domingo, 31 de março de 2013

NOSSO TESTEMUNHO NAS REDES SOCIAIS

 "Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado." Mateus 12:37 

Por: Márcio Vicente


As redes sociais são poderosas ferramentas para disseminação de ideias, confraternização, conhecimento de novos amigos e para nós cristãos um extraordinário campo para a evangelização.



No entanto, pregamos muito mais por nosso comportamento e nossas obras do que por palavras. O nosso comportamento nas redes sociais tem consequências incalculáveis, e devemos estar atentos quanto ao tipo de influencia que exercemos sobre as pessoas.

Atribui-se a Francisco de Assis a frase: “Pregue todo tempo, use palavras se necessário”. Isto é especialmente verdadeiro com relação ao nosso comportamento nas redes sociais.

Diante disso, propomos algumas sugestões sobre como nos portar neste maravilhoso mundo virtual.


1.     ManteNHA uma linguagem pura e sã.

Assim como na vida real temos regras de etiqueta a serem observadas, nas redes sociais muito mais ainda, pois tudo que escrevemos ou postamos fica registrado na internet por tempo indefinido.

Devemos nos esforçar para sermos polidos no nosso relacionamento com as pessoas nas redes sociais.

Algumas dicas aqui são importantes, por exemplo, do mesmo jeito que falar gritando é falta de educação, abusar das maiúsculas quando escrevemos demonstra falta de senso e mau gosto na forma de se expressar.

Nas páginas sociais de um cristão não devem serem encontrados palavrões, expressões chulas  ou uso de gírias impróprias para uma pessoa que afirma ser seguidora de Jesus.

Parafraseando o apóstolo Paulo, não escreva nas redes sociais nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a leem. (Ver Efésios 4:29)

2. cuidado com a divulgação de imagens e fotografias
 

Muitos jovens cristãos e até alguns de mais idade são descuidosos em postar fotos de situações familiares que retratam momentos familiares de recreação na internet (facebook, Orkut, Instagram etc).

Nós reformistas, normalmente não saímos na rua sem camisa, usando bermudas, ou de modo geral seminus. Nossas irmãs, dificilmente sairiam também nas ruas ou praças usando bermudas, calças compridas, biquínis ou roupas de banho, no entanto, muitas não tem escrúpulos de postarem este tipo de imagens em suas redes sociais, onde a exposição pública é muito maior e prejudicial para o testemunho de sua fé.

Nós devemos representar o evangelho na prática tanto no cotidiano como na internet.

Além disso, enfatizamos que as imagens que postamos na internet devem refletir as normas cristãs de vestuário e conduta cristã.

Se a internet é mesmo um mar onde muitos navegam, que o nosso testemunho não faça naufragar a fé nos princípios do puro evangelho.

3.        EvitE usar as redes sociais para falar mal da família, do trabalho ou da igreja.

Falar mal da igreja, da família, do colega de trabalho ou do patrão é extremamente prejudicial e anti-ético. Isto não contribui em nada para a causa do evangelho. Devemos ter discrição quanto aos nossos problemas particulares. Não é sem razão que o facebook, por exemplo, é tido por várias pesquisas como grande fator de separação entre casais, devido justamente à indiscrição de muitos internautas.

Outros têm o péssimo hábito de tudo reclamar na sua página. Não são raros os casos de pessoas demitidas por justa causa por reclamarem nas redes sociais da empresa em que trabalha. Outros, por sua incontinência, são processados pelo cometimento de crime de injúria, difamação ou calúnia por não observarem esta regra básica nas redes sociais.

Alguns cristãos se sentem a vontade para discutir publicamente, assuntos internos da igreja, falar mal do pastor, dos irmãos ou trazer a público, fatos desabonadores da conduta dos irmãos ou da igreja em geral. Assuntos que deveriam ser tratados apenas e exclusivamente em reuniões de membro a portas fechadas ou tratadas perante as respectivas comissões da igreja.

Estes fazem um trabalho todo especial para Satanás, trazendo vitupério a causa de Deus e dando azo para os ímpios fazerem mofa dos seguidores de Cristo. Darão contas a Deus por sua conduta reprovável.

4.     Pregue o evangelho, mas não faça disto uma arma para atacar  pessoas

Muitos cristãos movidos por genuíno desejo de pregarem o evangelho acabam por fazer justamente o contrário, afastando as pessoas por seu comportamento inadequado e anticristão.

É claro que não podemos desperdiçar este campo maravilhoso para pregar o evangelho, entretanto, devemos saber o tempo e a ocasião adequada para fazer isto. Devemos ser pessoas sábias para alcançar o coração das pessoas.

Há que se evitar a todo custo comportamentos ou palavras que reforçem o preconceito do povo contra nós em vez de aproximar elas de Cristo.

Um único assunto, extremamente explorado a exaustão pode levar as pessoas a achar que somos “pianistas de uma nota só”, e até sermos consideradas pelo público como pessoas inconvenientes, chatas e desagradáveis.

Na internet há uma pluralidade de pessoas com ideias, pensamentos e concepções religiosas diferentes. Nem tudo que sabemos e conhecemos todas as pessoas estão preparadas para ouvir.

Aprendamos a lição de Cristo. Numa ocasião Ele disse que tinha muitas coisas para dizer aos seus discípulos, mas eles ainda não estavam preparados (João 16:12) para receber a mensagem. Se era assim com pessoas que estavam convivendo diariamente com Jesus, imagine a situação das muitas pessoas com as quais nos relacionamos na internet. Devemos ser prudentes para conhecer se uma pessoa está suficientemente madura para receber alguma determinada mensagem que temos para dar para ela, do contrário estaremos falando ao vento.

Registre-se ainda que os debates como estilo de pregação de evangelho devem ser evitados. Entretanto, haverá situações em que você deverá estar preparado para com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós. (I Pedro 3:15).

A regra importante aqui é se concentrar no argumento e dispensar qualquer artificio que objetive ridicularizar ou desqualificar o oponente.

Mesmo quando dialogamos com pessoas agressivas, devemos compreender que nós não estamos lutando contra a carne ou o sangue (Efésios 6:12). Devemos demonstrar amor, mesmo onde há ódio, preconceito e indiferença.  
Lembre-se, é preferível perder o debate  que perder a compostura.


5.     EVITE O ATIVISMO POLÍTICO

O Movimento de Reforma opta como igreja em estimular entre seus membros a neutralidade política. No entanto temos forte inclinação para acompanhar a tendência das redes sociais em externar o nosso inconformismo com o governo e com a política.

Como cristão devemos evitar declarações de cunho político.

Como bem enfatizou Ellen White, inspirada escritora americana, “o Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloquência”. (Fundamentos da Educação Cristã, pág. 475).

O hábito de ficar falando mal do governo, do político fulano ou do político ciclano não depõe em favor da nossa fé.

O conselho inspirado de Paulo é que devemos orar pelos nossos governantes, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. (Ler Tito 2:1-3).

A política divide naturalmente as pessoas. Ficar reclamando dos políticos nas redes sociais, além de não ser produtivo, pode acabar atrapalhando a nossa influencia cristã sobre as pessoas.

6.     Não confunda sinceridade com grosseria

Algumas pessoas nas redes sociais confundem sinceridade com grosseria, e depois admiram que as pessoas não sejam fãs de suas postagens. Gastar tempo nas redes sociais fazendo críticas ácidas, apontando defeitos nos outros, corrigindo os erros de português, não é legal.

Todos nós cometemos erros, e temos defeitos, e não é de bom tom acabar com o dia de alguém, fazendo comentários negativos do tipo “está gordinha ein”, “ridículo”, “que foto horrível!”, “isto é comportamento de cristão?” Etc.

Se já não é tolerável pessoas assim na vida real, muito menos nas redes sociais. Sigam a regra áurea estabelecida por Jesus: “Tratem os outros da mesma maneira que gostaria de ser tratado”, (Mateus 7:12).

Portanto, se não gostar de algo postada por uma pessoa, simplesmente não comente. É melhor que fazer manifestações desagradáveis, como se a pessoa estivesse errada simplesmente por em manifestar sua opinião. Prefira ser educado, moderado e ter argumentos sadios, afinal, você é cristão, não é mesmo? Por que fazer inimigos apenas por não compartilhar a mesma opinião que você? O que vai ganhar em ficar fazendo intrigas nas redes sociais? Nada.

Se a pessoa insistir no comportamento inadequado e agressivo você sempre tem a opção de bloqueá-la excluindo-a da sua lista de amigos.

7.     O perigo das redes sociais para as crianças e adolescentes


A internet está povoada de pessoas mal intencionadas, pedófilos, criminosos de toda estirpe. Os pais devem estar alerta não só quanto ao que seus filhos veem, ouvem e assistem na internet, mas também com quem seus filhos estão se relacionando neste mundo tenebroso virtual.

Assim como uma cidade tem lugares, ruas e becos que evitamos ir, por ser altamente perigoso, também na internet há páginas, e-mails, pessoas que devemos evitar para não corrermos riscos desnecessários.

Não deixe que seu filho fique 24 horas conectado. Procure supervisionar e restringir o tempo e a qualidade do que seu filho acessa na internet. Lembre-se sempre, melhor prevenir que remediar.

Neste sentido, evite e instrua seus filhos a não fazerem amizade com pessoas desconhecidas e fuja de páginas que não respeita os valores morais cristãos.

 CONCLUSÃO

Muito mais poderia ser dito aqui, mas a suma de que tudo o que dissemos é: seja cristão, educado e ético do mesmo modo que você é na vida virtual, e as redes sociais poderão ser uma benção e muitas almas serão atraídas aos pés de Jesus Cristo por meio do seu testemunho.

E você, o que acha de tudo isto? Qual a sua opinião? Que outras sugestões você  daria para melhorar o nosso comportamento nas redes sociais? Escreva para nós, deixando o seu comentário aí abaixo. Que Deus te abençoe. 


terça-feira, 26 de março de 2013

Análise Clínica dos Sofrimentos de Cristo



Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante toda a minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de morte como aquela. Jesus entrou em agonia no Getsemani e seu suor tornou como gotas de sangue a escorrer pela terra. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue ou hematidrose, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes.
Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura.
Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia. Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado a multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos.
Os soldados o puxam com as cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. Os soldados tiram sua túnica. Os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. E ao tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere a carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descobertas pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apóiam-no sobre as mãos de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira.
Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que difundiu pelos dedos, e espalhou-se peles ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provocar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não.
O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha a cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes.
Um suplício que durará seis horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam a Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo tombar para trás. Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira.
Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor.
Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas Ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em uma bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijem em uma contração que vai se acentuando: Os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômem se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Sente necessidade de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.
Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita.
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequeno golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.
Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.
Logo em seguida o corpo começa a afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça.
Foram transmitidas sete frases pronunciadas por Ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio os pregos dos pés.
Inimaginável!
Atraídas pelo sangue que ainda escorre pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde. Derrepente a temperatura diminui.
Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura seis horas.
Todas as dores, a sede, as câimbras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?”.
Jesus grita “Tudo está consumado!”. Em seguida num grande brado diz:
“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre. Em meu lugar e no seu.

Dr. Barbet, médico francês: colaboração: Pastor Celso Augusto Saraiva




“Toda dor suportada pelo Filho de Deus sobre a cruz, as gotas de sangue que corriam de Sua fronte, Suas mãos e pés, as convulções de agonia que sacudiam Seu corpo, e a indescritível angústia que enchia Sua alma ao dEle ocultar o Pai a face, falam ao homem, dizendo: Foi por amor de ti, que o Filho de Deus consentiu em levar sobre Ele esses odiosos crimes; por ti Ele rompeu o domínio da morte, e abriu os portões do Paraíso e da vida imortal.” Ellen White – História da Redenção 225. 


Pense Nisso!

domingo, 24 de março de 2013

Carta do Pr. Davi Paes Silva



Roanoke, VA, 31 de março de 2013.

Prezados irmãos de todo o mundo,

Saudações cristãs com as seguintes palavras da Inspiração: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, Aquele que Tu enviaste.” João 17:3.

“Estas palavras significam muito. É somente conhecendo Cristo que podemos conhecer Deus. O Enviado de Deus apela a todos que deem ouvidos a estas palavras. São palavras de Deus, e todos devem prestar-lhes atenção, pois por elas serão julgados. Conhecer Cristo de modo salvador é ser vitalizado por conhecimento espiritual, praticar Suas palavras. Sem isso, tudo o mais é sem valor.” Signs of the Times, 27 de janeiro de 1898.

Vivemos em tempos perigosos. A Bíblia afirma que “o Diabo desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12: 12), e que “por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” (Mateus 24: 12).

A tecnologia moderna, juntamente com muitas coisas boas, também nos traz muitas tentações, especialmente à nossa querida juventude. Internet, telefones celulares, tabletes, tornam mais fácil o acesso à Bíblia e aos livros do Espírito de Profecia e outras boas leituras, mas trazem também muitas coisas prejudiciais que destroem o interesse por conhecimento espiritual.

Fazemos especial apelo a todos os nossos ministros, anciãos ordenados, líderes em todos os níveis de administração da igreja para motivarem nossos irmãos e visitantes para que dediquem tempo diário ao estudo da Bíblia e dos livros do Espírito de Profecia. Chamamos especial atenção para o livro O Desejado de Todas as Nações. Depois da Bíblia, este livro maravilhoso é o melhor instrumento para conhecer Cristo por experiência pessoal. Muitos anos atrás, o estudo deste livro foi usado pelo Espírito de Deus para transformar minha vida, e tenho conversado com vários irmãos que desfrutaram experiência semelhante.

Outra grande necessidade que temos como povo é de dedicar tempo à oração e ao trabalho de ajudar outras pessoas a conhecerem o Senhor Jesus.

“Há três lemas na vida cristã, os quais precisam ser atendidos, se não queremos que Satanás venha furtivamente sobre nós; ei-los: Vigiar, orar e trabalhar.” Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 283.

“Toda pessoa que fez profissão de Cristo comprometeu-se a realizar tudo quanto lhe seja possível como um obreiro espiritual, a ser ativo, zeloso e eficiente no serviço de seu Mestre. Cristo espera que cada um cumpra seu dever; seja essa a senha em todas as fileiras de Seus seguidores.” Idem, vol. 5, p. 460.

Necessitamos desenvolver bons planos para envolver todos os membros da igreja e visitantes na obra de salvar almas para o reino de Deus.

Em Mateus 25 encontramos uma ilustração muito clara a respeito de duas classes de pessoas com dois diferentes destinos. Cristo as chama de ovelhas e bodes: “E porá as ovelhas a Sua direita, mas os cabritos à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem a Sua direita: Vinde, benditos de Meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era forasteiro, e Me acolhestes; estava nu, e Me vestistes; adoeci, e Me visitastes; estava na prisão, e fostes ver-Me.” Mateus 25:33-36.

“Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores.” O Desejado de Todas as Nações, p. 637.

Oramos para que o Senhor nos dê uma nova experiência em nossa vida cristã à medida que nos aproximamos do fim de todas as coisas.

Cordialmente, em Jesus Cristo,

Pastor Davi Paes Silva.
Presidente da Conferência Geral dos Adventistas do 7º Dia Movimento de Reforma.

sexta-feira, 22 de março de 2013

A Salvação e o Processo da Santificação



Por: Glauce E.C. Ferreira.

Deus espera que “porfiemos entrar pela porta estreita, porque muitos procurarão entrar, mas não poderão” (Luc.13:24). Este texto bíblico nos faz entender que na obra da salvação o homem, também,  tem uma parte a desempenhar. Que embora a Salvação já nos está garantida, para alcançá-la, precisamos nos desprender de todo o embaraço, de tudo o que nos impede de ouvir a voz de Jesus e seguir os Seus ensinos. É pela contínua ligação com Cristo, pela contínua entrega da nossa vontade à dEle, que podemos receber as bênçãos da justificação. Ao operar Deus no coração do homem e este entregar à Ele sua vontade e com Ele cooperar, é que manifesta na vida do mesmo aquilo que Deus opera em seu íntimo, através do Espírito Santo, que é a transformação de caráter (justiça comunicada).  É nesse sentido que a Palavra de Deus diz que é Deus Quem “opera no homem tanto o querer como o efetuar, segundo à Sua vontade (Fil. 2;13).
O primeiro passo do pecador rumo à sua conversão é atender aos apelos do Espírito Santo, O qual fala, constantemente, ao coração, convidando-o á ir à Cristo para arrepender-se, ou melhor dizendo,voltar atrás. Disse Jesus. “E o que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37).  A todos que, em vão, procuram mitigar a sede nas rotas cisternas deste mundo, Cristo dirige as seguintes palavras: “Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome, de graça, da água da vida”(Apoc.22:17). Diz mais: “Se confessardes os vossos pecados Ele é fiel e justo para vos perdoar e purificar de toda a injustiça”(I João 1 João 1:9). Por aí vemos que, só obteremos o perdão dos pecados se reconhecermos que estamos em falta e necessitados de misericórdia. Melhor dizendo: se sentirmos tristeza pelo pecado, disposição para abandoná-los e irmos à Cristo em busca de solução (Apoc.3:17). Diz a Palavra de Deus: “Pela Graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós é dom de Deus”(Ef.2:8). Através desse texto vemos que, embora Cristo já tenha pago a divida, referente ao pecado, em nosso lugar; é preciso robustecer nossa fé para obter a salvação (João 3:16). Por ser a fé dom de Deus, somente através de uma inteira comunhão com Cristo é que poderemos obtê-la. Diz a Palavra de Deus: “A fé vem pelo ouvir; e o ouvir a Palavra de Deus” (Rom.10:17). É obra do Espírito Santo habilitar o homem para viver no Céu (João 3:1-5); só que isto não pode ser feito a menos que Lho permitamos. Diz Ele: “Filho meu, dá-me o teu coração e os teus olhos observarão os meus caminhos”(Prov.23:26). Não devemos esperar que alguma coisa acontece para atendermos aos apelos do Espírito Santo. Devemos buscar à Cristo hoje. A luta do próprio eu é a maior batalha a ser ferida. A renúncia da vontade humana, a sujeição de tudo à vontade de Deus, requer luta. Devemos nos submeter a Deus antes de sermos renovados em santidade. Sabemos que o passaporte para o Céu é a perfeita obediência à Lei de Deus, qual exigência Cristo cumpriu no lugar do homem afim de dar a este uma nova oportunidade de vida (justiça imputada). Só que poderemos perder esse privilégio se desprezarmos os apelos do Espírito Santo, O qual, dia a dia nos convida a irmos à Cristo, o caminho, a verdade e a vida (João 14:6), para sermos fortalecidos e aperfeiçoados (justiça comunicada). Somente aqueles que aceitam Cristo como seu Salvador e guia, é que serão justificados por Ele e recompensados com a vida eterna. Devemos “operar nossa Salvação com temor e tremor...fazer todas as coisas sem murmurações nem contendas, para que possamos ser achados irrepreensíveis, inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, na qual devemos resplandecer como astros no mundo” (Fil.2:12-15). Que o Senhor nos ajude para isto. Amém.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Mateus 19:9. É o Casamento um Concerto Vitalicio?


O casamento é um acordo ou concerto que se faz por toda a vida. No entanto, parece que mesmo no meio evangélico algumas pessoas tem questionado esta questão. Alguns o fazem com base na passagem de Mateus 19:9, que diz:

“ Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.”

O ponto destacado: “não sendo por causa de prostituição”, na mente de muitos, parece deixar uma cláusula de exceção sob a qual poderia-se contrair novas núpcias. Ou seja, segundo esta passagem, se houver prostituição, o marido pode então deixar sua esposa e contrair um novo casamento. Porém, devemos enfatizar que Jesus não estava referindo-se ao marido e a mulher legalmente casados e que construíram uma vida juntos, ou que viveram por determinado tempo.

A expressão grega, utilizada pelo escritor sagrado, a qual foi traduzida por “prostituição” é “Pornéia”. O léxico do novo testamento grego traduz esta palavra da seguinte forma: “Pornéia: Prostituição.” Existe outra palavra grega “Moicheia” que é traduzida corretamente por “Adultério”. Estas palavras são traduzidas de formas distintas em vários textos da Bíblia. Vejamos:

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério(Moicheia), prostituição(Pornéia), impureza, lascívia.” Gálatas 5:19. 

Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios(Moicheia), prostituição(Pornéia), furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mateus 15:19.

A Bíblia faz desta forma, distinção entre adultério e prostituição. O Adultério, como todos sabem, ocorre entre pessoas casadas, já a prostituição, segundo a Palavra de Deus, ocorre entre pessoas solteiras. Portanto, o “não sendo por causa de prostituição (pornéia)” é uma cláusula de exceção para os solteiros, não para os casados. Caso contrário, se o texto sagrado estivesse referindo-Se aos casados, ele teria dito: “não sendo por por causa de MOICHEIA (adultério)”, o que ele, no entanto, não o fez. Algumas versões da Bíblia utilizam a palavra adultério em Mateus 19:9, mas não é tradução correta, pois ali a palavra grega (Pornéia) exige a palavra “prostituição” como sendo a tradução correta.

Esta diferença entre prostituição e adultério é bem patente também algumas vezes nas escrituras hebraicas. Um exemplo disso, nós encontramos em Oseias 4:13-14:

“... por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram. ...Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem vossas noras, quando adulteram.” 

Por que as filhas se prostituem? Por que são solteiras! E as noras, por que adulteram? Lógico, por que são casadas!

O que alguns questionam é que o relato contextual de Mateus 19 parece se referir a pessoas casadas como demonstrado na pergunta dos fariseus (Mateus 19:3). Sendo assim, a cláusula de exceção mencionada no versículo 9 que, segundo o texto grego, se refere aos solteiros, não pode ser aplicada para marido e mulher legalmente casados!

Mas resta uma questão: No próprio versículo 9, Jesus parece referir-Se a uma questão matrimonial ao mencionar:  “qualquer que repudiar sua mulher...”

Por que então Jesus usou a expressão “repudiar sua mulher...” se ele não estava falando de pessoas casadas, mas de pessoas solteiras ao usar a palavra prostituição (Pornéia)?

Devemos entender que o conceito de marido e mulher hoje no ocidente é bem diferente do conceito que imperava no oriente no tempo de Jesus. Entendemos hoje que marido e mulher são pessoas legalmente casadas segundo as leis do país e que se comprometeram viver para sempre um ao lado do outro, ou que assim já vivem. No oriente, este conceito era um pouco diferente. Vejamos:

“Então disseram aqueles homens a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; ...Então saiu Ló, e falou a seus genros, aos que haviam de tomar as suas filhas, e disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o SENHOR há de destruir a cidade. Foi tido porém por zombador aos olhos de seus genros.” Gên. 19:12,14.

Genros que ainda não haviam casado! Eram solteiros, mas já considerados maridos das filhas de Ló!

Outro exemplo clássico:

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.” Mateus 1:18-20.

É fácil perceber no texto que Maria e José ainda não se haviam ajuntado, ou seja, eles não viviam como marido e mulher. Eles não estavam legalmente casados, porém, já eram considerados como marido e mulher! Percebamos, o que José era de Maria? Resposta: Marido! E o que Maria era de José? Esposa!

Na verdade era como se fossem noivos, mas um noivado muito mais comprometido do que os que conhecemos em nossos dias. Neste noivado ambos eram considerados marido e mulher!

O que ocorreria se, neste período, a moça, por exemplo, traísse seu noivo ou o seu já considerado esposo? Neste caso o noivo, o já considerado marido, poderia deixa-la e se casar livremente com outra pessoa! Se lermos o relato de Mateus percebemos que foi isto que José pensou em fazer, só não o fez porque o anjo não permitiu (Mateus 1:19,20).

Segundo o texto de Mateus 19:9, Jesus estava mostrando que, em caso de prostituição durante aquele noivado, era permitido ao já considerado marido repudiar sua já considerada mulher e se casar com quem desejasse.

Os judeus sabiam e conheciam as circunstâncias do nascimento de Cristo. Sabiam que Maria havia ficado grávida antes de ser dada a José. Por isso, disseram a Jesus certa ocasião:

“Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição (Pornéia) ; temos um Pai, que é Deus.” João 8:41.

“Jesus negou que os judeus fossem filhos de Abraão. Disse: "Vós fazeis as obras de vosso pai." Em zombaria, responderam: "Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus." João 8:41. Estas palavras, em alusão às circunstâncias de Seu nascimento, foram atiradas como uma estocada contra Cristo, em presença dos que começavam a nEle crer.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 467.

Desta forma, a regra de exceção não favorece aqueles que são legalmente casados e que já viveram com a esposa. Neste caso, para os que já têm uma vida juntos, que já se ajuntaram, a regra é a que encontramos em Lucas 16:18:

Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera também.” Lucas 16:18.

Não pode haver contradição nas palavras de Cristo em Mateus 19:9  com as de Lucas 16:18, como realmente cremos não existir. Se o fulano "A" deixou da fulana "B" e se casou com a fulana "C", ambos, a saber, "A" + "C" estarão em pecado de adultério. A fulana "B" que é a parte inocente, a qual foi deixada ou abandonada pelo fulano "A", se ela vier se casar com outro, digamos o fulano "D", estarão, a saber "B" + "D" também em adultério.

Paulo reafirma esta verdade, da seguinte forma:

Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.” Romanos 7:2,3.

“Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”  I Coríntios 7:10-11.

“A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.” I Corintios 7:39.

Somente em face da morte, portanto, pode haver a dissolução do voto matrimonial.

Quando os discípulos ouviram que para os casados não existia nenhuma regra de exceção, que “o que Deus ajuntou não o separe o homem”, que Deus deu apenas uma mulher para Adão, (Mateus 19:4-6) disseram:

“...Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.” Mateus 19:10.

Jesus continuou:

Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.” Mateus 19:11.

Baseado nisto, eu compreendo por que alguns não compreendem e nem aceitam esta questão.

Mas continuou o Mestre:

“Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.” Mateus 19:12.

Eunucos que se castraram a si mesmo por causa do reino do Céu. Ou seja, se não se tornassem eunucos, se se casassem novamente, perderiam o reino de Deus! Somente na igreja de Deus se encontra tais eunucos!

“Quem pode receber isto, receba-o.”!


cristiano_souza7@yahoo.com.br



quarta-feira, 13 de março de 2013

A "TEOLOGIA" DA PROSPERIDADE À LUZ DA PALAVRA DE DEUS



A teoria da prosperidade é um meio eficaz de atrair milhares de pessoas às igrejas que nada mais são do que um comércio em nome de Deus.  Nestas “igrejas”, quase nada se fala sobre o arrependimento, o Céu, a conversão, etc, mas de prosperidade material neste mundo e não no mundo por vir. Os “pastores” se esforçam por converter seus fiéis a ofertarem para somente então poderem receber as bênçãos de Deus. Dízimos e ofertas são colocados como único meio de se comprar o favor Divino. Quem doa prospera, quem não doa, recebe maldição. As dádivas de Deus passaram a ser comercializadas dentro dos templos, e se estes templos ou igrejas pudessem literalmente ter a presença de Jesus, Ele diria: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda.” João 2:16. Nesta passagem, temos a citação de que o povo naquela época vendia animais e aves, hoje se vendem lenços, meias, cajados, etc. O mais incrível é que milhares de pessoas não veem isto, que estão fazendo daquilo que eles chamam de igreja de uma casa de venda e comércio. Estas pessoas se encontram cegadas pelo desejo de serem curadas, ou de empregados, se tornarem em patrões.

Neste artigo avaliaremos a teoria da prosperidade como esta é focalizada pela Bíblia. Disse Jesus:

 “... no mundo tereis aflições”. João 16:33.

Estas palavras de Cristo foram ditas a Seus discípulos, mostrando que Seus seguidores passariam por provas e dificuldades. A paz que Jesus promete é nEle e não no mundo. No mundo teremos aflições. Quem pode anular ou apagar esta sentença, de que no mundo passaremos por provas e dificuldades?

 “... pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”. Atos 14:22.

Quem ensina que o crente, se fiel em tudo, não passa por provas, esta dizendo que este mesmo crente não irá ao Céu, pois que os que irão receber a vida eterna passarão por muitas tribulações.

Prova-me e sairei como ouro”. Jó. 23:10.

As provas não são para destruir, mas para purificar e limpar. Se não suportamos a prova é porque não somos ouro puro. O salmista também disse:

 “Antes de ser afligido, andava eu errado; mas agora guardo a Tua palavra”. Salmo 119:67.

Por este texto se vê o motivo das provas e aflições; são para nos endireitar, mostrar o quanto dependemos de Deus, para destruir a escória apenas, não o ouro. Uma pessoa que não é afligida pode estar em pecado grave e não perceber. As provas ajudam-nos a fazer um exame de nós mesmos. Escreveu o Salmista:

“Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Salmos 119:71.

“E, na verdade, toda correção ao presente, não parece ser motivo de gozo, senão de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados.” Hebreus 12:11.

Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas”. Salmo 34:19.

Como posso dizer que os justos não passam por aflições, se a Bíblia afirma que muitas são suas aflições? Deus, porém, promete auxilio para vencermos cada uma delas. O salmista diz que quando somos afligidos buscamos mais o Senhor. Mas ele deixa claro também que mesmo sendo fiel “cordéis de morte o cercaram, e angustias se apoderaram dele”. Salmo 116:3.

“Receberia o bem de Deus e não receberia o mal?” Jó. 2:10.

“O Senhor prova o justo”. Salmo 12:5.

Quem estiver por aí ensinando que Deus não prova o justo está indo contra a palavra do Senhor, dizendo o que Deus não falou! E disse-me o Senhor: Os profetas profetizam mentiras em meu nome; não os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei. Visão falsa, adivinhação, vaidade e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam”. Jeremias 14:14.

O apóstolo Paulo escreveu:

“Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições...”. II Timóteo 4:5.

Ou seja, tenha paciência nas provas e utilize-as para seu próprio bem!

“E que mais direi? Pois me faltará o tempo, se eu contar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas; os quais por meio da fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões. Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra.” Hebreus 11:32-38.

Percebeu por quantas provas os heróis da fé passaram? Será que os pregadores da prosperidade já leram estes versículos?

“Diz (o ímpio) em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei na adversidade”. Salmo 10:6.

 Se lermos o Salmo 10, constataremos que os que pregam estas palavras, ou seja, que não passaremos por adversidades, são os ímpios, não os justos.

“Até a presente hora padecemos fome, e sede; estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e o suportamos; somos difamados, e exortamos; até o presente somos considerados como o refugo do mundo, e como a escória de tudo. Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar, como a filhos meus amados”. I Coríntios 4:11-13.

Esse é Paulo falando. Notou o que ele disse? Passou fome, sede, não tinha roupa suficiente, apanhou, não tinha onde morar, tinha que trabalhar duro pra sobreviver, foi perseguido, e não se envergonhava disso. Agora, leia com atenção os próximos versículos:

“Antes em tudo recomendando-nos como ministros de Deus; em muita perseverança, em aflições, em necessidades, em angústias, em açoites, em prisões, em tumultos, em trabalhos, em vigílias, em jejuns, como entristecidos, mas sempre nos alegrando; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo.” II Cor. 6:5,10.

Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro”. II Cor. 7:5.

“São ministros de Cristo? Falo como fora de mim, eu ainda mais; em trabalhos muito mais; em prisões muito mais; em açoites sem medida; em perigo de morte muitas vezes; dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. Além dessas coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas”. II Coríntios 11:23-28.

Por que Deus deixou estas passagens em Sua palavra? Elas servem para nos confortar em momentos difíceis. Nos momentos em que as enfermidades aparecem, em que quase acaba o pão, mas não falta o necessário para a vida.

Agora, vejamos que texto maravilhoso:

“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grandes combates e aflições”. Hebreus 10:32.

Ou seja, depois que aceitamos a verdade, que nos tornamos servos de Deus, passaremos por provas! A mensagem, portanto de que um fiel não é provado que apenas prospera, é irreal, ilusória! Se lermos os versículos seguintes, a saber, Hebreus 10:33-34, veremos que nas provas poderemos passar por tribulações, perder propriedades e bens, mas não devemos esquecer que nossa recompensa real está no Céu.

No Salmo 73 podemos perceber que muitas vezes o ímpio prospera enquanto o justo frequentemente sofre com provas, aflições e perdas! Asafe, o escritor do salmo 73, não compreendia o motivo disso até que Deus mostrou que, mesmo que o ímpio progrida nesta vida e coloque em suas posses o coração (Salmo 62:10), no final perderá a salvação, pois suas riquezas se tornam o tropeço de sua alma (Ezequiel 7:19). Enquanto o justo, mesmo padecendo dificuldades neste mundo, pode descansar em Deus que é sua fortaleza e porção para sempre. A Bíblia ainda diz:

“As tendas dos assoladores tem descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe tudo”. Jó 12:6.

Na prosperidade passam os seus dias, e num momento descem à sepultura. Eles dizem a Deus: retira-te de nós, pois não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos”. Jó 21:13-14.

Deus, no entanto:

Corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Hebreus 12:6.

Se, portanto, não somos corrigidos, é porque não somos consideramos filhos de Deus, “porque que filho há a quem o pai não corrija?”

Agora, perceba o seguinte:

“Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos e não filhos”. Hebreus 12:8.

Aqui divisamos dois detalhes importantes:

1° - Todos, sem exceção são participantes de disciplinas.
2° - Se não passamos por provas é porque Deus não nos recebeu por filhos e somos bastardos.

“Confessa pois no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o Senhor teu Deus”. Deuteronômio 8:5.

“Filho Meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da Sua repreensão. Porque o Senhor repreende aquele que ama, assim como o pai ao filho que ama”. Provérbios 3:11-12.
Por isso, a Bíblia traz uma bem-aventurança a toda pessoa que Deus prova e aflige:


“Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus castiga; não desprezes, pois ao castigo do Todo-poderoso”. Jó. 5:17.

As provas são bênçãos, não maldição, depende de como você as recebe e como você a vê. Não as despreze!

“Pois ainda que (o Senhor) entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das Suas misericórdias”. Lamentação 3:32.

Devemos ter a certeza do salmista:

“Bem sei eu, ó Senhor, que os Teus juízos são justos, e que em Tua fidelidade me afligiste”. Salmo 119:75:

Apocalipse 2:7,11,17,26; 3:5,12,21: “Ao que vencer”. Não existe vitória sem luta! E esta luta acontece em todas as formas, em âmbito material e espiritual. Por isso, a palavra de Deus nos diz que os salvos dos últimos dias virão de “Grande tribulação”. Apoc. 7:14.

É certo que Deus põe nas mãos de algumas pessoas dádivas para que estas pessoas sejam um veículo, um meio, uma ponte, para que estas dádivas divinas cheguem até pessoas mais carentes. Com isto também Deus deseja tirar do coração dos mais abastados o amor e o apego às coisas materiais, eliminando deles todo egoísmo, pois Jesus disse que os pobres sempre existiram entre nós (João 12:8), e cabe aos que tem mais, ajudar os que têm menos ou aos que não tem nada, aos que são verdadeiramente pobres (Provérbios 19:17; 21;13; Gálatas 2:10; II Coríntios 9:9).

A "Teologia" da prosperidade foca apenas os ganhos materiais como demonstrando as bênçãos de Deus. Mas a palavra de Deus fala de prosperidade não nestes termos, mas em todos os detalhes da vida (Deuteronômio 28; Malaquias 3:10-11). Estas bênçãos podem vir em forma de provas, dificuldades diversas, muitas vezes até mesmo na falta de recursos onde você sobrevive com pouco, pois a bênção de Deus faz com que não falte o necessário, o alimento simples, mas que sacia a fome, a roupa que não é custosa, mas que cobre o corpo, a bebida que não é cara, mas a simples e saudável água que sacia a sede. Enquanto Deus multiplica o pouco que você tem, o salário mínimo que te mantem vivo, muitos que ganham bem mais estão muitas vezes sofrendo, endividados, não tendo com o que pagar, pois:

 “Vale mais o pouco que tem o justo, do que as riquezas de muitos ímpios.” Salmos 37:16).

São estas bênçãos que Deus prometeu a Seus filhos fiéis, esta é a verdadeira prosperidade e não riquezas acumuladas ou milionárias fazendas. Jesus prometeu a seus filhos:

“Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:31-33.

Aquele que foi nosso exemplo, que foi fiel em tudo, que guardou todos os mandamentos de Seu Pai (João 15:10), que ensinou que devemos manter nossa fidelidade na devolução dos dízimos até mesmo nas pequenas coisas (Lucas 14:42; Mateus 24:24), não prosperou materialmente. No dia em que morreu, a única coisa preciosa que possuía, era uma túnica sem costura (João 19:23).

Aquele que foi tão pobre a ponto de não haver nEle beleza de ornamentos ou riquezas exteriores para que o desejássemos (Isaias 53:2), ressaltou, certa vez:

“As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” Lucas 9:58.



Disse um poeta um dia,
fazendo referência ao Mestre amado:
"O berço que Ele usou na estrebaria,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o manso jumentinho,
em que, em Jerusalém, chegou montado
e palmas recebeu pelo caminho,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o pão - o suave pão
que foi por seu amor multiplicado,
alimentando toda a multidão -,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o famoso barquinho?
aquele barco em que ficou sentado,
mostrando à multidão qual o caminho,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o quarto em que ceou
ao lado dos discípulos, ao lado
de Judas, que o traiu, de Pedro, que o negou,
por acaso era dEle?
- Era emprestado!


E o berço tumular,
que, depois do Calvário, foi usado
e de onde havia de ressuscitar,
o túmulo era dEle?
- Era emprestado!


Enfim, NADA era dEle!
Mas a coroa que ele usou na cruz
e a cruz que carregou e onde morreu,
essas eram, de fato, de Jesus!"


Isso disse um poeta, certo dia,
numa hora de busca da verdade;
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade...
O berço, o jumentinho e o suave pão,
os peixes, o barquinho, o quarto e a sepultura,
eram dEle a partir da criação,
"Ele os criou" - assim diz a Escritura...


Mas a cruz que Ele usou
- a rude cruz, a cruz negra e mesquinha
onde meus crimes todos pagou,
essa não era Sua,

ESSA CRUZ ERA MINHA!


Inspirado em Stanley Jones

cristiano_souza7@yahoo.com.br