As Escrituras Sagradas são fonte de conhecimento e vida. Jesus mesmo disse que Suas palavras eram vida. Jo. 6:63. Na Bíblia encontramos uma fonte inesgotável de sabedoria. Quanto mais cavamos as escrituras, mais jóias preciosas encontramos. Muitas dessas jóias são encontradas nas palavras de nosso Salvador quando aqui andou entre os homens. Através de ilustrações Jesus introduzia a verdade na vida das pessoas de tal forma que seus ensinamentos jamais seriam esquecidos. As parábolas eram uma ferramenta nas mãos do poderoso Mestre com a qual ele abria corações e ensinava lições que seriam imortalizadas. Neste estudo abordaremos uma dessas parábolas e algumas das preciosas lições que a mesma encerra.
AS TRÊS APLICAÇÕES DA PARÁBOLA DO TRIGO E DO JOIO
A Parábola do trigo e do joio tem sido mal interpretada por muitos.
Dentre as piores interpretações encontra-se aquela que diz que devemos tolerar
ate mesmo graves erros na igreja pois que Jesus disse que o trigo (os fiéis) e
o joio (os falsos crentes) devem crescer juntos na igreja até o fim. Com esta
teologia falsa e perigosa muitas igrejas procuram defender certos afastamentos
da palavra de Deus. Isto e muito triste pois a Bíblia que fora escrita para
corrigir o erro, esta sendo usada para defende-lo. Desta forma julgamos ser
necessário a luz da inspiração esclarecermos este assunto. Leiamos, pois a
parábola e aprendamos de nosso Mestre:
“Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao
homem que semeia a boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o
seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva
cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família,
indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente?
Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os
servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Ele, porém, lhes disse:
Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai
crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros:
Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo,
ajuntai-o no meu celeiro.” Mateus 13:24 –30.
Jesus contou a parábola, contudo não deu a explicação, esta, foi dada em
particular aos discípulos em casa.
“Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao
pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. E
ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; O
campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos
do maligno; O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e
os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo,
assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e
eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem
iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de
dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem
tem ouvidos para ouvir, ouça.” Mateus 13:24 –39.
Resumidamente, a explicação é que:
A – O Semeador representa Jesus – Vers. 37.
B – O Campo é o mundo – Vers. 38.
C – A boa semente, o trigo, são os filhos de Deus – Vers. 38.
D – O joio, são os ímpios, os filhos do maligno – Vers. 38.
E – O semeador do joio representa Satanás – Vers. 39.
F – A colheita ou a ceifa é o fim do mundo – Vers. 39.
G – Os ceifeiros são os anjos – Vers. 41.
Desejamos esclarecer alguns detalhes nesta explicação, pois como já
dissemos, existem idéias equivocadas sobre a explicação de Jesus, que aliás,
fora muito clara, mas que tirada de seu verdadeiro significado pode levar
algumas pessoas a consensos errados. Vejamos: “A colheita é o fim do
mundo” disse Jesus. Aí alguns pensam: Se a colheita é o fim do mundo,
não podemos separar ninguém da igreja, devemos esperar para o fim. Contudo,
tais pessoas, que acreditamos sinceras, esquecem-se e ignoram que Jesus disse que “o
campo é o mundo” e não a igreja!
Quando ocorrerá a separação neste
campo? Ou seja, no mundo?
“Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será
na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e
eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem
iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de
dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem
tem ouvidos para ouvir, ouça. Assim será na consumação dos séculos:
virão os anjos, e separarão os maus de entre os justos.” Mateus 13:39-
43,49.
Neste campo, ou seja, no mundo, realmente o joio, os filhos do maligno,
serão separados do trigo, os filhos do reino, somente quando o Filho do homem
vier e pedir a seus anjos que façam esta separação. Esta separação terá lugar,
portanto apenas na consumação deste mundo, ou na consumação dos séculos.
Enquanto este dia não chega, teremos que conviver com pessoas ruins em diversos
lugares, nos supermercados, na fila do banco, nas escolas, etc.
“Está próximo o dia em que os justos, qual semente preciosa, hão de ser
ajuntados para os celeiros celestiais, enquanto os ímpios, à semelhança do
joio, o serão para o fogo do grande dia. Mas o trigo e o joio deverão ‘crescer
ambos juntos até a ceifa’.
“No desempenho de seus deveres cotidianos, os justos hão de
estar, até o fim, em contato com os ímpios”.[1]
Não podemos, portanto confundir a explicação de Jesus e aplica-la para a
igreja, pois Ele foi muito claro em dizer que nas circunstancias de Sua
explicação, o campo é o mundo e não a igreja. Na igreja, podemos dizer que a
historia e completamente diferente. Vejamos!
2ª APLICAÇÃO: NA IGREJA
Veremos agora como a parábola do trigo e do joio tem uma aplicação para
dentro da igreja. Aqui verificaremos algumas semelhanças com a aplicação que
Jesus dera a parábola. Porém veremos também algumas diferenças marcantes.
A – O Semeador representa Jesus – “O que semeia a boa semente é o
Filho do homem...”.[2]
Neste ponto “A” temos a mesma aplicação que no mundo, contudo, enquanto
na primeira aplicação o campo era o mundo, nesta aplicação a inspiração nos diz
que:
B – O campo representa a igreja – “’O campo’ disse Cristo, ‘é o
mundo’. Precisamos, porém, entender isto como significativo da igreja de
Cristo no mundo”.[3]
O que ocorre, portanto, dentro da igreja?
“Ao mesmo tempo em que o Senhor traz para a igreja os verdadeiros
convertidos, Satanás traz para sua comunhão pessoas não convertidas. Enquanto
Cristo semeia a boa semente, Satanás semeia o joio. Duas influências
oponentes se exercem continuamente sobre os membros da igreja. Uma influência
opera em favor da purificação da igreja, e a outra em favor da corrupção do
povo de Deus”.[4]
Neste campo, ou seja, na igreja, temos também a influencia tanto do
trigo quanto do joio. Triste e dizer que na igreja também existe esta
influencia má para atrapalhar a obra de Deus. Sim, dentro da igreja também
existe o joio.
C – A boa semente representa os fiéis – “A boa
semente são os filhos do reino. ...aqueles que são nascidos da palavra de
Deus”.[5]
D – O joio são os falsos crentes – “O joio
representa uma classe que é o fruto da encarnação do erro, de princípios
falsos. Dói aos servos de Cristo ver misturados na congregação crentes
falsos e verdadeiros”.[6]
Neste ponto pode alguém então pensar que a igreja então deve tolerar
todo erro claro sem poder nada fazer. Contudo, o Espírito de Profecia nos diz
que:
“O verdadeiro caráter desses pretensos crentes não
é plenamente manifesto”.[7]
Este joio, portanto, que se encontra na igreja, que é membro da igreja,
não tem pecados abertos, não revelou seu verdadeiro caráter diante da igreja e
diante dos irmãos. Todos os que olham para tais pessoas pensam ver um
verdadeiro irmão. Não o vêem cometer nada que o comprometa com os princípios da
igreja. Neste caso a inspiração nos adverte:
“Se tentássemos desarraigar da igreja os que supomos serem
cristãos espúrios, certamente cometeríamos erro”.[8]
Atentemos bem que não devemos agir em base de suposições. Neste caso, a
igreja pode cometer erros graves em desligar alguém que pode ter cometido
alguma falta com base em alguma possibilidade. Diante de tais
circunstâncias, poderia estar extirpando o trigo em lugar do joio, desde que
nada fora provado. Em suma, a verdade é que a igreja jamais deve agir com
fundamentos em suposições. Mas a pergunta é: E quando existem provas
de que alguém não está andando segundo os princípios do evangelho? Esta
resposta teremos um pouco mais adiante. Continuemos a explicação da parábola
neste campo, ou seja, na igreja.
E – O semeador do joio representa Satanás – “O
inimigo que o semeiou é o diabo”. [9]
“Ao mesmo tempo em que o Senhor traz para a igreja os verdadeiros
convertidos, Satanás traz para sua comunhão pessoas não convertidas.
Enquanto Cristo semeia a boa semente, Satanás semeia o
joio.”[10]
F – A colheita representa o fim do tempo da graça – “O joio e o
trigo devem crescer juntos até a ceifa; e a colheita é o fim do tempo
da graça”.[11]
Lembremo-nos que quando estudamos a aplicação da parábola no mundo,
vimos que a colheita se realizará apenas na consumação dos séculos, ou seja, no
fim do mundo, quando Jesus voltar a esta Terra. Na igreja, porém, temos dois
períodos de colheita. A primeira será realizada no fim do tempo da graça. Por
que, pois a colheita na igreja não será apenas no fim do mundo mas bem antes?
Exatamente porque a igreja precisa ser purificada de falsos irmãos antes que
esteja preparada para concluir a obra de pregação. Estes falsos crentes que se
misturaram nas congregações se passando por bons cristãos serão eliminados da
igreja antes que a porta da graça se feche e Jesus volte. Desta forma, enquanto
que no mundo a separação será feita apenas no fim, na igreja, a separação do
trigo e do joio, será realizada bem antes.
G – O que realizará esta colheita ou ceifa será a sacudidura, uma grande
prova para a igreja.
No mundo, quem realizará a colheita serão os anjos. Na igreja, em se
tratando do joio que ainda não deu fruto, será realizado pela sacudidura ou por
uma grande prova que testará os verdadeiros propósitos e sentimentos de cada
um. Aquele joio, portanto, que estava escondido se passando por trigo, será
eliminando da igreja por esta prova.
Em se tratando mesmo do trigo e do joio literal, ambos são bem
semelhantes. A diferença se nota apenas quando aparecem os frutos. O trigo dá
sua espiga de fruto tombado, penso, apontando o chão. O joio, porém, por conter
apenas palha, sem fruto algum, dá sua espiga em sentido vertical, apontando o
céu. Na igreja, o trigo e o joio são muito semelhantes. Nada há que indique
visivelmente que entre os membros da igreja exista o joio. Mas ele está ali,
aparentando ser trigo. Antes que a igreja seja batizada com o Espírito Santo,
este joio terá que ser removido da igreja. Neste caso, o Senhor fará pela
igreja o que ela não pode fazer com bases apenas em suposições. Deus enviará então
um peneiramento, um dificuldade muito grande, para que este joio venha se
manifestar e abandone então as fileiras dos verdadeiros crentes. Leiamos
algumas passagens sobre isto.
“Disse o anjo: ‘Olha’. Minha atenção foi então dirigida ao grupo que eu vira
e estava fortemente sendo sacudido. Foram-me mostrados os que eu
antes vira chorar e orar com agonia de espírito. A multidão de anjos da guarda
ao seu redor fora duplicada, e estavam revestidos de uma armadura da cabeça aos
pés. Marchavam em perfeita ordem, semelhantes a um grupo de soldados... Haviam
alcançado a vitória...”.
“Diminuíra o número dos que faziam parte desse grupo. Ao serem
sacudidos, alguns tinham sido arrojados fora do caminho. Os
descuidosos e indiferentes , que não se união com os que prezavam
suficientemente a vitória e a salvação, para por elas lutar e
angustiar-se com perseverança, não as alcançaram, e foram
deixados para traz, em trevas, e seu lugar foi imediatamente preenchido
pelos que aceitavam a verdade e ala se filiavam”.[12]
“E por aquele tempo a classe dos superficiais, conservadores, cuja
influência tem retardado decididamente o progresso da obra, renunciará
a fé e tomará sua posição com os fracos inimigos dela, para os
quais havia muito tempo tendiam as suas simpatias”.[13]
“Todos os que desejarem abandonar a congregação, terão oportunidade. O
grande tempo do peneiramento está justamente diante de nós. Os ciumentos e os
descobridores de faltas, que praticam o mal serão sacudidos para fora”.[14]
“A prosperidade multiplica a massa dos que professam. A adversidade expurga-os
da igreja. Como uma classe, não tem o espírito firme em Deus. Saem
de nós, porque não são de nós, pois quando surge tribulação ou perseguição
por causa da Palavra, muitos se escandalizam”.[15]
“A grande questão que está tão próxima eliminará aqueles a quem
Deus não designou, e Ele terá um ministério puro, leal,
santificado e preparado para a chuva serôdia... ”.[16]
“Não vem distante o tempo em que toda alma terá de ser provada...
Por esse tempo o ouro será separado da escória, na igreja. A
verdadeira piedade distinguir-se-á então claramente daquela que consiste
na aparência. Muitas estrelas cujo brilho temos admirado, então se
apagarão transformando-se em trevas. A palha, como nuvem, será levada
pelo vento, mesmo de lugares onde só vemos ricos campos de trigo”.[17]
Na igreja, portanto, a separação ou a colheita do joio que ainda
permanece na igreja sem revelar seu verdadeiro caráter, aparentando ser trigo
quando na verdade é joio será na sacudidura. Este, como já dissemos e voltamos
a repetir, será o caso do joio que ainda não revelou sua verdadeira natureza,
não tem pecados conhecidos pela igreja, Todos o julgam trigo. Este será
eliminado nesta terrível sacudidura. Neste ponto cabe a todos nós uma pergunta
importantíssima:
QUAL DEVE SER A ATITUDE DA IGREJA
DIANTE DO PECADO ABERTO E DECLARADO?
“E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque
está chegada a ceifa.” Marcos 4:29.
“Cristo ensinou claramente que aqueles que perseveram em pecado
declarado devem ser desligados da igreja; mas não nos confiou a tarefa de
ajuizar sobre caracteres e motivos”.[18]
Estas passagens são bem claras sobre a posição que a verdadeira igreja
de Deus deve ter com respeito a pecados declarados. Não cabe a igreja julgar os
motivos ou condenar alguém, ou julga-lo um joio. O caráter de cada um cabe a
Deus apenas o julga-lo, porém o pecado não deve ser tolerado, “aqueles que
perseveram em pecado declarado devem ser desligados da igreja”.
É aqui que muitas igrejas erram. Confundem a aplicação da parábola.
Aplicam a explicação de Jesus para a igreja e o erro acaba por ser tolerado e
infelizmente até defendido. Neste caso que estamos considerando, a colheita não
é somente no fim do mundo, nem apenas no fim da graça, mas quando o pecado se
torna público. Neste caso, na igreja, como já dissemos, existem dois períodos
de colheita. Uma no fim da graça para o joio que não revelar seu fruto até
aquela ocasião, e outra quando por ocasião do pecado. Não queremos dizer aqui
que todo aquele que peca é joio, como já lemos não podemos “ajuizar sobre
caracteres e motivos”, porém a igreja cabe esta dura obra de purificar
seu acampamento. Leiamos mais alguns textos sobre esta questão:
Mat. 18:17. “E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também
não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.”
O Espírito de Profecia explica estas palavras de Jesus da seguinte
forma:
“’Se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e
publicano’. V. 17. Se ele não escutar a igreja, se recusar os esforços
envidados para reconquistá-lo é a igreja que deve tomar a si a responsabilidade
de excluí-lo da sua comunhão. Seu nome deverá então ser
riscado do livro. O bem estar e a pureza da igreja devem ser
salvaguardados para que possa estar sem mancha diante de Deus, revestida da
justiça de Cristo. À igreja foi conferido o poder de agir em lugar de
Cristo. Ela é a instrumentalidade de Deus para a conservação da ordem e da
disciplina entre o Seu povo. Nela o Senhor delegou poderes para diremir todas
as questões concernentes à sua prosperidade, pureza e ordem. Sobre ela
impoz a responsabilidade de excluir de sua comunhão aos que são indignos
dela, que pela sua conduta anticristã acarretam desonra à causa da verdade.
Tudo quanto a igreja fizer de acordo com as direções dadas na palavra de Deus
será sancionado no Céu”.[19]
“Ele quer ensinar a Seu povo que a desobediência e o pecado são
excessivamente ofensivos a Seus olhos, e não devem ser considerados levemente.
Ele nos mostra que, quando Seu povo se encontra em pecado, devem-se tomar
imediatamente medidas positivas para tirar esse pecado do meio deles, a
fim de que Seu desagrado não fique sobre todos”.
“Se, porém, os pecados do povo são passados por alto por aqueles que se
acham em posições de responsabilidade, o desagrado de Deus estará sobre
eles, e Seu povo, como um corpo, será responsável por esses pecados. No
trato do Senhor com Seu povo no passado, Ele mostra a necessidade de purificar
a igreja de erros”.[20]
“Limpai o campo dessa corrupção moral, atinja ela os mais altos
homens nas posições mais elevadas... Muito há que nunca saberemos, mas
o que é revelado torna a igreja responsável e culpada a menos que revele
determinado esforço para erradicar o mal. Limpai o acampamento, pois nele há
anátema”.[21]
Existem casos que desconhecemos. Talvez algum pecado até mesmo conhecido
por outras pessoas, mas não pela igreja. De tais pecados a igreja não será
culpada por não corrigi-los, pois os desconhece. Porém, pecados declarados,
onde os membros e a direção da igreja tem conhecimento, se tais pecados não
forem tratados segundo os padrões que aqui temos considerado, então a igreja
será culpada diante de Deus.
“E quando alguma pessoa pecar, ouvindo uma voz de blasfêmia, de que for
testemunha, seja porque viu, ou porque soube, se o não denunciar, então
levará a sua iniqüidade.” Levítico 5:1.
“Deus escolheu nestes últimos dias um povo a quem fez depositários de
Sua lei; e este povo terá sempre desagradáveis tarefas a executar. ‘Eu sei as
tuias obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os
maus; e pusestes à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os
achastes mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo Meu nome,
e não te cansaste. Ap. 2:2, 3. Exigirá muita diligência e contínua
luta o manter o mal fora de nossas igrejas. É preciso haver
rígido e imparcial exercício de disciplina; pois alguns que tem
uma aparência de religião, procurarão minar a fé de outros e, às ocultas,
trabalharão para se exaltar a si mesmos”.[22]
“Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o
teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado.” Levítico 19:17.
O que a inspiração nos esta dizendo é que se a igreja não faz um esforço
para eliminar o mal de entre suas fileiras e preservar sua moral, o pecado de
apenas um recai sobre todos como se todo o corpo eclesiástico tivesse cometido
aquele mesmo pecado!
“Deus responsabilizou Eli , como sacerdote e juiz de Israel, pela
condição moral e religiosa de Seu povo e, em sentido especial, pelo caráter de
seus filhos. Ele devia a princípio ter tentado restringir o mal por medidas
brandas; mas, se estas não dessem resultado, devê-lo-ia ter subjugado pelos
meios mais severos. Incorreu no desagrado do Senhor por não reprovar o pecado e
executar a justiça no pecador. Não se pôde contar com ele para que Israel fosse
conservado puro. Aqueles que tem muita pouca coragem para reprovar o mal,
ou que pela indolência ou falta de interesse não fazem um esforço
ardoroso para purificar a família ou a igreja de Deus, são
responsáveis pelos males que possam resultar de sua negligência ao dever.
Somos precisamente tão responsáveis pelos males que poderíamos ter obstado nos
outros pelo exercício da autoridade paterna ou pastoral, como se esses
atos tivessem sido nossos”.[23]
“Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena. Se
tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão
sendo levados para a matança; Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura
não o considerará aquele que pondera os corações? Não o saberá aquele que
atenta para a tua alma? Não dará ele ao homem conforme a sua obra?” Provérbios
24:10-12.
Quando mostramos a alguém que a igreja então deve fazer o trabalho de
disciplina, muitas imaginam fazer este trabalho, pois que o adúltero, o
homicida, e todos aqueles que cometem pecados graves são excluídos da igreja.
No entanto a inspiração nos assegura que alem de fazer este trabalho, existem
pecados considerados pecados leves, quando na verdade não o são, que devem
também ser considerados pela igreja e tomadas medidas para que males sutis não
entrem na igreja. Vejamos alguns destes pecados e qual deve ser a atitude da
igreja diante de tais dificuldades:
“Ao darem evidência de que compreendem plenamente sua posição, devem ser
aceitos. Mas quando mostram que estão seguindo os costumes, modas e sentimentos
do mundo, devem-se lidar fielmente com eles. Se não sentem a
responsabilidade de mudar seu procedimento, não devem ser conservados como
membros da igreja”. [24]
A pergunta é: O que deve portanto a igreja fazer diante de irmãos e
principalmente irmãs que são influenciadas a utilizar certas modas que estão de
choque contra os princípios da palavra de Deus? A resposta e bem clara: “não
devem ser conservados como membros da igreja”. Desta forma, não são
apenas pecados “cabeludos” que devem ser extirpados, mas também a moda quando
contraria os princípios do evangelho, assim como outros pecados também
semelhantes, infelizmente considerados leves. Dentre este pecados da deusa
tirana, a moda, podemos, por exemplo, citar um dos mais comuns: O uso de calças
por pessoas do sexo feminino. O que Deus declarou ser abominável – o que soa
como algo muito terrível – é tolerado por muitas igrejas, e até mesmo defendido
como roupa própria para certas atividades. Ou seja, a razão do homem é colocada
em lugar da sabedoria de Deus, e muitos pseudos pastores incentivam seus
membros a seguir por um caminho de destruição e imoralidade. Gostaríamos de
utilizar este pouco espaço que temos para lermos algo a respeito:
“Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de
mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus.” Deuteronômio
22:5.
“Minha atenção foi chamada para o seguinte verso: ´Não haverá traje de
homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que
faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus.´” Deut. 22:5. Deus não deseja que
Seu povo adote essa pretensa reforma de vestuário. Trata-se de um vestuário
ousado, completamente inadequado ás modestas e humildes seguidoras de Cristo.[25]
“Há um crescente tendência de as mulheres usarem vestuário e adotarem
aparência mais semelhantes aos do sexo oposto e escolherem seus trajes bem
parecidos com os dos homens. Mas Deus declara que isto é abominação. ´Que
do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e
modéstia. Deus determinou que houvesse clara distinção entre
trajes masculinos e femininos.”[26]
“Mas, aqueles que professam ter sido lavados no sangue de Jesus, por
eles derramado, vestem-se com ostentação e enfeitam seu pobre corpo mortal e
ainda ousam dizer que são seguidores do santo, abnegado e
humilde Modelo. Oh, que todos pudessem ver como Deus observa essa questão e a revelou
a mim! Ao contempla-la , foi-me muito difícil de suportar e de resistir à
angústia de coração que experimentei. Disse o anjo: ‘O povo de Deus é peculiar.
Ele o está purificando para Si mesmo’. Vi que a aparência exterior é
indicativo do coração. Quando o exterior é enfeitado com laços, golas e artigos
supérfluos, isso mostra claramente que o amor por todas estas coisas está no
coração. A manos que tais pessoas sejam purificadas de sua corrupção, nunca
verão a Deus; pois somente ‘os limpos de coração... verão a Deus’. Mat. 5:8.
“Vi que o machado precisa ser posto à raiz da árvore. Esse tipo de
orgulho não deveria ser tolerado na igreja”. ...
“Deus terá um povo separado e diferente do mundo. Se alguém sentir
o desejo de imitar as modas do mundo e não subjuga-lo de imediato, Deus
prontamente deixará de reconhece-lo como filho. Esse é filho do mundo e
das trevas”.[27]
“Foi-me mostrado que devem ser feitos esforços decididos para mostrar os
erros àqueles que não são verdadeiros cristãos, e que se eles não se
transformarem, serão separados dos preciosos e santos; que Deus pode ter
um povo puro e perfeito no qual deleitar-se. Não o desonrem os homens mesclando
ou unindo o puro com o impuro”.[28]
Prestemos toda atenção agora na seguinte passagem:
“Fazer jugo com os que não são consagrados e ainda ser leal à verdade, é
simplesmente impossível. Não podemos unir-nos com os que se estão servindo
a si mesmos, que estão trabalhando conforme planos mundanos sem perdermos nossa
ligação com o Conselheiro celestial”. [29]
Algumas pessoas imaginam que certas dificuldades da igreja não devem
fazer parte de suas preocupações. Que basta falar a alguns e que estão livres
de suas responsabilidades para manter a igreja pura. Que podem então conviver
pacificamente na igreja cumprindo seu “dever de cristãos.” Contudo, a
inspiração nos diz que isto e impossível. Por que? Porque a Bíblia diz que se
alguém pecar deve ser feito todo um trabalho para recuperar e reformar tal
pessoa, porem se tal pessoa continua no pecado, então deve levar ao
conhecimento da igreja para que a igreja tome as devidas providencias
disciplinares para eliminar a má influencia de seu meio. Mas se o cristão
sincero faz todo este trabalho, em ir ter com a alma, aconselhar, e, ao levar
ao conhecimento da igreja, a mesma não toma as medidas corretivas para manter o
mal fora de suas fileiras? O que deve o cristão fazer então? A inspiração nos
diz que tal igreja não deve mais ser considerada como sendo a igreja de Deus, a
coluna e firmeza da verdade, pois Cristo disse que sobre a igreja as portas do
inferno não prevaleceriam. Se a igreja se encontra então defendendo o pecado,
não deve mais ser considerada como igreja de Deus.
“Não poderiam considerar os que procuravam excluir o testemunho da
palavra de Deus como constituindo a igreja de Cristo.”[30]
“Preferi a pobreza, a ignomínia, a separação dos amigos ou qualquer
outro sofrimento, a manchardes vossa vida com o pecado. Antes a morte que a
desonra ou a transgressão da lei de Deus – este deve ser o moto de cada cristão.
Como um povo que professa ser reformador, de posse das mais solenes e
purificadoras verdades da palavra de Deus, devemos elevar a norma, muito
mais do que está acontecendo agora. Deve-se tratar prontamente com o pecado e
os pecadores na igreja, para que outros não sejam contaminados. A verdade e a
pureza exigem que façamos uma obra completa para purificar o acampamento de
Aças. Que os que ocupam posições de responsabilidade não sofram pecado num
irmão. Mostrai-lhe que ele, ou tira o pecado, ou é separado da igreja”.[31]
A colheita neste caso não é no fim do tempo da graça, muito menos
podemos esperar até o fim do mundo. De acordo com o que vimos acima, deve ser
efetuada no ato do pecado. Os ceifeiros são os homens, ou seja, a igreja.
3ª APLICAÇÃO: NO CORAÇÃO
Existe também outra aplicação desta parábola, que como já notamos é no
coração, ou seja, em nossa mente. Vejamos:
A – O Semeador representa Jesus – “O Semeador semeia a palavra.
Cristo veio para semear o mundo com a verdade”.[32]
Nesta aplicação o campo não e o mundo nem a igreja, mas o coração.
B – O campo é o coração – “Satanás nunca dorme. Está vigilante,
e aproveita todo ensejo para fazer seus agentes disseminarem erros, que
encontram solo propício em muitos corações não santificados”.[33]
A boa semente não são pessoas cristãs, mas é a verdade que se encontra
na palavra de Deus.
C – A boa semente representa a verdade – “A semente lançada ao
pé do caminho representa a palavra de Deus quando cai no coração de
um ouvinte desatento”.[34]
O joio não são os ímpios no mundo, nem falsos crentes na igreja, mas
nesta terceira aplicação o joio é o erro.
D – O joio são doutrinas errôneas – “(Satanás) aproveita todo
ensejo para fazer seus agentes disseminarem erros, que encontram solo
propício em muitos corações não santificados”.[35]
E – O semeador do joio representa Satanás – “Caso houvesse sido
mantida fidelidade e vigilância, se não houvesse havido sono ou negligência por
parte de alguém, o inimigo não teria tido tão favorável ensejo
de semear joio entre o trigo”.[36]
Quando deverá ser feita a colheita do joio neste campo, ou seja no
coração? Poderemos, assim como na aplicação do mundo deixá-lo para ser colhido
apenas na segunda vinda de Jesus? Ou quem sabe, como vimos na segunda
aplicação, deixá-lo para ser tirado do coração apenas no fechamento da porta da
graça? A inspiração nos diz que por este tempo será tarde demais para se
suprirem as necessidades da alma. [37] Quando
então devemos fazer esta colheita?
F - A colheita deve ser feita hoje, agora! Heb. 3:7. “Portanto,
como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,...”.
“Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável E socorri-te no dia da salvação;
Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da
salvação.” II Coríntios 6:2.
G – Os ceifeiros somos nós mesmos, a própria pessoa.
“Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó,
eles pela sua justiça livrariam apenas as suas almas, diz o Senhor DEUS. E
estes três homens estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, que nem
a filhos nem a filhas livrariam; eles só ficariam livres, e a
terra seria assolada.” Ezequiel 14:14, 16.
Que Nosso pai celestial tenha de nós misericórdia e nos dê graça para
que possamos fazer esta obra em nossas vidas. Que tudo aquilo que possa nos
separar de Seu indescritível amor, seja eliminado de nós. Lembremo-nos de que
Jesus fez tudo para que pudéssemos através dEle ter poder para vencer a maior
batalha, a batalha que é travada contra nós mesmos, contra o mal que está
arraigado em nossos corações. Ele pode fazer a limpeza de alma tão necessária
para nossa felicidade presente e futura. Ele diz: “Eis que estou à porta, e
bato: se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com
ele cearei, e ele Comigo”. Apoc. 3:20. Amém!
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ABREVIATURAS
TS – Testemunhos Seletos – Casa Publicadora Brasileira
TM – Testemunhos para Ministros – Casa Publicadora Brasileira
PJ – Parábolas de Jesus – Casa Publicadora Brasileira
PE – Primeiros Escritos – Casa Publicadora Brasileira
PP – Patriarcas e Profetas – Casa Publicadora Brasileira
I T – Testemunhos para a igreja – Casa Publicadora Brasileira
ME – Mensagens Escolhidas – Casa Publicadora Brasileira
EF – Eventos Finais – Casa Publicadora Brasileira
OE – Obreiros Evangélicos – Casa Publicadora Brasileira
BC – Comentário Bíblico – Casa publicadora Brasileira
GC – Grande Conflito – Casa Publicadora
Brasileira