais algumas passagens sobre isto:

“Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”. Romanos 14:10,12.

Quando Paulo diz “todos”, ele se inclui entre os que serão julgados ao mencionar também: havemos”.

O apóstolo João também se coloca entre os que serão julgados, ao escrever:

 “... para que no dia do juízo tenhamos confiança...” I João 4:17. 

Outros textos também são bem claros:

 “Ele julgará ao teu povo com justiça...”. Salmo 72:2.

“E foi-me dado uma cana semelhante a uma vara: e chegou o anjo e disse: Levanta, mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram”. Apocalipse 11:1.

No dicionário, o verbo medir tem também o sentido de fazer uma vistoria, uma avaliação, estimação ou uma investigação naqueles que estão na casa de Deus.

“E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram tantos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados. E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com vestidos de núpcias”. Mateus 22:10-11.

“Quando o rei entrou para ver os convivas, foi revelado o verdadeiro caráter de todos. A cada comensal foi provido um vestido de bodas. Essa veste era uma dádiva do rei. Usando-a, os convivas demonstravam respeito ao doador da festa. Um homem, porém, estava com seus trajes comuns. Recusara fazer a preparação exigida pelo rei. A veste provida por ele com grande custo, desdenhou usar. Deste modo insultou seu senhor. À pergunta do rei: ‘Como entraste aqui não tendo veste nupcial?’ nada pôde responder. Condenou-se a si mesmo. Então o rei disse: ‘Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores’”.

“O exame dos comensais pelo rei representa uma sena de julgamento. Os convivas à ceia do evangelho são os que professam servir a Deus, cujos nomes estão escritos no livro da vida. Luc 10:20; Fil.4:3;  Ap. 13:8; 20:12; etc. Nem todos, porém, que professam ser cristãos, são discípulos verdadeiros. Antes que seja dada a recompensa final,  precisa ser decidido quem está apto para participar da herança dos justos. Essa decisão deve ser feita antes da segunda vinda de Cristo, nas nuvens do céu; porque quando Ele vier, o galardão estará com Ele ‘para dar a cada um segundo sua obra’. Antes de sua vinda o caráter da obra de cada um terá sido determinado, e a cada seguidor de Cristo o galardão será concedido segundo seus atos”

Enquanto os homens ainda estão sobre a Terra, é que a obra do juízo investigativo se efetua nas cortes celestes. A vida de todos os seus professos seguidores é passada em revista perante Deus; todos são examinados de acordo com os relatórios nos livros do Céu. Dan. 7:10; Mal.3:16; Ne. 13:14; Sl. 56: 5,6; Jer. 2:22; etc, e o destino de cada um é fixado para sempre de acordo com seus atos”. Parábolas de Jesus págs. 309, 310.

Neste sentido é que se cumprirão as palavras de Cristo:

“Estando dois no campo, será levado um, e deixado outro; estando; duas moendo no moinho será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”.

Esta é a vinda de Cristo em juízo, pois o mesmo acontece no Céu e nosso caso será analisado e decidido em uma hora em que não pensamos nem sabemos. Compareceremos a este juízo através dos registros celestiais que contém o relato fiel de toda nossa vida, nossas ações, de nossos pensamentos ou palavras. Por isso Jesus nos exorta a vigiarmos “porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis”. Mateus 24:44.
  
 O Juízo Retributivo 

Na Bíblia existem inumeráveis provas do juízo retributivo. Este juízo terá lugar exatamente durante a segunda vinda de Cristo. As escrituras testificam dizendo que quando o Filho de Deus voltar Ele dará a cada um segundo suas obras. Ap. 22:12; Mat. 16:27; Is. 40:10,11; 62:11; etc.

Paulo, falando sobre este assunto em sua carta aos Romanos 2:5-6, diz:

“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; o qual recompensará a cada um segundo as suas obras”.

Notemos bem que, em Sua segunda vinda, Jesus manifestará o resultado do juízo investigativo que já ocorreu no Céu. Mas não devemos deixar de notar que em sua volta Ele recompensará a cada um. Ou seja, retribuirá a cada um segundo as suas obras. Rom. 2:7,8. Este é o juízo retributivo. Judas, escrevendo sobre o mesmo assunto, nos versículos 14 e 15, menciona este juízo que terá lugar na segunda vinda de Jesus nas seguinte palavras:

Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as sua obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra Ele”.


O juízo Vindicativo

Neste juízo somente os ímpios serão julgados. De forma geral, o caso dos perdidos, não será avaliado no juízo investigativo, pois, como vimos, este é para aqueles que conhecem a verdade. Durante os mil anos, enquanto os salvos estarão no Céu e os ímpios mortos na Terra (Jeremias 25:33), será realizado, pelos salvos, o julgamento dos ímpios, a fim de que fique decretada a pena que cada um irá pagar no castigo final através do fogo e para que possa eliminar de forma total alguma dúvida quanto ao caráter de Deus antes que Ele possa de uma vez por todas eliminar o mal. A Bíblia menciona este juízo da seguinte forma:

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.” Apocalipse 20:4.

“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” I Corintios 6:2.

  
O Juízo Executivo

O juízo executivo terá lugar na Terra depois dos mil anos, quando os ímpios cercarem a cidade santa a Nova Jerusalém. Mas descerá fogo do céu e os devorará. Ap. 20:8-10.

O salmista Davi, escrevendo sobre este assunto, disse o seguinte no salmo 11:6:

“Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre, e vento tempestuoso: eis a porção do seu corpo”.

Podemos também, corretamente, traduzir este salmo assim:

“... eis a recompensa do seu corpo”.

Este será o juízo executivo.

O apóstolo Pedro esclareceu ainda mais esta verdade ao escrever:

“Mas os céus e a Terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios”. II Pedro 3:7.

Notemos bem que o apóstolo relaciona o dia do juízo com a destruição da Terra pelo fogo juntamente som os ímpios. Este não pode ser de forma alguma um juízo de investigação, nem o juízo que Cristo exercerá em Sua segunda vinda, pois nestas ocasiões a Terra não será ainda queimada com fogo como se acha registrado neste juízo ao qual Pedro se refere.

Sim, a palavra de Deus faz referência a quatro fases do juízo, a saber: O investigativo que tem lugar antes da segunda vinda de Cristo, o vindicativo que ocorrerá no Céu durante mil anos enquanto a Terra está vazia, realizado pelos salvos, o retributivo que terá lugar na vinda de Cristo, e o executivo, que acontecerá na destruição final dos ímpios pelo fogo.

Não podemos confundir estas quatro fases do juízo. Alguns cometem este erro citando textos da Bíblia que mencionam um juízo no futuro e pensam tratar-se do juízo que decidirá cada caso para a vida ou para a morte. Porém, este juízo ocorre em nossos dias e por isto devemos vigiar, pois quando Jesus voltar Ele virá já com o resultado ou com a sentença desse juízo que se passa no santuário celestial, onde aceita-se nomes e rejeita-se nomes.

Devemos lembrar que, para os Israelitas, o dia da expiação significava o “dia de juízo”, pois neste dia Deus julgava seu povo, escolhendo se os pecados seriam ou não removidos do santuário.

O dia antitípico da expiação, ou seja, a realidade daquela cerimonia judicial expiatória do Antigo Testamento, é a obra que Jesus está realizando no lugar santíssimo do santuário celestial desde 1844, decidindo se os pecados permanecem ou não nos registros celestiais.

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom ou mal”. Ecl. 12:13,14.

Continua...

cristiano_souza7@yahoo.com.br

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