Neste artigo desejamos esclarecer uma das questões de suma importância, a qual tem sido frequentemente levantada: Por que o Movimento de Reforma faz da carne, mesmo as consideradas limpas, uma prova de comunhão?
Esta pergunta tem sido feita ao longo dos anos, e, apesar
do assunto oferecer espaço para diversas considerações, queremos destacar os
pontos principais e responder esta questão de uma vez por todas.
Na Bíblia, nós encontramos o suficiente para
esclarecermos este ponto. Mas iremos verificar também alguns textos do Espírito
de Profecia. Então, vamos lá!!
“Falou
mais o Senhor a Moisés, dizendo: Mas aos dez dias desse sétimo mês será o dia
da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas
almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor. E naquele mesmo dia
nenhum trabalho fareis, porque é o dia da expiação, para fazer expiação
por vós perante o Senhor vosso Deus. Porque toda a alma, que naquele mesmo
dia se não afligir, será extirpada do seu povo.”
Levítico 23:26-29.
“E
isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis
as vossas almas, e nenhum trabalho fareis nem o natural nem o
estrangeiro que peregrina entre vós. Porque naquele dia se fará expiação
por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos
pecados perante o Senhor. É um sábado de descanso para vós, e afligireis
as vossas almas; isto é estatuto perpétuo.”
Levítico 16:29-31.
Bem, estas leis deviam ser seguidas estritamente.
Não era tolerado que um israelita no dia da expiação quebrasse ou desobedecesse
nenhuma destas normas. O indivíduo que não as seguisse, era eliminado de
Israel.
Não vamos pormenorizar aqui todas as obrigações
exigidas no dia da expiação, mas apenas a que estiver relacionada ao assunto
aqui proposto, a saber, o dia em que toda alma devia afligir-se ou seria então
separada do povo de Deus.
“O
dia da expiação era também um dia de juízo, porque qualquer que não afligia
sua alma, era ‘cortado’ (ver com. 17:14; Exo. 12:15).” - Comentário
Bíblico Adventista, Tomo 1, pág. 820.
“Cortado.
Existem 36 casos nos quais um indivíduo que havia negligenciado algum dever
religioso particular, era ameaçado de ser ‘cortado’ do povo escolhido. Não se
sabe o que pode haver acontecido em realidade em um caso tal, pois não se
registra nenhum exemplo específico sobre isto, nem foi dado instruções sobre a
forma em que se levaria a cabo a ameaça. Alguns têm pensado que significa uma
morte violenta, uma morte prematura, ou talvez a morte eterna. Com toda
probabilidade, simplesmente significava perder os direitos e privilégios
pertencentes a um israelita. Depois de haver sido ‘cortada’, a pessoa
era considerada como estrangeira e não tinha mais parte em nenhuma das bênçãos
do pacto.” - Comentário Bíblico Adventista, Tomo 1, pág. 564.
Este ponto é muito importante e nos ajudará a
entender por que o Movimento de Reforma faz hoje da carne uma prova de
comunhão.
O que entendemos por aflição de alma? Duas questões
estavam intimamente envolvidas neste princípio, a saber, uma avaliação interior
e a abstenção de alimento. Stephen N. Haskell, contemporâneo de Ellen White,
escreveu:
“Cada
indivíduo devia ‘afligir’ sua alma – examinar seu coração e remover cada
pecado, passando muito tempo em oração. Com isso estava ligado o segundo
requisito: abstinência de alimento. Essa determinação foi tão poderosamente
inculcada na mente do antigo Israel que, mesmo no tempo presente, os judeus jejuam
no décimo dia do sétimo mês.” - Stephen N. Haskell, a Cruz e Sua
Sombra, págs. 229, 230.
A Revista Adventista confirma este fato nas seguintes
palavras:
“...
o Rosh Hashaná, marca o despertamento para a necessidade de arrependimento,
expiação dos pecados e o perdão, com a inscrição do nome no livro da Vida e o
selamento deste, comemorado com um dia inteiro de jejum, no Yom
Kippur.” - Revista Adventista, Dezembro de 2011, pág. 26.
Outro texto, comentando Levítico 23:27,28, diz:
“Devia
o povo deixar toda atividade secular, e jejuar e orar, examinando
o coração, em procura de qualquer pecado inconfessado.” - Revista
Adventista, Junho de1962, pág. 10.
O Espírito de Profecia, também enfatiza:
“Toda
ocupação era posta de lado, e toda a congregação de Israel passava o dia
em humilhação solene perante Deus, com oração, jejum e profundo
exame de coração.” - Ellen G. White – Patriarcas e
Profetas, pág. 355.
Bem, vimos as obrigações do povo de Deus no dia da
expiação que ocorria do décimo dia do mês sétimo. Vimos principalmente que, no
dia da expiação, era requerido um jejum e, quem não se afligisse ou que não
jejuasse, era então excluído do povo de Deus. Este era o tipo, ou seja, o
simbolismo. Mas vejamos:
“Porque
tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das
coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada
ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.”
Hebreus 10:1.
Todo bom adventista sabe que a lei cerimonial era
apenas uma sombra de uma realidade bem maior. Então, perguntamos: O que
significa ou o que simboliza o fato de todo o povo de Israel jejuar no dia da
expiação? Que significado tem isto para nós que vivemos no dia antitípico da
expiação quando Cristo, nosso sumo sacerdote faz expiação por nós no santuário
celestial?
“O
único jejum reconhecido pela lei era o do dia da expiação (Lev. 16:29, onde
a frase ‘afligireis as vossas almas’ se refere ao jejum. Mais tarde foram
designados outros dias de jejum, mas, como se mencionou acima, o jejum do
dia da expiação era o único reconhecido por lei.) Isto é interessante,
visto como o capítulo todo tem aplicação especial ao tempo presente, e
vivemos no antitípico dia da expiação.” - Revista
Adventista, Março de 1956, pág. 17.
Ou seja, o jejum exigido no dia da expiação era
referente ou simboliza o jejum que precisamos fazer nos dias de hoje, ou
melhor, desde 1844, quando começou o dia da expiação no santuário celestial.
Sobre isto lemos:
“O
dia antitípico da expiação abrange um período de anos. No símbolo, exigia-se
um jejum de 24 horas. Durante esse dia requeria-se um completo controle do
apetite. Isso era um símbolo da abstinência que deve ser praticada durante
o antitípico período de anos.” - Stephen N. Haskell, a Cruz e Sua
Sombra, pág. 230.
Que jejum Deus exige que façamos no dia da expiação?
Quais alimentos não podemos provar ou comer de forma alguma?
“Em
1844 adentramos o dia antitípico da Expiação. Durante o Dia da expiação o
povo de Israel jejuava,... O Senhor recomendou-nos uma dieta restrita
(comedida, moderada) por nos encontramos no dia antitípico da Expiação,
e creio que essa seja uma das principais razões pelas quais Ele não
deseja que Seu povo remanescente consuma chá, café, estimulantes de qualquer
natureza, e a carne.” - Revista Adventista, Setembro de 1982, pág. 8.
“O
verdadeiro jejum que se deve recomendar a todos, é a abstinência de toda
espécie de alimento estimulante, e o uso apropriado de alimentos simples e
saudáveis, por Deus providos em abundância. Os homens precisam pensar menos
sobre o que comer e o que beber, com relação a alimentos temporais, e muito
mais com respeito ao alimento do Céu, que dará tono e vitalidade a toda a
experiência religiosa.” - Ellen G. White, Conselhos sobre o
Regime Alimentar, pág. 90.
A carne á altamente estimulante! - Ellen G. White,
Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 396; Orientação da Criança, pág. 384;
etc.
Se o jejum que Deus exige de nós é que não
consumamos alimento cárneo, deveria a igreja de Deus manter dentro de sua
comunhão aqueles que não jejuam e que não estão cumprindo as exigências antitípicas
da lei, já que aquele que não jejuasse no dia da expiação, não poderia
pertencer ao povo de Deus? Deveria então a igreja de Deus proceder diferente
disso, nós que vivemos em momentos mais solenes do que no dia da expiação do
antigo Israel?
“No serviço
simbólico, quando era efetuada a obra da expiação pelo sumo sacerdote no lugar
santíssimo do santuário terrestre, requeria-se do povo que afligisse sua alma diante de Deus, e confessasse seus pecados, para
que fossem expiados e apagados. Será
exigido menos de nós neste dia antitípico de expiação, quando Cristo está
intercedendo por Seu povo no santuário celeste, e deverá ser proferida a
decisão final, irrevogável sobre cada caso?” – Ellen G.
White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 125.
Se o jejum no dia da expiação referia-se a nos
abstermos hoje de um regime estimulante, e segundo a Bíblia, principalmente da
alimentação cárnea (Isaias 22:12-14), o que significaria hoje para nós o fato
de que um israelita, que não jejuasse, teria que ser excluído do povo, sendo
eliminado, perdendo todos os privilégios, sendo então considerado um
estrangeiro? Significaria que no dia antitípico da expiação devemos manter como
membros pessoas que não estão jejuando, mas que comem carne e usam outros
alimentos prejudicais como chá e café? Reflita.
Podemos resumir este paralelo da seguinte forma:
· Jejum no dia da expiação é igual ao jejum
de alimentos prejudiciais em nossos dias, com um destaque para a carne e
bebidas alcoólicas, segundo Isaias 22:12-14.
· Se algum israelita não jejuasse, era então
excluído de Israel, perdia os privilégios de um israelita. Esta era a sombra, o
simbolismo. A realidade para o dia antitípico da expiação, dia mais solene, encontramos
apenas no fato de que se alguém comer carne, não pode ser membro da igreja de
Deus, perde os privilégios de membro ou não pode ser batizado. Ou ficaria
alguma parte da lei cerimonial, feita por um Deus tão criterioso e detalhista,
sem nenhum significado?
“Deus
convida Seu povo a não tornar-se escravo do apetite, mas sim mantê-lo sob
controle, a fim de que possam ter mentes mais claras para compreender verdades
divinas e acompanhar a obra de seu Sumo sacerdote no santuário celestial.
“Quão
poucos estão desejosos de renunciar as coisas que seu apetite anseia, mesmo
quando reconhecem os reclamos de Deus! O profeta Isaías, olhando através dos
séculos, descreve o estado das coisas como segue: ‘E o Senhor, o Senhor dos
Exércitos, vos convida naquele dia para chorar, prantear, para raspar a cabeça
e cingir com o cilício. Porém, é só gozo e alegria que se vê; matam-se bois,
degolam-se ovelhas, come-se carne, bebe-se vinho’. Isaias 22:12-13. Que
quadro vívido da presente condição do mundo! Deus convida Seu povo a afligir a
alma, controlar o apetite e prover-se apenas dos alimentos que produzem um
bom sangue e mente clara para discernir verdades espirituais. Mas, em lugar de
obedecer, estão empenhados em ‘comer carne e beber vinho’. O profeta
registra o resultado final desse curso: ‘O Senhor dos Exércitos se
declara aos meus ouvidos, dizendo: Certamente esta maldade não será
perdoada, até que morrais.’ Isaías 22:14.” - Stephen N.
Haskell, a Cruz e Sua Sombra, pág. 231.
Na Bíblia, edição revista e Corrigida, a parte final
deste verso diz: “Esta maldade não será expiada,
até que morrais, diz o Senhor Jeová dos exércitos.”
Por que não será expiada? Porque estamos vivendo no dia
da expiação desde 1844!!
Algumas pessoas indagam se comer carne de animal
limpo em nossos dias é pecado. Respondo: leia Isaias 22:12-14 onde se diz que
comer carne de vacas e ovelhas, animais considerados limpos, é sim considerado um
pecado que não será perdoado!! É o Senhor quem diz!!
“Não
disfarcei o assunto numa partícula que fosse. Disse que trouxessem os de nosso
Lar de Saúde carne de animais mortos para a mesa, e mereceriam o desagrado
de Deus. Contaminariam o templo de Deus, e necessitaria que lhes
fossem dirigidas as palavras: Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o
destruirá.” - Ellen G. White, Conselhos sobre
Regime Alimentar, pág. 414.
Mereceriam o desagrado de Deus ou destruiria Deus
pessoas por não haverem cometido nenhum pecado??
No entanto, como podemos claramente ver, esta
mensagem é para os que vivem nos dias da expiação. Ela não era para os dias de
Jesus, nem para os que viveram antes de 1844!
Se estudarmos com atenção o capítulo 22 de Isaías,
verificaremos que esta mensagem é exatamente para os que vivem nos dias da
expiação que começou em 1844, e não antes disso.
Como vimos, o versículo 12 de Isaias inicia-se
dizendo: “O Senhor vos convidará naquele
dia...” Que dia é este? Vejamos o que diz o versículo 20:
“E
será que naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de
Hilquias;...”
Devemos perceber que a expressão do início do
versículo 12 é a mesma do versículo 20. Que dia é este mencionado como o “naquele dia”? Continuemos a
leitura:
“E
vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas
mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a
casa de Judá. E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá,
e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá.”
Quando ocorreu isto? Quando esta chave de Davi abriu
algo que ninguém poderia fechar e quando foi que esta porta foi fechada a qual
ninguém poderia abri-la? Comparemos esta profecia com outro texto, para
verificarmos à que tempo ela se refere:
“E
ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que
é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém
fecha; e fecha, e ninguém abre.” - Apocalipse 3:7.
O período de Filadélfia se estendeu de 1833 até
1844. Perceba a expressão do versículo 8: “Eis que diante de ti pus uma porta
aberta, e ninguém a pode fechar...”
Que porta aberta estava então diante da igreja, a
qual seria aberta em 1844 e que ninguém
poderia fechar? Qual porta seria então fechada e ninguém mais poderia abri-la?
Leiamos:
“No
dia 24 de março de 1849, sábado, tivemos uma reunião agradável e muito
interessante com os irmãos de Topsham, Maine. O Espírito Santo foi derramado
sobre nós e eu fui levada pelo Espírito à cidade do Deus vivo. Mostrou-se-me
então que os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo com referência
à porta fechada não podiam ser separados, e que o tempo para os
mandamentos de Deus brilharem em toda a sua importância, e para o povo de Deus
ser provado sobre a verdade do sábado, seria quando a porta fosse aberta
no lugar santíssimo do santuário celestial, onde está a arca que contém os
Dez Mandamentos. Esta porta não foi aberta até que a mediação de Jesus no
lugar santo do santuário terminou em 1844. Então Jesus Se levantou e fechou
a porta do lugar santo e abriu a porta que dá para o santíssimo, e
passou para dentro do segundo véu, onde permanece agora junto da arca e onde
agora chega a fé de Israel.
“Vi
que Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e que nenhum homem poderia
abri-la; e que Ele havia aberto a porta para o santíssimo, e que homem algum
podia fechá-la (Apoc. 3:7 e 8); e que uma vez que Jesus abrira a
porta para o santíssimo, onde está a arca, os mandamentos têm estado a
brilhar para o povo de Deus, e eles estão sendo testados sobre a questão do
sábado.
“Vi
que a presente prova do sábado não poderia vir até que a mediação de Jesus no
lugar santo terminasse e Ele passasse para dentro do segundo véu; portanto os
cristãos que dormiram antes que a porta fosse aberta no santíssimo,
quando terminou o clamor da meia-noite no sétimo mês, em 1844, e que não haviam
guardado o verdadeiro sábado, agora repousam em esperança, pois não tiveram a
luz e o teste sobre o sábado que nós agora temos, uma vez que a porta foi
aberta. Eu vi que Satanás estava tentando alguns do povo de Deus neste
ponto. Sendo que grande número de bons cristãos adormeceram nos triunfos da fé
e não guardaram o verdadeiro sábado, eles estavam em dúvida quanto a ser isto
um teste para nós agora.” - Ellen White, Primeiros Escritos, pág.
43.
Fica claro assim que a profecia de Isaias 22 tem
aplicação apenas para depois de 1844, quando Jesus fechou a porta do lugar
santo e abriu a porta para o santíssimo, a qual homem algum poderia fechar. E,
assim como os cristãos das gerações passadas, antes de 1844, não foram provados
com respeito ao sábado, assim também os que viveram antes de 1844, não foram
provados sobre a questão alimentar, segundo a profecia de Isaias 22!!
Usar assim, argumentos apoiando a alimentação cárnea
ou para dizer que a igreja não deve fazer da carne uma prova, com
acontecimentos que ocorreram antes de 1844, mostra ignorância das profecias para
estes últimos dias!
A mensagem para os que vivem depois que Jesus abriu
a porta do lugar santíssimo com respeito à alimentação cárnea é: “Esta maldade não será perdoada até que
morrais, diz o Senhor Jeová dos Exércitos.”
Pode a igreja aceitar em seu meio um pecado do qual
é dito tão enfaticamente que será punido com a morte?
O capítulo dois do livro do profeta Joel traz sem
sombra de dúvida uma mensagem para aqueles que vivem nos últimos dias da
segunda vinda de Jesus. Leia por favor este capítulo onde é mencionado detalhes
da segunda vinda do Salvador e nossa obrigação para nos preparamos para este
grande acontecimento. Ou seja, o “naquele
dia” encontrado no livro de Isaias, refere-se ao mesmo período focalizado
pela profecia de Joel.
Um detalhe interessante neste capítulo encontramos
no versículo 15 e 16:
“Tocai
a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição,
convocai uma assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação,
ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua
recâmara, e a noiva do seu aposento.”
Como parte de um preparo para o encontro com Jesus,
o qual virá como “um fogo que consome”
(Joel 2:3), diante do qual “tremerão os
povos” (Joel 2:6), é exigido:
“Santificai um
jejum, proclamai um dia de proibição.”
Percebe-se que a mensagem de Isaias 22;12-14, 20-22,
é exatamente a mesma de Joel capítulo 2. Em Isaias o pecado de comer carne não
será perdoado da vida daqueles que conhecem a mensagem pregada a partir de
1844. Já em Joel, este dia é focalizado como um dia de jejum, um dia de
proibição!!
Quando alguém nos pergunta se no Movimento de
Reforma um membro pode comer carne, respondemos; Logicamente que não, pois é
proibido. Vivemos no dia antitípico da expiação e santificamos ao Senhor um
jejum, um período de proibição, enquanto Cristo está realizando a expiação por
nós, Seu povo!
Devemos perceber que este jejum deve atingir a todos
os que julgam estarem esperando a volta de Jesus, a tanto velhos como jovens e
até mesmo crianças. Ninguém do povo de Deus deve usar carne!
“Agora,
que o dia da vinda de Jesus está tão perto, tornou a vir a mensagem.
‘Tocai a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição...
congregai o povo... congregai os filhinhos.’ Mesmo as criancinhas são incluídas
nesta chamada.” - Revista Adventista, Novembro de 1949,
pág. 35.
Cremos que a decisão tomada pelo Movimento de
Reforma baseada nestas verdades, cumpriu várias profecias Bíblicas e também a
seguinte:
“Entre
os que estão aguardando a vinda do Senhor, deve a alimentação cárnea ser
finalmente abandonada; a carne deixará de fazer parte de seu regime alimentar.
Devemos ter isto sempre em mente, e procurar agir firmemente
nesse sentido.” - Ellen G. White, Conselhos sobre
Saúde, pág. 450.
Estas são algumas das razões bíblicas pelas quais o
Movimento de Reforma tem a carne como prova de comunhão. Mas existem outras,
mas para as almas sinceras, cremos ser suficiente.
Verificaremos agora nos livros do Espírito de
Profecia onde temos base para ter e manter a decisão de que “carne alguma será usada por Seu
povo.” - Ellen G. White,
Conselhos sobre Regime Alimentar, pág. 407.
Antes de estudarmos alguns textos, iremos começar
por um muito mal interpretado e compreendido. Ei-lo:
“Não
nos compete fazer do uso da alimentação cárnea uma prova de comunhão.” - Ellen
G. White, Testemunhos Seletos vol. 3, pág. 359.
Bem, a primeira coisa que devemos ter em mente é
que, se cremos no dom profético de Ellen White, esta passagem não pode
contradizer tudo o que até aqui tempo visto pela Palavra de Deus, correto?
Correto.
Perguntamos àqueles que não fazem das carnes limpas
prova de comunhão, segundo eles baseados nesta passagem, por que fazem de
outras carnes uma prova, se igualmente está escrito no mesmo livro, na mesma
página, pela mesma profetiza, o seguinte:
“Não estabelecemos regra alguma para ser seguida no
regime alimentar”. - Ellen G. White, Testemunhos Seletos vol. 3, pág. 359.
Em outra passagem ela também escreveu:
“Ao passo que diríamos aos que estão dispostos a importunar os que
cultivam lúpulo e fumo e criam porcos entre nosso povo que eles não
têm o direito de fazer destas coisas, em qualquer sentido, uma prova de
comunhão cristã,...”. - Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 338. Veja também Testemunhos
para a Igreja, vol. 1, pág. 206, 207).
Um texto deve ter tanto peso quanto o outro, não acha?
Claro que sim. Se aqueles que nos acusam de ir contra a inspiração porque Ellen
White escreveu que não deveríamos fazer da carne uma prova, deveriam respeitar
também o outro texto e não estabelecer nenhuma regra na questão do regime alimentar,
nem fazer da carne de porco prova de comunhão. Mas não é assim que se portam, e
nisto mostram grande incoerência.
Mas a pergunta é: Por que Ellen White escreveu que
não devia ser estabelecida regra nenhuma, de que a carne não poderia ser uma
prova de comunhão? Vejamos o que ela mesma explicou:
“Porventura
os ministros do evangelho, que estão a proclamar a verdade mais solene
já enviada aos mortais, devem constituir-se exemplo no regresso às panelas
de carne do Egito? É lícito que os que são sustentados pelos dízimos
dos celeiros de Deus se permitam a condescendência que tende a envenenar a
corrente vivificadora que lhes flui nas veias? Desprezarão a luz que Deus lhes
deu e as advertências que lhes faz?” - Ellen G. White, Testemunhos Seletos
vol. 3, pág. 359.
Percebe-se claramente que o motivo pelo qual a igreja
não poderia fazer da carne uma prova de comunhão era porque os próprios
ministros ou pastores não davam exemplo nesta questão, eram carnívoros. Como um
pastor poderia disciplinar ou excluir um membro que estava comendo carne se ele
mesmo comia? Por este motivo, segundo o texto, era que a igreja não podia
naquele tempo fazer da carne uma prova.
Para confirmarmos esta questão, eis a explicação de
um renomado adventista. Ao ser perguntado sobre em que ele gostaria de dar
ênfase, ele respondeu:
“EKB: Eu sempre recalco o alimento
cárneo. A irmã White disse realmente no vol. 3 de Testemunhos Seletos que não se deve fazer de comer carne uma
prova de comunhão, mas devemos considerar a circunstância em que ela
declarou esse testemunho. Os pastores comiam carne e exigiam dos que
ingressavam na igreja que não comessem. Não é justo. Mas em continuação
ao mesmo trecho cita o testemunho: ‘Mas como podem aqueles que são pagos pelo
sagrado dízimo continuar a envenenar a corrente de vida e dar exemplo para os
outros’? – Revista Adventista, Junho de 1974, pág. 11.
Sendo este o único motivo pelo qual a igreja não
poderia naquele tempo fazer da carne uma prova, perguntamos: O que Ellen White
teria escrito se não existisse o empecilho ou o motivo mencionado? Sem dúvida
ela não se oporia. O texto de Testemunhos Seletos, volume 3, pág. 359,
portanto, ao contrário de dizer que não se deve fazer da carne uma prova, diz
que se deve fazer, caso os pastores deem o exemplo!!
Quando Ellen White não tinha este empecilho em sua
mente, ela era clara em dizer:
“Não somente nosso povo deve
ser educado, mas os que não receberam a luz acerca da reforma de saúde devem
ser ensinados no que respeita a viver saudavelmente, segundo o plano de Deus.
Se, porém, não temos nós mesmos uma norma nesse sentido,
que necessidade há de incorrer em tão grande dispêndio para estabelecer uma
instituição de saúde? Onde entrará a
reforma?” - Ellen G. White, Conselhos
sobre o Regime Alimentar, pág. 406.
Ellen White clamava por uma norma sobre o regime
alimentar na igreja. Ela ainda escreveu:
“Foi-me mostrado claramente
que o povo de Deus deve assumir atitude firme contra o comer carne. Daria Deus por
trinta anos a Seu povo a mensagem de que, se quiser ter sangue puro e mente
clara precisa abandonar o uso da carne, se Ele não quisesse que eles dessem
ouvidos a essa mensagem?” Ellen G. White, Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 383.
O
que seria assumir uma atitude firme contra o comer carne? Seria porventura
falar assim: Olha, não é bom comer carne, mas se comer, não é pecado. Ou seria
falar assim: Bom é não comer carne, mas se comer não tem problema. Não! A
atitude que temos a tomar e que graças a Deus já foi tomada pela igreja
remanescente foi esta:
A
alimentação cárnea não está nos planos originais de Deus e come-la hoje no dia
da expiação constitui um pecado para o qual não haverá perdão. E a igreja por
ser a depositária da verdade para estes últimos dias, crê que deve ser uma
igreja vegetariana, porque está escrito que o povo de Deus não come carne.
Portanto, a igreja não pode ter em sua comunhão aqueles que ainda não venceram
o apetite nesta questão tão importante. A igreja embasada pela palavra
profética tomou a atitude firme que a profecia indicava que devia tomar, e hoje,
pela graça de Deus, se conserva uma igreja mundialmente vegetariana!
Outra passagem é também enfática:
“Não posso pensar que
estejamos em harmonia com a luz que Deus tem sido servido de nos dar, nessa
prática de comer carne. Todos quantos se acham ligados a nossas
instituições médicas, em especial, devem estar-se educando para viver de
frutas, cereais e verduras. Se, nessas coisas, procedermos movidos por princípios,
se como reformadores cristãos educamos nosso próprio gosto, e pomos nosso
regime em harmonia com o plano de Deus, então podemos exercer influência sobre
outros nessa questão, o que será agradável a Deus. Christian Temperance and
Bible Hygiene, pág. 119”. - Ellen G. White, Conselhos sobre o Regime Alimentar,
pág. 381.
“Maiores reformas devem-se
ver entre o povo que professa aguardar o breve aparecimento de Cristo. A
reforma de saúde deve efetuar entre nosso povo uma obra que ainda não se fez.
Há pessoas que devem ser despertadas para o perigo de comer carne, que ainda comem
carne de animais, pondo assim em risco a saúde física, mental e espiritual.
Muitos que são agora só meio convertidos quanto à questão de comer
carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar com ele”. Ellen G. White, Conselhos
sobre o Regime Alimentar, pág. 382.
“Atitude firme”, “movidos por princípios”, “carne alguma será
usada por seu povo”, os “meio
convertidos quanto à questão de comer carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar com ele”, etc. São expressões que mostram que a única forma da igreja
conseguir fazer com que estes textos se cumpram seria tomando uma atitude firme
na questão alimentar. Ou alguém pode indicar outra maneira? É simplesmente
impossível que o povo de Deus como igreja mundial não utilize carne caso esta
não seja colocada como prova. Os “meios
convertidos quanto à questão de comer carne, sairão do povo de Deus,
para não mais andar com ele”. Ou seja, o povo de Deus como organização
é um povo vegetariano, porque o meio convertido não permanece na igreja, pela
sua intemperança e ação ele se coloca em uma posição onde não poderá ser membro
da igreja e acaba saindo. Isto só é possível em uma igreja que tem um princípio
claro nesta questão alimentar. Algumas
pessoas pensam que esta atitude será tomada por ocasião da prova final,
contudo, vimos que a carne afeta a espiritualidade e neste tempo da sacudidura será
tarde demais para se tomar tais decisões.
“A grande prova final virá no
fim do tempo da graça, quando será tarde
demais para se suprirem as necessidades da alma.” - Ellen G. White, Parábolas de
Jesus, pág. 412.
A
Palavra de Deus diz:
“O regime cárneo é a questão
séria. Hão de seres humanos viver da carne de animais mortos? A
resposta, segundo a luz dada por Deus, é: Não, decididamente Não.”- Ellen G. White, Conselhos
sobre o Regime Alimentar, pág. 388.
“Não, decididamente Não”. Que igreja hoje está dando eco à esta voz do Espírito de Deus em
nossos dias? Que igreja quando indagada sobre a questão da carne diz “Não, decididamente Não”? A única
igreja que tem esta atitude é conhecida como “Igreja Adventista do 7° Dia - Movimento de Reforma!
Quando
nos é perguntado quantos gramas de carne pode um reformista comer, nossa
resposta é:
“Verduras, frutas e cereais,
devem constituir nosso regime. Nem um grama de carne deve entrar em
nosso estômago. O comer carne não é natural. Devemos voltar ao desígnio
original de Deus ao criar o homem. Manuscrito 115, 1903”. Ellen G. White, Conselhos sobre o Regime
Alimentar, pág. 380.
Antes
de encerrarmos este assunto, precisamos esclarecer por que o Movimento de
Reforma não tem uma posição tão firme com respeito a outros “alimentos” como
tem com respeito à carne.
A
princípio, queremos dizer que a respeito da carne temos provas irrefutáveis na
Bíblia e uma mensagem direta neste sentido, como vimos em diversos textos. Já
sobre outros “alimentos” não temos mensagens tão enfáticas como a que aparece
em Isaias 22 ameaçando de morte eterna aqueles que se aventuram a provar carnes
de animais, mesmo sendo animais limpos.
Cremos
que a reforma de saúde deve ser progressiva (Provérbios 4:18; Ellen G. White,
Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 349; 366), no entanto, não podemos
colocar, por exemplo, o leite, o açúcar e outros alimentos em igualdade com a
carne.
“Leite, ovos e manteiga não
devem ser classificados como alimento cárneo. Nalguns casos o uso de
ovos é proveitoso. Não chegou ainda o tempo de dizer que deva ser inteiramente
abandonado o uso de leite e ovos. ...” - Ellen G. White, Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 365.
Tiago
White escreveu:
“Com relação ao uso do fumo, do chá, café, alimentos cárneos e também ao
vestuário, há geral acordo. Atualmente, porém, ela não se acha preparada a tomar atitude extrema quanto ao sal, açúcar e
leite. Caso não houvesse outras razões para avançar cautelosamente no que
respeita a essas coisas de uso tão comum e abundante, uma existe, suficiente,
no fato de não se encontrar preparada a mente de muitos, mesmo para receber os
fatos referentes a essas coisas. A completa derrota de indivíduos, e a quase
destruição de algumas de nossas igrejas, podem ser claramente rastreadas a
algumas atitudes extremistas no regime
desavisadamente dado na Review algum tempo atrás. Maus foram os resultados. Ao
passo que alguns rejeitaram o assunto da reforma de saúde, devido a haver sido
mal apresentado, outros, pronta e conscienciosamente, têm tomado posições extremas, grandemente prejudiciais à própria saúde, e consequentemente
à causa da reforma de saúde.”- Ellen G. White, Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 496.
A
posição que o Movimento de Reforma possui e defende, é uma posição equilibrada
e baseada nos Escritos Sagrados. Não podemos ir além do que está escrito (I
Coríntios 4:6).
Alguns
de nossos membros já estão mais avançados na reforma de saúde, outros estão
andando segundo podem com respeito a outros “alimentos”. O que podemos dizer, é
o que Tiago White escreveu, ao refletir a posição de Ellen White e também nossa
posição como igreja:
“Com relação ao uso do fumo,
do chá, café, alimentos cárneos e também ao vestuário, há geral acordo.”
Que
Deus seja louvado por isto!!!
Indicamos também o seguinte artigo:
http://adventistas-reformistas.blogspot.com.br/2012/08/por-que-igreja-remanescente-de-deus-e.html
cristiano_souza7@yahoo.com.br