domingo, 30 de setembro de 2012

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 7



AS FASES DO JUÍZO

No artigo anterior, você compreendeu que a purificação do santuário celestial consiste na eliminação dos registros dos pecados dos livros celestiais mediante o sangue de Jesus. Para que estes pecados sejam apagados, é necessário que se faça uma obra de investigação na vida daqueles que professam crer no sacrifício de Jesus como único meio de se obter a eliminação de qualquer vestígio de transgressão.

Esta obra de investigação é necessária para que fique provado diante de todo o universo, diante de seres santos ou pecadores, que é possível, mesmo ao homem caído, pelo poder e graça de Deus, guardar Sua lei que é santa justa e boa (Romanos 7:12).

Com a obra do juízo, provando que é possível guardar a lei de Deus, Cristo desmascarará Satanás mais uma vez. Apontará seu povo, especialmente os que viveram na hora de maior apostasia e iniquidade, e dirá: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus” (Apocalipse 14:12). Desta forma, não apenas Satanás será condenado, mas também todos seus seguidores, por terem escolhido se rebelar sem motivo contra Deus e Sua santa lei. E, assim como Noé, ao preparar a arca, condenou o mundo ímpio antes do dilúvio (Hebreus 11:7), o povo de Deus, ao ser no juízo declarado justo, automaticamente condenará todos aqueles que desprezaram a lei de Deus e sua autoridade.

O juízo se processa primeiramente no Céu, e depois terá então outras fases. Estudaremos todas estas fases do juízo e como elas acontecem.

O Juízo Investigativo

O profeta Daniel relata que após o surgimento do reino da Babilônia, Medos e Persas, Grécia, Roma e aquela potência simbolizada pela ponta pequena, se estabeleceria o juízo. Para chegarmos a esta irrefutável conclusão basta lermos Daniel 7:1-10. Ora, a ponta pequena de Daniel 7:8, teve seu cumprimento mais específico a contar do ano 538 d.C. até o ano de 1798, e no final deste período, da supremacia da ponta pequena, segundo o livro de Daniel, o juízo se assentaria. Assim foi relatado:

“Assentou-se o juízo e abriram-se os livros”.

No final do juízo Daniel viu que os reinos do mundo seriam entregues ao Filho de Deus. Dan. 7:10,13-14. Desta forma, pode-se compreender claramente que o juízo, ao qual se referiu Daniel, aconteceria depois da supremacia da ponta pequena e antes da destruição dos reinos terrestres. Ou seja, não antes de 1798. Se, como podemos bem notar, Jesus não tem ainda o domínio total sobre a Terra, e os reinos desta ainda não Lhe foram entregues, é óbvio que estamos vivendo ainda nos dias do juízo. Este é o juízo investigativo. É o juízo que tem lugar antes que Cristo volte nas nuvens do céu, para então destruir os reinos mundanos e implantar Seu reino de justiça.

No juízo investigativo somente tomam parte aqueles que conhecem e professam a verdade. Analisaremos alguns textos sobre isto:

“Já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus”. I Pedro 4:17.

Perceba que o julgamento começaria pelos que conhecem, os da casa de Deus.

Eclesiastes 3:17: “Deus julgará o Justo e o ímpio”.

Repare que o sábio mencionou o julgamento do justo como precedendo ao do ímpio. Algumas pessoas acreditam que os justos não serão julgados, mas não é isto que a Palavra de Deus diz. Muitos se apoiam na seguinte passagem:

“... quem ouve Minha palavra não entra em juízo...”.

Devemos, porém entender que este juízo não se refere ao juízo investigativo, mas especificamente ao juízo executivo, ou o juízo de condenação. Tanto que na versão Revista e Corrigida e em outras versões, esta passagem de João 5:24 reza:

“... não entrará em condenação...”.

No grego, a palavra correspondente, a qual foi traduzida na versão Revista e Atualizada por juízo é (krisin) krisin”, que pode ser corretamente traduzida, como foi na versão Revista e Corrigida por: “condenação, punição.” Ou seja:

“... não entrará em punição...”.

Como veremos neste artigo, a palavra juízo pode também, ter em muitos casos o sentido de punição ou condenação. Veja ainda estes exemplos:

“... e os que tiveram praticado o mal, para a ressurreição do juízo (Krisin, condenação punição)”. João 5:29.

“Mas uma certa expectação horrível de juízo (krisin, condenação, punição) e ardor de fogo que, há de devorar os adversários”. Hebreus 10:27.

“... Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade, pois numa hora veio o seu juízo (Krisin, condenação, punição)”. Apocalipse 18:10.

Por este tipo de juízo, é mais do que certo que os justos não hão de passar.

Mas sobre passarem pelo juízo de investigação a Palavra de Deus é clara. Como vimos em Eclesiastes 3:17, “Deus julgará o justo”. Leiamos mais algumas passagens sobre isto:

“Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”. Romanos 14:10,12.

Quando Paulo diz “todos”, ele se inclui entre os que serão julgados ao mencionar também: havemos”.

O apóstolo João também se coloca entre os que serão julgados, ao escrever:

 “... para que no dia do juízo tenhamos confiança...” I João 4:17. 

Outros textos também são bem claros:

 “Ele julgará ao teu povo com justiça...”. Salmo 72:2.

“E foi-me dado uma cana semelhante a uma vara: e chegou o anjo e disse: Levanta, mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram”. Apocalipse 11:1.

No dicionário, o verbo medir tem também o sentido de fazer uma vistoria, uma avaliação, estimação ou uma investigação naqueles que estão na casa de Deus.

“E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram tantos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados. E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com vestidos de núpcias”. Mateus 22:10-11.

“Quando o rei entrou para ver os convivas, foi revelado o verdadeiro caráter de todos. A cada comensal foi provido um vestido de bodas. Essa veste era uma dádiva do rei. Usando-a, os convivas demonstravam respeito ao doador da festa. Um homem, porém, estava com seus trajes comuns. Recusara fazer a preparação exigida pelo rei. A veste provida por ele com grande custo, desdenhou usar. Deste modo insultou seu senhor. À pergunta do rei: ‘Como entraste aqui não tendo veste nupcial?’ nada pôde responder. Condenou-se a si mesmo. Então o rei disse: ‘Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores’”.

“O exame dos comensais pelo rei representa uma sena de julgamento. Os convivas à ceia do evangelho são os que professam servir a Deus, cujos nomes estão escritos no livro da vida. Luc 10:20; Fil.4:3;  Ap. 13:8; 20:12; etc. Nem todos, porém, que professam ser cristãos, são discípulos verdadeiros. Antes que seja dada a recompensa final,  precisa ser decidido quem está apto para participar da herança dos justos. Essa decisão deve ser feita antes da segunda vinda de Cristo, nas nuvens do céu; porque quando Ele vier, o galardão estará com Ele ‘para dar a cada um segundo sua obra’. Antes de sua vinda o caráter da obra de cada um terá sido determinado, e a cada seguidor de Cristo o galardão será concedido segundo seus atos”

Enquanto os homens ainda estão sobre a Terra, é que a obra do juízo investigativo se efetua nas cortes celestes. A vida de todos os seus professos seguidores é passada em revista perante Deus; todos são examinados de acordo com os relatórios nos livros do Céu. Dan. 7:10; Mal.3:16; Ne. 13:14; Sl. 56: 5,6; Jer. 2:22; etc, e o destino de cada um é fixado para sempre de acordo com seus atos”. Parábolas de Jesus págs. 309, 310.

Neste sentido é que se cumprirão as palavras de Cristo:

“Estando dois no campo, será levado um, e deixado outro; estando; duas moendo no moinho será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”.

Esta é a vinda de Cristo em juízo, pois o mesmo acontece no Céu e nosso caso será analisado e decidido em uma hora em que não pensamos nem sabemos. Compareceremos a este juízo através dos registros celestiais que contém o relato fiel de toda nossa vida, nossas ações, de nossos pensamentos ou palavras. Por isso Jesus nos exorta a vigiarmos “porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis”. Mateus 24:44.
  
 O Juízo Retributivo 

Na Bíblia existem inumeráveis provas do juízo retributivo. Este juízo terá lugar exatamente durante a segunda vinda de Cristo. As escrituras testificam dizendo que quando o Filho de Deus voltar Ele dará a cada um segundo suas obras. Ap. 22:12; Mat. 16:27; Is. 40:10,11; 62:11; etc.

Paulo, falando sobre este assunto em sua carta aos Romanos 2:5-6, diz:

“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; o qual recompensará a cada um segundo as suas obras”.

Notemos bem que, em Sua segunda vinda, Jesus manifestará o resultado do juízo investigativo que já ocorreu no Céu. Mas não devemos deixar de notar que em sua volta Ele recompensará a cada um. Ou seja, retribuirá a cada um segundo as suas obras. Rom. 2:7,8. Este é o juízo retributivo. Judas, escrevendo sobre o mesmo assunto, nos versículos 14 e 15, menciona este juízo que terá lugar na segunda vinda de Jesus nas seguinte palavras:

Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as sua obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra Ele”.


O juízo Vindicativo

Neste juízo somente os ímpios serão julgados. De forma geral, o caso dos perdidos, não será avaliado no juízo investigativo, pois, como vimos, este é para aqueles que conhecem a verdade. Durante os mil anos, enquanto os salvos estarão no Céu e os ímpios mortos na Terra (Jeremias 25:33), será realizado, pelos salvos, o julgamento dos ímpios, a fim de que fique decretada a pena que cada um irá pagar no castigo final através do fogo e para que possa eliminar de forma total alguma dúvida quanto ao caráter de Deus antes que Ele possa de uma vez por todas eliminar o mal. A Bíblia menciona este juízo da seguinte forma:

“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.” Apocalipse 20:4.

“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” I Corintios 6:2.

  
O Juízo Executivo

O juízo executivo terá lugar na Terra depois dos mil anos, quando os ímpios cercarem a cidade santa a Nova Jerusalém. Mas descerá fogo do céu e os devorará. Ap. 20:8-10.

O salmista Davi, escrevendo sobre este assunto, disse o seguinte no salmo 11:6:

“Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre, e vento tempestuoso: eis a porção do seu corpo”.

Podemos também, corretamente, traduzir este salmo assim:

“... eis a recompensa do seu corpo”.

Este será o juízo executivo.

O apóstolo Pedro esclareceu ainda mais esta verdade ao escrever:

“Mas os céus e a Terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios”. II Pedro 3:7.

Notemos bem que o apóstolo relaciona o dia do juízo com a destruição da Terra pelo fogo juntamente som os ímpios. Este não pode ser de forma alguma um juízo de investigação, nem o juízo que Cristo exercerá em Sua segunda vinda, pois nestas ocasiões a Terra não será ainda queimada com fogo como se acha registrado neste juízo ao qual Pedro se refere.

Sim, a palavra de Deus faz referência a quatro fases do juízo, a saber: O investigativo que tem lugar antes da segunda vinda de Cristo, o vindicativo que ocorrerá no Céu durante mil anos enquanto a Terra está vazia, realizado pelos salvos, o retributivo que terá lugar na vinda de Cristo, e o executivo, que acontecerá na destruição final dos ímpios pelo fogo.

Não podemos confundir estas quatro fases do juízo. Alguns cometem este erro citando textos da Bíblia que mencionam um juízo no futuro e pensam tratar-se do juízo que decidirá cada caso para a vida ou para a morte. Porém, este juízo ocorre em nossos dias e por isto devemos vigiar, pois quando Jesus voltar Ele virá já com o resultado ou com a sentença desse juízo que se passa no santuário celestial, onde aceita-se nomes e rejeita-se nomes.

Devemos lembrar que, para os Israelitas, o dia da expiação significava o “dia de juízo”, pois neste dia Deus julgava seu povo, escolhendo se os pecados seriam ou não removidos do santuário.

O dia antitípico da expiação, ou seja, a realidade daquela cerimonia judicial expiatória do Antigo Testamento, é a obra que Jesus está realizando no lugar santíssimo do santuário celestial desde 1844, decidindo se os pecados permanecem ou não nos registros celestiais.

“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom ou mal”. Ecl. 12:13,14.

Continua...

cristiano_souza7@yahoo.com.br

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

INDICADOR DO CORAÇÃO


Muitas almas convencidas da verdade têm sido levadas a decidir-se contra ela por causa do orgulho e do amor ao mundo manifestado por nossas irmãs. A doutrina pregada parecia clara e harmônica e os ouvintes sentiam dever levantar uma pesada cruz, com a aceitação da verdade. Quando essas pessoas viram nossas irmãs fazendo tanta ostentação no vestuário, disseram: ‘Esse povo veste-se mesmo como nós. Não podem realmente crer o que professam; afinal, devem estar enganados. Se na verdade pensassem que Cristo havia de vir em breve, e o caso de cada alma devia ser decidido para a vida eterna ou a morte eterna, não podiam dedicar tempo e dinheiro para se vestirem de acordo com as modas existentes.’ Mal sabiam aquelas professas irmãs crentes o sermão que seu vestuário estava pregando!
Nossas palavras, ações e vestidos são diariamente pregadores vivos, juntando com Cristo ou espalhando. Isto não é coisa insignificante para ser passada por alto com uma brincadeira. A questão do vestuário exige séria reflexão e muita oração. Muitos incrédulos sentiram que não estavam procedendo bem em se permitirem ser escravos da moda; mas quando veem alguns que fazem elevada profissão de piedade vestindo-se da mesma maneira que os mundanos, fruindo a sociedade dos frívolos, entendem que não pode haver mal em tais coisas.
[...] Todo o Céu está notando a influência diária que os professos seguidores de Cristo exercem sobre o mundo. Minhas irmãs, seu vestuário está falando ou em favor de Cristo e da sagrada verdade ou em favor do mundo. De qual deles? Lembrem-se de que havemos todos de responder a Deus pela influência que exercemos.” — Testimonies (Testemunhos para a igreja), vol. 4, p. 641.
O amor ao vestuário põe em perigo a moral e faz com que a mulher seja o contrário do que é uma senhora cristã, que se caracteriza pela modéstia e sobriedade. O vestuário extravagante muitas vezes incute concupiscência no coração da que o usa, despertando baixas paixões no que o contempla.” — Ibidem, p. 645.
O mundo está obcecado por exibição, moda e prazer. A licenciosidade está firme e terrivelmente aumentando. Por que os cristãos não serão leais a sua elevada profissão de fé?” — Ibidem, p. 647.
Há sobre nós, como um povo, um terrível pecado – termos permitido que os membros de nossa igreja se vistam de maneira incoerente com sua fé. Precisamos erguer-nos imediatamente, e fechar a porta contra as seduções da moda. A menos que façamos isso, nossas igrejas se tornarão desmoralizadas.” — Ibidem, p. 648.

Trecho da Lição da Escola Sabatina Reformista. Aprenda mais aqui: http://www.sdarm.org/sbl/sbl.php

COMENTÁRIO: As lições da Escola Sabatina Reformista é 100% inspirada, totalmente baseada na Bíblia e nos Testemunhos com mensagens que mexem profundamente com a vida espiritual daqueles que a estuda diariamente. Visite você também uma congregação reformista, e descubra como você pode aprofundar seu conhecimento e transformar a sua vida através do estudo da Palavra de Deus.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 6




COMO OCORRE A PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO CELESTIAL E O QUE SIGNIFICA?


No livro de Levítico 4:2-3; 27-35, encontramos:

“Quando uma alma pecar por erro contra os mandamentos do Senhor, acerca do que se não deve fazer, e obrar contra alguns deles: se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado, que pecou, um novilho sem mancha, ao Senhor, por expiação do pecado”.

Todo aquele que transgredisse qualquer mandamento da lei de Deus, devia oferecer, para que seu pecado fosse perdoado, um sacrifício com sangue, um animal devidamente escolhido para holocausto.

Geralmente, a pessoa que cometesse qualquer ato pecaminoso devia levar o inocente animal ao pátio do santuário, e com as próprias mãos sobre a cabeça do animal, confessava sua falta ou pecado. Após este ato, o transgressor imolava a inocente vítima, e o sacerdote com uma bacia, recolhia o sangue e o levava para dentro do santuário e diante da cortina espargia o sangue que também era colocado sobre as pontas do altar. Assim era garantido o perdão ao transgressor. Esta cerimônia é relatada em Levítico 4:2-7, onde se pode ler o seguinte:

“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos mandamentos do Senhor, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum deles; Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao Senhor, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado. E trará o novilho à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o Senhor. Então o sacerdote ungido tomará do sangue do novilho, e o trará à tenda da congregação; E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete vezes perante o Senhor diante do véu do santuário. Também o sacerdote porá daquele sangue sobre as pontas do altar do incenso aromático, perante o Senhor que está na tenda da congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramará à base do altar do holocausto, que está à porta da tenda da congregação.”

Quando o pecador confessava as próprias faltas sobre a cabeça do animal, de forma simbólica, transferia sua culpa para a inocente vítima que morria ou pagava a transgressão em seu lugar. Com o sangue do animal sendo espargido sobre o véu e passado sobre as pontas do altar, o pecado cometido pelo ofensor, era, desta forma, transferido para dentro do santuário. O pecador estava assim perdoado, mas seu pecado, o sinal de sua transgressão, ficava registrado através do sangue que permanecia no santuário. Havia, portanto, a necessidade de que este sangue fosse eliminado do santuário. Para tanto, o santuário devia passar por uma purificação. Isto ocorria exatamente no dia 10 do 7° mês. A Bíblia diz o seguinte em Levítico 16:30:

“Porque naquele dia se fará expiação, por vós, para purificar-vos, e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor”.

Como já dissemos, após levar a inocente vítima ao santuário e confessar sobre a cabeça do animal seu próprio pecado e matar a vítima no pátio, o pecador ficava perdoado (Levítico 6:1-7). Porém, em um determinado dia, se fazia ainda expiação pelo transgressor para purifica-lo de todos os seus pecados.

Através deste cerimonial da expiação ou purificação do santuário – detalhado em Levítico 16 – era o pecado removido do santuário e o povo purificado dos mesmos. Aquele sangue contaminava o santuário, e era necessário que se realizasse uma purificação, simbolizando o apagamento de todo vestígio da transgressão ou pecados cometidos. A Bíblia diz:

“Assim expiará o santo santuário”. Levítico 16:33.

Este processo era realizado uma vez em cada ano, como já dissemos no dia 10 do 7º mês, chamado o mês Tishrei do calendário judaico, correspondente ao mês de Outubro do nosso calendário. Para Israel era o dia mais importante, pois este ato significava completa aceitação por parte de Deus e apagamento de todos os seus pecados, que haviam ficado registrados no santuário. A princípio, o pecado era perdoado, mas permanecia seu registro através do sangue aspergido dentro do santuário. Agora, no dia da expiação, os vestígios dos pecados eram completamente eliminados. O sangue era extinto do santuário, e o mesmo era desta forma purificado. Este era o tipo, ou seja, o simbolismo.

Mas qual é a realidade de tudo isto e o que este cerimonial significava?

A inspiração nos assegura que toda lei cerimonial era uma sombra, ou melhor, uma cópia da realidade. Col. 2:13-17; Heb. 10:1; 9:10.

Aquele cordeiro que era sacrificado em lugar do pecador, simbolizava o verdadeiro cordeiro de Deus que por nós deu Sua vida. Jo. 1:29; Is. 53:7; etc.

Durante o ano todo, o sumo sacerdote ministrava no lugar santo do santuário, e só entrava no lugar santíssimo no dia da expiação, para apagamento dos pecados. Assim Cristo, após Sua ascensão, para cumprir o simbolismo, até 1844 ministrou no lugar santo do santuário celestial. Durante este período Ele recebia as orações e confissões de Seus filhos. Seus pecados desta forma eram perdoados, mas permaneciam registrados nos livros. Diz a Palavra de Deus:

“Por isso, ainda que te laves com salitre, e amontoes sabão, a tua iniqüidade está gravada diante de mim, diz o Senhor Deus.” Jeremias 2:22. 

“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” Apocalipse 20:12.

“Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.” Daniel 7:10.

O escritor aos Hebreus informa que, por estarem estes registros de pecados no santuário celestial, era necessário que este santuário do novo concerto passasse também por uma purificação, simbolizada pelo dia da expiação do mês de Tishrei. Notemos bem o que está registrado em Hebreus 9:23:

“De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no Céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes”.

“... as figuras das coisas que estão no Céu...”. Aqui sem dúvida é uma menção ao santuário terrestre, pois este era sim uma figura das coisas que se acham no Céu. Mas o escritor conclui dizendo que estas coisas que estão no Céu também deviam passar por uma purificação, porém com sacrifícios melhores, ou seja, com o sacrifício de Jesus. A Daniel o anjo disse exatamente quando esta purificação do santuário celestial devia ter início: No fim dos 2300 anos, ou melhor, a purificação do santuário celestial começaria em 1844, como já ficou demonstrado. Até então Cristo perdoava os pecados de Seu povo, a partir desta data, Ele passou a apagar os pecados já confessados e perdoados registrados ainda nos livros. Assim como eram eliminados os pecados do povo de Israel através da limpeza dos vestígios de sangue, Cristo a partir de 1844, “com sacrifícios melhores”, isto é com Seu próprio sangue – não com o de animais – purifica o santuário celestial dos pecados de Seu povo. A purificação do santuário celestial, portanto, não é a purificação de algo físico, mas purificação do pecado. Veja por exemplo: At. 3:19; Mal. 3:3.

A obra de confissão dos pecados sobre a cabeça do animal, no tipo, era de suma importância, pois assegurava ao pecador que seu pecado fora perdoado. Sem esta primeira parte, seria impossível obter o perdão ou a aceitação de Deus. Mas, o dia da expiação, era o dia decisivo, onde todo pecado era apagado. Apagamento dos pecados significava completa aceitação por parte de Deus. Os israelitas ficavam livres de toda culpa e limpo diante de Deus como se nunca houvera transgredido. Pois, realizando todo aquele cerimonial para expiação da culpa, estavam assim demonstrando fé no sangue precioso de Cristo que por eles seria derramado. Eles eram aceitos no Amado de Deus.

Da mesma forma, o que Jesus fizera no calvário foi importantíssimo, pois Seu sacrifício assegurou a todo pecador o perdão de seus pecados, se abandonados e confessados. Mas, e se esta obra parasse aí? O que se fariam dos pecados registrados nos livros do Céu? Claro, devem ser também expiados pelo sangue de Cristo! E para que isto seja possível é necessária uma obra de investigação, para ver quem está apto a participar dos benefícios adquiridos na cruz. Ou seja, é necessário que fique provado quem aceitou este sacrifício em favor de si mesmo e através de arrependimento e fé esteja vivendo uma vida de obediência. Aos que forem fiéis, a estes, é assegurado o apagamento de suas transgressões pelos méritos de Cristo.

Assim, Jesus está hoje no lugar santíssimo do santuário celestial para apagar os pecados registrados de Seu povo, ainda que já confessados e perdoados. Portanto, a obra da cruz sem dúvida foi de máxima importância, mas como no tipo, o é também a obra da expiação realizada hoje por Cristo no santuário celestial.

Hoje, através da obra de Jesus no lugar santíssimo, todos podem receber os benefícios de Sua redenção na cruz. Um pensamento inspirado diz:

“A ruptura do véu do templo mostrou que os sacrifícios e ordenanças judaicas não mais seriam recebidos. O grande sacrifício havia sido oferecido e aceito, e o Espírito Santo, que desceu no dia de pentecostes, levou a mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde Jesus havia entrado com Seu próprio sangue, a fim de derramar sobre os discípulos os benefícios de Sua expiação”. Primeiros Escritos págs. 259, 260.

Esclarecendo dúvidas

Antes de encerrarmos este tópico, desejamos aqui esclarecer mais um ponto importante. É muito comum hoje ouvirmos pessoas pregando e ensinando que Jesus não esperou até o ano de 1844 para entrar no santíssimo e então realizar o apagamento de nossos pecados, mas que Ele o fez logo após Sua ascensão. Interpretam de forma errônea o texto da carta aos Hebreus 6:19, 20, que diz:

“A qual temos uma âncora da alma segura e firme, e que penetra até o interior do véu. Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”.
  
Em si mesmo, a passagem como lemos acima, nada tem que contradiga o que até aqui temos visto. Muitos, erradamente, acreditam que quando a Palavra de Deus menciona “interior do véu”, está referindo-se ao véu que separava o lugar santo do santíssimo e supõem que ali Jesus entrou logo após ter ido ao Céu. Porém, se no santuário existisse apenas um véu, aquele que separa o primeiro compartimento do segundo, não tiraríamos a razão destas pessoas que assim creem, mas infelizmente algumas pessoas estão ignorantes de um fato: o de que no santuário terrestre ou no celestial – pois que o terrestre é uma sombra do celestial – não existia ou existe apenas uma cortina, mas duas. A que separava o lugar santo do pátio, na entrada do santuário, e o segundo véu, que separava o lugar santo do santíssimo. Sobre isto lemos em Êxodo 36: 35:

“Depois fez o véu de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido: de obra esmerada o fez com querubins”.

Segundo Êxodo 26:37; 26:35, a passagem acima citada refere-se ao segundo véu, aquele que separava o lugar santo do santíssimo.

Mas notemos o que se segue em Êxodo 36:37; 26:36:

“Farás também para a porta da tenda uma coberta de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido obra de bordador”.

 “Fez também para a porta da tenda o véu de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, da obra do bordador”.

Notemos: “Farás também”. Ou seja, além de outras coisas, e estas se inclui o segundo véu, deveria ser feito outro véu para “a porta da tenda”.

Aos Hebreus está escrito que o véu que separava o local santo do lugar santíssimo era o “segundo véu”. Lemos:

“Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos”. Heb. 9:3.

Se existe segundo, logicamente existe o primeiro. Assim fica fácil entendermos qual véu Jesus penetrou após Sua ascensão. Como vimos até aqui, o santuário celestial teve seu ofício iniciado depois que Cristo derramou Seu sangue. Sendo assim, Ele não poderia entrar diretamente dentro do segundo véu, sem primeiro cumprir seu trabalho no primeiro compartimento. Para dentro do primeiro véu Ele entrou logo após Sua ascensão, como os sacerdotes que ministravam como sombra também no primeiro compartimento. Devemos lembrar que toda lei de cerimônias apontava um trabalho similar para o futuro. Se Jesus tivesse entrado logo para dentro do segundo véu, não teria necessidade nenhuma de que os sacerdotes ministrassem por um tempo no primeiro compartimento antes que o sumo sacerdote entrasse no santíssimo. A Palavra de Deus é bem clara:

“Ora se estivesse na Terra, nem tão pouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais,...”.




Repetimos: Se os sacerdotes deviam oficiar no primeiro compartimento por certo tempo, como isto pode ser colocado como sombra das coisas celestiais se Jesus tivesse entrado diretamente para dentro do segundo compartimento sem ter primeiro oficiado também no primeiro compartimento do santuário celestial? O trabalho dos sacerdotes no primeiro compartimento seria então sombra das coisas celestiais em que sentido?!

Alguns pensam que Jesus entrou diretamente para dentro do segundo véu, no santíssimo, porque o primeiro compartimento do santuário representava a Terra e que Ele ministrou neste compartimento enquanto esteve neste mundo. E que, após morrer e ressuscitar, Ele adentrou então o lugar santíssimo. No entanto, este pensamento se torna inócuo pelo fato de que o santuário era composto do lugar santo, santíssimo e o pátio. O cordeiro que representava a Cristo, não era morto no lugar santo, mas no pátio. Se as inocentes vítimas fossem mortas no lugar santo, no primeiro compartimento, então talvez este representasse a Terra onde Jesus foi crucificado. Mas não é o caso. Os animais eram mortos no pátio e este representava então a Terra onde Jesus foi sacrificado.

Depois de realizado o sacrifício, o sacerdote, que também representava Jesus, entrava no santuário, no lugar santo, com o sangue, e o espargia diante do véu. Semelhantemente, Jesus, depois de ser cruelmente morto nesta Terra – no sistema simbólico, no pátio – entrou no santuário celestial por Seu próprio sangue para ministrar primeiramente no lugar santo até o ano de 1844, e, neste ano, Ele passou para o lugar santíssimo para realizar a purificação do santuário.

De fato, a Bíblia atesta a entrada de Jesus no santuário, somente depois de Sua morte e ressurreição:

“Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Hebreus 9:12.  

No entanto, se a Terra era representada pelo primeiro compartimento, Jesus teria entrado nele, ou no santuário, antes de ter efetuado a redenção.

A teoria falsa de que Jesus, ao ir ao Céu, entrou diretamente no lugar santíssimo do santuário celestial, infelizmente afetou algumas versões mais recentes da Bíblia. Das versões que tenho em mãos, apenas uma, – a linguagem de hoje – cita a passagem de Hebreus 6:19, 20, de forma errônea (Desconheço outras). Com certeza, o tradutor da linguagem de hoje fez, nesta passagem, uma interpretação segundo sua opinião, sem, contudo, estudar esta questão. Infelizmente isto pode ocorrer. Acreditamos, no entanto, que o erro cometido não foi proposital. Em outras versões como na corrigida, na atualizada, na revisada, na Matos Soares, na internacional, também na Versão Ave Maria e outras, a passagem foi colocada de forma correta. Basta ao sincero pesquisador compreender a exatidão das palavras ali contidas. No grego a passagem reza assim:

“... kai eisercomenen eis to eswteron tou katapetasmatos”.
“... kai eiserchomenen eis to esoteron  toy katapetasmatos”.

 Como encontramos em uma edição da Bíblia de 1881, literalmente a tradução é:

“... que penetra até o interior da cortina”.

Nada existe no texto falando de segundo véu, ou santíssimo. Tentar afirmar isto é ir além do que está escrito. Isto seria incorrer em outro grave erro e passar por cima de mais uma passagem da Palavra de Deus que diz:

“E eu irmãos, apliquei estas cosias, por semelhança, a mim e a Apólos, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito,...”. I Coríntios 4:6.

Outra passagem que carece de uma análise é a que podemos ler em Hebreus 9:12. Neste texto, algumas versões trazem que Cristo, já no primeiro século, havia entrado no santo dos santos. Lemos na versão linguagem de hoje:

“Quando Cristo veio e entrou, uma vez por todas, no Santíssimo lugar, ...”

No grego, o texto diz assim:

... dia de tou idiuou aimatos eishlqen efapax eis ta agia, aiwnian  lutrwsin euramenos”.

Transliterado fica assim:

“... dia de toy idiyoy aimatos eise lthen efiapas eis ta agia, aionian lytrosin eyramenos”.

O detalhe para o qual desejamos chamar a atenção é a palavra que destacamos: (agia) Agia. Esta palavra significa: Santo.

Em Hebreus 9:3 encontramos:

“Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos”.

No grego está:

meta de to deuteron katapetasma akhnh h legomenh agia agion”.

Transliterado fica:

“Meta de to deyteron katapetasma akene e legomene agia agion”.

Note que em Hebreus 9:3 aparece realmente duas vezes a palavra (agia) Agia. Ou seja: Santo dos santos. Mas em Hebreus 9:12 aparece a palavra (agia) Agia apenas uma vez, o que mostra o que o escritor aos Hebreus tencionava dizer. Ele escreveu que Cristo havia entrado no lugar santo (Agia) e não no santo dos santos, (Agia agion) como equivocadamente trazem algumas versões. Para que  o texto de Hebreus  9:12 pudesse ser traduzido de forma que dissesse que Cristo, naqueles dias, já tivesse entrado no santo dos santos, a mesma expressão grega (agia) Agia deveria aparecer em Hebreus 9:12 duas vezes, assim como aparece em Hebreus 9:3.

O fato é que, não são em todas as versões da Bíblia que encontramos o mesmo lapso cometido em traduzir o texto de hebreus 9:12, dizendo que Cristo entrou, logo após Sua ascensão, no santo dos santos ou no santíssimo. Na Revista e Corrigida, por exemplo, uma das mais utilizadas, diz simplesmente:

“... entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”.

Na versão Ave Maria:

“... entrou de uma vez por todas no santuário adquirindo-nos uma redenção eterna”.

Na Revisada, a passagem ficou mais fiel ao texto original:

“... entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção”.

Na Bíblia Católica:

“... entrou de uma vez por todas no santuário, adquirindo-nos uma redenção eterna”.

Não vemos, portanto, nenhuma dificuldade tanto em hebreus 6:19,20, como em Hebreus 9:12, onde lemos que Cristo, após subir ao Céu entrou apenas no lugar santo, ou seja, no primeiro compartimento do santuário celestial.

Os que se arriscam a “contestar” a verdade de que Cristo entrou no santo dos santos apenas em 1844 citam, equivocadamente, os textos de Hebreus 6:19,20 e 9:12 para com isto procurar dar apoio às sua teorias. Mas alguns destes que dizem que Jesus entrou diretamente no lugar santíssimo, parecem sequer acreditar em um santuário no Céu, contendo, dois compartimentos, o santo e o santo dos santos, ou o santíssimo. Como então tentam provar a entrada de Cristo em um compartimento ou lugar no qual não acreditam?!

Continua...

cristiano_souza7@yahoo.com.br

domingo, 23 de setembro de 2012

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 5




RÁPIDO ESTUDO SOBRE OS 2300 ANOS


Como você pode constatar no artigo anterior, é indiscutível que as 70 semanas de Daniel 9:24 fazem parte dos 2300 anos. Assim sendo, o início das 70 semanas é também o início dos 2300 anos. Isto significa que o ponto de partida tanto para um período como para o outro é o mesmo.

Na explicação do anjo a Daniel, registrada a partir do versículo 25 de Daniel 9, foi dito:

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e reedificar Jerusalém...”.

Desta maneira foi dado o ponto de partida, de onde se devia começar a contar os 2300 anos, e também destes, 490 anos separados ao povo de Israel.

Desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém...”.

Esta ordem foi dada pelo rei Artaxerxes, de acordo com o que está registrado em Esdras capítulo 7. Dos três decretos expedidos, um por Ciro no ano 536 a.C. (Esdras 1:1-4) o outro por Dario em 519 a.C. (Esdras 6:1-12) e o de Artaxerxes em 457 a.C. (Esdras 7:1-28), somente este último, cumpre as especificações que a profecia requeria para o início da contagem dos 2300 anos. O primeiro decreto, o de Ciro, dizia respeito apenas à reconstrução do templo que estava em Jerusalém e não à Jerusalém como exigia a profecia. Ciro é apresentado na profecia como aquele que daria início ao retorno dos Judeus do cativeiro babilônico, e neste sentido ele daria sua parcela de contribuição não apenas ao templo, mas à cidade também. Não encontramos, porém, nenhuma passagem nas escrituras que testifique que o mesmo deu algum decreto para que Jerusalém fosse restaurada. O decreto de Ciro era referente ao templo e nada mais. Vejamos:

“No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias) despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra; e Ele me encarregou de Lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o Seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; Ele é o Deus que habita em Jerusalém. E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazendas e com gados, afora as dádivas voluntárias para a casa do Senhor que está em Jerusalém”.

“No primeiro ano do rei Ciro, o rei Ciro deu esta ordem: com respeito á casa de Deus em Jerusalém, esta casa se edificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados...”. Esdras 6:3-5.

O segundo decreto, o de Dario, muito semelhante, foi apenas para confirmar o primeiro de Ciro. Nada continha também sobre a reconstrução de Jerusalém como especificava a profecia. Lemos:

“Então o rei Dario deu ordem e buscaram na chancelaria, onde se metiam os tesouros em babilônia... Também por mim (Dario) se decreta o que haveis de fazer com os anciãos dos judeus, para que edifiquem esta casa de Deus,... O Deus, pois, que fez habitar ali o Seu nome derribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem e para destruírem esta casa de Deus, que está em Jerusalém. Eu, Dario dei o decreto; apressuradamente se execute”.

A profecia, no entanto, exigia um decreto do estabelecimento da cidade de Jerusalém. E, nas palavras do anjo a Daniel, esta reconstrução ou restauração da cidade, envolvia também o restabelecimento de seu sistema de governo civil, político e religioso. Isto se pode notar claramente lendo Esdras 7:11-13; 24-26:

“Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das palavras dos mandamentos do Senhor, e dos Seus estatutos sobre Israel. Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do Céu, paz perfeita, etc. Por mim se decreta que no meu reino todo aquele que do povo de Israel, e dos seus sacerdotes e levitas, que quiser ir contigo à Jerusalém, vá. Também vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, netineus, e ministros desta casa de Deus, que se lhes não possa impor, nem direito, nem antigo tributo, nem renda. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que está na tua mão, põe regedores e juízes, que julguem a todo o povo que está delem do rio, a todos os que sabem as leis de Deus, e ao que as não sabem farei saber. E todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, logo se faça justiça dele; quer seja morte, quer degredo, quer multa sobre os seus bens, quer prisão”.

Muitos historiadores datam a subida de Artaxerxes ao trono no ano 464 a.C. http://www.encyclopedia.com/topic/Artaxerxes_I.aspx A Bíblia relata que quando esta ordem foi dada e expedido o decreto para reconstrução de Jerusalém, faziam 7 anos que Artaxerxes estava reinando (Esdras 7:8). Assim sendo, 464 menos 7, temos 457 a.C. Deste ano, portanto, de acordo com o anjo, deve-se começar a contar os 2300 anos.

N explicação, Gabriel então dividiu os 2300 anos em duas partes. A primeira sendo destinada ao povo de Israel, um este período de 70 semanas que, multiplicadas por 7 dias de cada semana somam 490 dias ou anos. Dividiu ainda este primeiro período ou estas 70 semanas agora em três partes. Sendo: 7 semanas, 62 semanas, 1 semana. (Ver Daniel 9:25,27).

Desta forma temos:

 7 semanas
62 semanas
1 semana
=
=
=
  49 anos
434 anos
    7 anos
70 semanas
=
490 anos
                                                         

O anjo frisou que até o Messias passariam 7 semanas e mais 62 semanas, que somadas dão o total de 69 semanas ou 483 anos. A contar do ano 457 a.C, este período findou no ano 27 de nossa era. Neste tempo, no ano 27, veio Jesus pregando o reino de Deus, dizendo:

O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho”.

 Ao afirmar Jesus em Marcos 1:14, 15, dizendo: “O tempo esta cumprido”, referia-se Ele às 69 semanas ou os 483 anos, que, como o anjo dissera, deveriam realmente estender até o Messias, o Príncipe. Ao terminar este período, Jesus, cumprindo a profecia, começou Seu ministério revelando-Se ao mundo.

Na explicação da profecia o anjo disse ainda:

“E Ele (Cristo) firmará um concerto com muitos por uma semana: e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”.

Após findarem as 69 semanas ou os 483 anos, faltava apenas uma semana ou 7 anos para terminar o tempo de graça para a nação de Israel. Cristo exerceu seu ministério por três anos e meio, e depois foi crucificado. Fez cessar assim as ofertas de manjares e o sistema de sacrifícios (Colossenses 2:14-16). Como o anjo havia predito, isto devia acontecer na metade da última semana, ou 3 anos e meio após o batismo do Messias. Mas a profecia dizia que o concerto seria firmado com muitos por 1 semana. Compreende-se assim, que após a morte do salvador, faltariam apenas mais 3 anos e meio para findar a última semana e automaticamente também as 70 semanas ou 490 anos separados para o povo de Israel. Desta forma, 3 anos e meio foram cumpridos pela pregação do próprio Cristo, e o restante, a saber, mais 3 anos e meio, foram cumpridos pela pregação dos discípulos, perfazendo assim  a última semana de graça à nação israelita (Atos 13:46). Neste tempo, o povo de Israel selou sua rejeição por parte de Deus apedrejando a Estevão, exatamente no ano 34, 3 anos e meio após a morte de Jesus.

Desta maneira, contando do ano 457 a.C ao ano 34 de nossa era, temos o cumprimento das 70 semanas ou os 490 anos destinados ao povo de Israel, como um tempo de graça para uma reforma religiosa. 

Como já vimos, esses 490 anos foram separados dos 2300 anos. Para sabermos quando ocorreria a purificação do santuário celestial, basta subtrairmos dos 2300 anos os 490 anos que, no ano 34 de nossa era, já tinham sido cumpridos. Fazendo assim, saberemos quantos anos a contar do ano 34 faltavam para se completar os 2300 anos.

Temos assim:

 2300
– 490
 1810
                         
                                          
Pela contagem bíblica, faltavam ainda 1810 anos, a contar do ano 34, para se cumprir assim os 2300 anos.

Se, como já vimos, no ano 34 de nossa era faltavam 1810 anos, basta somarmos 34 + 1810 para vermos em que ano terminaram os 2300 anos. Vejamos:
                                                     

         34 d. C.
 +   1810 anos
  1844



Segundo a contagem profética, portanto, as duas mil e trezentas tardes e manhãs findaram-se em 1844. Neste ano, Jesus passou do lugar santo do santuário celestial – onde havia ministrado após Sua ascensão – para o santíssimo, para realizar a purificação do santuário.

Para melhor compreensão desta maravilhosa e incontestável verdade, estude o gráfico a seguir:




Continua...

cristiano_souza7@yahoo.com.br

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A VERDADE SOBRE O SANTUÁRIO CELESTIAL - Parte 4





AS 70 SEMANAS DE DANIEL 9:24, FAZEM OU NÃO, PARTE DOS 2300 ANOS?

É importantíssimo que façamos uma rápida análise desta questão, pois, se as 70 semanas fazem parte dos 2300 anos a explicação das 70 semanas (Daniel 9:24-27) pode e deve ser utilizada para esclarecer o período das duas mil e trezentas tardes e manhãs. Então vejamos:

Em Daniel 8:1-13, temos relatada a visão do carneiro com duas pontas ou chifres, do bode com um chifre entre os olhos, quatro chifres que nasceram no lugar do chifre que fora quebrado e de um chifre pequeno, que cresceu e se engrandeceu de maneira assombrosa.

No versículo 14 do mesmo capítulo, encontramos a profecia das duas mil e trezentas tardes e manhãs, e que, no final deste período, o santuário do novo concerto – pois como veremos este período se estende até a era cristã – passaria por um processo de purificação. 

No versículo 15, Daniel relata que ele procurou entender a visão. A ordem veio imediatamente: “Gabriel, dá a entender a este a visão” (Vers. 16). O anjo passou a explicar que:

1 – O carneiro com os dois chifres são os reis da Média e da Pérsia (Daniel 8:20).

2 – O bode peludo representa o rei da Grécia, e o chifre do bode simboliza o rei primeiro, ou seja, Alexandre (Daniel 8:21).

3 – Ao ser quebrado o chifre, quatro reinos se levantariam em seu lugar, simbolizando assim os quatro generais de Alexandre que lhe sucederam no reino (Daniel 8:22).

4 – E, nos versículos 23-25, o anjo explica ao profeta acerca do pequeno chifre que se engrandeceu e se fortaleceu. Adiante falaremos sobre este pequeno chifre e a quem simboliza.

Esta explicação do anjo abrange os eventos desde o versículo 3 até o versículo 13. A profecia das duas mil e trezentas tardes e manhãs, ou dos 2300 anos, encontra-se no versículo 14. E quanto a isto disse Gabriel:

“E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira: tu, porém, cerra a visão, porque só daqui a muitos dias se cumprirá. E eu, Daniel, enfraqueci, e estive enfermo alguns dias; então levantei e tratei dos negócios do rei: e espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse”. Daniel 8:26:27.

Como podemos notar, o anjo foi bem claro e específico na explicação a Daniel com respeito aos animais e aos chifres. Esta explicação, repetimos, se estende até o versículo 13. Mas com respeito à visão da tarde e da manhã foi dito:

“Cerra a visão” (Vers. 26).

Isto significa que somente no tempo do fim – como o anjo mesmo disse (Daniel 8:17, 19) – esta profecia seria aberta ou seria completamente compreendida.

Quanto à visão da tarde e da manhã, Daniel declarou:

“Não havia quem a entendesse”.

Assim, o único ponto da profecia que não ficou claro ao profeta foi:

“Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado”.

Deus promete conhecimento e sabedoria a todos aqueles que buscam. Tiago 1:5; Provérbios 2:1-10. Ao clamar Daniel a Deus por luz e conhecimento, foi então enviado um anjo para fazer com que o profeta compreendesse pelo menos parte da visão sobre as duas mil e trezentas tardes e manhãs. Disse o anjo:

“No princípio das tuas súplicas saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado: toma pois bem sentido na palavra e entende a visão”. Daniel 9:23.

A qual visão o anjo estava referindo-se? No capítulo 9 não temos o relato de nenhuma visão. A única visão que deixou o profeta perplexo e cheio de interrogações foi a das duas mil e trezentas tardes e manhãs, e foi com respeito a esta visão, que tanto preocupou Daniel (Daniel 8:27), que o anjo disse ter vindo para faze-lo entender o sentido. Notemos, portanto, a explicação do anjo, que começou a explanação da visão das 2300 tardes e manhãs, dizendo:

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo...”.

O hebraico autoriza, sem pecar contra a gramática da língua, traduzir Daniel 9:24 da seguinte forma:

“Setenta semanas estão cortadas...”.

Esta, inclusive, é a tradução mais exata e correta. O único período do qual estas 70 semanas poderiam ser “cortadas” ou separadas são dos 2300 dias ou anos da visão anterior, do capítulo 8 de Daniel.

A palavra hebraica traduzida por “determinadas” é nechtak, que, de acordo com o Hebreu Léxicon, pode ser perfeitamente traduzida por: “cortar, dividir, decretar, separar ou decepar.” Gesênio no Hebrew Lexicon, define esta palavra da seguinte maneira: Propriamente cortar, dividir”. No dicionário Chaldeo-Rabbinic Dictionary of Stockus, a palavra hebraica foi definida por: “Cortar decepar, separar em pedaços, entalhar, separar”.

De fato, este período de 70 semanas estava separado ao povo de Israel, para que, durante este tempo fizesse uma reforma religiosa e desse fim à transgressão e ao pecado. Este tempo de graça à nação israelita seria separado ou decepado de qual período? Claro, óbvio, só poderia ser dos 2300 anos! Não existe nenhum outro período profético do qual estas 70 semanas ou 490 anos poderiam ser separados ou cortados.

Portanto, está claro que as 70 semanas de Daniel 9:24, fazem, inquestionavelmente, parte dos 2300 anos. E o que isto significa para a correta compreensão das duas mil e trezentas tardes e manhãs no fim das quais o santuário seria purificado? Isto veremos no próximo artigo.

Continua...

cristiano_souoza7@yahoo.com.br