quarta-feira, 13 de março de 2013

A "TEOLOGIA" DA PROSPERIDADE À LUZ DA PALAVRA DE DEUS



A teoria da prosperidade é um meio eficaz de atrair milhares de pessoas às igrejas que nada mais são do que um comércio em nome de Deus.  Nestas “igrejas”, quase nada se fala sobre o arrependimento, o Céu, a conversão, etc, mas de prosperidade material neste mundo e não no mundo por vir. Os “pastores” se esforçam por converter seus fiéis a ofertarem para somente então poderem receber as bênçãos de Deus. Dízimos e ofertas são colocados como único meio de se comprar o favor Divino. Quem doa prospera, quem não doa, recebe maldição. As dádivas de Deus passaram a ser comercializadas dentro dos templos, e se estes templos ou igrejas pudessem literalmente ter a presença de Jesus, Ele diria: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.” João 2:16. Nesta passagem, temos a citação de que o povo naquela época vendia animais e aves, hoje se vendem lenços, meias, cajados, etc. O mais incrível é que milhares de pessoas não veem isto, que estão fazendo daquilo que eles chamam de igreja de uma casa de venda e comércio. Estas pessoas se encontram cegadas pelo desejo de serem curadas, ou de empregados, se tornarem em patrões.

Neste artigo avaliaremos a teoria da prosperidade como esta é focalizada pela Bíblia. Disse Jesus:

 “... no mundo tereis aflições”. João 16:33.

Estas palavras de Cristo foram ditas a Seus discípulos, mostrando que Seus seguidores passariam por provas e dificuldades. A paz que Jesus promete é nEle e não no mundo. No mundo teremos aflições. Quem pode anular ou apagar esta sentença, de que no mundo passaremos por provas e dificuldades?

 “... pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”. Atos 14:22.

Quem ensina que o crente, se fiel em tudo, não passa por provas, esta dizendo que este mesmo crente não irá ao Céu, pois que os que irão receber a vida eterna passarão por muitas tribulações.

Prova-me e sairei como ouro”. Jó. 23:10.

As provas não são para destruir, mas para purificar e limpar. Se não suportamos a prova é porque não somos ouro puro. O salmista também disse:

 “Antes de ser afligido, andava eu errado; mas agora guardo a Tua palavra”. Salmo 119:67.

Por este texto se vê o motivo das provas e aflições; são para nos endireitar, mostrar o quanto dependemos de Deus, para destruir a escória apenas, não o ouro. Uma pessoa que não é afligida pode estar em pecado grave e não perceber. As provas ajudam-nos a fazer um exame de nós mesmos. Escreveu o Salmista:

“Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Salmos 119:71.

“E, na verdade, toda correção ao presente, não parece ser motivo de gozo, senão de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados.” Hebreus 12:11.

Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”. Salmo 34:19.

Como posso dizer que os justos não passam por aflições, se a Bíblia afirma que muitas são suas aflições? Deus, porém, promete auxilio para vencermos cada uma delas. O salmista diz que quando somos afligidos buscamos mais o Senhor. Mas ele deixa claro também que mesmo sendo fiel “cordéis de morte o cercaram, e angustias se apoderaram dele”. Salmo 116:3.

“Receberia o bem de Deus e não receberia o mal?” Jó. 2:10.

“O Senhor prova o justo”. Salmo 12:5.

Quem estiver por aí ensinando que Deus não prova o justo está indo contra a palavra do Senhor, dizendo o que Deus não falou! E disse-me o Senhor: Os profetas profetizam mentiras em meu nome; não os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei. Visão falsa, adivinhação, vaidade e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam”. Jeremias 14:14.

O apóstolo Paulo escreveu:

“Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições...”. II Timóteo 4:5.

Ou seja, tenha paciência nas provas e utilize-as para seu próprio bem!

“E que mais direi? Pois me faltará o tempo, se eu contar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas; os quais por meio da fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões. Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra.” Hebreus 11:32-38.

Percebeu por quantas provas os heróis da fé passaram? Será que os pregadores da prosperidade já leram estes versículos?

“Diz (o ímpio) em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei na adversidade”. Salmo 10:6.

 Se lermos o Salmo 10, constataremos que os que pregam estas palavras, ou seja, que não passaremos por adversidades, são os ímpios, não os justos.

“Até a presente hora padecemos fome, e sede; estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e o suportamos; somos difamados, e exortamos; até o presente somos considerados como o refugo do mundo, e como a escória de tudo. Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar, como a filhos meus amados”. I Coríntios 4:11-13.

Esse é Paulo falando. Notou o que ele disse? Passou fome, sede, não tinha roupa suficiente, apanhou, não tinha onde morar, tinha que trabalhar duro pra sobreviver, foi perseguido, e não se envergonhava disso. Agora, leia com atenção os próximos versículos:

“Antes em tudo recomendando-nos como ministros de Deus; em muita perseverança, em aflições, em necessidades, em angústias, em açoites, em prisões, em tumultos, em trabalhos, em vigílias, em jejuns, como entristecidos, mas sempre nos alegrando; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo.” II Cor. 6:5,10.

Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro”. II Cor. 7:5.

“São ministros de Cristo? Falo como fora de mim, eu ainda mais; em trabalhos muito mais; em prisões muito mais; em açoites sem medida; em perigo de morte muitas vezes; dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. Além dessas coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas”. II Coríntios 11:23-28.

Por que Deus deixou estas passagens em Sua palavra? Elas servem para nos confortar em momentos difíceis. Nos momentos em que as enfermidades aparecem, em que quase acaba o pão, mas não falta o necessário para a vida.

Agora, vejamos que texto maravilhoso:

“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grandes combates e aflições”. Hebreus 10:32.

Ou seja, depois que aceitamos a verdade, que nos tornamos servos de Deus, passaremos por provas! A mensagem, portanto de que um fiel não é provado que apenas prospera, é irreal, ilusória! Se lermos os versículos seguintes, a saber, Hebreus 10:33-34, veremos que nas provas poderemos passar por tribulações, perder propriedades e bens, mas não devemos esquecer que nossa recompensa real está no Céu.

No Salmo 73 podemos perceber que muitas vezes o ímpio prospera enquanto o justo frequentemente sofre com provas, aflições e perdas! Asafe, o escritor do salmo 73, não compreendia o motivo disso até que Deus mostrou que, mesmo que o ímpio progrida nesta vida e coloque em suas posses o coração (Salmo 62:10), no final perderá a salvação, pois suas riquezas se tornam o tropeço de sua alma (Ezequiel 7:19). Enquanto o justo, mesmo padecendo dificuldades neste mundo, pode descansar em Deus que é sua fortaleza e porção para sempre. A Bíblia ainda diz:

“As tendas dos assoladores tem descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe tudo”. Jó 12:6.

Na prosperidade passam os seus dias, e num momento descem à sepultura. Eles dizem a Deus: retira-te de nós, pois não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos”. Jó 21:13-14.

Deus, no entanto:

Corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Hebreus 12:6.

Se, portanto, não somos corrigidos, é porque não somos consideramos filhos de Deus, “porque que filho há a quem o pai não corrija?”

Agora, perceba o seguinte:

“Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos e não filhos”. Hebreus 12:8.

Aqui divisamos dois detalhes importantes:

1° - Todos, sem exceção são participantes de disciplinas.
2° - Se não passamos por provas é porque Deus não nos recebeu por filhos e somos bastardos.

“Confessa pois no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor teu Deus”. Deuteronômio 8:5.

“Filho Meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da Sua repreensão. Porque o Senhor repreende aquele que ama, assim como o pai ao filho que ama”. Provérbios 3:11-12.
Por isso, a Bíblia traz uma bem-aventurança a toda pessoa que Deus prova e aflige:


“Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus castiga; não desprezes, pois ao castigo do Todo-poderoso”. Jó. 5:17.

As provas são bênçãos, não maldição, depende de como você as recebe e como você a vê. Não as despreze!

“Pois ainda que (o Senhor) entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das Suas misericórdias”. Lamentação 3:32.

Devemos ter a certeza do salmista:

“Bem sei eu, ó Senhor, que os Teus juízos são justos, e que em Tua fidelidade me afligiste”. Salmo 119:75:

Apocalipse 2:7,11,17,26; 3:5,12,21: “Ao que vencer”. Não existe vitória sem luta! E esta luta acontece em todas as formas, em âmbito material e espiritual. Por isso, a palavra de Deus nos diz que os salvos dos últimos dias virão de “Grande tribulação”. Apoc. 7:14.

É certo que Deus põe nas mãos de algumas pessoas dádivas para que estas pessoas sejam um veículo, um meio, uma ponte, para que estas dádivas divinas cheguem até pessoas mais carentes. Com isto também Deus deseja tirar do coração dos mais abastados o amor e o apego às coisas materiais, eliminando deles todo egoísmo, pois Jesus disse que os pobres sempre existiram entre nós (João 12:8), e cabe aos que tem mais, ajudar os que têm menos ou aos que não tem nada, aos que são verdadeiramente pobres (Provérbios 19:17; 21;13; Gálatas 2:10; II Coríntios 9:9).

A "Teologia" da prosperidade foca apenas os ganhos materiais como demonstrando as bênçãos de Deus. Mas a palavra de Deus fala de prosperidade não nestes termos, mas em todos os detalhes da vida (Deuteronômio 28; Malaquias 3:10-11). Estas bênçãos podem vir em forma de provas, dificuldades diversas, muitas vezes até mesmo na falta de recursos onde você sobrevive com pouco, pois a bênção de Deus faz com que não falte o necessário, o alimento simples, mas que sacia a fome, a roupa que não é custosa, mas que cobre o corpo, a bebida que não é cara, mas a simples e saudável água que sacia a sede. Enquanto Deus multiplica o pouco que você tem, o salário mínimo que te mantem vivo, muitos que ganham bem mais estão muitas vezes sofrendo, endividados, não tendo com o que pagar, pois:

 “Vale mais o pouco que tem o justo, do que as riquezas de muitos ímpios.” Salmos 37:16).

São estas bênçãos que Deus prometeu a Seus filhos fiéis, esta é a verdadeira prosperidade e não riquezas acumuladas ou milionárias fazendas. Jesus prometeu a seus filhos:

“Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:31-33.

Aquele que foi nosso exemplo, que foi fiel em tudo, que guardou todos os mandamentos de Seu Pai (João 15:10), que ensinou que devemos manter nossa fidelidade na devolução dos dízimos até mesmo nas pequenas coisas (Lucas 14:42; Mateus 24:24), não prosperou materialmente. No dia em que morreu, a única coisa preciosa que possuía, era uma túnica sem costura (João 19:23).

Aquele que foi tão pobre a ponto de não haver nEle beleza de ornamentos ou riquezas exteriores para que o desejássemos (Isaias 53:2), ressaltou, certa vez:

“As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” Lucas 9:58.



Disse um poeta um dia,
fazendo referência ao Mestre amado:
"O berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o manso jumentinho,
em que, em Jerusalém, chegou montado
e palmas recebeu pelo caminho,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o pão - o suave pão
que foi por seu amor multiplicado,
alimentando toda a multidão -,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o famoso barquinho?
aquele barco em que ficou sentado,
mostrando à multidão qual o caminho,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o quarto em que ceou
ao lado dos discípulos, ao lado
de Judas, que o traiu, de Pedro, que o negou,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o berço tumular,
que, depois do Calvário, foi usado
e de onde havia de ressuscitar,
o túmulo era dEle?
- Era emprestado!


Enfim, NADA era dEle!
Mas a coroa que ele usou na cruz
e a cruz que carregou e onde morreu,
essas eram, de fato, de Jesus!"


Isso disse um poeta, certo dia,
numa hora de busca da verdade;
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade...
O berço, o jumentinho e o suave pão,
os peixes, o barquinho, o quarto e a sepultura,
eram dEle a partir da criação,
"Ele os criou" - assim diz a Escritura...


Mas a cruz que Ele usou
- a rude cruz, a cruz negra e mesquinha
onde meus crimes todos pagou,
essa não era Sua,

ESSA CRUZ ERA MINHA!


Inspirado em Stanley Jones

cristiano_souza7@yahoo.com.br

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