CONSIDERAÇÕES SOBRE A
DIVINDADE
(Direitos Autorais Reservados)
(Direitos Autorais Reservados)
A. Balbach
Capítulo I - A
CONTROVÉRSIA ARIANA
1. Arianismo.
2. Trinitarianismo.
3. Pontos de Vista
Católicos Modernos.
4. Idéias
teológicas recentes.
5. Sumário.
Capítulo II - A
DIVINDADE NO ADVENTISMO HISTÓRICO
1. A Igreja
Adventista define sua posição.
2. A IASD da
Reforma define sua posição.
Capítulo III -
CONCEITOS CONFLITANTES
Capítulo IV -
MAIS LUZ DESDE 1888
1. Completa
Divindade e eterna pré-existência de Cristo.
2. A personalidade
do Espírito Santo.
3. Advertência
contra especulação.
Capítulo V - A
DIVINDADE NO PLANO DE SALVAÇÃO
1. Três Seres
divinos ou Dignitários, ou Pessoas.
Capítulo VI - O
QUE SABEMOS SOBRE O ESPÍRITO SANTO
Capítulo VII -
MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
1. Ações
conscientes e inteligentes.
2. Participação do
Espírito Santo na obra da salvação.
Capítulo VIII -
ORIGEM PAGÃ?
Capítulo IX - A
RELAÇÃO ENTRE …
1. Perguntas
comuns.
2. Passagens
difíceis.
INTRODUÇÃO
Um verdadeiro conhecimento teórico e prático
de Deus é essencial para nossa salvação. Pouco antes de ir para o Jardim do
Getsêmani Jesus disse em Sua última oração intercessória: “E a vida eterna é
esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo,
aquele que tu enviaste”. João 17:3.
A
Bíblia, especialmente no Novo Testamento, nos diz que devemos conhecer a
respeito do Pai, Filho e Espírito Santo. Sobre este tema, a informação contida
na Palavra de Deus é suficiente para nossa salvação. Temos que nos precaver de
especulação. Contentemo-nos com o que está escrito e não vamos além do “Assim
diz o Senhor”.
Neste
livreto nos absteremos de dar nossa interpretação a textos difíceis: apenas
apresentaremos o que está escrito na Bíblia e Espírito de Profecia, e esperamos
que nossos leitores concordem ser perigoso rejeitar, ignorar ou buscar
explicações para aquilo que a mente finita não pode compreender.
“Crede
no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e sereis bem
sucedidos” 2 Crônicas 20:20.
“Nestes
últimos dias de perigo não devemos aceitar tudo que os homens apresentem como
verdade. Ao nos virem mestres da parte de Deus declarando que têm uma mensagem
de Deus, é próprio inquirir cuidadosamente. Como sabe se é verdade? Jesus nos
disse que ‘falsos profetas se levantariam e enganariam a muitos’. Mas não
precisamos ser enganados; pois a Palavra de Deus nos dá um teste pelo qual
podemos saber o que é a verdade. O profeta declara: ‘A Lei e ao Testemunho! se
eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva’. . . . Não
teremos segurança em nenhum outro curso de ação”. -- 7 BC 951, 952.
Onde
utilizamos pequenas citações ou elipses, por favor leiam o contexto inteiro em
seus próprios livros para obter esclarecimento adicional.
Fico
grato pelas sugestões dadas por vários irmãos no preparo deste livreto.
A. Balbach
Capítulo I
A CONTROVÉRSIA ARIANA
As informações contidas abaixo são
transcritas de várias fontes.
Para
quem lê a história da Igreja entre os anos 300 e 450 pode parecer que toda a
energia dos cristãos deve ter sido absorvida em disputas doutrinárias. . . .
Houve quatro controvérsias nesses anos. . . . A primeira das quatro foi a
ariana. Surgiu em Alexandria em torno do ano 318 AD. Um presbítero da igreja
alexandrina, chamado Ário, estava ensinando publicamente doutrinas que o bispo
desaprovava. Quando, após a reprimenda do bispo, ele persistiu em seu ensino,
foi excomungado. Então apelou a outros bispos, declarando que sua condenação
havia sido injusta. Entre esses outros bispos ele encontrou alguns seguidores,
e a heresia se propagou para além de Alexandria, chegando à Síria. Logo, toda a
porção oriental da Igreja estava envolvida numa amarga disputa, e o último
imperador Constantino interveio. Ele convocou os bispos do Império para um
grande concílio em Nicéia em 325 AD. Nesse concílio, os ensinos de Ário foram
condenados, e um credo foi adotado, declarando a doutrina oficial da Igreja.
Houve, contudo, muitos na Igreja que, embora não concordando com Ário, criam
que o concílio havia ido longe demais. O resultado foi que vários partidos se
formaram, e por mais de cinqüenta anos esses partidos se engajaram numa
violenta controvérsia. Os imperadores eram cristãos, e por essa época a Igreja
havia se tornado uma parte do Estado Romano. Todos os partidos, portanto,
tentavam obter o favor do imperador reinante. Destarte, a luta toda adquiriu
cores políticas, o que amiúde obscurecia o real sentido da controvérsia. Em 381
um segundo Concílio Geral, em Constantinopla, afirmou a ação do Concílio de
Nicéia, e o Imperador Teodósio reprimiu à força a doutrina ariana e todas as
outras doutrinas que se conflitavam com o credo de Constantinopla.
A
questão que Ário levantava era a velha pergunta: “Quem é e o que é Cristo?” . .
. Cristo, nos ensinos de Ário, é um tipo de semideus, a meio caminho entre nós
e o Pai; como nós, porque foi criado; como Deus, porque veio diretamente Dele
antes que o mundo começasse. A resposta dele era a pior possível para a questão
suscitada.
O
grande oponente de Ário foi Atanásio. . . . Nos primeiros anos da controvérsia
ele era o conselheiro teológico de seu bispo, e quando o bispo (Alexandre)
morreu, foi eleito para sucedê-lo (328). Por quarenta e cinco anos ele foi o
bispo de Alexandria. Aqueles foram anos em que a luta ariana estava no ponto
mais agudo e os arianos o puseram no exílio não menos do que cinco vezes. Ao
todo, ele esteve fora de seu bispado por mais de dezessete, mas após cada
exílio, retornava. A razão para seus problemas estava em sua integral devoção à
teologia nicena, com sua insistência na plena e completa divindade de Cristo.
Em sua atitude para com o arianismo ele não fazia concessões. . . .
Antes
das dificuldades arianas chegarem a um fim, novas disputas doutrinárias haviam
sido suscitadas na Igreja Oriental. Admitindo-se que Jesus fosse divino,
“gerado por Seu Pai antes de todos os mundos”, como explicaremos a Jesus de
Nazaré? Como podemos pensar Nele como um homem, sem deixar de pensar Nele como
Deus? Como podemos pensar Nele como Deus, sem deixar de pensar Nele como homem?
Estas eram as perguntas que formavam o enfoque das Controvérsias Cristológicas.
-- Fonte: Charles M. Jacobs, The Story of the Church (1925), pp. 52-55.
1. Arianismo
Como
definido em história eclesiástica, o Arianismo é, substancialmente, como se
segue:
O
Pai somente é Deus; portanto ele somente é não gerado, eterno, sábio, bom e
imutável, e separado por um infinito abismo do mundo. Ele não pode criar o
mundo diretamente, mas somente mediante um agente, o Logos. O Filho de Deus é
pré-existente, anterior a todas as criaturas, e acima de todas as criaturas, um
ser intermediário entre Deus e o mundo, o criador do mundo, a perfeita imagem
do Pai, e o executor de Seus pensamentos, e assim capaz de ser chamado num
sentido metafórico Deus, e Logos, e Sabedoria. Mas por outro lado, Ele próprio
é uma criatura, ou seja, a primeira criação de Deus, mediante o qual o Pai
chamou todas as criaturas à existência; ele foi criado do nada (não da essência
de Deus) pela vontade do Pai antes de todos os tempos concebíveis; portanto Ele
não é eterno, mas teve um começo, e houve um tempo em que não existiu.
O
arianismo assim ergue-se muito acima do ebionismo, socianismo, deísmo e
racionalismo ao manter a pré-existência pessoal do Filho antes de todos os
mundos, que foram sua criação: mas concorda com aqueles sistemas em rebaixar o
Filho à esfera do criado, o que, logicamente, inclui a idéia de temporalidade e
finitude. A princípio atribui-lhe o predicado de imutabilidade também, mas
posteriormente sujeita-o às vicissitudes do ser criado. -- Fonte: Philip
Schaff, History of the Christian Church, Vol. 3 (1902), p. 645.
2. Trinitarianismo
Três
pontos cardeais foram estabelecidos com referência a Cristo: igualdade de
essência, distinção pessoal, geração eterna.
O
que ainda faltava era uma expressão aproximadamente adequada combinando esses
principais pontos. O predicado homoousios foi adotado pelo Concílio de
Nicéia como abrangendo tanto a idéia de unidade quanto de distinção, e toda a
Igreja Cristã desde então se manteve unida em declarar sua fé no “Filho Único
de Deus, gerado de Seu Pai antes de todos os mundos, Deus de Deus, Luz de Luz,
Verdadeiro Deus e o próprio Deus, Gerado, não criado, Ser de uma substância com
o Pai”.
As
mesmas premissas que resultaram nesse arranjo da relação do Filho com o Pai
finalmente e por conseqüência provocou conclusão semelhante com respeito ao
Espírito Santo: o Símbolo da Igreja expandindo-se no Concílio de
Constantinopla, 381 AD, pela adição do terceiro artigo: “o Senhor e Doador da
Vida, que procede do Pai, que com o Pai e o Filho são juntos adorados e
glorificados”, a Igreja assim afirmando a absoluta divindade semelhante do Pai,
do Filho, e do Espírito Santo, atribuindo a cada as designações e perfeições da
deidade, conquanto sempre, por outro lado, mantendo que há só um Deus, que a
divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma absoluta unidade. Não pode
ser reivindicado que todas as dificuldades foram superadas. Longas disputas se
seguiram, mesmo após a Igreja, em sucessivos Concílios, ter definido a doutrina; mas a formulação no
Credo Atanasiano da Fé Católica, “Que adoramos um Deus na Trindade, e
Trindade em Unidade, nem confundindo as pessoas, nem dividindo a substância”,
apresenta este mistério de tal maneira que, como declara Hagenbach, “todos os
esforços posteriores do engenho humano para resolver suas aparentes
contradições numa forma dialética devem quebrar-se contra esse baluarte da fé,
como as ondas se quebram sobre uma rocha inflexível”. . . . Cada “pessoa”
possui sua própria última forma de subsistência. O Pai difere do Filho, o
Espírito Santo difere de ambos. O Pai é não-gerado, o Filho é gerado, o
Espírito Santo procede do Pai e (segundo a Igreja Ocidental) do Filho. Contudo,
nenhum é Deus sem o outro; nem opera independentemente do outro; os Três são Um”.
-- Fonte: E. B. Sanford, A Concise Cyclopedia of Religious Knowledge
(1890), pp. 922, 923.
3. Pontos de Vista Católicos Modernos
É
da própria natureza de Deus existir. Não há outra maneira de pensar
corretamente sobre Deus, exceto pensando Nele como o Ser Que nunca teve um
começo, o Ser Que sempre foi e sempre será. A única definição real que podemos
dar de Deus é dizer: “Ele é Quem é”. Essa é a maneira, lembrar-vos-ei, em que
Deus descreveu-Se a Moisés: “Eu sou o que sou”. . . .
Se
o pensamento que Deus tem de Si próprio, então, é ser um pensamento
infinitamente completo e perfeito, deve incluir existência, uma vez que existir
é da própria natureza de Deus. A imagem que Deus tem de Si mesmo, a Palavra
silente que Ele eternamente profere sobre Si mesmo, a Palavra Viva pela qual
Ele se expressa a Si mesmo, a Quem chamamos Deus e Filho. Deus o Pai é Deus,
que Se conhece a Si mesmo; Deus o Filho é a expressão do conhecimento que Deus
tem de Si mesmo. Assim, a segunda pessoa da bendita Trindade é chamada o Filho
precisamente porque, desde a eternidade, Ele é concebido, gerado, na divina
mente do Pai. Ele também é chamado a Palavra de Deus, porque é a “palavra
mental” em que a divina mente expressa o pensamento de Si próprio.
Suponha
que se veja num espelho em tamanho pleno. Verá ali uma imagem de si próprio que
é perfeita, exceto por uma coisa: não é uma imagem viva; é somente um reflexo
sobre o vidro. Mas se essa imagem deixasse o espelho e ficasse em pé ao seu
lado, vivendo e respirando como você--então seria uma imagem perfeita de fato.
Não haveria dois de sua pessoa. Haveria apenas VOCÊ, uma natureza humana.
Haveria duas ‘pessoas’, mas somente uma mente e uma vontade, compartilhando o
mesmo conhecimento e os mesmos pensamentos. . . .
Portanto,
uma vez que o amor-próprio (o correto tipo de amor-próprio) é natural a um ser
inteligente, fluiria entre você e sua imagem um amor ardente, de um pelo outro.
Agora dê a sua imaginação livre curso, e pense nesse amor como sendo parte de
si próprio, tão profundamente arraigado em sua própria natureza, ao ponto de
ser uma reprodução sua que respira. Esse amor seria uma “terceira pessoa” (mas
ainda, lembre-se, havendo um VOCÊ, somente uma natureza humana), uma terceira
pessoa que se posta entre você e sua imagem, e três de vocês de mãos dadas,
três pessoas, uma natureza humana. -- Fonte: Leo J. Trese, The Creed-Summary
of the Faith (1963), pp. 44-46.
4. Idéias Teológicas Recentes
Ao
tentar definir mais precisamente o que se entende por uma unidade tríplice de
Deus, a Igreja tem falado de Deus “em três Pessoas”, uma prática que remonta ao
terceiro século. A tradução da palavra latina persona como “pessoa” pode
ser desorientadora, contudo, dado que o significado do terceiro século é bem
diferente do significado de hoje. A palavra originalmente referia-se à máscara
que os atores utilizavam numa peça, então para papéis dramáticos na peça, e
somente mais tarde para o eu ou ego consciente, a “pessoa” individual. O uso do
termo hoje em ligação com a Trindade deixa implícito que há três seres divinos
pessoais num Deus, uma forma definida de triteísmo. Em contraste com isto, a
doutrina da Trindade tem a intenção de afirmar a unidade tríplice de Deus.
Por
tal razão, Karl Barth e outros teólogos contemporâneos persuasivamente alegam
que o atributo de personalidade devia aplicar-se somente a Deus em sua unidade.
Em nossa comunhão com Ele somos confrontados por um “Tu”, um Deus que Se faz
conhecido em três formas de ser. Temos conhecido esse um Deus como o Pai,
gracioso Criador e Sustenedor da vida. Nós O temos conhecido como o Filho,
manifestando-Se a nós redentoramente em Jesus, o Cristo. Nós O temos conhecido
como o Espírito Santo, a contínua presença viva Dele próprio conosco,
chamando-nos à reconciliação com Ele mediante Cristo e capacitando-nos a viver
nesse relacionamento positivo. Essas três formas de ser não são a obra de três
“indivíduos” distintos, mas de um Deus. Cada um é uma verdadeira expressão de
Sua natureza íntima, de Quem Ele realmente é. Mas os cristãos não podem dizer Quem
é Ele realmente em Sua plenitude sem referir-se a seu poder criador, Sua
encarnação redentora em Cristo, e Sua contínua iluminação como o Espírito
Santo.
Esse
modo de descrever o Espírito Santo apela a muitas pessoas como a forma mais
precisa de declarar a crença cristã sobre a tríplice unidade de Deus” -- Fonte:
Edward W. Bauman, Beyond Belief (citado no livro Faith in Search of
Understanding, by João B. Magee).
5. Sumário
a)
Arianismo
“Ário
(280-336), presbítero de Alexandria, ensinava . . . que o Filho não era igual
ao Pai; que não era da mesma essência; que não era nem infinito nem eterno; que
Ele era uma criatura, ou seja, a mais perfeita criatura, pelo Qual todos os
outros seres foram criados, uma criatura que foi exaltada a tal condição de
unidade com Deus que, em certo sentido, pôde ser chamado de Deus mas,
definitivamente, era uma criatura”. - A. Boulenger, Histoire de L’Eglise,
p. 111.
b)
Trinitarianismo
“Foi
decidido [no primeiro concílio ecumênico da igreja, em Nicéia, em 325], como um
credo geral da Igreja, que Jesus Cristo é verdadeiro Deus de verdadeiro Deus,
de uma substância com o Pai, e gerado do Pai desde a eternidade”. - Nils
Lovgren, A Church History, p. 72.
O
credo chamado “Credo Niceno”, elaborado após o Concílio Niceno, reza (segundo o
Book of Common Prayer):
“Creio
num Deus Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da Terra, e de todas as coisas
visíveis e invisíveis;
“E
[creio] num Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus; gerado de Seu Pai
antes de todos os mundos; Deus de Deus; Luz de Luz, verdadeiro Deus de
verdadeiro Deus;
“Creio
no Espírito Santo, o Senhor e Doador da Vida, que procede do Pai e do Filho. .
., que com o Pai e o Filho juntos é adorado e glorificado . . “. -
Roland H. Bainton, The Church of Our Fathers, p. 44.
Uma
doutrina que não pode ser totalmente certa pode não estar totalmente errada.
Antes que alguém possa atacar uma crença doutrinária, deve ser capaz de
defini-la corretamente e assinalar seus aspectos heréticos. Nossos amigos
antitrinitarianos têm falhado em fazê-lo. Em vez disso, dão-nos uma lista de
distinções entre o ensino de “Jesus Cristo e Seus apóstolos” e a crença dos
“trinitarianos”. Mas muitas delas são distinções artificiais, que não
resistiriam a um confronto com esses irmãos, à luz da Bíblia e do Espírito de
Profecia. Rejeitam o trinitarianismo sobretudo porque ensina uma Divindade em
três pessoas, que não podem aceitar, conquanto esse ponto esteja em perfeita
harmonia com um “Assim diz o Senhor”. Penso que fariam muito melhor obra se
dirigissem sua ênfase somente aos aspectos errôneos do dogma, tais como estes
dois:
“Desde
toda a eternidade [o filho] é gerado; Ele é gerado na divina mente do Pai”.
“A
doutrina da Trindade tem a intenção de afirmar a unidade tríplice de Deus. . .
. um Deus que Se faz conhecido em três formas de ser”.
Logicamente,
precisamos rejeitar as idéias erradas de uma doutrina; alguns, contudo, vão
além: rejeitam as idéias erradas junto com as idéias corretas. Parece-nos, em
outras palavras, que estão lançando fora o bebê com a água do banho.
Capítulo II
A DIVINDADE NO ADVENTISMO
HISTÓRICO
Os
pioneiros adventistas não possuíam toda a verdade. Muitos deles, embora
rejeitando a doutrina católica da Trindade, revelaram uma forte inclinação ao
arianismo. Eis aqui um exemplo:
Como
erros fundamentais, precisamos classificar com o sábado falso outros erros que
os protestantes trouxeram da Igreja Católica, tais como o batismo por aspersão,
a trindade, a consciência dos mortos e a vida eterna em miséria. As massas que
têm mantido esses erros fundamentais, têm-no feito sem dúvida em ignorância;
mas pode-se supor que a igreja de Cristo prosseguirá com esses erros, até as
cenas do juízo se revelaram perante o mundo? Julgamos que não. “Aqui
estão [no período de uma mensagem dada pouco antes que o Filho do homem
tome o Seu lugar sobre a nuvem branca, Apo. 14:14] os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. Esta classe, que vive antes do segundo
advento, não estará conservando as tradições dos homens, nem apegando-se a
erros fundamentais relativos ao plano de salvação mediante Jesus Cristo.
E
segundo a luz brilhe sobre estes assuntos, e é rejeitado pela massa, então a
condenação virá sobre eles. Quando o verdadeiro sábado é apresentado aos
homens, e as reivindicações do quarto mandamento lhes forem instadas, e
rejeitarem esta santa instituição do Deus do céu, e escolherem em seu lugar uma
instituição da besta, pode então ser dito, no sentido mais pleno, que esses
adoram a besta. A mensagem de advertência do terceiro anjo é dada em referência
a esse período, quando a marca da besta será recebida, em lugar do selo do Deus
vivo. Solene e terrivelmente se aproxima rápido essa hora! -- Fonte: James
White, Review and Herald, 12 de setembro de 1854.
O
“mistério da iniqüidade” começou a operar na Igreja nos dias de Paulo.
Finalmente suplantou a simplicidade do evangelho, e corrompeu a doutrina de
Cristo, e a Igreja foi para o deserto. Martinho Lutero, e outros Reformadores,
levantaram-se na força de Deus, e com a Palavra e Espírito, lograram poderosos
avanços na Reforma. A maior falta que podemos encontrar na Reforma é que os
Reformadores pararam de reformar. Tivessem ele prosseguido e avançado, até
terem deixado todo vestígio do papado para trás, como a imortalidade natural, a
aspersão, a trindade, e a guarda do domingo, a Igreja agora estaria livre de
seus erros antibíblicos. -- Fonte: James White, Review and Herald, 7
fevereiro de 1856.
Somos
devedores ao Instituto de Pesquisa Bíblica, de Silver Spring, MD, pela
informação seguinte:
“A evidência
de um estudo da história adventista indica que desde os primeiros anos de nossa
Igreja até os anos da década de 1890 uma inteira corrente de escritores tomaram
uma posição ariana ou semi-ariana. O entendimento sobre Cristo apresentado
naqueles anos pelos autores adventistas era de ter havido um tempo em que
Cristo não existia, que Sua divindade é uma divindade delegada, e que,
portanto, Ele é inferior ao Pai. Com respeito ao Espírito Santo, a posição
deles era de que não seria o terceiro membro da Divindade, apenas o poder de
Deus”. -- Gerhard Pfandl, The Doctrine of the Trinity Among Adventists, p.
1.
Essa
posição foi mantida “até a década de 1890”; daí--desejamos realçar--o Senhor
enviou luz a Seu povo, mediante o ministério de E. G. White, para
corrigir seus errôneos pontos de vista quanto a esta importante doutrina.
LeRoy
E. Froom, num livro interessante publicado pela Review and Herald Publishing
Association (1949), informa como o arianismo tentou penetrar a Igreja
Adventista nos dias dos pioneiros.
“No
terceiro século”, diz ele, “esse tempo de desenvolvimento de apostasia, Paulo
de Samosater levantou uma teoria negando a personalidade do Espírito Santo,
considerando o Espírito meramente uma influência, um exercer da energia e poder
divinos, uma influência que procedia de Deus e era exercida sobre os homens.
Então, ao tempo da Reforma Protestante, dois homens, Laelus Socino e seu
sobrinho, Fausto Socino, passaram em revista a teoria, e muitos a aceitaram.
“A
desanimadora influência desse conceito recaiu sobre muitas
igrejas protestantes. . . . É significativo que as declarações do Espírito de
Profecia iam diretamente contra sentimentos prevalecentes da parte de alguns
dos pioneiros do movimento adventista, que se inclinavam a essa idéia impessoal
de uma influência. . . “. -- LeRoy E. Froom, The Coming Comforter, p.
56.
Nas
páginas seguintes veremos quão vigorosamente o Espírito de Profecia se opunha à
idéia de que o Espírito Santo é somente uma influência impessoal que emana do
Pai (ou do Pai e do Filho), e que Cristo é um ser criado e que Ele não é Deus
no sentido mais pleno, e que a Divindade é composta de somente duas pessoas,
etc.
1. A Igreja Adventista define sua
posição
Se
alguns dos pioneiros escreveram artigos rejeitando a doutrina católica da
Trindade, fizeram uma boa obra. Mas devemos ter em mente que seus escritos não
estavam isentos de erro doutrinário. Portanto, não podemos acatar todos os seus
pontos de vista como verdade evangélica. Os antitrinitarianos entre os
adventistas do sétimo dia não devem esquecer que a posição oficial da
Igreja Adventista, nos dias pioneiros, foi definida em sua declaração de
crenças intitulada Princípios Fundamentais dos ASD em 1872. Era isto o
que criam e ensinavam com referência à Divindade:
1. Que há somente um Deus, um ser pessoal,
espiritual, o criador de todas as coisas, onipotente, onisciente e eterno,
infinito em sabedoria, santidade, justiça, bondade, verdade, e misericórdia,
imutável, e em toda parte apresentado por seu representante, o Espírito Santo.
Sal. 139:7.
2.Que há um Senhor Jesus Cristo, o Filho do
Eterno Pai, aquele por quem Deus criou todas as coisas, e por quem elas
subsistem; que Ele assumiu a natureza da semente de Abraão para a redenção de
nossa raça caída; que habitou entre os homens cheio de graça e verdade, viveu
nosso exemplo, morreu nosso sacrifício, foi ressuscitado para nossa
justificação, ascendeu ao alto para ser nosso único mediador no santuário
celestial, onde, com seu próprio sangue, faz expiação por nossos pecados, cuja
expiação, longe de ter sido feita na cruz, onde se deu somente a oferta do
sacrifício, é a última porção de sua obra como sacerdote segundo o exemplo do
sacerdócio levítico, que prenunciava e prefigurava o ministério do Senhor no
céu. Ver Lev. 16; Heb. 8:4, 5; 9:6, 7: &c.
…………………………………………………………………………………
16.
Que o Espírito de Deus foi prometido para manifestar-se na Igreja mediante
certos dons, enumerados especialmente em 1 Cor. 12 e Efé. 4; que esses dons não
têm desígnio de superar, ou tomar o lugar, da Bíblia, que é suficiente para
fazer-nos sábios para a salvação, mais do que a Bíblia pode tomar o lugar do
Espírito Santo; que, ao especificar os vários canais de sua operação, o
Espírito tem simplesmente feito provisão para sua própria existência e presença
com o povo de Deus até o fim do tempo, para conduzir a um entendimento dessa
palavra que inspirou, para convencer do pecado, e operar uma transformação no
coração e vida; e que aqueles que negam ao Espírito o seu lugar e operação,
negam de fato plenamente essa parte da Bíblia que lhe atribui esta obra e
posição.
Nesses
Princípios Fundamentais (1872), nem o arianismo nem o trinitarianismo
são mencionados entre as crenças adventistas fundamentais. Nem é o
antitrinitarianismo alistado em outras declarações do que era entendido como
verdade presente. J. N. Loughborough, em The Great Second Advent Movement [O
grande movimento do segundo advento], cuidadosamente traça o desenvolvimento de
toda doutrina importante e verdade definidora do adventismo dos primeiros tempos.
Ele silencia sobre o antitrinitarianismo como um ponto da verdade presente. O
livro, Synopsis of Present Truth [Sumário da verdade presente], que se
baseava nas conferência de Tiago White e Urias Smith do Instituto Bíblico, não
se refere ao antitrinitarianismo como uma doutrina entre os adventistas do
sétimo dia. Esse silêncio é significativo, pois essas conferências foram
apresentadas para o propósito mesmo de guiar o ministério adventista à unidade
em toda a verdade presente. E o que é mais informativo é que a Irmã White não
inclui idéias arianas entre os “pilares” da fé adventista.
2. O Movimento ASD da Reforma define sua
posição
No
que concerne ao entendimento da Divindade, o Movimento ASD de Reforma herdou a
posição histórica da IASD (1872). Com referência à Divindade, nossos Princípios
de Fé (1925) rezam:
a) Deus - Cremos que há somente um Deus, que mediante a Sua infinita sabedoria e
poder todo-poderoso criou o céu e a Terra (Êxo. 20:2,3; Isa. 45:5,6,18): Deus é
um ser espiritual (João 4:24), eterno, sem princípio e sem fim (Apo. 21:6),
presente em toda parte (Sal. 139: 1, 2), entronizado nos céus, e não pode ser
visto pelo homem em seu presente estado pecaminoso (1 Tim. 6:16; Isa. 59:2;
João 1:18; Êxo. 33:20). Somente mediante fé podemos ir a Deus (Heb. 11:6).
b) Jesus Cristo - Cremos
que Jesus Cristo é o Filho de Deus vivo e que Ele é um em natureza com o Pai
(Heb. 1:1-3, 5). Desde a eternidade todas as coisas no céu e na Terra foram
criadas mediante Ele (Col. 1:15-17). Portanto, somente Ele pode ser Mediador
entre Deus e o homem (1 Tim. 2:5). Em harmonia com o testemunho dos profetas
Ele foi nascido como um ser humano sobre a Terra em Belém da Judéia, da virgem
Maria, concebido pelo Espírito de Deus (Mat. 1:18-23). Somente mediante Sua
morte e pela fé em Sua graça livremente concedida podemos ser salvos (Lucas
1:77-79; Atos 4:12; João 14:15; 1 João 2:3-6.
c)
O Espírito Santo - Cremos que o Espírito Santo é o representante
de Cristo sobre a Terra (João 14:16). Sem Ele é impossível compreender e viver
segundo a vontade de Deus. Também, é impossível interpretar corretamente a
Palavra divina sem a ajuda do Espírito Santo (João 14:26; 1 Cor. 2:11). O Seu
poder deriva do Pai e do Filho, e é ativo também mediante os seres humanos (2
Ped. 1:21; 1 Ped. 1:11). O Espírito Santo é um com o Pai e o Filho, portanto,
os crentes são batizados não somente nesses nomes, mas também no nome do
Espírito Santo após tornarem-se relacionados com o mesmo (Mat. 28:19; 1 João
5:7; 2 Cor. 13:14).
À
luz de nossos Princípios de Fé (1925), como pode ser visto, não
ensinamos a doutrina católica da Trindade. Em 1925 herdamos a crença de que a
IASD incorporou em seus Princípios Fundamentais (1872), ou seja, que o
Espírito Santo é o “representante” de Deus. Com referência à Divindade, devemos
repetir, a posição adotada pelos Reformadores ASD (1925) não difere da posição
definida pelos pioneiros adventistas (1872).
Não
omitimos qualquer parte da verdade sagrada considerada como pilares da fé
adventista. Conquanto vários pioneiros mantivessem que a rejeição da trindade
papal era importante, nenhuma declaração específica em apoio do arianismo ou
semi-arianismo jamais tornou-se parte da verdade presente. Não devemos
confundir o que vários indivíduos escreveram com o que a Igreja entendia como
verdade presente que lhes foi revelada por Deus, confirmada pela miraculosa
liderança de Seu Espírito, e testificada por Seu profeta. Não podemos edificar
uma doutrina sobre idéias em que os pioneiros não eram unidos e que o Espírito
Santo não confirmou como verdade presente. Esses fatos não devem ser ignorados
por nossos amigos antitrinitarianos ou por quem quer que deseje envolver o
Movimento ASD da Reforma em sua discussão sobre esse assunto.
Nossas
crenças baseiam-se na Bíblia (CS 595), que tentamos entender sob a guia do
Espírito Santo e com a ajuda dos escritos do Espírito de Profecia. E não cremos
que a porta se fechou contra luz adicional em 1850, ou 1872, ou 1888. Ellen G.
White escreveu:
“Irmãos,
necessitamos de luz, de mais luz. Tocai a buzina em Sião; fazei soar o alarme
no monte santo. Ajuntai as hostes do senhor, com coração santificado, para que
ouçam o que o Senhor vai dizer a Seu povo; pois Ele
tem crescente luz para todos que quiserem ouvir. TM 410.
“Não podemos por um só momento pensar que não existe mais luz, que
não haverá mais verdade a ser dada.” GW 310.
“Não podemos manter a opinião de que uma posição uma vez assumida,
uma vez advogada a ideia, não deve, sob qualquer circunstância ser abandonada.
Há apenas Um que é infalível: Aquele que é o caminho, a Verdade e a Vida. TM
150 (1803).
Portanto,
não temos desculpas para ignorar a luz adicional que Deus enviou a Seu povo
durante os últimos anos do ministério de E. G. White. Um bom número de
declarações veio de sua pena após 1888, em harmonia com o Novo Testamento, para
corrigir idéias errôneas prevalecentes entre os pioneiros com respeito à
Divindade.
Capítulo III
CONCEITOS
CONFLITANTES
É verdade que os pioneiros ASD rejeitaram a
doutrina católica da Trindade, e assim se dá com o Movimento ASD de Reforma.
Nem nas Escrituras nem nos Testemunhos encontramos apoio para esse dogma. Mas a
mesma coisa é verdadeira quanto ao arianismo e a doutrina de que o Espírito
Santo é somente uma influência impessoal. Na medida em que os advogados dessas
idéias são incapazes de produzir uma evidência convincente de apoio a suas
conclusões a partir da Bíblia e do Espírito de Profecia, suas opiniões humanas
são-nos inaceitáveis.
No
que concerne à verdade doutrinária, não temos dúvida de que precisamos ficar do
lado dos pioneiros--mas somente na medida em que estiveram firmados na verdade.
Nem tudo em que criam era correto. Eis um exemplo: “Por algum tempo depois da
decepção de 1844,…. (eles acreditavam) que a porta da graça estava para sempre
fechada para o mundo.” I ME 63. Essa posição foi mantida até que o Senhor
enviou luz sobre o assunto.
E.
G. White escreveu: “Foi a luz a mim concedida por Deus que corrigiu nosso erro,
e habilitou-nos a ver a verdadeira attitude.” Idem.
Deus
não empregou os pioneiros para corrigir a profetisa; pelo contrário, Ele
corrigiu os pioneiros mediante a profetisa. Portanto, apresentamos uma pergunta
a nossos amigos antitrinitarianos:
Que
posição tomam quando vêem uma discordância entre a opinião de alguns dos
pioneiros e os escritos da Irmã White?
Eis
a seguir alguns exemplos adicionais de tais discordâncias:
Em
seu livro Thoughts on Revelation [Reflexões sobre o Apocalipse], p. 59
(edição de 1867), Urias Smith escreveu que Cristo era “o primeiro ser criado”.
Sendo que esse conceito errôneo foi publicado num livro, isto é indicativo de
que, entre os respeitados pioneiros, ele não era o único a manter essa
crença. Prescott admitiu: “Por muito tempo acreditamos que Cristo foi um
ser criado”. -- W. W. Prescott, Transcrição da Conferência Bíblica de 1919,
6 de julho de 1919, p. 62. Essa idéia foi mantida por um longo tempo.
“Por
volta de 1880 a idéia de Cristo como um ser criado diminuiu e o conceito de
Cristo como o ‘gerado’ foi assumido literalmente, o que significa que Cristo em
algum ponto da eternidade procedeu do Pai e era, portanto, a Ele subordinado. .
. . Não só Urias Smith, editor da Review and Herald, creu até sua morte
em 1903 que Cristo tivera um início, mas durante as primeiras décadas do século
[vinte] havia muitos que mantinham o ponto de vista de que Cristo de algum modo
procedera do Pai, ou seja, tivera um começo e era, portanto, inferior a Ele”.
-- Gerhard Pfandl, The Doctrine of the Trinity Among Adventists, pp. 3,
4.
Havia
muitos que se apegavam à idéia de que Cristo tivera um começo, em oposição à
luz que Deus enviara ao povo adventista mediante E. G. White, durante as duas
últimas décadas de seu ministério. Lerão as declarações correspondentes do
Espírito de Profecia nas páginas seguintes.
Urias
Smith também mantinha que tanto a natureza humana quanto a divina de Cristo
morreram na cruz. Ele rejeitava a crença de que somente a humanidade morrera.
E, novamente, não estava só em apoio a essa posição doutrinária. Eis o que ele
escreveu:
“O
ponto a realçar levantado pela IASD [é] que a natureza [de Cristo] pode ser
separada entre humana e divina, e somente a parte humana morreu, então o mundo
é servido somente com um sacrifício humano, não um sacrifício divino, como
defendemos”. RH 27 de março de 1888.
J.
H. Waggoner (pai de E. J. Waggoner) era da mesma opinião. Em seu livro The
Atonement [A expiação] ele escreveu:
“Não
importa quão exaltado foi o preexistente Filho; não importa quão glorioso, quão
poderoso, ou mesmo eterno; se a humanidade somente morreu, o sacrifício foi
unicamente humano. E no que respeita à morte vicária de Cristo, isso é
socianismo”. -- The Atonement in the Light of Nature and Revelation [A
expiação à luz da natureza e revelação], pp. 164-166 (edição de1884).
O
socianismo é o nome dado a uma doutrina introduzida por Fausto Socino, um
adepto do movimento teológico dos séculos 16 e 17 professando crença em Deus e
adesão às Santas Escrituras, mas negando a divindade de Cristo.
O
ensino de que ambas as naturezas de Cristo, humanidade e divindade, morreram na
cruz estava também em conflito com a luz que adveio à Igreja mediante o
ministério de E. G. White. Ela escreveu:
“Aquele
que disse, ‘dou a minha vida para a retomar’. ‘Derribai este santuário, e em
três dias o levantarei’, saiu da sepultura para a vida que estava em Si
próprio. A Divindade não morreu. A humanidade morreu. . . . Em Sua divindade
Cristo possuía o poder para despedaçar as cadeias da morte”. 5BC 1113 (1SM
301).
A
discordância entre G. I. Butler, presidente da Associação Geral, e E. J. Waggoner,
editor de Signs of the Times, revela que os pioneiros não eram claros
sobre a natureza humana de Cristo e sobre outros pontos. Antes da conferência
de 1888, Waggoner preparou um pequeno tratado, The Gospel in
Galatians [O evangelho em Gálatas], como resposta ao livro de Butler,
The Law in Galatians [A lei em Gálatas]. O ponto de vista seguinte
advogado por Waggoner suscitou uma controvérsia entre alguns dos pioneiros:
“Estes
textos (Gál. 4:4; Rom. 8:3; Fil. 2:5-7; Heb. 2:9) mostram que Cristo assumiu a
natureza do homem, e que como conseqüência ficou sujeito à morte. Ele veio ao
mundo com o propósito de morrer; e assim desde o princípio de Sua vida terrena
Ele estava na mesma condição em que se acham os homens e nos quais morreu para
salvar. . . .(Rom. 1:3) . . . Qual era a natureza de Davi ‘segundo a carne’?
Pecaminosa, não era? . . . Não comecem a ficar horrorizados; não estou
insinuando que Cristo fosse um pecador. . . . Se Cristo não tivesse sido em
tudo igual a Seus irmãos, Sua vida sem pecado não serviria de animação a nós”.
-- The Gospel in Galatians, p. 61.
O
Pr. Robert J. Wieland comentou esta questão como segue:
“Verdadeiramente
essa posição deve ter sido chocante para o Pastor Butler, ou não teria
telegrafado aos delegados em Mineápolis [1888] para ‘permanecerem firmes pelos
velhos marcos’ e assim rejeita a mensagem de Waggoner”. -- The Broken Link [O
elo partido], p. 12.
A
Irmã White recebeu muitas queixas sobre a “nova luz” apresentada pelo Pastor
Waggoner, mas ela a endossou, ao contrário da opinião de outros pioneiros.
Escreveu ela:
“Tenho
recebido cartas, afirmando que Cristo não podia ter tido a mesma natureza que o
homem, pois nesse caso, teria caído sob tentações semelhantes. Se não possuísse
natureza humana, não poderia ter sido exemplo nosso. Se não fosse participante
de nossa natureza, não poderia ter sido tentado como o homem tem sido. Se não
Lhe tivesse sido possível ceder à tentação, não poderia ser nosso Auxiliador.
Era uma solene realidade esta de que Cristo veio para ferir as batalhas como
homem, em favor do homem. Sua tentação e vitória nos dizem que a humanidade
deve copiar o Modelo; deve o homem tornar-se participante da natureza divina.”
I ME 408.
“Ao
assumir a natureza do homem em sua condição caída, Cristo não participou no
mínimo de seu pecado. . . . Ele foi tocado com o sentimento de nossas
enfermidades, e em todos os pontos foi tentado como nós. Contudo, Ele ‘não
conheceu pecado`. . . . Não devemos ter reservas quanto à perfeita isenção da
natureza humana de Cristo”. ST 9 de junho de 1898.
Neste
caso, novamente, colocamos os escritos do Espírito de Profecia acima das idéias
mantidas por alguns dos pioneiros.
Em
1888, Deus usou dois dos pioneiros, Waggoner e Jones, para apresentar a
mensagem Christ our Righteousness [Cristo nossa justiça] para os líderes
e delegados reunidos na Assembléia da Associação Geral, em Mineápolis,
Minesota. Havia pioneiros altamente considerados entre eles. Qual foi a reação
deles à mensagem trazida por aqueles dois homens? Rejeitaram a luz do céu como
sendo incompatível com os velhos marcos.
“De
seu leito moral em Battle Creek, o presidente da Associação Geral telegrafou a
seus principais apoiadores, homens como Urias Smith e J. H. Morrison,
presidente da velha Associação de Iowa, das origens de Butler, para
permanecerem ‘pelos velhos marcos’“.-- R. W. Schwarz, Light Bearers to the
Remnant [Portadores de luz para o Remanescente], p. 187.
“Irmãos
mais velhos e experimentados sentiram-se melindrados com o decidido apoio da
Sra. White a dois homens comparativamente jovens e obscuros contra praticamente
toda a assembléia de obreiros. O Pastor A. G. Danniells mais tarde disse que
ela havia permanecido ‘quase sozinha’ contra a inteira Assembléia da Associação
Geral (The Abiding Gift of Prophecy [O permanente dom de profecia], p.
369)”. -- Robert J. Wieland e Donald K. Short, 1888 Re-Examined, p. 19.
“Em
Mineápolis… Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder
especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes. O inimigo impediu-os
de obter a eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como
os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecostes. Sofreu resistência a
luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos
próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo.” I ME
234, 235.
Certamente
respeitamos os pontos de vista dos pioneiros adventistas, mas somente na medida
em que estavam em harmonia com a Bíblia e o Espírito de Profecia. Nem tudo
quanto eles ensinavam foi mais tarde aceito como verdade, mesmo quando a Irmã
White, no princípio, nada dissesse para contradizê-los. Não foram poucos os
pontos de vista errados que terminaram sendo introduzidos em publicações.
Um
exemplo adicional do que estamos dizendo pode ser encontrado no entendimento de
Urias Smith sobre “a terça parte das estrelas do céu” que Satanás, o dragão,
atraiu após si quando caiu do céu (Apo. 12:4). Ele explicava este verso
como se segue:
“O
dragão, sendo um símbolo, podia somente tratar com estrelas simbólicas; e a
cronologia do ato aqui mencionado o limitaria ao povo judeu. A Judéia tornou-se
uma província romana sessenta e três anos antes do nascimento do Messias. Os
judeus tinham três classes de governantes--reis, sacerdotes e o Sinédrio. Um
terço desses, os reis, foram levados pelo poder romano”.--The Revelation [O
Apocalipse] pp. 510, 511.
A
guerra no céu (Apo. 12:7), de acordo com Urias Smith, teve lugar “nos dias do
primeiro advento” de Cristo. -- Ibid., p. 513.
Sendo
que o livro do Pastor Smith foi publicado pela Igreja, muitos outros pioneiros
devem ter compartilhados suas idéias, que nunca foram endossadas por E. G.
White.
Com
referência ao entendimento da Divindade, alguns dos pioneiros também mantinham
pontos de vista errados, e, portanto, tiveram sérias discordâncias na
Assembléia de Mineápolis em 1888. Informa Froom:
“Como
repetidamente declarado, chegamos a 1888 com pontos de vista divididos sobre as
Três Pessoas da Divindade; a existência eterna, a Divindade, e a pré-encarnação
e igualdade de Cristo com o Pai, . . . juntamente com a personalidade e
operação do Espírito Santo”. -- LeRoy E. Froom, Movement of Destiny
[Movimento predestinado], p. 314.
Dois
anos após a assembléia de Mineápolis, um dos pioneiros escreveu:
“Conquanto
reivindicamos ser crentes de somente um Deus, e Seus adoradores, creio haver
tantos deuses entre nós quanto há conceitos da Divindade. E quantos há desses,
e quão limitados são a maior parte deles!” -- D.T. Bourdeau, RH 18 de novembro
de 1890.
“De
fato, parece ter havido tantas idéias sobre Deus entre os adventistas durante
esse tempo [em torno de 1888]”-- Russel Holt, The Doctrine of the Trinity in
the Seventh-day Adventist Denomination: Its Rejection and Acceptance [A
doutrina da Trindade na denominação adventista do sétimo dia: Sua rejeição e
aceitação]
Enquanto
a divisão de opinião concernente à Divindade durava entre os pioneiros, a
Pacific Press, onde E. J. Waggoner era editor até maio de 1891, publicava um
tratado estabelecendo a doutrina da Trindade. Citamos desse tratado:
“Os
arianos, que consideram a Cristo como mais do que humano, porém menos do que
divino, e também o socianiano, que O considera como simplesmente humano, estão
igualmente em falta ao raciocinarem a partir daquelas passagens que estabelecem
Sua subordinação ao Pai e em omitir dar apropriada força àquelas que ensinam
Sua absoluta divindade. Nem um deles aceita o pleno testemunho da Bíblia com
respeito a Cristo. Isso leva ambos a conclusões falsas, conquanto não
idênticas”. -- Samuel T. Spear, The Bible Doctrine of the Trinity [A
doutrina bíblica da Trindade] (impresso em l889 e reeditado em 1892).
Outro
sério problema doutrinário relacionado com a Divindade foi a promoção de idéias
panteísticas, que criaram divisão adicional de opinião entre os pioneiros nos
dias da Irmã White. Ela advertiu a igreja:
“A
ponderosa força que opera em toda a Natureza e a todas as coisas sustém, não é,
como alguns homens de ciência pretendem, meramente um princípio que tudo
invade, ou uma energia a atuar. Deus é espírito; não obstante é Ele um ser
pessoal, visto que o homem foi feito à Sua imagem.” Ed. 131, 132.
“Sentimentos
científicos, espiritualistas, representando o Criador como uma essência que
permeia toda a natureza, tinham sido dados ao nosso povo, e têm sido recebidos
por alguns que tiveram uma longa experiência como mestres da Palavra de Deus.
Os resultados desse artifício insidioso se levantará vez após vez. Há muitos
para quem esforços especiais terão que ser exercidos para livrá-los desse engano
especioso.
“Estou
agora autorizada a dizer que é chegado o tempo para se tomar decidida ação. Os
acontecimentos vistos na causa de Deus assemelham-se aos vistos quando Balaão
levou Israel ao pecado pouco antes de entrarem na terra prometida. Quão
perigoso é exaltar tanto qualquer homem que ele se torna confuso, e confunde as
mentes de outros com respeito às verdades que pelos últimos cinqüenta anos o
Senhor tem dado a seu povo.
“Poucos
podem ver o significado da presente apostasia. Mas o Senhor tem erguida a
cortina, e tem me mostrado o seu significado, e o resultado que se terá se
permitido a continuar. Agora precisamos erguer nossas vozes de advertência. Irá
nosso povo reconhecer a Deus como o supremo Governante, ou escolherá os
argumentos e pontos de vista desnorteadores que, quando plenamente
desenvolvidos, O tornam, nas mentes daqueles que os aceitam, como nada?” SpT,
Série B, No. 7, pp. 36, 37.
Froom
fornece mais detalhes sobre esse novo problema doutrinário entre os adventistas
do sétimo dia:
“A
questão do panteísmo veio à linha de frente no final dos anos noventa e
persistiu por alguns anos. Aparecendo como um tipo de pretenso ‘anjo de luz’,
com fascinantes novos termos e conceitos, o germe da idéia havia aparecido no
primeiro livro do Dr. Kellog, Harmony of Science and the Bible [Harmonia
da ciência com a Bíblia] (1879)… Em 1897 Dr. Kellogg fez uma conferência na
Assembléia da Associação Geral . . . que suscitou a vinda à tona da questão.
Aqui idéias panteísticas agora apareciam em declarações expressas. Estas foram
então amplificadas em seu Living Temple [O templo vivo] (1903). E
alguns em ambos os lados do Atlântico foram apanhados por essas sutilezas. . .
. Os desvios de Kellogg estavam revestidos de linguagem apelativa. Seu ensino
esotérico deixava implícito que Deus estava em tudo como na vida real, de modo
que quando nós ‘comemos’ ou ‘bebemos’ recebemos a Deus. E isso começou a ser
ensinado no Colégio do Sanatório de Battle Creek (GC Bulletin, 1899, p. 58
ss.)”. -- LeRoy E. Froom, Movement of Destiny, p. 349.
“Enquanto
a Sra. White estava na Austrália, as idéias de imanência de Deus em todas as
criaturas vivas começaram a vir à tona em círculos adventistas. Kellogg não era
o único a propor tais teorias, conquanto ele o fizesse tão freqüentemente na
sessão da Associação Geral de 1897. Homens como Prescott e E. J. Waggoner
promoviam idéias semelhantes. De fato, anos mais tarde, A. G. Daniells via o
Dr. Waggoner como o principal agressor nessa matéria. . . . [Finalmente]
Kellogg lançou dúvida sobre a crença de que todos os escritos da Sra. White
podiam ser considerados inspirados por Deus”. -- R.W. Schwarz, Light Bearers
to the Remnant, pp. 288, 290.
É
desnecessário repetir que houve idéias conflitantes entre os pioneiros sobre
importantes aspectos de doutrina até que luz sobre essas questões doutrinárias
veio à Igreja mediante o ministério de E. G. White.
Capítulo IV
MAIS LUZ DESDE
1888
O Espírito de Deus usou a pena da Irmã White
para expor a verdade--somente a verdade--que havia sido revelada aos pioneiros.
Portanto, sob a guia do Espírito Santo, ela foi muito seletiva no que tinha de
escrever. Em seus escritos, nunca endossou os erros mantidos por alguns dos
pioneiros. Ela nos advertiu:
“Sou
instruída de que o Senhor, por Seu infinito poder, tem preservado a mão direita
de Seu mensageiro por mais de meio século, a fim de que a verdade possa ser
exposta ao Ele ordenar-me escrevê-la para publicação, nos periódicos e livros.
Por quê? -- Porque se não fosse assim escrita, quando os pioneiros na fé morrerem,
haveria tantos, novos na fé, que às vezes aceitam como mensagens de verdade
ensinos que contêm sentimentos errôneos e falácias perigosas. Às vezes aquilo
que os homens ensinam como ‘luz especial’ é na realidade erro especioso, que,
como joio semeado em meio ao trigo, se espalhará e produzirá uma colheita
danosa. . . . Há alguns, que ao aceitarem teorias errôneas, lutam por
estabelecê-las coligindo de meus escritos declarações de verdade, que empregam,
separando de sua apropriada contextuação e pervertendo por associação com o
erro”. -- Carta 136, 27 de abril de 1906 (This Day With God [Este dia
com Deus], p. 126).
“Os
pontos básicos de nossa fé como os mantemos hoje foram firmemente
estabelecidos. Ponto após ponto foi claramente definido, e todos os irmãos
chegaram à harmonia. . . . Nossa experiência foi maravilhosamente estabelecida
pela revelação do Espírito Santo”. MS 135, 1903 (The Early Years [Os
anos pioneiros], vol. 1, p. 145.)
De
acordo com essa advertência, a serva do Senhor foi especialmente dirigida pelo
Espírito Santo durante os últimos anos de seu ministério. Ela sabia o que
escrever e o que não escrever no que dizia respeito à verdade. Ela não
endossava as idéias arianas mantidas por alguns dos pioneiros. Nem acolheu as
“representações espiritualistas” (SpT, Série B, No 7, pp. 62, 63) contidas nos
pontos de vista trinitarianos que alguns estavam inclinados a aceitar no virar
do século. Portanto, a idéia de que toda a luz havia já sido dada aos pioneiros
antes de 1888, e que estavam certos e unidos em todos os pontos, é
completamente infundada. E. G. White escreveu:
“Não
há desculpas para ninguém assumir a posição de que não há mais verdades a serem
reveladas e que todas as nossas exposições da Escrituras estão isentas de erro.
O fato de que certas doutrinas foram mantidas como verdade por muitos anos por
nosso povo não é prova de que nossas idéias sejam infalíveis”.--RH 20 de
dezembro de 1892.
Que
este ponto seja bem compreendido. Devemos ater-nos à luz acumulada que
recebemos até o princípio do século vinte. Isso significa que “certas doutrinas
que temos mantido como verdade por muitos anos” podem ter que ser descartadas.
Não se pode manter que “todas as nossas exposições [prévias] das Escrituras
estão isentas de erro”. A luz adicional que Deus enviou a Seu povo, mediante o
ministério de E. G. White, especialmente após 1888, para confirmar “os
principais pontos de nossa fé como as mantemos hoje”, em 1903, é
especialmente importante. O Espírito de Deus empregou a pena da Irmã White para
expor a verdade--somente a verdade--que havia sido revelada aos pioneiros, como
mencionamos antes.
Numa
confusão de crenças concernentes à Divindade, a Igreja Adventista estava
rumando para uma grande crise. Ajuda veio à Igreja no tempo certo, mediante o
ministério de E. G. White, cujos escritos mais recentes (produzidos após 1888)
esclareceram os pontos sob discussão. Mas o diabo tentou deter a luz enviada do
céu ao buscar pôr dúvidas nas mentes de alguns dos atalaias sobre os muros de
Sião com referência à validade do Espírito de Profecia. Não estaria ele fazendo
a mesma coisa hoje?
Para
corrigir os conceitos errados mantidos por alguns dos primeiros líderes, Deus
enviou luz à Igreja sobre os seguintes pontos:
1.
A completa deidade e eterna pré-existência de Cristo
“Jeová, o Se eterno,
existente por Si mesmo, incriado, sendo o originador e mantenedor de todas as
coisas, é o único que tem direito a reverência e culto supremos.” PP 305 (DTN
469, 470) Ler Lucas 4:8; Filipenses 2:9; Hebreus 1:5.
“Jeová
é o nome dado a Cristo”. ST 3 de maio de 1899.
“Cristo
foi essencialmente Deus, e no mais elevado sentido. Ele estava com Deus desde
toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre”. RH 5 de
abril de 1906 (ST 2 de agosto de 1905).
“Cristo
. . . nos assegura que nunca houve um tempo em que Ele não estivesse em
íntima comunhão com o eterno Deus”. ST 29 de agosto de 1900.
“Em Cristo há vida
original, não emprestada, não derivada.” DTN 572 (Edição Portugal)
“Cristo
é o Filho de Deus pré-existente, com existência própria”. ST 29 de agosto de
1900.
“Ele
era igual a Deus, infinito e onipotente”. Ms 101, 1897.
“Todos
os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São recipientes da vida do
Filho de Deus. Por hábeis e talentosos que sejam, e grandes suas capacidades,
são providos de vida da Fonte de toda a vida. É Ele a fonte, o manancial da
vida. Unicamente aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na luz e
vida, poderia dizer: ‘Tenho poder para dar (a vida), e poder para tornar a
tomá-la.” I ME 301 – João 10:18.
“Essa
doutrina que nega a absoluta Deidade de Jesus Cristo nega também a
Deidade do Pai”. ST June 27, 1895.
“Se
os homens rejeitam o testemunho das Escrituras inspiradas concernente à
divindade de Jesus Cristo, é inútil arguir com eles sobre este ponto; pois
nenhum argumento, por mais concludente, poderia convencê-los.” GC 422 (Edição
Portugal)
2.
A personalidade do Espírito Santo
“O
Espírito Santo . . . personifica a Cristo, contudo é uma personalidade
distinta”. 20MR 324.
“O
Espírito Santo é uma agência livre, operante, independente”. RH 5
de maio de 1896.
“O
príncipe da potestade do mal pode somente ser mantido sob controle através do
poder de Deus na terceira pessoa da Divindade, o Espírito Santo.” EV. 617. Sp T
Séries A, Nº 10, p. 37. (1897) (DTN 671)
“O
Espírito Santo …é uma pessoa como Deus é uma pessoa”. Ms 66, 1899 (Ev
616).
“Tenho
me sentido oprimida, temendo que a obra de confissão e arrependimento não
ocorra de modo tão profundo e completo como devia, a fim de encontrar a mente
do Espírito de Deus”. RH 12 de março de 1889.
Se
o Espírito Santo tem uma mente, Ele é mais do que uma influência impessoal.
3.
Advertência contra especulações a respeito das “três pessoas viventes do trio
celestial”
Deus
enviou instruções mediante Sua serva à Igreja:
“Sou
instruída a dizer que os sentimentos daqueles que estão em busca de idéias
científicas avançadas não são dignos de confiança. Tais representações como a
seguinte são feitas: ‘O Pai é como a luz invisível: o Filho é como a luz
incorporada; o Espírito é a luz lançada ao redor’. ‘O Pai é como o orvalho,
vapor invisível; o Filho é como o orvalho reunido numa bela forma; o Espírito é
como o orvalho caído na sede da vida’. Outra representação: ‘O Pai é como o
vapor invisível; o Filho como a nuvem plúmbea; o Espírito é a chuva caída e
operando em poder refrigerante’.
“Todas
essas representações espiritualísticas são simplesmente vãs. São imperfeitas,
inverídicas. Elas enfraquecem e reduzem a Majestade a que nenhuma semelhança
terrena pode comparar-se. Deus não pode ser comparado com coisas que Suas mãos
fizeram. Estas são meras coisas terrenas, sofrendo sob a maldição de Deus por
causa dos pecados do homem. O Pai não pode ser descrito pelas coisas da Terra.
O Pai é toda a plenitude da Divindade corporalmente, e é invisível à vista
mortal.
“O
Filho é toda a plenitude da Divindade manifesta. A Palavra de Deus O declara
como ‘a expressa imagem de Sua pessoa’. ‘Deus amou o mundo de tal maneira, que
deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna’. Aqui é mostrada a personalidade do Pai.
“O
Confortador que Cristo prometeu enviar após ter ascendido ao céu, é o Espírito
em toda a plenitude da Divindade, tornando manifesto o poder da divina graça a
todos quantos recebem a Cristo e crêem Nele como um Salvador pessoal. Há três
pessoas viventes no trio celestial”. SpT, Série B, No. 7, pp. 62, 63 (1905).
Uma
errada interpretação de João 17:3 tem levado muitas almas sinceras a desviar-se
para longe no caminho do erro. Conhecer “o único Deus e a Jesus Cristo” não
significa “especular nos mistérios da Divindade”. Como meros mortais, não
devemos presumir formar conjecturas sobre a majestade do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. A natureza dos “três dignitários e potestades do céu” (6BC
1075) não nos foi revelada ou a qualquer ser humano. A relação entre o Pai e o
Filho não está dentro do domínio de nosso conhecimento especulativo.
Devemos nos abster de pressuposição e nunca reivindicar conhecer mais do que o
que está escrito e nunca forçar a Bíblia ou o Espírito de Profecia a dizer o
que não dizem.
“Assim
como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas”.
João 10:15.
“Ninguém
conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão
o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Mateus 11:27.
“A
revelação de Si mesmo que Deus concede em Sua Palavra é para o nosso estudo.
Isto podemos buscar compreender. Mas além disso não devemos penetrar. O mais
elevado intelecto pode empenhar-se até estar exaurido em conjecturas com
respeito à natureza de Deus; mas o esforço será infrutífero. Este problema não
nos foi dado resolver. Nenhuma mente humana pode compreender a Deus. Que o
homem finito não tente interpretá-Lo. Que ninguém se empenhe em especulação
concernente a Sua natureza. Aqui o silêncio é eloqüência”. 8T 279.
“Mas ao mesmo tempo que a palavra de Deus fala da humanidade de Cristo
quando aqui na terra, também fala ela positivamente em Sua preexistência. A
palavra existiu como ser divino, a saber, o eterno Filho de Deus, em união e
unidade com Seu Pai. Desde a eternidade era Ele o mediador do concerto, Aquele
em quem todas as nações da terra, tanto judeus como gentios, se O aceitassem,
seriam benditos. "O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." João
1:1. Antes de serem criados homens ou anjos, a Palavra (ou Verbo) estava com
Deus e era Deus. O mundo foi feito por Ele, "e sem Ele nada do que foi
feito se fez." João 1:3. Se Cristo fez todas as coisas, existiu Ele antes
de todas as coisas. As palavras faladas com respeito a isso são tão positivas
que ninguém precisa deixar-se ficar em dúvida. Cristo era, essencialmente e no
mais alto sentido, Deus. Estava Ele com Deus desde toda a eternidade, Deus
sobre todos, bendito para todo o sempre. O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho
de Deus, existiu desde a eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai.”
ME I 247
Há luz e glória na
verdade de que Cristo era um com Seu Pai antes de terem sido lançados os
fundamentos do mundo. Esta é a luz que brilhava em lugar escuro, fazendo-o
resplandecer com a divina glória original. Esta verdade, infinitamente
misteriosa em si, explica outros mistérios e verdades de outro modo
inexplicáveis, ao mesmo tempo que se reveste de luz inacessível e incompreensível...
"Nós pregamos a Cristo crucificado", declarou Paulo, "que é
escândalo para os Judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são
chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e
sabedoria de Deus." I Coríntios 1:23,24. Que Deus assim Se manifestasse na
carne é na verdade um mistério; e sem o auxilio do Espírito Santo não podemos
esperar compreender este assunto. ME I 248, 249.
“A
limitada capacidade do homem não pode definir esse maravilhoso mistério--a
fusão das duas naturezas [em Cristo], a divina e a humana. Nunca pode ser
explicada. O homem deve maravilhar-se e guardar silêncio”. -- The Ellen G.
White 1888 Materials [Materiais de Ellen G. White de 1888], p. 332.
"Não
é essencial que sejamos capazes de definir exactamente o que seja o Espírito
Santo. Cristo nos diz que o Espírito é o Consolador... A natureza do Espírito
Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho
revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem reunir-se passagens da
Escritura e dar-lhes um significado humano; mas a aceitação desses pontos de
vista não fortalecerá a igreja. Com relação a tais mistérios - demasiado
profundos para o entendimento humano - o silêncio é ouro." AA 51, 52.
“O
Espírito de Deus tem o alcance ilimitado do universo celestial; e não é do
âmbito da mente humana finita limitar o seu poder ou prescrever suas operações.
Que ninguém pronuncie julgamento sobre o Espírito Santo, pois ele pronunciará
juízo sobre os que fazem isso”. RH 25 de agosto de 1896.
Ao
lermos essas declarações devemos nos maravilhar por que algumas pessoas estão
ainda se aventurando nesse terreno proibido e perigoso. Todas as nossas
especulações humanas nesta área, todos os nossos julgamentos, com todas as
explicações fantasiosas que possamos tentar dar, são meras imaginações
falaciosas.
“O
plano de redenção é-nos exposto, de modo que toda alma possa ver os passos que
deve dar em arrependimento perante Deus e fé para com nosso Senhor Jesus
Cristo, a fim de ser salvo na maneira designada por Deus; contudo abaixo dessas
verdades, tão facilmente compreendidas, jazem mistérios que são o esconderijo
de Sua glória--mistérios que sobrepassam a mente em sua pesquisa , contudo
inspiram o sincero buscador da verdade com reverência e fé. . . . Os que se
dispõem assim a aceitar os oráculos vivos sobre a autoridade de Deus são
abençoados com mais clara luz. Se solicitados a explicar certas declarações,
podem somente responder: ‘É apresentado assim nas Escrituras’. São obrigados a
reconhecer que não podem explicar a operação do divino poder ou a manifestação
da sabedoria divina”. 5T 700, 701.
"Ao
invés das especulações do homem, deixe que a palavra de Deus seja
pregada." DA 827.
"No que diz
respeito à personalidade e prerrogativas de Deus, onde Ele está, e o que Ele é,
este é um assunto no qual não devemos ousar tocar. Sobre este tema o silêncio é
eloquência. São aqueles que nenhum conhecimento experimental têm de Deus, que
se aventuram a especular a Seu respeito. Conhecessem mais dEle, teriam eles mesmos
o que dizer acerca do que Ele é... É infinito e omnipresente... Devemos aferir
a nossa fé por um claro "Assim diz o Senhor"... O homem cego
espiritualmente é facilmente levado por aqueles que aproveitam toda a
oportunidade para desenvolver teorias e conjecturas com respeito a Deus. A
pessoa enganada por Satanás comunica ao semelhante a nova luz que supõe ter
recebido, da mesma forma que Eva pôs o fruto proibido na mão de Adão... Deus
não desculpa homens por ensinarem teorias que Cristo não ensinou. Ele pede ao
Seu exército de obreiros que entre em fila, tomando sua posição sob o
estandarte da verdade. Ele os adverte a se precaverem de ocupar o tempo na
discussão de assuntos que Deus não autorizou ser humano algum a discutir."
Medicina e Salvação p. 92 e 93.
Em
vista das repetidas advertências de Deus, permaneçamos firmados no fundamento
sobre o qual ele colocou o Movimento ASD de Reforma--a infalível Palavra de
Deus--e sejamos cuidadosos para não irmos além de um repetido “Está escrito”.
Capítulo V
A DIVINDADE NO PLANO DE
SALVAÇÃO
O plano de salvação foi
fundado sobre “o princípio de restaurar na raça caída à divina imagem por uma
constante manifestação de benevolência”.
"Essa obra começou nas
cortes celestiais. Aí Deus resolveu dar aos seres humanos inconfundível
demonstração do amor com o qual Ele os considerava. Ele 2amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não
pereça, mas tenha a vida eterna." Jo 3:16. Conselhos Sobre Saúde p. 222.
“Mediante Cristo a obra sobre a qual o cumprimento do propósito de
Deus repousa foi cumprida. Este foi o acordo nos concílios da Divindade”. Carta
126, 1890 (21MR 54).
"A
Divindade moveu-se de compaixão pela raça, e o Pai, o Filho e o Espírito Santo
deram-Se a Si mesmos ao estabelecer o plano da redenção." Conselhos
Sobre Saúde p. 222.
Alguns professos crentes na tríplice mensagem lêem que “mesmo os
anjos não tiveram permissão de compartilhar os conselhos entre o Pai e o Filho
quando o plano de redenção foi traçado” (8T 279; PP 34; GC 493), e proclamam
que, uma vez que o Espírito Santo não é mencionado nessas declarações, Ele não
estava presente. Contrariamente ao que consta de CH 222, vêem a Divindade
composta somente de dois Dignitários Celestiais. A evidência não nos permite
aceitar essa idéia. Não há coisa tal como uma Divindade em duas pessoas.
1. Três Seres divinos, ou Dignitários, ou Pessoas
Disse Jesus: “Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu
Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada”. João 14:23. Estas
palavras não sugerem que, uma vez que o Espírito Santo não é mencionado, Ele
está excluído. Não! O Espírito Santo está sempre presente com o Pai e o Filho.
E. G.White explica este verso (João 14:23) como segue: “Nós, ou seja, o Pai,
Filho, e o Espírito Santo, [virão] e faremos nossa morada nele”. Carta 43, 1893
(8MR 408). Ler Salmo 139:7-10.
Em 1 João 1:3 lemos: “nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho
Jesus Cristo”. O Espírito Santo não é mencionado. Significa isso que não
devemos ter comunhão com Ele? Se seguíssemos o método de interpretação adotada
por alguns antitrinitarianos, deveríamos dizer: O Espírito Santo está fora,
porque não há referência a uma terceira Pessoa. Mas tal conclusão nos poria em
conflito com outro verso. Paulo escreve: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o
amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. 2 Coríntios
13:13. Assim, na interpretação da Bíblia e nos escritos de E. G. White, sejamos
cuidadosos para não sermos seletivamente unilaterais.
“Há três pessoas vivas no trio celestial”. SpT, Série B, No. 7, p.
62.
“A eterna Divindade--o Pai, o Filho e o Espírito Santo--está
envolvida na ação requerida para dar garantia ao agente humano. . . “. Ms 45,
14 de maio de 1904 (UL 148).
“O Pai, o Filho e o Espírito Santo estão comprometidos a cooperar
com instrumentalidades humanas santificadas”. RH, 17 de maio de 1906 (6 BC
1075).
“O Pai, Cristo, e o Espírito Santo--os três dignitários e poderes
do céu--comprometem-se a que toda faculdade nos será dada ao exercermos os
nossos votos batismais. . . “. Ms 85, 1901 (6BC 1075).
“Sois nascido para Deus, e permaneceis sob a sanção e poder dos
três seres mais santos do céu, que são capazes de guardar-vos de cair”. 7MR
480.
“Os três grandes e gloriosos personagens celestiais estão presente
na ocasião do batismo. . . . Todo o céu é representado por esses três em
relacionamento de concerto com a nova vida”. Ms 45, 1904 (6MR 389).
“Os grandes poderes do céu são testemunhas. Eles estão invisíveis,
mas presentes”. Ms 57, 1900 (6BC 1074).
“Os três grandes poderes da Divindade têm comprometido o seu poder
para levar avante o propósito que Deus tinha em mente quando deu ao mundo o
inexprimível dom de Seu Filho. . . . O Espírito Santo se une com os poderes de
graça que Deus propiciou para conduzir almas a Cristo”. RH 18 de julho de 1907.
"Existe um Deus pessoal, o Pai; existe um Cristo pessoal, o
Filho". 6BC 1068.
E
sobre o Espírito Santo? "O Espírito Santo é uma pessoa... O Espírito Santo
tem personalidade... *Tem de ser uma pessoa divina, do contrário não poderia
perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente humana de Deus. EV 617. (*a CPB traduziu deve ser, mas no
original must be, literalmente quer dizer, tem de ser)
“Precisamos reconhecer que o Espírito Santo . . . é tanto uma
pessoa quanto Deus é uma pessoa. . . “. Ms 66, 1899 (Ev 616).
“Cristo declarou que, após Sua ascensão, Ele enviaria a Sua
Igreja, como Sua dádiva coroadora, o Confortador, que devia tomar o Seu lugar.
Esse Confortador é o Espírito Santo. . . . Com seu Espírito Cristo envia uma
influência reconciliadora e um poder que remove o pecado. . . . O Espírito foi
dado como uma agência regeneradora. . . . O pecado só poderia ser resistido e
vencido mediante a poderosa agência da terceira pessoa da Divindade, que viria
com energia não modificada, mas na plenitude do poder divino”. RH 19 de maio de
1904 (Ver também DTN 671).
“O Espírito Santo é o Confortador, em nome de Cristo. Ele
personifica a Cristo, contudo é uma personalidade distinta”. 20MR 324.
“O Espírito Santo é uma agência livre, operante, independente”. RH
5 de maio de 1896; ST 8 de março de 1910.
2. Os Seres celestiais intimamente associados entre si
Desde a queda de nossos primeiros pais, tanto agências humanas
quanto divinas foram alistadas para a obra da salvação, em cooperação com o
Espírito Santo.
Aqueles que se consagram de coração a Deus, trabalhando pela
salvação de pecadores, recebem uma nova dotação do poder físico e mental da
Divindade toda manhã.
"A
vida, a morte e a mediação do Salvador, o ministério dos anjos, os apelos do
Espírito, o Pai operando acima de todos e por meio de todos, o interesse
incessante dos seres celestiais, tudo se empenha em favor da redenção do
homem." Aos Pés de Cristo p. 18. Edição Portugal (Caminho a Cristo 21).
"Cristo
lhes dá o alento de Seu próprio espírito, a vida de Sua própria vida. O
Espírito Santo desenvolve Suas mais elevadas energias para operarem no coração
e na mente. A graça divina amplia-lhes e multiplica-lhes as faculdades, e toda
perfeição da divina natureza lhes acode em auxílio na obra de salvar
almas." DTN 827.
"(Os
seguidores de Cristo) Têm de contender contra forças sobrenaturais, mas é-lhes
assegurado sobrenatural auxílio. Todos os espíritos celestes se acham nesse
exército. E mais que anjos estão nas fileiras. O Espírito Santo, o
representante do Capitão do exército do Senhor, desce para dirigir a batalha.
Muitas podem ser nossas fraquezas, pecados e erros graves; mas a graça de Deus
é para todos quantos a buscam em contrição. O poder da Onipotência acha-se
empenhado em favor dos que confiam em Deus." DTN 352.
“Cristãos deve unir-se a cristão, igreja a igreja, a
instrumentalidade humana cooperando com a divina, toda agência subordinada ao
Espírito Santo, e todos combinados em dar ao mundo as boas novas da graça de
Deus”. ChS 14.
O Espírito Santo é evidentemente mais do que uma influência
impessoal. Ele é o “representante do Capitão do exército do Senhor”. Entre as
“inteligências” celestiais, Ele é Aquele que é “mais do que anjos”. Ele é a
terceira “pessoa viva” na “eterna Divindade”. Ele foi comissionado a “descer
para dirigir a batalha”. Portanto, devemos estar a Ele “subordinados”.
Capítulo VI
O QUE SABEMOS A RESPEITO DO
ESPÍRITO SANTO?
A palavra espírito é geralmente empregada para traduzir o
termo hebraico ruach no Velho Testamento, e o termo grego pneuma,
no Novo Testamento. Semelhantemente a ruach e pneuma, espírito
tem diferentes conotações que revelam amplas
distinções. A menos que
se tenham em mente essas distinções, pode haver confusão no apropriado
entendimento da palavra “espírito” quando o sentido é o Espírito Santo
1. O fôlego de vida unido ao princípio de vida, que está presente
no homem e nos animais. Gênesis 7:15; Salmo 104:29, 30; Salmo 146:4; Isaías
2:22; Apocalipse 11:11.
2. Força, energia, coragem, entusiasmo. Juízes 15:19; 1 Samuel
30:12; 1 Reis 10:5; Salmo 76:12.
3. A mente, faculdades intelectuais, pensamentos, hábitos, etc.
Deuteronômio 2:30; Mateus 5:3; Marcos 2:8; Atos 17:16; 1 Coríntios 5:3; 6:20;
Colossenses 2:5.
4. Atitude, mentalidade. Provérbios 14:29; 16:18
a) Disposição moral e intelectual, sob a influência do Espírito
Santo, inteiramente orientada para Deus. 2 Coríntios 4:13; 2 Coríntios 12:18;
Gálatas 5:16.
b) Disposição moral e intelectual, sob a influência de Satanás,
orientado para o mundo. 1 Coríntios 2:12; 2 Coríntios 7:1.
5. Personalidade, individualidade, caráter. Romanos 8:16;
Eclesiastes 12:7; Atos 7:59; 1 Coríntios 5:5; 1 João 4:2, 3.
“Nossa identidade pessoal é preservada na ressurreição, conquanto
não as mesmas partículas de matéria ou substância material como depositadas na
sepultura. As maravilhosas obras de Deus são um mistério ao homem. O espírito,
o caráter do homem, retorna para Deus, para ali serem preservados. Na
ressurreição todo homem terá o seu próprio caráter. Deus em Seu próprio tempo
chamará os mortos, dando-lhes novamente o fôlego de vida, e ordenando aos ossos
secos que vivam. A mesmo forma sairá, mas estará livre de doença e todo
defeito. Vive novamente trazendo a mesma individualidade de feições, de modo
que amigo reconhecerá a amigo. Não há lei de Deus na natureza, que revele que
Deus retorna as mesmas partículas idênticas de matéria que compuseram o corpo
antes da morte. Deus dará aos justos mortos um corpo que O compraza (MS 76,
1900)”. 6BC 1093.
6. Um mensageiro de Deus ou Satanás (anjos bons ou maus). Jó
4:15-17; Mateus 12:43; Marcos 9:20; Atos 23:8, 9; Hebreus 1:7,13,14.
As
descrições bíblicas do Espírito Santo se harmonizam com a idéia de uma
personalidade ou individualidade, como veremos neste e outro capítulo.
No Velho Testamento, o Espírito Santo é mencionado 88 vezes; no
Novo Testamento, 262 vezes.
“A natureza do Espírito Santo é um mistério não claramente
revelado, e nunca sereis capazes de explicá-lo a outros porque o Senhor não o
revelou a vós. Podeis reunir passagens e colocar vossa construção das mesmas,
mas a aplicação não é correta. . . . Podeis levar alguns a aceitarem vossas
explicações, mas não lhes prestai nenhum bem. . . . Não nos é essencial ser
capazes de definir exatamente o que é o Espírito Santo. . . . Há muitos
mistérios que não busco compreender ou explicar; são-me muito elevados, e
são-vos muito elevados. Em alguns desses pontos, o silêncio é de ouro”. Ms
1107.
Algumas pessoas crêem que o Espírito Santo é somente uma essência
divina que emana do Pai e do Filho, um poder desvestido de inteligência, uma
influência impessoal destituída de individualidade. Muitos versos da Bíblia e
declarações do Espírito de Profecia mostram que tal conceito é insustentável.
1.
O Espírito Santo é o representante de Cristo sobre a Terra, como Cristo foi o
representante do Pai.
“Ele [Cristo] postou-se perante a raça humana como o representante
do Pai”. RH 30 de setembro de 1909.
"O
Espírito Santo é o representante de Cristo, mas despojado da personalidade
humana, e dela independente." DTN 669.
“Que dádiva poderia Ele [Cristo] conceder que fosse
suficientemente rica para assinalar e agraciar Sua ascensão ao trono
mediatório? Deve ser digna de Sua grandeza e realeza. Ele determinou conceder o
Seu representante, a terceira pessoa da Divindade. Essa dádiva não podia ser
superada. Ele daria todos os dons em um, e portanto o Espírito Santo, esse
poder convertedor, iluminador e santificador, seria a Sua doação”. ST 1 de
dezembro de 1898.
“Quando o povo de Deus buscar nas Escrituras com um desejo de
conhecer o que é verdade, Jesus estará presente na pessoa de Seu representante,
o Espírito Santo…” 12MR 145.
2.
O Espírito Santo é o Confortador.
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que
fique convosco para sempre”. João 14:16.
“O Ajudador. . . vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho
dito”. João 14:26.
“O Confortador é o Espírito Santo--a alma de Sua vida, a eficácia
de sua Igreja, a luz e vida do mundo”. RH 19 de maio de 1904.
“O Espírito Santo é o Confortador, como a presença pessoal de
Cristo para a alma”. RH 29 de novembro de 1892.
3. O
Espírito Santo é o sucessor de Cristo.
Mas enquanto Cristo
estava na Terra, os discípulos não tinham desejado nenhum outro auxiliador...
Era, portanto, do interesse deles que fosse para o Pai, e enviasse o Espírito
como Seu sucessor na Terra." DTN 669.
4.
O Espírito Santo é a presença interior de Cristo
“Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós”. João 14:18.
“O Espírito divino que o Redentor do mundo prometeu enviar é a
presença e poder de Deus”. ST 16 de novembro de 1891.
“O Espírito Santo [é] o próprio Cristo habitando no interior. . “.
NL 79.
“Ora, o Senhor é o Espírito”. 2 Coríntios 3:17.
“Que Cristo devesse manifestar-Se a eles, contudo permanecer
invisível ao mundo, era-lhes um mistério. . . . Eles não podiam assumir o fato
de que podiam ter a presença de Cristo com eles, sendo, contudo, invisível para
o mundo”. ST 18 de novembro de 1897.
“Nenhum legado mais valioso podia Ele ter-lhes deixado do que a
promessa de Sua permanente presença”. Ms 24, 1903.
“Embaraçado com a humanidade, Cristo não poderia estar em todo
lugar pessoalmente; portanto . . . enviaria o Espírito Santo para ser o Seu
sucessor sobre a Terra. O Espírito Santo é Ele próprio desvestido da
personalidade humana e dela independente. Ele Se representaria como presente em
todos os lugares por Seu Santo Espírito, como o Onipresente”. 14MR 23.
Pelo Espírito, o
Salvador seria acessível a todos. Nesse sentido, estaria mais perto deles do
que se não subisse ao alto. DTN 669
Assim como “o próprio Deus [o Pai] , em Seu Filho unigênito,
assumiu a natureza humana” (ST 8 de abril de 1897), assim o Filho “Se
manifestaria a Si próprio” (ST Nov. 18, 1897) a Seus seguidores mediante o
Espírito Santo.
“Deus enviou o Espírito de Seu Filho aos vossos corações”. Gálatas
4:6.
“Enquanto Cristo está habitando no coração pelo Seu Espírito, é
impossível que a luz de sua presença seja ocultada ou diminua”. ST. 20 de
outubro de 1897.
Se essa é a nossa experiência, podemos dizer com o apóstolo Paulo,
“Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”. Gálatas 2:20.
5.
O Espírito Santo é a Mente Divina.
“Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa
instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.”. 1 Coríntios 2:16.
"Essas
instituições devem estar sob a direção do Espírito Santo de Deus; em nehuma
isntituição deve homem algum ser a única cabeça. A Mente Divina tem
homens para cada lugar." CSS 524.
6.
O Espírito Santo é a
influência vital de Cristo.
“Jesus
deseja soprar sobre todos os Seus discípulos, e dar-lhes a inspiração de Seu
Espírito santificador, e infundir a influência vital Dele sobre o Seu povo”. ST
3 de outubro de 1892.
7.
O Espírito Santo é uma
agência regeneradora.
“E
tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas
fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso
Deus”. 1 Coríntios 6:11.
“O
Espírito foi dado como uma agência regeneradora, e sem isto o sacrifício de
Cristo teria sido em vão. . . . O pecado podia ser resistido e vencido somente
mediante a poderosa agência da terceira pessoa da Divindade, que viria sem
energia modificada, mas na plenitude do poder divino. . . . Cristo concedeu o
Seu Espírito como um divino poder para vencer todas as tendências hereditárias
e cultivadas para o mal, e para impressionar o seu próprio caráter sobre a
Igreja”. RH 19 de maio de 1904.
As
palavras “agente” e “agência” são usadas intercambiavelmente. Ver exemplo em
DTN 671
8.
O Espírito Santo é o único
mestre eficaz da verdade divina.
“Quando
vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade”.
João 16:13.
"Jesus
viu que não (os discipulos) apreendiam o verdadeiro sentido de Suas
palavras. Prometeu compassivamente que o Espírito Santo lhes havia de trazer
essas palavras à memória. E deixara por dizer muitas coisas que os discípulos
não compreendiam. A essas também o Espírito lhes abriria o entendimento, para
que apreciassem as coisas celestiais..."
"O
Consolador é chamado “o Espírito de verdade”. Sua obra é definir e manter a
verdade... Por intermédio das Escrituras o Espírito Santo fala à mente, e grava
a verdade no coração. Assim expõe o erro, expelindo-o da alma..."
"A pregação da
Palavra não será de nenhum proveito sem a contínua presença e ajuda do Espírito
Santo. Este é o único Mestre eficaz da verdade divina. Unicamente quando a
verdade chega ao coração acompanhada pelo Espírito, vivificará a consciência e
transformará a vida." DTN 670-672.
9. O Espírito Santo é o grande ajudador.
"O
Espírito Santo seria o grande Ajudador... ME III 137.
"Há
os que dizem: 'Alguém manipula seus escritos.' Reconheço a procedência da
acusação. É alguém que é poderoso em conselho, Alguém que me apresenta a
condição das coisas. ME III 64.
10.
O Espírito Santo é um Vigilante celestial.
""Enaquanto
escrevia sobre o décimo quinto capitulo de João, de repente me sobreveio
maravilhosa paz. O quarto todo parecia estar repleto da atmosfera do Céu.
Parecia haver no quarto uma santa e sagrada presença. Depus a pena e fiquei em
atitude de expectativa, para ver o que o Espírito iria dizer-me. Não ouvi
nenhuma voz audível, mas um observador celestial parecia estar bem perto de
mim; percebi que me encontrava na presença de Jesus." 3ME 35.
"O
santo Vigia do Céu acha-Se presente nesses períodos para torná-los uma ocasião
de exame de consciência, de convicção de pecado, e de bendita segurança de
pecados perdoados. Cristo, na plenitude de Sua graça, acha-Se aí para mudar a
corrente dos pensamentos que têm seguido direções egoístas. O Espírito Santo
aviva as sensibilidades dos que seguem o exemplo de seu Senhor." DTN 650.
11.
O Espírito Santo é nosso intercessor sobre a Terra.
Enquanto
Jesus é nosso Parakletos (Advogado) na presença do Pai no céu (1 João
2:1), o Espírito Santo é nosso Parakletos (Advogado) bem ao nosso lado
sobre a Terra (João 14:16; Romanos 8:26,27). A mesma palavra grega, parakletos,
é traduzida como “confortador” em João 14:16 e como “advogado” em 1 João 2:1.
"Precisamos
não só pedir em nome de Cristo, mas também pela inspiração do Espírito Santo.
Isto explica o que significa o dito de que: 'O mesmo Espírito intercede por nós
com gemidos inexprimiveis." Rom. 8:26. Tais orações Deus Se deleita em
atender." PJ 147.
"Cristo,
nosso Mediador, e o Espírito Santo estão constantemente intercedendo em favor
do homem, mas o Espírito não pleiteia por nós como faz Cristo, que apresenta
Seu sangue, derramando desde a fundação do mundo; o Espírito opera em nosso
coração, extraindo dele orações e penitência, louvor e ações de
graças." 1ME 344.
“Jesus
disse que iria nos dar o Confortador. O que é o Confortador? É o Espírito Santo
de Deus. O que é o Espírito Santo? É o representante de Jesus Cristo, é nosso
Advogado que se posta ao nosso lado e apresenta nossas petições perante o Pai
com toda fragrância com os Seus méritos [de Cristo]”. Ms 43, 1894 (RC 285).
“O
Espírito Santo, enviado em nome de Cristo, devia ensiná-los [os discípulos]
todas as coisas, e trazer-lhes todas as coisas à lembrança. O Espírito Santo
devia ser o representante de Cristo, o Advogado que está constantemente
pleiteando pela raça caída. . . . Ele [Cristo] assegura-vos que o Espírito
Santo foi dado para habitar convosco para sempre, ser vosso pleiteador e vosso
guia. Ele pede que confieis Nele, e que vos confieis a Sua guarda. O Espírito
Santo está constantemente em operação, ensinando, recordando, testificando,
vindo à alma como um confortador divino, e convencendo do pecado como um juiz
designado e guia”. Ms 44, 1897 (RC 129).
12.
O Espírito Santo é nosso Conselheiro.
“Todo
indivíduo que recebe a Jesus como seu Salvador pessoal, tão certamente recebe o
Espírito Santo para ser o seu Consolador, Santificador, Guia e Testemunha”. Ms
1, 5 de janeiro de 1894 (UL 19).
Capítulo VII
MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
Cristo disse: “Aquele que me ama será amado
de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”. João 14:21. Cristo Se
manifesta a nós mediante o Confortador, o Espírito Santo. E o Espírito Santo
realiza ações atribuíveis somente a um ser inteligente. É aí onde algumas
pessoas se metem em desnecessária dificuldade quando pensam que a inteligência
pertence somente a uma pessoa com uma forma corporal. Daí, perguntam como o
Espírito Santo, sem um corpo tangível, sem uma aparência física, poderia ser
tratado como uma individualidade consciente. Não há dúvida de que o Pai e o
Filho falam e agem mediante o Espírito Santo. Mas um bom número de passagens
mostra que o próprio Espírito Santo faz a mesma coisa. Ele também fala e age
como “uma agência independente”. Isto mostra uma vez mais que a mente humana
finita não deve especular quanto aos mistérios do Deus Infinito. Aceitemos pela
fé o que está além de nosso entendimento.
1.
Ações conscientes e inteligentes
Como
explicado na seção prévia, uma quantidade de versos da Bíblia e declarações do
Espírito de Profecia representam o Espírito Santo como uma personalidade
distinta. Aqui estão uns poucos exemplos das Escrituras:
a)
O Senhor tem uma mente (Romanos 11:34; I Coríntios 2:16), e o mesmo se dá com o
Espírito Santo.
Paulo
escreve: “E aquele que esquadrinha os corações sabe qual é a intenção do
Espírito”. Romanos 8:27. “Pois, qual dos homens entende as coisas do homem,
senão o espírito do homem que nele está?”, “pois o Espírito esquadrinha todas
as coisas, mesmos as profundezas de Deus”. 1 Coríntios 2:11, 10
“O
Espírito Santo é uma pessoa; pois dá testemunho com o nosso espírito de que
somos filhos de Deus. Uma vez dado este testemunho, traz consigo mesmo sua
própria evidência... O Espírito Santo tem uma personalidade, do contrário não
poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de
Deus. Deve também ser uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os
segredos que jazem ocultos na mente de Deus. 1906. Evangelismo págs. 616, 617.
Segundo
estas passagens, ambos devem ter uma personalidade distinta, porque Deus pode
ler a mente do Espírito e o Espírito pode ler a mente de Deus.
“O
Espírito, sendo Deus, conhece a mente de Deus”. ST 3 de outubro de 1892.
b)
O Espírito Santo tem uma mente, que o capacitaria a falar por Sua autoridade,
mas Ele fala somente aquilo que ouve Daquele que O enviou.
O
Espírito Santo ouve (João 16:13); fala (Ezequiel 2:2; 3:24; 11:5; Atos 2:4;
8:29, 39; 10:19; 11:12, 28;16:7; 28:25); luta com os pecadores (Gênesis 6:3);
apela-lhes (RH 12 de maio de 1896); reprova e os convence do pecado, da justiça
e do juízo (João 16:8); ensina os discípulos e traz as palavras de Cristo a sua
lembrança (João 14:26); revela o que lhes é desconhecido (Lucas 2:26); anuncia
eventos futuros (João 16:13); adverte-os de provas e aflições vindouras (Atos
20:23; 21:11); proíbe-lhes certas coisas (Atos 16:6); faz intercessão por eles
(Romanos 8:26); apresenta mensagens às pessoas mediante os profetas (2 Pedro
1:21); envia mensageiros para o campo de trabalho (Atos 13:4); etc.
“Quando
vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as
coisas vindouras”. João 16:13.
"Declara-se
positivamente, a respeito do Espírito Santo, que, em Sua obra de guiar os
homens em toda a verdade, 'não falará de Si mesmo'". AA 51.
“O
Espírito de Deus está apelando aos homens, apresentando-lhes sua obrigação
moral de amá-Lo e servi-Lo . . “. RH 12 de maio de 1896.
“Que
ninguém pronuncie julgamento sobre o Espírito Santo; pois Ele pronunciará juízo
sobre os que isso fizerem”. RH 25 de agosto de 1896.
Se
o Espírito Santo pode realizar todas essas coisas, não há dúvida de que Ele é
mais do que uma influência impessoal.
c)
O Espírito Santo tem uma mente: Ele aprova as coisas que Lhe parecem boas.
“Porque
pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas
coisas necessárias”. Atos 15:28.
d)
O Espírito Santo tem uma vontade.
“A
cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum. Porque
a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo
Espírito, . . . a profecia; . . . a outro a variedade de línguas; e a outro a
interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas
coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer”. 1 Coríntios 12:7-11.
e)
O Espírito Santo tem uma capacidade para amar.
A
Bíblia fala do amor de Deus (1 João 2:5, 15; 3:16, 17) e do amor do Espírito
(Romanos 15:30).
f)
O Espírito Santo é susceptível de ser ofendido, insultado, tentado e objeto de
mentira. “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus”. Efésios 4:30.
“Por
que é que combinastes entre vós provar o Espírito do Senhor?” Atos 5:9.
“Por
que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo?” Atos
5:3.
g)
O Espírito Santo dá ordens e refere-se a Si mesmo como uma individualidade,
empregando os pronomes pessoais “eu” e “me”.
“Enquanto
eles [certos profetas e mestres] ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse
o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado”. Atos 13:2.
h)
O Espírito Santo glorifica a Cristo como Cristo glorifica ao Pai.
Ler
João 16:14; 17:1.
“Do
Espírito Santo Jesus disse: ‘Ele Me glorificará’. O Salvador veio para
glorificar o Pai pela demonstração de Seu amor; assim o Espírito devia
glorificar a Cristo pela revelação de Sua graça ao mundo”. RH 9 de novembro de
1908.
i)
Assim como Cristo é nosso Parakletos no céu (1 João 2:1), o Espírito
Santo é nosso Parakletos sobre a Terra (João 14:16, 26). Parakletos significa
advogado, defensor, confortador. Em ambos os casos o mesmo título aponta a uma
personalidade. Este título não se ajusta a um poder inanimado, inconsciente, sem
inteligência.
j)
Uma vez que o Espírito Santo é referido como uma personalidade consciente e
inteligente, em íntima associação com dois outros Seres celestes conscientes e
inteligentes, quais seja, o Pai e o Filho, não podemos pensar Nele como sendo
somente uma força inanimada. Considerem estes versos bíblicos:
“Chegai-vos
a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que
aquilo se fez, eu estava ali; e agora o Senhor Deus me enviou juntamente com o
seu Espírito”. Isaías 48:16.
“ E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador [no grego Parakletos],
para que fique convosco para sempre. . . . Mas o Ajudador, o Espírito Santo a
quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará
lembrar de tudo quanto eu [o Filho] tenho dito”. João 14:16, 26.
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a
comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. 2 Coríntios 13:13.
É
nosso privilégio ter a comunhão “comunhão do Espírito” (Filipenses 2:1).
Os
conversos devem ser batizados “no nome do Pai, em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo”. (Mateus 28:19).
Recebemos
bênçãos, não só do Pai e do Filho, mas também do O Espírito Santo. João
escreveu:
“Graça
a vós e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete
espíritos [isto é, da sétupla manifestação do Espírito Santo] que estão diante
do seu trono. . “. Apocalipse 1:4, 5.
Os
comentaristas adventistas mantêm o seguinte ponto de vista: “A associação aqui
dos ‘sete espíritos’ com o Pai e com Cristo, como igualmente a fonte da graça e
paz cristãs, deixa implícito que representam o Espírito Santo”. -- Seventh-day
Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 733.
Tal
linguagem deve ser entendida como reza. Ler todos os versos citados neste capítulo
e dizer que representam o Espírito Santo como uma influência impessoal ou um
poder sem inteligência, e nada além disso, é um exercício muito esquisito em
semântica. É uma inútil tentativa de apego a impossibilidades. É como tentar
forçar um grande pino quadrado dentro de um pequeno orifício redondo. Se não
tivéssemos o Espírito de Profecia, então esses versos bíblicos não seriam
suficientes. Mas uma vez que temos o Espírito de Profecia, esperamos que os
escritos da pena inspirada estejam em perfeita harmonia com as Escrituras. E
estão. Ficaríamos chocados e desapontados se a serva do Senhor, E. G. White,
tivesse falado do Espírito Santo, não como uma personalidade inteligente, mas
somente como uma influência impessoal.
Portanto,
nenhuma evidência adicional, seja bíblica ou do Espírito de Profecia, se faz
necessária para convencer-nos de que o Espírito Santo é uma “pessoa viva” (SpT,
B 7, 62), um dos três “seres santíssimos” (7MR 480), uma “agência independente”
(RH 5 de maio de 1896), um dos três “caracteres celestiais” (6MR 389), um
“dignitário pessoal” (7BC 959), um dos três poderes “infinitos e oniscientes”
(6BC 1075), “uma personalidade distinta” (20MR 324), um dos “três grandes
dignitários” (7MR 267) exercendo ações conscientes e inteligentes.
2.
Participação do Espírito Santo na obra de salvação
Sob
o título anterior vimos que o Espírito Santo está constantemente em ação,
pleiteando em nosso benefício, guiando-nos em toda a verdade, lembrando,
testificando, confortando, convencendo do pecado, etc.
Eis
aqui mais evidência:
a)
Temos acesso ao Pai mediante Cristo pelo Espírito Santo.
Ler
João 14:6.
“Porque
por ele ambos [judeus e gentios] temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito”.
Efésios
2:18.
“O
Pai concedeu o Seu Filho por nós para que mediante o Filho o Espírito Santo
pudesse vir a nós e conduzir-nos ao Pai”. ST e de outubro de 1892.
b)
Cristo prometeu habitar conosco mediante o Espírito Santo.
Ler
João 14:18-21, 23; 1 Coríntios 3:16; Gálatas 4:6.
A
promessa de Cristo será cumprida sob uma condição -- obediência. João 14:15,
23; Atos 5:32; 1 João 3:24.
“‘ Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu Pai o
amará, e viremos a ele, e faremos nele morada’. (João 14:23). Nós, ou
seja, o Pai, Filho e o Espírito Santo, [viremos] para ele e faremos nele
morada”. Carta 43, 1893 (8MR 408).
c)
O Espírito Santo está presente quando o pecador arrependido faz um concerto com
Deus mediante o batismo.
Ler
Mateus 28:19.
“Cristo
tornou o batismo a entrada para o Seu reino espiritual. Ele tornou isto uma
condição positiva que todos devem acatar se desejam ser reconhecidos como
estando sob a autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. 6BC 1075.
“Após
a alma crente ter recebido a ordenança do batismo, deve ter em mente que é
dedicado a Deus, a Cristo e ao Espírito Santo. Estes três cooperam todos na
grande obra do concerto cumprida pelo batismo à vista do universo celestial. O
pai, o Filho, o Espírito Santo recebem a alma crente num relacionamento de
concerto com Deus”. Ms 56, 1900 (6MR 163).
“A
obra é apresentada perante toda alma que reconhece sua fé em Jesus Cristo pelo
batismo e se torna um recebedor do compromisso das três pessoas -- o Pai, o
Filho e o Espírito Santo”. Ms 57, 1900 (6 BC 959).
“Quando
vos destes a Cristo, assumistes um compromisso na presença do Pai, do Filho e
do Espírito Santo--os três grandes dignitários pessoais do céu”. Ms 92, 1901
(7BC 959).
“Há
três pessoas vivas no trio celestial. No nome desses três poderes--o Pai, o
Filho e o Espírito Santo--os que recebem a Cristo pela fé viva são batizados, e
esses poderes cooperarão com os obedientes súditos do céu em seus esforços por
viver uma nova vida em Cristo”. SpT, Série B, No. 7, p. 63 (Bible Training
School, March 1, 1906).
“Aqui
é onde a obra do Espírito Santo entra, após o seu batismo. Sois batizados no
nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Sois levantados das águas para
viverdes daí em diante em novidade de vida. Sois nascidos para Deus, e
permaneceis sob a sanção e poder dos três santíssimos seres do céu, que são
capazes de guardar-vos de cair. . . . Quando me sinto oprimida, e mal sei como
relacionar-me com a obra que Deus me deu para cumprir, apenas recorro aos três
grandes dignitários e digo: Sabeis que eu não posso realizar esta obra por
minhas próprias forças. Deveis operar em mim, e por mim, e por meu intermédio,
santificando a minha língua, santificando o meu espírito, santificando as
minhas palavras . . “. Ms 95, 1906 (7 MR 267).
Um
dignitário é uma “pessoa de eminente valor, mérito ou posição” (dicionário).
“Após
termos formado uma união com o grande poder tríplice, consideraremos nosso
dever para com os membros da família de Deus com respeito muito mais sagrado do
que jamais fizemos antes”. Ms 11, 1901 (6BC 1102).
d)
Somos santificados por ter comunhão com os Três Seres Santíssimos.
Ler
2 Coríntios 13:14; 2 Tessalonicenses 2:13.
“Nossa
santificação é obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É o cumprimento do
concerto que Deus fez com aqueles que se ligam a Ele, para permanecerem em pé
com Ele, com o Seu Filho e com o Seu Espírito em comunhão”. Ms 11, 1901 (ST 19
de junho de 1901; 7BC 908).
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a
comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”. 2 Coríntios 13:13
(RSV).
“O
Pai, o Filho e o Espírito Santo, os três santos dignitários do céu, têm
declarado que fortalecerão os homens a vencerem os poderes das trevas”. Ms 92,
1901 (5BC 1110).
Não
carecemos de evidência adicional para nos convencer de que o Espírito Santo é
“uma personalidade distinta”.
e)
O fruto do Espírito
Numa
reunião com Seus discípulos, após a Ressurreição, Cristo soprou sobre eles e
disse: “Recebei o Espírito Santo”. João 20:22. Cristo está tão disposto a
conceder-nos o Seu Espírito Santo hoje:
"Recebei
o Espírito Santo, e vossos esforços serão bem-sucedidos. A presença de Cristo,
eis o que dá poder." 1ME 85.
“Oh,
que os débeis homens reconhecessem que é o General dos exércitos celestes que
está conduzindo e dirigindo os movimentos de seus aliados sobre a Terra. O
próprio Cristo é o poder renovador, operando em e mediante todo soldado pela
agência do Espírito Santo”. RH 16 de julho de 1895.
“E
ele [o Senhor] me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas
fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo”. 2 Coríntios 12:9.
“A
influência do Espírito Santo é a vida de Cristo na alma.Não vemos a Cristo nem
falamos com Ele, mas o Seu Espírito Santo está tão próximo num
lugar como em outro. Ele opera em e mediante cada um que recebe a Cristo.
Aqueles que conhecem o Espírito Santo que no íntimo habita revelam os frutos do
Espírito--amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fé”. Ms 41, 1897 (6BC
1112).
Ler
Gálatas 6:7, 8.
f)
Participantes da natureza divina
No
processo de salvação, ao permitirmos que o Espírito Santo nos guie a toda a
verdade (João 16:13), tornamo-nos “participantes da natureza divina, havendo
escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo”. (2 Pedro 1:4).
“Mas,
o que se une ao Senhor é um só espírito com ele”. 1 Coríntios 6:17 (RSV).
“Se
por Seu Espírito Santo Cristo habita na alma, nossas afeições, atitudes e
palavras O revelarão ao mundo”. ST 6 de janeiro de 1898.
"A
comunicação do Espírito é a transmissão da vida de Cristo. Reveste o que O
recebe com os atributos de Cristo." DTN 805.
"Toda
cultura e educação que o mundo pode oferecer, fracassarão em fazer de um
degradado filho do pecado, um filho do céu. A energia renovadora precisa vir de
Deus. A mudança só pode ser efetuada pelo Espírito Santo. Todos que quiserem
ser salvos, nobres ou humildes, ricos ou pobres, precisam submeter-se à atuação
deste poder. PJ 96, 97.
"Ao
sujeitarmos a Cristo, nosso coração se une ao Seu, nossa vontade imerge em Sua
vontade, nosso espírito torna-se um com Seu espírito, nossos pensamentos serão
levados cativos a Ele; vivemos Sua vida." PJ 312.
“Temos
a mente de Cristo”. 2 Coríntios 2:16.
g)
O anseio de nossa ressurreição e salvação
“Em
Cristo; . . . também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da
vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo
da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de
Deus, para o louvor da sua glória”. Efésios 1:12-14.
“E,
se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele
que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos
corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita”. Romanos 8:11.
"Cristo
tornou-Se uma mesma carne conosco, a fim de nos podermos tornar um espírito com
Ele. É em virtude dessa união que havemos de ressurgir do sepulcro – não
somente como manifestação do poder de Cristo, mas porque, mediante a fé, Sua
vida se tornou nossa. Os que vêem a Cristo em Seu verdadeiro caráter, e O
recebem no coração, têm vida eterna. É por meio do Espírito que Cristo habita
em nós; e o Espírito de Deus, recebido no coração pela fé, é o princípio da
vida eterna." DTN 388.
“[O
crente] pode morrer, como Cristo morreu, mas a vida do Salvador está Nele. Sua
vida está oculta com Cristo em Deus’.Vim para que tenham vida’, disse Jesus, ‘e
vida mais abundante’. Ele leva avante o grande processo pelo qual os crentes se
tornam um com Ele nesta vida presente, para serem um com Ele por toda a
eternidade. . . . No último dia, Ele os ressuscitará como parte de Si mesmo. .
. . Cristo tornou-se um conosco a fim de que pudéssemos tornar-nos um com Ele
na eternidade”. Mar 301.
Capítulo VIII
ORIGEM PAGÃ?
Os
antitrinitarianos alegam que o conceito de Trindade caracterizava virtualmente todas
as religiões pagãs do mundo. Portanto, dizem, a crença de que “há três pessoas
vivas no trio celestial” (SpT, Série B, p. 63) derivou do paganismo. Esses
irmãos têm um sério problema com a Bíblia e o Espírito de Profecia. Não aceitam
o que está escrito. Deviam ser francos e admitir que estão em conflito com um
“Assim diz o Senhor”, porque não crêem que “os três poderes da Divindade--o
Pai, o Filho e o Espírito Santo”-- são “os eternos dignitários celestiais” (Australasian
Union Conference Record, 7 de outubro de 1907; Manuscript 145,
1901).
O
paganismo é basicamente uma contrafação satânica da religião verdadeira. Em
muitos pontos há um paralelo mas em cada caso as religiões pagãs captaram suas
idéias e práticas dos verdadeiros adoradores de Deus, não o contrário.
Consideremos estes exemplos:
O
conceito babilônico da criação
“A
narrativa de Gênesis 1 e 2 têm pontos em comum com várias cosmogonias antigas.
. . . Não foi senão até 1875 que fragmentos de um relato cuneiforme da criação
[na forma de um poema épico] foram descobertos em Nínive por George Smith…. O
estudo do épico inteiro revela muitos impressionantes paralelos entre as
narrativas dos hebreus e dos babilônios. . . . Em cada narrativa o ato
culminante é a criação do homem”. -- A Standard Bible Dictionary, pp.
153, 154.
Irão
os mencionados irmãos dizer que a crença no relato da criação, segundo Gênesis
1, é de origem pagã somente porque é encontrada também nas narrativas
babilônicas?
Paralelos
pagãos concernentes à queda de Lúcifer
“A
doutrina de Satanás tem seus paralelos nas mitologias das nações pagãs”. -- Ibid.,
p. 773.
A
história do Dilúvio
“A
maioria dos povos da antigüidade tinham uma lenda de dilúvio. . . . A história
do dilúvio babilônico . . . se parece muito de perto com o relato bíblico. . .
. Que os hebreus tomaram por empréstimo dos babilônios é somente a opinião dos
extremistas”. -- Ibid., p. 263.
Templos,
altares, sacerdotes, sacrifícios, etc.
“Os
templos como moradas dos deuses eram comuns entre os semitas e outros povos e
terras antigas”. -- Ibid., p. 848.
“Sob
Acabe e sua esposa Jezabel, a relação com Tiro era praticamente de vassalagem,
e o culto do [deus de Tiro] tornou-se a religião da corte, com centenas de
sacerdotes e profetas e cerimônias imponentes”. -- Ibid., p. 785.
A
crença na vinda de um Redentor
“Não
eram só os judeus que esperavam o nascimento de um grande rei, um Homem Sábio e
o Salvador, mas Platão também falava do Logos; Sócrates, do Homem Sábio
Universal ‘ainda vindouro’; Confúcio, do ‘Santo’; as Sibilas [profetisas gregas
e romanas] de um ‘Rei Universal’; os gregos dramatistas, de um Salvador e
Redentor para libertar a ‘mais antiga maldição primal’“-- Fulton J. Sheen, The
Life of Christ, p. 15.
Os
antitrinitarianos não se consideram como mantendo pontos de vista pagãos
conquanto aceitem pontos paralelos que são encontrados na religião da Bíblia,
bem como em alguns sistemas pagãos. Então, por que dizem que a crença a
respeito das “três pessoas vivas do trio celestial” é de origem pagã? Por que
não pronunciam o mesmo julgamento sobre os outros conceitos paralelos
igualmente? Onde está a coerência?
Capítulo IX
O RELACIONAMENTO ENTRE O PAI E
O FILHO
“As Escrituras claramente indicam a relação
entre Deus e Cristo, e eles trazem a lume a personalidade e individualidade de
cada um” MH 421.
A
controvérsia cristológica que começou no quarto século não teve fim. Amiúde
temos que responder a indagações feitas por sérios estudantes da Bíblia com uma
formação adventista. Algumas perguntas têm que ser deixadas irrespondidas, e
algumas podem ser respondidas apenas tentativamente, porque muitas passagens
pertinentes são difíceis de entender, especialmente quando parecem apontar em
duas direções diferentes.
Abaixo
estão algumas das perguntas mais comuns que podem ser respondidas com a Bíblia
e o Espírito de Profecia.
1.
Perguntas Comuns
a)
Qual é a distinção básica
entre Jesus e os anjos?
Jesus
é o Filho unigênito de Deus--gerado na expressa imagem do Pai: João 3:16-18;
Hebreus 1:2; Mateus 3:17. Os anjos foram criados: Colossenses 1:16; Hebreus
1:5.
“Uma
oferta completa fora feita; pois ‘Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o
Seu Filho unigênito’--não um filho por criação, como foram os anjos, nem um
filho por adoção, como é o pecador perdoado, mas um Filho geral na expressa imagem
da pessoa do Pai, e em todo o brilho de Sua majestade e glória, um igual a Deus
em autoridade, dignidade, e perfeição divina”. ST 30 de maio de 1895.
b) O que está escrito sobre a vida que está em
Jesus? Cuja vida também é Sua vida? Como é nossa vida diferente da Dele?
“
Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim também deu ao Filho ter vida
em si mesmos”. João 5:26.
“Assim
como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se
alimenta, também viverá por mim”. João 6:57.
“
Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira
de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho
autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai”. João 10: 17,18.
Cristo
declarou: “Eu e o Pai somos um”. João 10:30. “O Pai está em Mim, e Eu estou no
Pai”. João 10:38.
“Ele
[Jesus] declarou que não tinha existência separada do Pai”. 5BC 1142.
“Enquanto
Ele assumia sobre Si a humanidade, era uma vida tomada em união com a Deidade.
Ele podia entregar a Sua vida como sacerdote e também vítima. Ele possuía em Si
mesmo poder para depô-la e reassumi-la”. 7BC 933.
"'NEle
estava a vida, e a vida era a luz dos homens.' (João 1:4). Não é a vida física
que é aqui especificada, mas a imortalidade, a vida que é exclusivamente
propriedade de Deus. O Verbo, que estava com Deus e era Deus, possuía essa
vida. A vida física é algo que todo indivíduo recebe. Não é eterna ou imortal;
pois Deus, o doador da vida, toma-a outra vez. O homem não tem domínio sobre a vida.
A vida de Cristo, porém, não era de empréstimo. Ninguém pode arrebatar-lhe essa
vida. 'Eu de Mim mesmo a dou' (João 10:18), disse Ele, NEle havia vida
original, não tomada por empréstimo, não derivada. Essa vida não é inerente ao
homem. Ele só a pode possuir mediante Cristo. 1 ME 296.
c)
Desde quando Cristo tem
estado com o Pai?
Ler
Provérbios 8:22-30; Miquéias 5:2.
“A
Palavra existia como um ser divino, mesmo como o eterno Filho de Deus, em união
e unidade com o Pai. Desde sempre Ele era o Mediador do concerto, Aquele em
quem todas as nações da Terra, tanto judeus quanto gentios, se O aceitavam,
eram abençoadas. . . . Cristo foi Deus essencialmente e no mais elevado
sentido. Ele estava com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito
para sempre.
"O
Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como
pessoa distinta, mas um com o Pai... 'O Senhor Me possuiu no princípio de Seus
caminhos', declara Ele, 'e antes de Suas obras mais antigas. (Original: Eu fui estabelecido desde a
eternidade, desde o princípio) Desde
a eternidade fui ungida, desde o princípio...' Esta verdade, infinitamente
misteriosa em si, explica outros mistérios e verdades de outro modo
inexplicáveis, ao mesmo tempo que se reveste de luz inacessível e incompreensível."
1ME 247, 248. ST April
26, 1899 .
“A
existência de Cristo antes de Sua encarnação não é medida por numerais”. ST 3
de maio de 1899.
“Ao
falar de Sua pré-existência, Cristo faz a mente remontar a eras remotíssimas.
Ele nos assegura que nunca houve um tempo em que não estivesse em íntima
comunhão com o Deus eterno”. ST 29 de agosto de 1900.
“Desde
toda eternidade Cristo esteve unido com o Pai”. ST 2 de agosto de 1905.
d)
O que queria Cristo dizer
quando declarou, “Eu e o Pai somos um” (João 10:30)?
"Desde
os dias da eternidade o Senhor Jesus era um com o Pai." DTN 19.
"O Soberano do
Universo não estava só em Sua obra de beneficência. Tinha um companheiro – um
cooperador que poderia apreciar Seus propósitos, e participar de Sua alegria ao
dar felicidade aos seres criados. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” João 1:1 e 2.
Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai – um em natureza,
caráter, propósito – o único ser que poderia penetrar em todos os conselhos e
propósitos de Deus. “O Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai
da eternidade, Príncipe da paz.” Isa. 9:6. Suas “saídas são desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade”. Miq. 5:2. E o Filho de Deus declara a
respeito de Si mesmo: “O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos, e
antes de Suas obras mais antigas. … Quando compunha os fundamentos da Terra,
então Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando
perante Ele em todo o tempo”. Prov. 8:22-30. PP 34.
e) Em que sentido o Pai compartilha títulos e
igualdade com o Filho? Que distinção é revelada entre ambos?
e.a)
Igualdade:
“Tende
em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo
em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia
aferrar”. Filipenses 2:5, 6.
“Pois
Nele [Cristo] habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Colossenses
2:9.
“[Deus
O fez] sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo principado, e
autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste
século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus
pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja, que é o seu corpo,
o complemento daquele que cumpre tudo em todas as coisas”. Efésios 1:20-23.
“E,
aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu
e na terra”. Mateus 28:18.
“Pois,
assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida
a quem ele quer”. João 5:21.
“Tudo
quanto o Pai tem é meu . . “. João 16:15.
“Agora,
pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha
contigo antes que o mundo existisse”. João 17:5
“Deus
é o Pai de Cristo; Cristo é o Filho de Deus. A Cristo foi dada uma exaltada
posição. Ele foi feito igual ao Pai. Todos os conselhos de Deus estão abertos a
Seu Filho”. 8T 268, 269.
“O
Pai . . . tornou conhecido que foi ordenado por Ele próprio que Cristo, Seu
Filho, devia ser igual a Ele”--”igual a Deus em autoridade, dignidade, e divina
perfeição”--”um em natureza, caráter e propósito”. 1 SP 17, 18; ST 30 de maio
de 1895; PP 34.
"Não tinha
havido mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação
de Lúcifer, bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária
uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho de Deus; mas esta
havia sido a mesma desde o princípio." PP 38.
e.b) Títulos são compartilhados
-
Verdadeiro Deus -- Pai: João 17:3; Filho: 1 João 5:20
-
Senhor -- Pai: Judas 4; Filho: 1 Coríntios 8:6; Efésios 4:5
- O
Todo-Poderoso -- Pai: Apocalipse 21:22; Filho: Apocalipse 1:7, 8, 12, 13
- O
Existente por Si Mesmo -- Pai: PP 36; Filho: Ev 615.
-
Jeová (original hebraico) -- Pai: Salmo 2:7; 110:l; Filho: Isaías 40:3 (cf.
Mateus 3:3); Êxodo 6:3. O Pai não apareceu a Abraão, Isaque, e Jacó (João 1:18;
1 Timóteo 6:16). Foi o Filho que a eles veio.
“Jeová
é o nome dado a Cristo”. ST 3 de maio de 1899.
e.c) Adoração
Cristo
deve ser adorado: Filipenses 2:9; Hebreus 1:5. Comparar com Lucas 4:8.
e.d)
Subordinação
Jesus
disse: “Meu Pai é maior do que Eu”. João 14:28. E a Irmã White escreveu: “O
Filho de Deus era o próximo em autoridade ao grande Legislador”. RH 17 de dezembro
de 1872. Paulo declarou que Jesus “não julgou ser usurpação ser igual a Deus”
(Filipenses 2:6). E, novamente, a serva do Senhor escreveu: " O Filho...
fosse tão grande como o Pai sobre o trono do Céu..." (3ME 128). Não
obstante, o Filho é subordinado ao Pai: João 5:19, 30; 8:29 (cf 13:16); João
14:28 (cf. Mateus 11:27); 1 Coríntios 3:23; 8:6; 11:3; 15:27, 28; Efésios 4:6.
Este é um dos pontos que devem ser deixados em aberto para estudo posterior.
f) Desde quando é Jesus portador do título
“Filho de Deus”?
Desde
a fundação do mundo, Cristo foi chamado, profeticamente, “o Cordeiro que foi
morto” em vista de um evento futuro. Ler João 1:29; 1 Pedro 1:19, 20;
Apocalipse 13:8. Ele é também chamado “o Leão da tribo de Judá” (Apocalipse
5:5) em antecipação de Sua futura intervenção nos negócios deste mundo (6T 404;
PP 236). De modo semelhante, os adventistas do sétimo dia acreditam que Cristo
levou o título de “Filho de Deus” em vista de um evento profético no plano de
salvação (Salmo 2:7; Isaías 7:14; Lucas 1:35; Atos 13:30-33; Romanos 1:3, 4).
Outro
exemplo: Cristo foi chamado “o Filho do homem” (Daniel 7:13) antes do Seu
nascimento em Belém. E algumas pessoas indagam: Se na época do Velho
Testamento, Cristo foi profeticamente chamado “o Filho do homem” com respeito a
Seu futuro nascimento sobre esta Terra, por que devia o Seu outro título, o de
“Filho de Deus” (Daniel 3:25), ser tomado no mesmo sentido, quando mesmo a
Bíblia faz a ligação deste título com o Seu nascimento desde a semente de Davi
e com Sua ressurreição dentre os mortos? Considerem estes versos:
“Respondeu-lhe
o anjo [a Maria]: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho
de Deus”. Lucas 1:35.
“Acerca
de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, e que com
poder foi declarado Filho de Deus segundo o espírito de santidade, pela
ressurreição dentre os mortos . . . “ Romanos 1:3, 4.
“
Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra
vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?” Hebreus 1:5.
Nestas
passagens, o título “Filho de Deus” que Cristo levou profeticamente, desde a
eternidade, relaciona-se com seu nascimento mediante a semente de Davi. Em
Hebreus 1:5, Paulo explica a profecia no Salmo 2:7 (“Tu és meu Filho, hoje te
gerei”) em ligação com a promessa de Deus a Davi (1 Crônicas 22:10), de que um
de seus descendentes seria chamado o Filho de Deus. Nenhum desses textos
refere-se a um suposto nascimento de Cristo no céu. A profecia no Salmo 2:7,
como mencionado antes, também refere-se à ressurreição de Cristo.
“E
nós vos anunciamos as boas novas da promessa, feita aos pais, a qual Deus nos
tem cumprido, a nós, filhos deles, levantando a Jesus, como também está escrito
no salmo segundo: Tu és meu Filho, hoje te gerei”. Atos 13:32, 33.
Por
essas passagens entendemos que, antes da primeira vinda de Cristo, ambos os
títulos (Filho de Deus e Filho do homem) eram empregados num sentido profético
e que, após a Sua vinda ao mundo, esses títulos adquiriram um novo sentido
(como cumprimento de profecia). “Esta declaração [Salmo 2:7] não deve ser
entendida como deixando implícita uma geração original do Filho. ‘Em Cristo há
vida, original, não emprestada, não derivada’ (DA 530). A ‘Bíblia é sua própria
melhor intérprete. Deve-se dar aos autores inspirados a aplicação precisa de
profecias do VT. Todas as outras aplicações são opinião humana, e como tal
carecem de um claro ‘Assim diz o Senhor’“. -- Seventh-day Adventist Bible
Commentary, vol. 3, p. 634.
O
título “Filho de Deus” foi confirmado em várias ocasiões.
f.a) Jesus foi chamado “o Filho de Deus” antes do
começo das obras da criação.
"O
Pai operou por Seu Filho na criação de todos os seres celestiais." PP 34.
“Satanás
em sua rebelião levou um terço dos anjos. Eles deram costas ao Pai e a Seu
Filho, e uniram-se com o instigador . . “. 3T 115. Ler também PP 37; EW 151.
f.b)
Por ocasião de Sua
encarnação: Lucas 1:35; João 1:14; Romanos 1:3; Hebreus 1:5.
“Em
Sua encarnação Ele [Jesus] adquiriu num novo sentido o título de Filho de Deus.
Disse o anjo a Maria: ‘Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo
te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo,
Filho de Deus’. (Lucas 1:35). Conquanto filho de um ser humano, Ele se tornou
Filho de Deus num novo sentido”. ST 2 de agosto de 1905 (1 SM 226).
f.c) Por ocasião de Seu batismo: Mateus 3:17
f.d) Por ocasião de Sua transfiguração: Mateus
17:5
f.e) Por ocasião de Sua ressurreição: Atos 13:30,
33; Romanos 1:4
g) Em que sentido era Jesus a Palavra de Deus
quando esteve sobre esta Terra? Ler João 1:1
"Ele
era a Palavra de Deus, o pensamento de Deus tornado audível." DTN 19.
“Ele
postou-se perante a raça humana como um representante do Pai”. RH 30 de
setembro de 1909.
h) O que está escrito a respeito da dupla
natureza de Jesus?
“Conquanto
a divina glória de Cristo fosse por um tempo velada e eclipsada por ter
assumido a humanidade, contudo Ele não deixou de ser Deus quando tornou-Se
homem. O humano não tomou o lugar do divino, nem o divino do humano. Este é o
mistério da santidade. As duas expressões humana e divina eram, em Cristo
íntima e inseparavelmente uma, e contudo tinham uma individualidade distinta.
Conquanto Cristo Se humilhasse para fazer-Se homem, a Divindade ainda era a Sua
própria. Sua Deidade não podia ser perdida enquanto permanecia fiel e
verdadeiro a Sua lealdade”. ST 10 de maio de 1899.
“A
divindade e a humanidade estavam misteriosamente combinadas, e o homem e Deus
tornaram-se um. É nessa união que encontramos a esperança de nossa raça caída”.
ST 30 de julho de 1896.
"NEle
Deus e o homem passaram a ser um..." 3 ME 128.
"Por
Sua humanidade, Cristo estava em contato com a humanidade; por Sua divindade,
firma-Se no trono de Deus. Como Filho do homem, deu-nos um exemplo de
obediência; como Filho de Deus, dá-nos poder para obedecer." DTN 24.
h.a) A divindade de Cristo
Ler
Mateus 1:23; João 1:1; Romanos 9:5; 1 Timóteo 3:16; Tito 2:13; Hebreus 1:8; 1
João 5:20.
“Ele
[Cristo] velou Sua divindade com a veste da humanidade, mas não dispensou Sua
divindade. Um Salvador divino-humano, Ele veio postar-se à cabeça da raça
caída…” RH 15 de junho de 1905.
“A
divindade não foi degradada com a humanidade; a divindade manteve o seu lugar,
mas a humanidade, por estar unida à divindade, resistiu ao mais severo teste da
tentação no deserto”. RH 18 de fevereiro de 1890.
“Todos
os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São recebedores da vida do
Filho de Deus. Conquanto capazes e talentosos, embora grandes suas capacidades,
são cheios com vida da Fonte de toda a vida. Ele é a fonte, origem da vida.
Somente Aquele que possui Ele só a imortalidade, habitando em luz e vida,
poderia dizer, ‘Tenho poder para depô-la (a minha vida) e tornar a tomá-la’
(verse 18). . . . Cristo estava investido com o direito de conceder
imortalidade. A vida que Ele depôs pela humanidade, Ele a reassumiu e
concedeu-a à humanidade. . . “. TMK 71
h.b) Uma vez que Cristo é Deus, deve ser adorado
Citando
Deuteronômio 6:13, Cristo declarou: “Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás,
e só a ele servirás”. Mateus 4:10. Tenhamos em mente que Deuteronômio 6:13, no
original, refere-se a Jeová. Sendo que Cristo, também deve ser adorado, estes
versos (Deu. 6:13 e Mat. 4:10), bem como o título “Jeová”, aplica-se tanto ao
Pai quanto ao Filho. Leia Hebreus 1:6; Filipenses 2:9 (cf Apocalipse 19:10);
João 12:20, 26.
h.c) A humanidade de Cristo
Ler
Romanos 8:3; Hebreus 2:14-18; 1 João 4:2, 3.
"A
história de Belém é inexaurível.... Teria sido uma quase infinita humilhação
para o Filho de Deus, revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão
permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade
quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como
qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da
hereditariedade." DTN 48, 49.
"Quando (Adão) este fora vencido pelo tentador, entretanto, não tinha sobre si nenhum
dos efeitos do pecado. Encontrava-se na pujança da perfeita varonilidade,
possuindo o pleno vigor da mente e do corpo. Achava-se circundado das glórias
do Éden, e em comunicação diária com seres celestiais. Não assim quanto a
Jesus, quando penetrou no deserto para medir-Se com Satanás. Por quatro mil
anos estivera a raça a decrescer em forças físicas, vigor mental e moral; e
Cristo tomou sobre Si as fraquezas da humanidade degenerada. Unicamente assim
podia salvar o homem das profundezas de sua degradação... Mas nosso Salvador Se
revestiu da humanidade com todas as contingências da mesma. Tomou a natureza do
homem com a possibilidade de ceder à tentação." DTN 117.
“Em
vista de que a divindade somente não poderia ser eficaz na restauração do homem
da venenosa ferida da serpente, o próprio Deus, em Seu Filho unigênito, assumiu
a natureza humana, e na fraqueza da natureza humana susteve o caráter de Deus,
vindicou a Sua santa lei em todo particular, e aceitou a sentença da ira e
morte dos filhos dos homens”. ST 8 de abril de 1897.
h.
d) O sofrimento de Cristo foi compartilhado pelo Pai.
"Mas
Deus sofria com Seu Filho." DTN 693.
"Poucos
tomam em consideração o sofrimento que o pecado causou a nosso Criador. Todo o
Céu sofreu com a agonia de Cristo; mas esse sofrimento não começou nem terminou
com Sua manifestação em humanidade. A cruz é uma revelação, aos nossos sentidos
embotados, da dor que o pecado, desde o seu início, acarretou ao coração de
Deus." Ed. 263.
i)
Cristo ressuscitou-Se a Si mesmo ou foi ressuscitado pelo Espírito de Deus?
Ler
Atos 2:24; 3:15; 4:10; Romanos 8:11; 10:9; Hebreus 13:20. As passagens
seguintes explicam João 10:
17,
18:
“E eis que houvera
um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do Céu, chegou.” Mat.
28:2. Vestido com a armadura de Deus, deixou este anjo as cortes celestiais...
O rosto que contemplam não é o de um guerreiro mortal...é a face do mais
poderoso das hostes do Senhor. Este mensageiro é o que ocupa a posição da qual
caiu Satanás. Fora aquele que nas colinas de Belém, proclamara o nascimento de
Cristo. A terra treme à sua aproximação, fogem as hostes das trevas, e enquanto
ele rola a pedra, dir-se-ia que o Céu baixara à Terra. Os soldados o vêem
removendo a pedra como se fora um seixo, e ouvem-no exclamar: Filho de Deus,
ressurge! Teu Pai Te chama. Vêem Jesus sair do sepulcro, e ouvem-nO proclamar
sobre o túmulo aberto: “Eu sou a ressurreição e a vida.” Ao ressurgir Ele em
majestade e glória, a hoste angélica se prostra perante o Redentor, em
adoração, saudando-O com hinos de louvor." DTN 779, 780.
“Ele
[Cristo] é a Palavra, consciente do poder que pode assumir e depor a Sua vida segundo
decida [a fim de] assegurar salvação àqueles que caíram sob as falsidades e
intrigas de Satanás . . . “. UL 144.
“Jesus
disse a Maria: ‘Não me detenhas porque ainda não subi para o Meu Pai’. Quando
Ele cerrou os olhos na morte sobre a cruz, a alma de Cristo não subiu
imediatamente para o Céu, como muitos crêem, ou como poderiam ser verdadeiras
as Suas palavras--’ainda não subi para o Meu Pai’? O espírito de Jesus dormiu
na sepultura com o Seu corpo, e não alçou asas para o Céu, para ali manter uma
existência em separado, e contemplar de lá os lamentosos discípulos
embalsamarem o corpo do qual partira. Tudo quanto dizia respeito à vida e
inteligência de Jesus permaneceram com Seu corpo no sepulcro; e quando Ele
ressurgiu foi como um ser completo; Ele não teve que convocar o Seu espírito do
Céu. Tinha o poder para depor a vida e reassumi-la”. 3SP 203.
“Quando
a voz do poderoso anjo foi ouvida na sepultura de Cristo, dizendo: Teu Pai te
chama, o Salvador saiu da sepultura pela vida que estava Nele mesmo.
Agora se comprovou a verdade de Suas palavras, ‘Eu deponho a Minha vida, para
que a possa reassumir. . . . tenho o poder de depô-la, e tenho poder para
reassumi-la’. Agora foi cumprida a profecia que havia proferido aos sacerdotes
e governantes: ‘Derribai este santuário, e em três dias o levantarei’.
João 10:17, 18; 2:19.
"Sobre o
fendido sepulcro de José, Cristo proclamara triunfante: “Eu sou a ressurreição
e a vida.” Estas palavras só podiam ser proferidas pela Divindade. Todos os
seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São subordinados recipientes
da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres animados, todos
são providos da Fonte da vida. Unicamente Aquele que era um com Deus, podia
dizer: Tenho poder para dar Minha vida, e poder para tornar a tomá-la. Em Sua
divindade possuía Cristo o poder de quebrar as algemas da morte." DTN 785.
“‘Eu
sou a ressurreição, e a vida’. Ele havia dito, ‘Deponho a minha vida para
tornar a tomá-la’, saiu da sepultura para a vida que estava em Si mesmo. A
humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, Cristo possuía
o poder para partir as cadeias da morte. Ele declara que tem vida em Si
mesmo para despertar quando desejar.
“Todos
os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. Eles são recebedores da
vida do Filho de Deus. Conquanto capazes e talentosos, embora grandes suas
capacidades, são cheios com vida da Fonte de toda a vida. Ele é a fonte, origem
da vida. Somente Aquele que somente possui a imortalidade, habitando em luz e
vida, poderia dizer, ‘tenho o poder de depô-la, e tenho poder para
reassumi-la ‘ . . . .
“Cristo
estava investido com o direito de conceder imortalidade. A vida que Ele depôs
pela humanidade, Ele a reassumiu e concedeu-a à humanidade. ‘Vim para que
tenham vida’, disse Ele, ‘e vida abundante’ (YI 4 de agosto de 1898)”. 5BC
1113, 1114.
2.
Passagens Difíceis
a)
As passagens seguintes têm sido objeto de especulação: João 3:16; Colossenses
1:15; Hebreus 1:6; Apocalipse 3:14.
Como
mencionado antes, os dirigentes adventistas estavam divididos em seu
entendimento dos mistérios da Divindade quando foram à seção da AG em 1888.
Froom informa:
“Outra
fonte de perplexidade e tropeço da parte de alguns dos ouvintes de Waggoner era
a linguagem bíblica, ‘filho unigênito’. Isso era interpretado, por tais, como
significando prioridade de existência do Pai, e daí um Cristo derivado--com um
conseqüente princípio. Isso tinha sido parte do argumento ariano de Stephenson,
[Joseph] Waggoner, Smith, e Stone. E isso deixava outros perplexos. . . .
“Ao
considerar as expressões ‘unigênito’, ‘primeiro nascido’, ‘primeiro gerado’--no
que se relaciona a Cristo -- três considerações devem sempre ser tidas em mente
no que respeita a nosso Senhor. Devem ser harmonizadas com Sua completa
Deidade, Sua pré-existência, e Sua eternidade de Ser. . . .
“Não
obstante, o principal argumento daqueles que negam a pré-existência eterna e
completa Deidade de Cristo--como Segunda Pessoa da Eterna Divindade--repousava
sobre a falsa concepção de que esses termos bíblicos [palavras gregas usadas
nos versos referidos no início desta seção]. . . . Em Hebreus 11:17 Isaque foi
chamado ‘unigênito’ de Abraão. Contudo Isaque não foi o único filho de Abraão
literalmente. . . . Observem o quadro bíblico:
“‘Pela
fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu
unigênito aquele que recebera as promessas’. (Hebreus 11:17).
“Mas
Isaque nem foi o primeiro filho de Abraão, nem o seu primeiro filho. Assim,
nunca se deve esquecer que monogenes, como empregado para Isaque, não
era para indicar o ‘unigênito’ de Abraão literalmente, ou mesmo o seu primeiro
nascido. Antes, de que ele era o filho da promessa, destinado a suceder
a seu pai como herdeiro para o direito de primogenitura. Aqui, novamente, neste
caso terreno, é uma questão de relacionamento especial--único, existente
somente uma vez, peculiar em seu tipo”. -- LeRoy E. Froom, Movement of
Destiny, pp. 300-302.
Jesus
é também chamado “o primogênito de toda criatura”, “o primeiro gerado”, e o
“princípio da criação de Deus”.
Em
Colossenses 1:15 e Hebreus 1:6, a palavra grega é prototokos, que não
significa sempre “o primeiro em ordem cronológica”. Em Apocalipse 1:5, Jesus é
chamado “o primogênito” (prototokos) dos mortos. Ler também Atos 26:23;
Colossenses 1:18. Mas Ele não era a primeira pessoa a ser levantada dos mortos.
Em Êxodo 4:22, Israel é chamado “primogênito” de Deus. Contudo, ele nasceu
depois de Esaú. Segundo Números 8:18, os levitas eram tomados de todos os
primogênitos de Israel. Não obstante, Levi foi o terceiro filho de Jacó e Léia.
Em Jeremias 31:9, Efraim é chamado o “primogênito” de Deus conquanto fosse
nascido depois de Manassés. Davi é chamado “primogênito” de Deus (Salmo 89:20,
27) conquanto ele fosse o filho mais jovem de Jessé.
Como
pode ser visto, os termos “unigênito”, “primogênito” podem também apontar a
pré-eminência, antes que a nascimento cronológico literal. Ver Romanos 8:29;
Hebreus 12:23. Quando esses termos são aplicados a Jesus, referem-se à suprema
posição que Ele mantém entre todos os seres criados. Isso é confirmado em
Apocalipse 3:14, bem como a Judas 9, onde a palavra grega arche
significa “cabeça”, “chefe” ou “o preeminente”.
b)
“Respondeu-lhes Jesus:. . . porque eu saí e vim de Deus”. João 8:42.
“O
Pai Eterno, o imutável, entregou o seu Filho unigênito, arrancou de seu seio
Aquele que foi feito segundo a expressa imagem de Sua pessoa, e enviou-O para a
Terra para revelar quão grandemente Ele amou a humanidade”. RH 9 de julho de
1895.
Algumas
pessoas entendem por este verso (João 8:42) e a partir dessa declaração (RH 9
de julho de 1895) que Jesus veio literalmente do corpo do Pai em algum tempo
remoto da eternidade, mas não podem apresentar qualquer passagem ou declaração
do Espírito de Profecia que endosse a sua conclusão. Volvamos, por um momento,
a nossa atenção à parábola de Lucas 16. Se Lázaro, que foi para o seio de
Abraão, pudesse vir a nós e se pudéssemos perguntar-lhe: Lázaro, de onde veio?
Ele responderia: Eu procedo do seio de Abraão. Para nós é claro que Cristo
procedeu do Pai como o esperado “governador” “procedia” do meio do povo (Jer.
30:21). E também entendemos que a Irmã White empregou a palavra “seio” como
indicativo de “um estado de intimidade abrangente” (dicionário). Ver os
exemplos de: Deuteronômio 13:6; Isaías 40:11; Lucas 16:22, 23. Nesse sentido
Cristo procedeu do seio do Pai e para lá retornou. João 1:18.
Na
Bíblia e nos escritos de E.G. White há muitas passagens que são “difíceis de
compreender” com referência à pré-existência de Cristo--passagens que
permanecem envolvidas no “mistério da santidade”, sobre as quais não devemos
especular. Alguns desejam saber, e alguns até pensam que podem explicar, quando
e como o Filho foi gerado. Insistem em que “a idéia de que Cristo foi
literalmente gerado no céu, em algum tempo na eternidade, está implícita em
João 3:16”. Mas João 3:16 não prova esse ponto, porque Cristo “desceu do céu”
também como “Filho do homem” (comparar verso 13 com verso 16). Ele levava ambos
os títulos antes de vir para o mundo.
c)
Há somente um Deus, o Pai
Conquanto
algumas passagens bíblicas declarem que “há somente um Deus, o Pai” (1
Coríntios 8:6; cf Marcos 12:28-32; Efésios 4:6; 1 Timóteo 2:5; Tiago 2:19), e o
Pai é o “único Deus verdadeiro” (João 17:3), isso não significa que o Filho não
seja Deus também, como mostrado anteriormente neste capítulo. Simplesmente
aceitamos pela fé os versos confirmando que Cristo é Deus no sentido mais
pleno:
“
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os
seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai
Eterno, Príncipe da Paz”. Isaías 9:6.
“
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL,
que traduzido é: Deus conosco”. Mateus 1:23.
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João
1:1.
“Cristo
segundo a carne, . . . Deus bendito eternamente. Amém”. Romanos 9:5.
“
E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou
em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado entre os
gentios, crido no mundo, e recebido acima na glória”. 1 Timóteo 3:16.
“Vivamos
no presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo
Jesus”. Tito 3:12, 13.
“
Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e
cetro de eqüidade é o cetro do teu reino”. Hebreus 1:8.
“Sabemos
também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos
aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu
Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. 1 João 5:20.
“Porque
nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Colossenses 2:9.
"Cristo
era Deus essencialmente, e no mais alto sentido." 1ME 147.
“Ele
não deixou de ser Deus quando Se tornou homem” ST 10 de maio de 1899.
“Ele
revestiu Sua divindade com a humanidade. Ele o tempo todo era como Deus, mas
não tinha aparência de Deus. Ele velou as demonstrações da Deidade. . . . Ele
era Deus enquanto sobre a Terra, mas desvestiu-Se da forma de Deus, e em seu
lugar assumiu a forma e modo de um homem”. 5BC 1126.
“Essa
doutrina que nega a absoluta Divindade de Jesus Cristo nega também a Divindade
do Pai”. ST 27 de junho de 1895.
d)
Um espírito com uma forma corporal?
Jesus
disse, “Deus é Espírito”. João 4:24. O apóstolo Paulo escreveu a respeito de
Jesus, “o último Adão, espírito vivificante”. 1 Coríntios 15:45. “O Senhor é o
Espírito”. 2 Coríntios 3:17. Contudo, tanto o Pai quanto o Filho são descritos
como tendo uma aparência física. Isaías 6:1; Daniel 7:9-13; Apocalipse
1:12-18. Os anjos são espíritos (Hebreus 1:13, 14), contudo podem apresentar-se
com uma aparência física (Mateus 28:2-6).
Numa
visão a Irmã White perguntou a Jesus “se o Seu Pai era uma pessoa e tinha uma
forma com a Dele mesmo”. “Jesus disse, Eu sou a expressa imagem da pessoa de
Meu Pai”. - Life Sketches of James White and Ellen G. White, p. 230.
CONCLUSÃO
Como
o leitor deve ter notado, nossas considerações a respeito da Divindade
baseiam-se no que está escrito. Muitos textos, alguns dos quais parecem
conflitar-se com outros, desafiam nossa limitada compreensão humana. Por
exemplo, como pode o Espírito Santo ser descrito como um poder do Pai e do
Filho, e ao mesmo tempo ser representado como uma pessoa viva, um Ser santo,
uma personalidade distinta? Como poderia Ele tomar parte nos conselhos da
Divindade e na elaboração do plano da redenção? Como pode ser onisciente e
exercer ações inteligentes?
A
mente finita insatisfeita pode prosseguir indagando: O que é o Espírito Santo?
Uma pessoa? Um poder? Ou ambos? Em outras palavras, é Ele uma personalidade
espiritual, sem um corpo físico, mas investido com inteligência e poder? Se
você, meu querido estudante da Bíblia, não tem a resposta, estamos ambos no
mesmo barco, porque tampouco contamos com todas as respostas. E se aceita o que
está escrito, e recusa a ir além de um “Assim diz o Senhor”, não deve haver
discordância entre você e eu.
Discussões
sobre importantes questões doutrinárias não deviam ser desestimuladas (5T 707;
GW 298). Mas, como crentes nas três mensagens angélicas, nada temos a ganhar e
muito a perder por entrar em debates inúteis sobre questões que foram
estabelecidas com base na Bíblia e no Espírito de Profecia mais de 100 anos
atrás. Hoje não precisamos perguntar àqueles que estão estabelecidos na verdade
presente: “Crê numa Divindade de duas pessoas ou numa Divindade de três
pessoas? “Você crê que Jesus Cristo é Deus?” “Acredita que o Espírito
Santo é representado como uma individualidade inteligente?” Sabemos o que está
escrito, e, após ter lido os muitos textos citados neste livreto, você também
sabe o que está escrito.
Juntos
com a Irmã White ressaltamos que a Divindade, o relacionamento entre o Pai e o
Filho, e a natureza do Espírito Santo, estão envolvidos em mistérios que não
deviam tornar-se uma matéria de especulação e discussão entre o povo
remanescente de Deus. Atentemos à advertência da mensageira escolhida do
Senhor:
“A
Reforma foi grandemente retardada por realizar grandes esforços em alguns
pontos de fé e cada partido apegando-se tenazmente àquelas coisas em que
diferem. Teremos a mesma opinião há tempo, mas ficar firme e considerar o seu
dever apresentar os seus pontos de vista em decidida oposição à fé ou verdade
como tem sido ensinada por nós como um povo, é um erro, e resultará em dano, e
somente dano, como nos dias de Martinho Lutero. Comece a separar-se e sinta-se
em liberdade de expressar suas idéias sem referência aos pontos de vista de
seus irmãos, e um estado de coisas se introduzirá que nem imagina.
“Meu
marido tinha algumas idéias em certos pontos que diferiam dos pontos de vista
assumidos por seus irmãos. Foi revelado que, conquanto verdadeiros fossem, Deus
não o chamou para apresentá-las perante seus irmãos e criar diferenças de
idéias. Conquanto ele pudesse manter esses pontos de vista subordinados a si,
uma vez tornados públicos, mentes delas se prevaleceriam, e apenas porque
outros criam diferentemente essas diferenças se tornariam o principal corpo da
mensagem, despertando contendas e discordâncias.
“Há
os principais pilares de nossa fé, assuntos que são de interesse vital. . . .
Idéias especulativas não deviam ser agitadas, pois há mentes peculiares que
amam apanhar alguns pontos que outros não aceitam, e argumentar e atrair tudo
àquele ponto, insistindo sobre o mesmo, amplificando sua importância, quando é
realmente uma questão que não é de importância vital, e será entendida de
diferentes maneiras. Duas vezes tem-me sido mostrado que tudo quanto tem
caráter de levar nossos irmãos a serem desviados dos próprios pontos agora não
essenciais para este tempo, deviam ser mantidos na retaguarda”. 15MR 20, 21.
O
conhecimento da verdade sobre a Divindade é muito importante e tem muito a ver
com nossa salvação (João 17:3), mas devíamos ser capazes de distinguir entre
conhecimento e especulação (Deu. 29:29). O Espírito de Deus nos leva a buscar
conhecimento num “Assim diz o Senhor” (João 16:13; 17:17). O espírito de
Satanás influencia as pessoas e se empenharem em especulação, tentando-as a
questionar um número de textos em escritos inspirados ou ir além de um claro
“Está escrito”.
Cremos que não temos direito, nem autoridade,
de dissecar os escritos de E. G. White, mesmo aqueles que foram produzidos
durante os últimos vinte anos de seu ministério e que foram publicados sob a
sua supervisão. O Senhor Deus a instruiu a advertir a Igreja contra a aceitação
de ensinos errôneos concernentes à Divindade, como lemos em Special
Testimonies, Série B, No. 7, pp. 62 e 63, escritos em 1905. Portanto, cremos
que o Senhor, ao mesmo tempo, não teria permitido que ela incorporasse ensinos
errôneos em seus escritos. Não podemos duvidar da legitimidade de suas muitas
referências ao Espírito Santo, como produzido neste livreto. Não foi ela aceita
como verdadeira profetisa de Deus por cinqüenta anos, desde 1844? Por que,
então, aqueles que professam crer no Espírito de Profecia deviam dar a impressão
de que, durante os últimos vinte anos de seus labores, ela tinha sido
erroneamente influenciada por seus coobreiros, que realmente não sabia o que
estava escrevendo, que o Senhor fazia vistas grossas a essas coisas, e que
agora, tantos anos depois, alguém deve soar o alarme?
Advertir
o povo adventista contra a introdução da doutrina católica da Trindade é
necessário; mas sejamos cuidadosos para não ir de um extremo a outro. É
definitivamente errado colher dos escritos do Espírito de Profecia o que não
concorde com nossas idéias ou que esteja além de nossa compreensão.
“Os
mais sagrados, santos e eternos mistérios que Deus não revelou são meras
especulações quando considerados de um ponto de vista humano, meras teorias que
confundem a mente. Há aqueles que conhecem a verdade mas não a praticam. Esses
anseiam grandemente por alguma coisa nova, estranha, para apresentar. Em seu
grande zelo de se tornarem originais, alguns introduzirão idéias fantasiosas
que não passam de joio”. Ms 45, 1900 (4BC 1157).
Isto
é o que temos notado na presente agitação que ocorre em círculos adventistas a
respeito dos mistérios da Divindade. Portanto, as seguintes advertências da
Irmã White, a mensageira do Senhor, parecem ter especial aplicação para hoje:
"Aos
meus irmãos do ministério, quero dizer: Pregai a Palavra; instai " A tempo
e fora de tempo". II Tim. 4:2. Não ponhais no fundamento madeira, feno e
palha - vossas próprias suposições e especulações, que a ninguém podem
beneficiar. Cristo não reteve nenhuma verdade essencial a nossa salvação. As
coisas que são reveladas são para nós e para nossos filhos, mas não devemos
permitir que nossa imaginação estruture doutrinas concernentes a coisas não
reveladas....
Assuntos
de vital importância foram claramente revelados na Palavra de Deus. Esses
assuntos são dignos de nossa mais profunda reflexão. Mas não devemos pesquisar
assuntos sobre que Deus silenciou... Quando surgem questões sobre as quais
estamos duvidosos, cumpre-nos perguntar: "Que dizem as Escrituras?"
Busquem
os que desejam alguma coisa nova aquela novidade de vida que provém do novo
nascimento. Purifiquem a sua alma pela obediência à verdade, e procedam em
harmonia com as intruções de Cristo ao doutor da lei que indagou o que devia
fazer para herdar a vida eterna." 1ME 173.
Outro
ponto que desejo enfatizar é que, em lugar de argumentar sobre questões que o
Senhor deseja que deixemos em paz, em vez de especular sobre os mistérios da
Divindade e da natureza do Espírito Santo, devemos submeter-nos a Sua
influência no interesse de nossa salvação.
“O
Espírito de Deus, com seu poder vivificador, deve estar em todo agente humano,
para que cada músculo e nervo espiritual possa ser exercido. Sem o Espírito
Santo, sem o sopro de Deus, há entorpecimento da consciência, perda da vida espiritual.
Muitos que são destituídos de vida espiritual têm seus nomes nos registros da
igreja, mas eles não estão escritos no livro da vida do Cordeiro. Podem unir-se
à Igreja, mas não estarão unidos ao Senhor”. RH 17 de janeiro, 1893.
Nossa
grande necessidade hoje é, não especular sobre os mistérios que envolvem a
Divindade, mas submeter-nos a Deus e cuidar de nossas próprias almas.
“É
privilégio de toda alma exercer fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Mas a pura
vida espiritual somente é produzida pela submissão da alma à vontade de Deus
mediante Cristo, o Salvador reconciliador. É nosso privilégio ser objeto da
atuação do Espírito Santo”. Carta 352, 1908 (RC 130).
“Quem,
senão o Espírito Santo, apresenta perante a mente o padrão moral de justiça e
convence do pecado, e produz santa tristeza que opera o arrependimento que não
precisava ser arrependido, e inspira o exercer de fé Naquele que somente pode
salvar de todo pecado?” Ms 1, 1892 (RC 132).
Portanto:
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia
da redenção”. Efésios 4:30.
Em
conclusão, precisamos dizer que, a despeito de toda evidência que uma pessoa
possa ter para o seu ponto de vista a respeito da Divindade, a posição mais
segura é deixar a porta aberta para maior investigação e luz adicional. Que o
Senhor abençoe todos os sérios estudantes da Bíblia!
Obs: O Professor Alfons Balbach é Membro e pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia - Movimento de Reforma. Atualmente reside nos Estados Unidos. Tem vários livros escritos e milhões deles vendidos. Nossa igreja deve muito a este irmão por todo seu trabalho e dedicação durante longos anos. Até hoje sua mão continua escrevendo e ajudando milhões de pessoas. Seu ministério tem sido uma benção incalculável a este mundo.
4 comentários:
Li tudo quanto escreveram a respeito do Espirito Santo e do Filho de Deus. Agradeco-vos. Todavia encontrei muitas contradicoes em que os senhores tropecaram designadamente quando apresentam o Espirito Santo como um terceiro Deus quando a propria Biblia e o Espirito de profecia relatam que O Espirito Santo e o Espirito de Deus Pai e de Cristo. Gal.4:6,Atos 16:6,7 Rom.8:9,Fil.1:19,I Pedro 1:11, Efes.4:30,I Tes.4:8 etc,etc.
Quanto ao Filho de Deus apresentaram textos, que parece ,de certa maneira, desconectado do contexto em que O Filho tem uma coexistencia com o Pai. Ora coexistencia significa que existiram em simultaneo. Como podera ser isto? Entao o nome PAI deixaria de ser Pai e o Filho deixaria de ser Filho para ser dois Deuses. O que a Biblia diz ser gerado deixaria de ser tambem. Assim tambem nao existiria Soberania do Anciao de Dias nem a hierarquia do Ceu. Destruindo essas hierarquias e a personalidade do Pai, passsaria a existir tres Deuses em cima em vez de ser um so Deus Soberano do Universo e um so Senhor Jesus Cristo.
Continuando o meu comentario perguntaria: Poderia existir o Filho de Deus sem ter existido Deus? Entao, o Filho nao e independente do Pai.Paulo diz em I Timot.1:17,6:16. So a Ele (0 Pai) pertence a imortalidade. E o proprio Filho diz: Assim como O Pai tem vida em si mesmo concedeu ao Filho ter vida em si mesmo. Se Ele e Filho se e gerado e evidente que tem uma dependencia do Pai. Recebeu a divindade por heranca genetica divina e foi exaltado acima de todos os nomes e foi feito igual a Deus e a Principe e Salvador. Quanto a natureza divina de Cristo, Ele nao veio a este mundo com as duas naturezas. Esvaziou-se de sua divindade antes de seu nascimento em Belem e veio com a natureza humana como qualquer ser humano depois de Adao,de 4 mil anos de pecado.Cristo veio sem pecado,em natureza humana dependente do Pai com risco de fracasso e ruina eterna para mostrar ao homem que e possivel vencer o pecado no poder de Deus.
Olá Eduardo. Grato por sua postagem. Teria muito mais a dizer sobre o que vc escreveu, no entanto, creio que não terei sucesso em te convencer. Quero porém te indicar o seguinte artigo:
http://adventistas-reformistas.blogspot.com.br/2012/12/1-1-1-1-isto-e-possivel.html
Espero que isto te ajude a compreender melhor esta questão.
Só mais um ponto: O termo Filho de Deus é unicamente pq ele foi gerado no ventre de Maria, este termo não representa uma suposta criação ou geração de Jesus por parte do Pai antes de Ele vir à Terra. Olhe o texto:
(Lucas 1:35) - "E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; POR ISSO o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus."
Que Deus te abençoe!
Nasci católico e assim me mantive até conhecer a igreja adventista através da tv novo tempo, e a razão que me fez acreditar que essa era a igreja verdadeira foi justamente entender como e por que ela surgiu. O tempo passou e acabei vendo um vídeo no youtube chamado o alfa e o ômega, é difícil explicar como me senti após assisti-lo. Cheguei a conclusão óbvia de que ou a igreja estava certa nos primeiros cinquenta anos ou está certa agora. Certamente não faria sentido fazer parte de uma igreja que se diz verdadeira e ao mesmo tempo ensina coisas antagônicas em tempos diferentes. Hoje sou um verdadeiro adventista do sétimo dia pois creio naquilo em que aquela que cremos ser profetisa escreveu: Nenhum alfinete deve ser retirado do que Deus por intermédio do seu espírito estabeleceu como verdade. E o ponto fundamental dessa verdade era que Deus é o Pai de Jesus.
Postar um comentário